Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Como eu sou muito querida, estou postando hoje quando iria postar apenas na sexta, então sejam bem queridaaaas e comentem bastaante =))



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POV JACOB


Aquilo já tinha virado palhaçada. Isso é uma lição para eu aprender: ás vezes escutar o que uma garota fala - por mais que seja a Leah - é importante. Acho que depois dessa, eu vou parar tudo que estiver fazendo quando uma garota falar comigo e prestar total atenção no que ela está me dizendo, só para evitar essas situações inesperadas.


Agora eu estava encostado em uma parede perto da sala onde eu sabia que Leah estava tendo aula, esperando ela sair de lá. Era o último período da tarde e eu resolvi que a aula de História poderia passar sem mim hoje, afinal eu tinha assuntos mais importantes a tratar do que saber o que os carinhas do passado tinham na cabeça.


As pessoas, mais precisamente as garotas, estavam me lançando olhares incrédulos. Talvez pensando que eu estivesse esperando minha suposta namorada. Urgh! Só de pensar me da até um calafrio. Ninguém estava sendo muito discreto em comentar para os sete ventos o meu suposto namoro, e isso estava me irritando demais.


O sinal bateu finalmente e eu me virei para a porta da sala de Inglês onde Leah sairia em breve. Para minha grande surpresa a primeira pessoa a sair, quase correndo, foi Nessie. Tentei chamar sua atenção, mas a garota parecia tão disposta a dar o fora do colégio que nem olhou para os lados.


Agora eu estava um pouco mais tranqüilo em relação a ela. Aquela ceninha antes do almoço só me fez acreditar que Nessie gosta mais de mim do que quer demonstrar. Não estou me achando nem nada, mas estava um pouco na cara que ela está com ciúmes. Não posso mentir que isso me deixou animado e mais contente do eu queria estar. Resolveria esse problema daqui a pouco... Primeiro teria que me livrar do chicle ambulante.


– Amor! – A minha suposta namorada praticamente gritou recebendo a atenção de todos que estavam por perto. Ótimo, tudo que eu queria.


– Oi. – Resmunguei recendo de má vontade seu beijo, que dessa vez não a deixei ir muito ao fundo. Queria acabar logo com aquilo, as pessoas estavam olhando demais. Que bando de enxeridos!


– Que surpresa boa! – Leah murmurou com os olhinhos brilhando. – Você nunca me espera para ir embora.


Senti um pouco de pena dela agora, mas não tanta para mudar minha idéia.


– É, bem na verdade eu queria conversar com você. – Falei puxando-a para um canto um pouco afastado dos olhares e ouvidos curiosos.


– Ahhh que bom! Eu queria mesmo conversar com você sobre... – E lá vem o falatório inacabável.


– Não, não. – Interrompi-a antes que ela pegasse impulso e não parasse mais. – EU vou falar. Você escuta, ok?


Leah franziu o cenho para mim, porém acenou uma vez com a cabeça e esperou. Respirei fundo passando as mãos nos cabelos.


– Olha Leah, você é uma garota muito legal e tudo mais, mas... – Comecei a falar e ela fez cara de chocada levantando as duas mãos para que eu parasse.


– Você não está terminado comigo, não é?


– Ahm... – Mordi o lábio, um pouco incerto. Ela parecia que abriria um berreiro ali mesmo se eu fosse sincero e eu odeio ver mulheres chorar.


Não precisei, porém, confirmar nada. Minha pausa já deixou bem claro a onde eu queria chegar.


– Mas por quê? – Perguntou com os olhos cheios de lágrimas agora.


– Ah Leah não chora, por favor. - Desespei-me. – É só que, bom, sou eu, não é? Eu não namoro, você sabe!


– Mas ontem você concordou! – Agora ela elevou o tom de voz e um grupinho que estava parado ali perto nos lançou um olhar curioso.


– Eu não estava prestando muita atenção. Não sabia com o que estava concordando. – Falei baixinho sem encará-la. – Desculpe!


Leah respirava forte e me olhava como se não acreditasse no que visse. Sem aviso ela saiu correndo me dando um encontrão forte ao passar. Ótimo, agora vou ficar com remorso pelo resto do dia. Eu sei que ela é irritante e tudo mais, mas como Nessie disse, ela parecia que gostava mesmo de mim. Ai, ai, é complicado ser irresistível!


Encaminhei-me para meu carro já não sentindo tanta pena dela assim, afinal Leah iria superar logo aquilo e nós não estávamos juntos há tanto tempo assim para ela se apegar tanto a mim, de qualquer jeito.




Não me pergunte o porquê, mas eu não fui para casa quando entrei no meu carro. Eu estava dirigindo em direção a casa de Nessie. Como eu sei onde ela mora? Bem, ela é vizinha de Claire e como Quil nunca sai da casa da sua namorada – ou ex, sei lá – ele ficou sabendo onde Nessie morava e me informou um dia em que passamos na frente.


