Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 27
A Cabana


Notas iniciais do capítulo

Oi oi! Desculpem pela demora no último cap gente, tive prova de física e é aquele ditado: sou de humanas. Eu tinha esse aqui pronto, mas ia esperar mais uns comentários pra postar mas decidi jogar aqui logo HAHAHA Não consigo segurar capítulo por muito tempo, ainda mais esse aqui que me arrisquei um pouco e queria ver o que vocês acham. Posso continuar assim?



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              Meu dia não podia ter começado pior.

              Logo no café da manhã, recebo o meu exemplar do Profeta Diário, e tive certeza que só mantinha minha assinatura para me manter informada a respeito do que o mundo está dizendo sobre o meu amigo, e especialmente sobre o que estamos enfrentando. Na escola, o que estava mal decaiu para muito pior: Umbridge fora nomeada Alta Inquisidora de Hogwarts, o que dava a ela e ao ministério poder ainda maior do que já tinham. Ela assistiria todas as aulas, avaliaria os professores e demitiria qualquer professor que julgasse insatisfatório.

              O assédio se estendera para os professores. E sabia que, quanto maior a proximidade à Dumbledore, maior o alvo nas costas do profissional.

              A aula de Defesa Contra as Artes das Trevas foi um belo desastre: Harry perdeu o controle de novo, ganhando mais uma detenção. Cada vez mais, ficava difícil permanecer na surdina e evitar os olhares ao redor. Temi que Umbridge me levasse ao limite também, e me fizesse fazer algo que mancharia minha reputação, meu histórico escolar e minhas chances de trabalho em algum futuro depois da guerra, se é que haveria algum. Todos saímos da sala de aula desanimados, mas eu sabia que professora McGonagall não deixaria aquilo passar com facilidade, e estava certa. A diretora da Grifinória expressou seu óbvio desgosto com a presença da mulher, e desdenhou elegantemente das atitudes mal-educadas da nova Alta Inquisidora, e a cada farpa trocada, os alunos se entreolhavam com sorrisos surpresos e divertidos. A aula de Transfiguração nos deu alguma esperança para a aula de Grubbly-Plank, que substituíra Hagrid. Surpreendentemente, Umbridge adorou a aula da professora, e todos sabíamos que ela tinha preconceito com qualquer criatura que não fosse como ela.

              Eu lia sobre todos os professores que entravam em Hogwarts, e não foi diferente com Umbridge. Foi ela quem apresentou a lei que tornou praticamente impossível para lobisomens encontrarem empregos, e também foi responsável por propor o registro e a vigilância severa dos sereianos. Haviam relatos de Dolores Umbridge sendo extremamente rude e desagradável com nascidos trouxas que tiveram audições no Ministério com ela.

              Temi por Hogwarts.

              - Katie, alguém já te contou sobre o que aconteceu com Hogwarts? – Perguntei à minha nova... Amiga? Ela parecia alheia à tudo que estava acontecendo, e não vi muita preocupação em seu rosto quando Umbridge passou por perto enquanto andava com ela para o dormitório.

              - Virou repórter? – Ela brincou, de seu jeito ácido como sempre. – Não, Granger, ninguém contou as fofocas da escola. Quer fazer a honra?

              Contei tudo que sabia, nos mínimos detalhes. Katie ia esboçando várias reações de choque enquanto eu falava, se segurando para não interromper.

              - Quer dizer que a mocréia além de importuna é preconceituosa também? – Katie disse, irritada. Sua raiva, no entanto, logo foi se esvaindo, o que era estranhamente incomum para ela. – Bom, acho que não há muito o que possamos fazer. Hierarquia e essas merdas.

              - Katie! – Não sabia se a estava repreendendo pelo linguajar ou pela falta de atitude. O que diabos acontecera durante o verão para apagar todo o fogo que Katie tinha no olhar?

              - Hierarquia e todas essas coisas muito ruins. Melhor?

              Assenti com a cabeça, sem querer tocar em algum tipo de assunto pessoal, e a deixei pensar que meu único problema era sua escolha de palavras. Deixei minhas coisas em cima de minha cama, sem ânimo para ordenar aquilo ainda. Nosso trio jantou às pressas, já que Harry tinha sua detenção a cumprir. Pelo jeito, minhas habilidades meio enferrujadas em bandagens viria a calhar esse ano, com as punições desumanas de Dolores Umbridge.

              Estava pronta para ir pegar alguns novelos de lã para tricotar alguns gorros para os elfos, quando senti uma mão para lá de familiar me puxar para detrás de uma coluna.

