Máscaras... escrita por Maddu Duarte


Capítulo 2
2º Capítulo - Lutas.


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas flores,
Eu fico feliz que muito de vocês gostaram ♥
Fico tão alegre em escrever com o Adrien, mas eu juro que irei focar na Mari em algum ponto...
Vamos ser sincero, ele é fofo. Ela é tonta.
É uma luta desigual.
Brincadeira, amo os dois. ♥

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664174/chapter/2

Novamente, o dia trouxe consigo uma luta nova, e já era impossível não reparar como o tempo acabou unindo e sincronizando a dupla, que já trabalhava como se fossem um só corpo, mesmo com o nível dos inimigos aumentando, eles conseguiam combinar seus movimentos e em rápidas trocas de olhares compreenderem exatamente o plano um do outro, ou quando precisavam de proteção. Eles eram uma bela dupla, ninguém poderia negar.

Naquela noite, a borboleta negra havia se manifestado em um buquê e durante a luta – com uma noiva abandonada no altar que transformava todos em damas de honra – inclusive os rapazes –, Chat Noir tentou não flertar tanto com a sua senhora, mesmo pensando diversas vezes em como ela ficaria bonita ao seu lado em um vestido de casamento e que nunca a abandonaria.

Principalmente, se soubesse que ela viraria mais um inimigo.

A luta não demorou tanto quanto o previsto e como sempre, Ladybug invocou o seu amuleto da sorte, que lhe entregou algo bem sem sentido – dessa vez, sinos – e foi somente quando eles terminaram a batalha que Chat teve a chance de observar como o olhar da garota estava cabisbaixo, o gato até pensou em tentar pergunta-la o que estava ocorrendo, mas foi interrompido pelos avisos e o sumiço de um ponto preto no brinco da menina. A situação quase sempre se repetia nas batalhas, eles quase sempre estavam obrigados a se distanciarem por conta do pequeno tempo que restava quando realizavam seus ataques.

Como conquistar alguém quando você só tem dois minutos de conversa?

Só restavam dois pontos e Chat sabia que isso não era suficiente porque viu Ladybug correr até uma porta qualquer – logo após deixar tudo como estava antes da batalha – e se esconder atrás dela. A pressa e a confiança no parceiro, junto com o fato de que as conversas sobre sua identidade secreta já não aconteciam com tanta frequência, a levaram a deixar a porta aberta sem querer, um pequeno risco que levou Chat Noir a ter sua oportunidade. Ele já estava decidido a descobrir quem se encontrava por trás da máscara e esse parecia ser o momento perfeito.

Ela não pensou nele quando deixou a porta entre aberta, e ele não pensou na raiva dela quando observou com cuidado.

No final, ambos não pensaram em nada.

Quando Adrien observou entre a pequena fenda, ele sabia que não poderia conversar com ela ou fazer algo a mais, seu anel também estava apitando – e ele conhecia Ladybug o suficiente para saber que seria horrível realizar um debate depois de espiona-la - , ele também não tinha muitas esperanças em quem iria encontrar, afinal, parecia que por algum motivo ninguém era suficientemente bom para ser a sua senhora – seria isso fruto do seu amor pela garota? –, porém, quando seus olhos observaram as costas da garota e ele escutou sua voz, ele não precisou esperar ela se virar ou pronunciar seu nome.

Ele só precisou correr.

Saltar entre os prédios sempre foi uma tarefa fácil para um gato de rua – e deveria continuar sendo –, contudo, o sentimento que alojava em seu peito tornava qualquer coisa algo extremamente complicado de se realizar. Ele não sabia o que sentia naquele momento, era alegria ou desespero? Estava irritado? Decepcionado? Não, certamente não decepcionado.

Ele somente não esperava que fosse Marinette, ele esperaria qualquer um – menos Chloe – só não a doce Marinette. Não era por maldade, era somente que mesmo Marinette sendo uma ótima pessoa, era difícil enxerga-la em sua Joaninha, sua companheira de classe era alguém extremamente tímida com ele e parecia evita-lo constantemente, tropeçando nas palavras como se ela estivesse sendo obrigada a pronuncia-las, até mesmo em situações simples – como em seu aniversário – ele poderia se recordar de seu nervosismo.

Mesmo assim, ele não conseguiu desgostar do que viu, talvez apenas estivesse decepcionado pela quebra de expectativas em seus planos, afinal, como ele poderia conquista-la se ela nem ao menos era capaz de conversar com ele normalmente? Agora, conquistar Ladybug parecia ser uma tarefa ainda mais difícil, para não dizer impossível.

Eles eram amigos – ele tinha que assumir – e ela estudava atrás dele e vivia com Alya, que também passava um tempo com Nino e no final das contas, ele não poderia negar que ela era alguém bem especial e não tão diferente de Ladybug quando estava longe dele. O problema, é que era somente quando se afastava dele.