Eu, surpreendentemente, gravei o endereço da garota. Veja bem, eu que não tinha memória nem para lembrar os nomes de garotas mais simples do mundo, contudo gravei o endereço de uma garota que me despreza até não poder mais.


Não tive coragem de parar na frente da casa, por isso parei um pouquinho antes, na frente de uma lanchonete. Muito menos, tive coragem de ir à sua casa logo de cara, então entrei naquela coisa que por falta de palavras vamos chamar de lanchonete, e fiquei lá sentado repassando o que eu estava fazendo.


Eu não tinha idéia do por que eu estava aqui, não sabia por que queria falar com ela, eu só sabia que queria que ela soubesse que eu não estava mais com a Leah. Eu não queria deixar as coisas como ficaram lá no refeitório.


Fiquei sentado naquela lanchonete durante uma hora, bebendo um café ou água suja - como preferir - até chegar à conclusão que eu estava sendo covarde demais. Era só falar com a garota, que mal havia isso? E desde quando uma garota intimida tanto Jacob Black?


Paguei o café e andei um pouco pela rua até parar na frente da casa de Nessie. Pensei em ligar para o celular dela, já que eu tinha seu número gravado em função de ontem na secretaria, quando ela discou seu número no meu celular para tentar nos tirar daquela sala, porém eu tinha a leve impressão de que ela não atenderia uma ligação minha naquele momento.


Havia uma luz acesa na janela do andar de cima, pelas cortinas cor roxa, eu supus ser seu quarto. Havia uma melodia bem baixinha tocando e parecia vir daquele cômodo. Fiquei um momento encarando a janela e pensando em como chamar a atenção da garota sem que ela percebesse que era eu.


Meus olhos bateram em uma pedra no chão, no mesmo momento em que a melodia parou de tocar no andar de cima. Peguei a pedra e atirei na janela, rezando para que não fosse o quarto da irmã ou algum outro cômodo qualquer. Eu estava em posição para correr caso tivesse errado de janela.


Como não recebi resposta joguei outra pedrinha. Demorou um minuto e eu vi Nessie aparecer por trás do vidro. Meu coração disparou só de ver seu rostinho um tanto curioso espirar para fora do seu quarto.


Tive que reprimir a vontade de rir pela cara que ela fez quando viu que era eu aqui embaixo. Ela abriu o vidro parecendo irritada e sussurrou com a cara fechada:


– O que você quer aqui Black?


Droga! Ela deve estar mais braba do que parecia, se não me chamaria de Jacob.


– Da pra você descer aqui? Quero conversar com você. – Sussurrei de volta querendo muito fazer as pazes com aquela garotinha metida. Eu pensei isso mesmo?


– Não, vaza daqui. – Nessie fechou a janela com violência me deixando completamente espantado ali fora.


Pensei em jogar mais uma pedrinha, mas eu tinha amor próprio não é? Se ela não queria falar comigo, pior para ela.


Entrei no carro já me repreendendo por ser um idiota a ponto de correr atrás de uma garota. Olha a que ponto cheguei! Quando que eu iria imaginar que um dia eu iria correr atrás de uma garota, ainda mais de Nessie, que nunca demonstrou muito interesse por mim. E eu pensando que ela estava com ciúmes, sou um babaca mesmo!


Estava parado na sinaleira da esquina da casa de Nessie quando vejo uma garota muito parecida com Claire correndo desesperadamente em direção oposta a que eu estava. Buzinei para ela me ver ali, mas a garota nem olhou para os lados. Até pareceu correr mais rápido ao ouvir a buzina. Eu hein!


Cheguei em casa atordoado e desanimado, coisa que garota nenhuma nunca conseguiu fazer comigo. Eu entrei na cozinha como um raio, sem nem olhar para os lados, louco para comer alguma coisa e com isso não percebi a presença de outra pessoa por ali.


– Que cara é essa Jake? – Ouvi a voz do meu pai atrás de mim.


– E aí velho! – Abri um sorriso ao ver Billy sentado na mesa com um sanduíche em sua frente. Ele me olhava com divertimento.


– Fala ai filho, quem foi? – Meu pai perguntou depois de me contar tudo sobre sua viajem e me preparar um sanduíche igual ao seu.


– Quem foi o quê? – Perguntei confuso de boca cheia.


– Essa carinha ai... Só pode ter mulher no meio. – Billy falou divertido – Conta ai, quem é a garota que teve a proeza de abalar Jacob Black?


Pois é, até meu pai sabia da minha fama. Talvez ele só soubesse por que fora igual a mim quando era adolescente, pelo menos até conhecer minha mãe. Revirei os olhos para ele.