              - Shh... Tenho uma surpresa para você. – Fred disse, com o indicador sobre meus lábios e um sorriso no rosto. Ele encostou rapidamente seus lábios nos meus. – Oi, aliás.

              - Fred, eu acho bom que essa surpresa seja bem dentro das regras, porque, não sei se você notou, mas a vigilância por aqui está ficando cada vez mais severa, e não estou nem um pouco afim de pegar detenção e... – Fui interrompida por um beijo dado por lábios gelados na minha testa, que me sobressaltou.

              - Já pensei em tudo. – O ruivo sussurrou em meu ouvido, rindo com o que seu sussurros faziam em mim, mesmo que não fossem algo nem remotamente romântico ou pervertido. Eu sempre estremecia quando o ar de sua voz encostava na pele sensível da minha orelha. Com um beijo rápido, ele segurou minha mão e me conduziu pelos jardins, ocasionalmente parando para se esquivar de algum par de olhos que pudesse nos pegar no escuro da noite.

              - Fred, eu juro que confio em você, mas realmente espero que você tenha um plano para a volta. – Murmurei, enquanto vi o caminho que percorríamos e o reconheci como sendo a trilha para a sala de Ravenclaw.

              Ele parou de súbito, me fazendo quase colidir com suas costas. Com um gesto exagerado, ele me agarrou e me deixou de costas na grama, com uma mão em cada lado da minha cabeça para se sustentar acima de mim.

              - Acho que vi alguma coisa. Tínhamos que nos esconder. – Ele murmurou, brincalhão, e sabia que era só uma desculpa para ficar nessa exata posição. Revirei os olhos, e ele correu os dedos por uma mecha de cabelo, e ficou um bom tempo me olhando sob a luz do luar.

              - Fred, acho que o que quer que seja, já foi embora. – Sussurrei, sem conseguir sustentar o olhar dele.

              - Mas a questão é: você quer sair daqui? – Fred sussurrou de volta, sorrindo maliciosamente.

              - Não.

              Minha voz quase inaudível foi o sinal que precisávamos. Me movi para seus lábios quase inconscientemente, e meu lábio inferior foi tomado pelos dele, enquanto suas mãos agarraram os lados de meu quadril, seus dedos cravados em minha pele me puxando para ele, e Merlin, como aquela sensação era boa. Sua outra mão foi para minha nuca, me puxando ainda mais para perto enquanto rolávamos para o lado na grama. Com os olhos fechados, conseguia sentir cada onda de calor que irradiava de seu corpo para o meu, e não fiquei incapaz de focar em qualquer coisa quando seus dentes marcaram o ponto macio logo acima da minha clavícula. Minhas mãos se espalmaram timidamente em seu peito, e corri meus dedos por sua camisa quente até chegar em sua escápula, onde meus dedos se enterraram na esperança de puxá-lo mais para perto, arrancando um grunhido de Fred.

              - Qual era a surpresa, mesmo? – Ofeguei, sem ar.

              - Só mostro se você prometer que continuamos depois. – Fred brincou, também ofegante. – Vem, falta pouco.

              Nos levantamos, ainda encontrando dificuldades para respirar. Sorrimos um para o outro, eu com o rosto vermelho e ele com um sorriso que nem se dava o trabalho de conter.

              Fred puxou apressadamente a raiz, e descemos os degraus correndo. Antes que a águia pudesse enunciar o enigma, Fred se colocou entre mim e a estátua de pedra.

              - Promete que, quando entrarmos na sala, todo o resto fica pra fora? – Ele estendeu o dedo mindinho, imitando uma criança, e não pude conter o riso.

              - Prometo. – Entrelacei meu dedo no dele, que era bem maior que o meu.

— Três irmãos compartilham um esporte familiar: A maratona. O mais velho é gordo, baixinho e corre lentamente. O irmão do meio é alto, magro e mantém um ritmo constante. O mais jovem corre como o vento, com muita velocidade. Os irmãos mais velhos dizem: "Ele é muito jovem.... então o deixamos correr. Com certeza ele é o número um, mas de certa forma ele é o segundo". Quem são os três irmãos?

— Os ponteiros de um relógio. Merlin, essa foi fácil! Por que não me deu uma dessas quando entrei aqui sozinho? – Fred reclamou, como se a estátua pudesse responder. Olhei para ele surpresa pelo raciocínio rápido. – Achou que eu era só um rostinho bonito?

— Jamais. – Respondi, rindo. Ele sabia que eu nunca acharia uma coisa dessas.