Ele conhecia o trabalho da garota, sabia que ela era esforçada e uma ótima pessoa, mas não sabia como se aproximar e criar um clima agradável para conversar – deveria chama-la para um passeio no parque? –, também não sabia sobre o quê conversar com ela. Sabia que como líder de classe, ela estava sempre a tomar decisões e conseguir o apoio de todos – ela era boa em escutar e liderar – e Adrien sabia que ela era muito corajosa, estando sempre pronta para ajudar os amigos.

Como quando eles lutaram juntos contra Nathanael e ela foi a um encontro com ele sem seus poderes, apenas para ajuda-lo a capturar o akuma.

No final das contas, Marinette e Ladybug não eram tão diferentes, o único problema era ele, certamente Adrien tinha feito alguma coisa para a garota e isso a impedia de ser quem era de verdade na sua frente e jogado no conforto de sua cama e na solidão de seu quarto, Adrien pensava em como fazia sentido que ambas fossem a mesma pessoa – e como ele havia sido tonto de nunca reparar.

A calma com que Marinette lidava com os ataques e o fato de que ela sempre desaparecia quando sua senhora entrava em ação, além das semelhanças físicas. Como ele nunca havia percebido isso?! Até mesmo o doce aroma de baunilha era compartilhado entre as moças, olhando por fora, ele era perfeitamente capaz de amar Marinette.

Porque ela era sua senhora em todos os aspectos e ele jurou para si mesmo que a amaria independente da pessoa que ela revelasse ser, havia tomado essa decisão antes de quebrar a confiança de Ladybug e observar quem era realmente era.

Pensando nisso, ele notou a loucura que cometeu e imaginou se algum dia ela iria o perdoar caso descobrisse – seja como Marinette ou como Ladybug, Adrien imaginou que a raiva compartilhada seria a mesma, ou pior, seria multiplicada pelas duas.

De alguma forma, Adrien invejou um pouco a forma como elas eram semelhantes, olhando para seu reflexo, ele e Chat Noir eram completamente opostos, Chat era livre e engraçado, tinha o poder de fazer o que quiser – até mesmo realizar flertes e piadas bobas – e dificilmente seria recriminado por isso, como um herói, ele era livre para fazer qualquer coisa não punível por lei.

Ele era livre da maneira que Adrien Agreste nunca poderia ser, pois ele sabia que para sempre estaria preso às malditas capas de revistas e a personalidade exemplar imposta por seu pai, Adrien de certa forma era vítima de seu próprio sobrenome – afinal, deveria honra-lo acima de tudo, uma maldição dada ao nascer – e nunca teria tempo de ser ele mesmo, ou ao menos um poder de contestar as decisões tomadas por ele, à única coisa que o modelo poderia fazer por si próprio era aceitar a vida que levava.

Quando a noite alcançou seu ápice e Adrien já sabia que não iria conseguir dormir, ele já não conseguia ficar chateado com Ladybug e sua verdadeira identidade, agora, tudo que ele pensava é como ela se decepcionaria com ele, afinal, ao contrário dele, ela não era uma farsa e não havia quebrado completamente sua confiança por fazer algo impensável, independente das boas intenções, ele sabia que ela não o perdoaria tão facilmente e mesmo que o perdoasse, poderiam eles continuar da mesma forma?

Como poderia ela ama-lo da forma como ele verdadeira é – não como o modelo Adrien Agreste, e sim como apenas Adrien, seu companheiro de luta e seu gato tonto –, se ele não sabia o menos como continuaria a sua rotina quando ela visse seu verdadeiro rosto.

Não haveria mais como realizar seus flertes ou trocadilhos, o modelo sabia que quando Ladybug – ou Marinette – descobrisse a realidade, ele seria obrigado a ser o doce garoto que convive com a heroína diariamente em classe, e por mais que isso não fosse algo de se realizar ou algo ruim de conviver, significava também renunciar sua pequena liberdade em troca da chance de possuir o amor de sua senhora.

Ele aceitaria pagar qualquer outro preço por ela, mas ele nunca imaginou que teria que entregar sua verdadeira liberdade, isso era algo completamente diferente de tudo que ele tinha imaginado.

Adrien Agreste queria ser amado pelo que ele era de verdade, não apenas pelo que ele aparentava ser – ele tinha certeza que a sua farsa já era muito amada –, ele desejava ser livre e receber um amor tão livre quanto, para o garoto não bastava que sua senhorita amasse somente ele.

Porque ele desejava ser amado por completo e receber amor independente da máscara que usasse – ou deixasse de usar – e por mais complicado e impossível que esse amor pareça, Adrien estava decidido a lutar por ele. Era uma luta egoísta? Sim, o garoto sabia.

No entanto, ele era apenas um gato abandonado, e como todos os outros gatos, ele ansiava pelo amor de sua dona.

Perdido em seus devaneios, a chegada do sol – e do alarme de seu despertador – só havia levado Adrien a uma única conclusão:

Tudo aquilo era uma catástrofe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá!
Espero que tenham gostado, se gostaram, já sabem, por favor, deixem suas opiniões em formato de reviews



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Máscaras..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.