– Que é isso, velho. Mulheres não abalam Jacob Black. Jacob Black é quem abala as mulheres. – Pisquei para ele enquanto o mesmo cai na gargalhada.


– Você pode se enganar Jake, mas para enganar seu pai você terá que fazer mais do que isso. – Murmurou, bagunçando de leve meus cabelos e levantando-se da mesa.




POV NESSIE


– Enjôo ou vontade de vomitar? – Perguntei lendo um livro sobre gravidez para uma Claire desesperada.


Após o pânico inicial - onde houve muita confusão da minha parte e lágrimas da parte de Claire - eu fiz a garota se acalmar e desci para buscar um livro que eu sabia que minha mãe tinha sobre esse assunto. Agora estava citando os itens de sintomas comuns de aparecerem no começo da gravidez.


Eu ainda estava chocada. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade, mas tentei me manter calma para Claire não cair no choro de novo.


– Sim. – Respondeu com a boca cheia de um pedaço de maça, que comia compulsivamente sentada na minha cama.


– Dor de cabeça? – Listei mais um item no livro.


Claire apenas afirmou com a cabeça, muito ocupada com sua maça no momento.


– Vontade de ir ao banheiro maior do que o normal?


– Sim.


– Seios doloridos ou inchados?


– Sim.


– Desejo por certos alimentos?


– Ah... Não, – Falou um pouquinho mais contente.


Lancei um olhei para a maça em sua mão, que ela quase fez um escândalo para eu ir buscar, dizendo que desde que saiu de casa estava sonhando com uma. Ela seguiu meu olhar e agora ficou realmente desesperada, voltou a encher os olhos de lágrimas e me olhou com pânico.


– Ah qual é Claire, eu poderia responder sim a várias dessas perguntas também. – Murmurei incerta, indo me sentar ao seu lado e passando meus braços ao seu redor.


Claire não falou nada, fechou os olhos e apoiou sua cabeça no meu ombro, fundando forte. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa para consolá-la, ela levantou a cabeça com o nariz um tanto franzido.


– Que foi? – Perguntei sem entender aquela reação.


– Seu cheiro. Sem ofensas, mas está horrível. Perfuminho marca diabo hein. – Fez uma careta e voltou a se sentar normalmente com cara de quem vai vomitar.


Cheirei minha blusa preocupada com o possível odor, porém estava com o cheiro do meu perfume preferido de morango - presente da própria Claire, a propósito.


– Olfato sensível. – Li outro item do livro, ainda aberto na cama, um pouco mais preocupada.


Claire olhou para ele também e me olhou derrotada suspirando fundo.


– Sem pânico, ok? Você já fez o exame? – Perguntei mantendo certa distância para não perturbá-la com meu cheiro.


– Fiz o exame de sangue hoje de manhã. – Disse colocando o que restava de sua maça em cima da minha escrivaninha. – Não tenho coragem de fazer o teste de farmácia sozinha.


Ela me olhou suplicante e eu entendi o que ela queria.


– Amanhã vamos comprar um.


Era sábado, então poderíamos fazer isso de manhã mesmo.


– Quer dormir aqui?


Claire me olhou um pouco envergonhada e deu um sorrisinho inocente.


– Eu, na verdade, falei para a minha mãe que iria dormir aqui.


Revirei os olhos e puxei-a pela mão para sair da cama.


– Podia ter dito antes. Vou fazer sua cama.


Eu não acredito que Claire está grávida– Pensei comigo mesmo depois que ambas estávamos acomodadas e eu já ouvia sua respiração mais lenta, o que indicava que ela estava dormindo.


Como isso foi acontecer? Ok, eu sei como. Aqueles dois não se desgrudavam mais. Segundo Claire ela esquecera de tomar um dia a pílula, mas achou que não iria dar em nada.


Ontem quando ela estava com Quil se sentiu mal e ânsia de vômito. Como sua menstruação já estava atrasada ela ficou com muito medo de estar realmente grávida e meio que deu um gelo, involuntariamente, em Quil.


Ela estava com medo do que ele iria fazer se soubesse que ela está esperando um filho dele. Meu Deus, um filho! Um bebê. Tentei imaginar a reação de minha mãe se eu chegasse em casa e contasse que estava grávida de um garoto que estou saindo fazem poucas semanas. Ela provavelmente me mataria com suas próprias mãos, e eu sabia que a mãe de Claire era bem pior que a minha. Coitada!


(...)


– Você sabe que estes testes de farmácia, às vezes, não são confiáveis, não é? – Falei um pouco desacreditada para Claire no banheiro da minha casa.


Tínhamos levantado ali pelas dez horas da manhã e já rumamos para a farmácia mais próxima. Claire quis levar a caixa inteira e fez vários testes logo de uma vez.