Entramos na sala, e vi o que parecia um dos fortes de lençol que eu construía quando pequena, mas esse se segurava fantasmagoricamente com magia, pairando sobre colchões, travesseiros e cobertas, além de várias capas lindamente decoradas do que eu reconheci como inúmeros dos meus livros preferidos. Olhei para Fred, que me abraçava por trás, orgulhoso de seu trabalho.

              - Fred... O que é tudo isso?

              - Ah, com a cara de sapo e tudo mais... Achei que podíamos fugir por uma noite. Já que somos o casal mais fora da lei de toda Hogwarts e tudo mais, tinha que manter o título. – Revirei os olhos, sabendo que jamais receberíamos esse título com minha permissão. – Já fizemos isso antes, mas eu quero acordar com você dessa vez.

              - Você pretende... Dormir aqui? Fred, e se formos pegos? – Já comecei a preparar meu sermão, quando ele saiu de trás de mim para encostar sua testa na minha, colocando um dedo em meus lábios.

              - Lembra da promessa que você fez? Promessa de dedinho? – Ele fez um beicinho tão adorável que quase apertei suas bochechas. – Mione, as coisas só vão piorar a partir de agora, então por que não?

              Olhei nos olhos dele, e não tive coragem de dizer não porque sabia que era verdade. Provavelmente não poderíamos surpreender um ao outro com coisas desse tipo. Olhei ao redor. Eu realmente queria dizer não, era tudo que minha cabeça gritava. Mas quando meus olhos encontraram os de Fred, sabia que nem se eu tentasse eu conseguiria dizer não. Quem sabe nem poderíamos nos arriscar a vir até essa sala até que a situação melhorasse, não importa o horário. O dano que tanto conhecimento poderia fazer nas mãos erradas...  

              - Tudo bem

              - Festa do pijama!— Fred berrou a plenos pulmões, jogando os braços para cima e me envolvendo em um abraço de urso que me tirou do chão e me rodopiou.

              - Fred! Merlin, você quer que venham aqui, por algum acaso? – Falei, completamente desesperada.

              - Olha onde estamos, Mione! Subterrâneo, longe demais pra ouvirem! – Ele gritou, como se comemorasse a distância de tudo. – Sabe, podemos fazer muito barulho e ninguém vai ouvir....

              Dei um tapa de leve em seu ombro, e ele riu, me segurando em um abraço enquanto gargalhava.

              - Tá com você. – Fred murmurou, de repente, e saiu em disparada entre as estantes. Ri, e tirei os sapatos antes de sair correndo atrás dele. Fred já tinha vantagem por ter pernas enormes, não ia dar mais pontos para ele ficando com sapatos desconfortáveis.

              Vi um monte alaranjado de cabelos correndo para as escadas, e resolvi ir pelo outro lance de escadas que ficava no lado oposto. Subi os degraus devagar, para que ele não soubesse nem se eu realmente tinha subido.

              - Já cansou, Mione? – Fred gritou, sem saber onde eu estava. – Aposto que você não consegue me-AHH! – Fred berrou de susto quando apareci logo em sua frente, me fazendo gargalhar audivelmente.

              - Peguei. – Disse, tocando de leve em seu ombro antes de sair correndo. Minha vez de fugir. Ao invés de ficar correndo por aí, adotei uma estratégia diferente: me escondi no lugar mais óbvio possível, no qual ele nem pensaria em procurar; o forte de lençóis.

              E funcionou. Fred procurou por um bom tempo.

              - Tá, desisto... – Fred gritou, emburrado. Saí do meu esconderijo, fazendo-o colocar as mãos nos olhos em arrependimento. – Como eu não pensei em procurar ali?

              - Porque é óbvio demais. – Respondi, orgulhosa. – Acho que temos uma campeã, não?

              - Eu te deixei ganhar, Mione. – Fred murmurou, sorrindo. – Cavalheirismo, né?

              - Obviamente. – Quando ficamos tão próximos? Como sua testa estava encostando na minha? Nunca vou saber, mas também nunca queria sair dali.

              Trocamos um único olhar antes de juntarmos nossos lábios freneticamente, as mãos no pescoço um do outro. Fred me levantou, entrelaçando minhas pernas em suas costas, meus dedos em sua nuca. Ele tropeçou meio sem jeito até o amontoado de cobertas, tendo que se concentrar em andar, me manter erguida e não separar nossos lábios no processo. Rimos quando caímos no colchão, mas em pouco tempo nossos corpos colidiram de novo, deitados de lado e Fred se ajeitando entre as minhas pernas [N/A: https://66.media.tumblr.com/c83d72a18c88eaa674130acbc6f45e96/tumblr_o7jduckG2Y1vv3t2xo1_500.gif] 

              - Eu te amo para caralho, Mione. – Fred nos separou, e olhou profundamente em meus olhos.

              - Eu também te amo muito, Fred. – Sorri, sem conseguir conter o riso com a escolha de palavras do menino de cabelos cor de fogo.

              Continuamos de onde paramos. Fred puxou de leve meu lábio inferior com os dentes, tirando um suspiro de mim. Porém, quando ele passou o braço por minha cintura, sabia que ele estava conduzindo aquilo tudo. De novo.

              - Fred?

              - Hum? – Ele murmurou, concentrado em me deixar completamente insana somente com beijos atrás da minha orelha. Com sucesso.

              - Por que... Por que você sempre conduz? – Tomei a coragem de perguntar, corando levemente. Ele levantou o olhar, confuso, parando tudo o que estava fazendo.

              - Sabe, eu não sei... Hábito?

              - Posso...? – Indaguei, com a voz muito, muito baixa. Não tinha segurança o suficiente para olhar para ele, ainda mais dizendo uma coisa dessas. Sempre que lembrava de nossos beijos, ficava marcado em minha memória o quanto ele me levava à loucura, e naquele momento, queria muito fazer o mesmo por ele. Só não tinha confiança.

              - Merlin, eles crescem tão rápido... – Fred imitou uma mãe, mas sem dramatização. Só um sussurro brincalhão. Com meu queixo entre seu indicador e polegar, ele levantou meu olhar até o seu. – Não precisa pedir.

              Sorri, provavelmente vermelha como um tomate.

              Lembrando o que ele tinha feito momentos antes, mordi com muita leveza seu lábio inferior, insegura. Com beijos delicados, percorri sua bochecha até seu pescoço. Aquela parecia a hora mais importante, porque era uma coisa que ele fazia tão bem em mim, e de certa forma, não queria errar.

              Encostei meus lábios em seu pescoço cheio de sardas, que o cobriam como estrelas em uma galáxia. Beijei-o, e meus dentes da frente seguraram sua pele entre eles sem fazer muita força, e suguei aquele ponto, orgulhosa quando Fred soltou um gemido entre seus dentes.

              - Mione... Você está ficando muito, muito boa nisso. – Ele murmurou.

              Caímos lado a lado naquele monte de cobertas.

              - Espere aí, essa camisa está me incomodando. – Fred disse, se levantando para tirá-la. – Nada de se aproveitar de mim! – Ele gritou, enquanto tirava a calça e a camisa.

              Ele voltou, de cuecas samba-canção. Cuecas samba-canção de dragõezinhos. Não segurei minhas gargalhadas.

              - Não gostou? Eles têm nomes, tá? – Fred brincou, cruzando os braços em um falso aborrecimento. – Quer minha camisa?

              - Para que eu vou usar sua camisa?

              - Bom, se você quiser dormir sem nada, eu sou totalmente a favor... – Ele sorriu, malicioso, e recebendo meu olhar de reprovação, assumiu um tom mais sereno. – Sério agora, achei que como eu sou só um pouco maior que você, minha camisa seria mais confortável para dormir.

              - Bem pensado. – Sorri, agarrando a camisa quando foi jogada para mim. – Sem espiar, Fred Weasley!

              - Jamais. – Retrucou, como um lorde todo solene.

              Fui atrás de uma estante, colocando a camisa de Fred sobre minha roupa íntima. Tinha o cheiro dele, e não reclamaria de dormir sentindo seu perfume. Quando saí detrás da estante, Fred assoviou e bateu palmas, e nós dois caímos no riso.

              - Você devia adotar esse look mais vezes, sabia? – Ele abriu um espaço para mim, me aconchegando em seu abraço embaixo das cobertas. Sentia seu coração batendo forte com meu ouvido contra seu peito, enquanto meus dedos percorriam carinhos preguiçosos em se abdômen. Não sei por quanto tempo ficamos observando os lençóis flutuantes acima de nós até que caímos no sono.

              Não achei que realmente conseguiria esquecer o mundo lá fora quando fiz a promessa à Fred antes de entrarmos na sala, mas foi surpreendentemente fácil cumprir minha palavra.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Posso fazer mais uns caps nesse estilo ou vocês acham meio cedo ou fora do personagem para a Hermione? Ficar fiel é muito importante pra mim, e queria saber o que vocês acham! Enfim, comentem, favoritem, acompanhem e se quiserem, recomendem! Aliás, se você shippa Jily ou Scorose, vou fazer uma leve e sutil propaganda das minhas fics antigas ♥ A jily é bem noob, não sabia direito o que estava fazendo, mas é a favorita da minha amiga, então né... Enfim, até!