Ela me lançou um olhar irritado com o meu comentário e falou desesperada:


– Fala sério Ness. Como sete exames podem estar errados? – Ela encarava os vários testes que marcavam dois riquinhos, indicando positivo, um tanto desolada.


– Ok, então é isso. Você sabe o que tem que fazer não é? – Falei decidida a encarar aquela situação. De fato não tinha mais motivos para se enganar.


Ela apresentava quase todos os sintomas descritos no livro e ainda sete testes confirmaram que situação era verdadeira.


– Não. O quê? – Perguntou desesperada.


– Falar com Quil. – Falei simplesmente recendo um olhar de pânico. – Sem essa cara Claire. Ele tem direito de saber que vai ser pai.


Claire fechou os olhos com força com esse meu comentário, mas eu iria fazer o quê? Ela tinha que aceitar o problema em que se meteu e parar de tentar tapar o sol com a peneira.


– Sem careta! – Resmunguei severamente. – Se quiser eu vou com você.


Claire me olhou tristonha e acenou uma vez com a cabeça.


– Ei Claire, sem essa tristeza toda. – Ergui seu queixo com minha mão. – Eu estou aqui, amiga. Tanto quando você for falar com Quil ou com sua mãe, eu vou estar aqui sempre!


Claire encheu os olhos de lágrimas mais uma vez – É, grávidas são sensíveis mesmo – e jogou seus braços os meu redor me abraçando com força. Fiquei ali, com ela chorando no meu ombro, enquanto afanava suas costas para acalmá-la.



POV JACOB


Estava passando os canais da TV sem realmente prestar atenção no que passava. Queria saber por que diabos aquela garota não saia da minha cabeça! Era pedir muito ter alguma coisa nova na mente?


Por mais que eu tentasse, porém, não conseguia evitar. Eu ficava totalmente desligado de todo o resto, apenas relembrando nossas brigas, conversas e aquele beijo. Ah, aquele beijo não saia da minha cabeça por nada no mundo.


Eu estava tão alienado de tudo ao meu redor que meu pai e minha irmã já estavam fazendo piadinhas dessa minha falta de atenção. Billy fez questão de comentar que pensava ter uma mulher envolvida nos meus pensamentos, me deixando totalmente distraído e agora Rachel estava simplesmente INSUPORTÁVEL.


– Eu quero conhecer minha cunhadinha antes de vocês ficarem mais sérios, Jake. – Ia dizendo ao meu lado no sofá. Billy abafou o riso na sua poltrona ali perto lendo o jornal, me fazendo revirar os olhos.


– Pela última vez, – Irritei-me. – eu não estou namorando NINGUÉM e não estou pensando em garota nenhuma! – Menti descaradamente. Pelo menos a primeira parte era verdade.


Rachel começou a dizer alguma coisa, porém para o meu imenso alívio, meu celular começou a vibrar no bolso. Tirei-o rapidamente de lá para ter uma desculpa de calar a boca da minha irmã mala e atendi sem nem ao menos ver quem era.


Jake? – Ouvi a voz de Paul do outro lado.


Ele parecia meio desesperado. Estranho. Entretanto, fiquei um pouco aliviado de ele estar me ligando, deveria querer sair para algum lugar, afinal hoje é sábado e não é dia de ficar em casa vegetando - ainda por cima pensando em mulher.


– E aí Paul, eu tava mesmo querendo... – Comecei a falar animadamente, mas ele me interrompeu muito nervoso. Ele tava me assustando!


– Cara, você ainda não soube o que aconteceu?


– Quê? Não, o quê? – Perguntei um pouco curioso com aquele nervosismo todo.


Paul começou a falar rapidamente, me fazendo entender o porquê daquele desespero e já começando a sentir o mesmo na medida em que ele narrava o que acontecera.




POV CLAIRE:


Eu estava completamente desesperada. Grávida? Eu? Eu já havia chorado tudo que conseguia e agora parecia que não havia mais lágrimas para derramar como se eu tivesse secado por dentro. Isso me deixou um pouco mais aliviada. Eu já estava com dor de cabeça por causa do choro.


Agora eu estava sentada na cama de Nessie, batucando os dedos impacientes nas pernas e esperando ela colocar os tênis. Nós íamos conversar com Quil e era exatamente isso que estava me deixando nervosa.


E se ele não me quisesse mais? Eu estava com ele apenas há algumas semanas. Eu o amo muito, muito mesmo, mas não sabia realmente os sentimentos dele para mim. E se ele fosse daqueles tipos que davam um pé na bunda da garota quando descobriam que ela estava grávida, não querendo assumir a responsabilidade de ter um filho na adolescência?


Outra coisa que em assustava muito mais era a minha mãe. Meu Deus, eu não quero nem ver o que ela vai fazer quando descobrir. Meu pai então! Prefiro nem imaginar. Aqueles dois irão me matar e depois sair para matar o Quil.


– Já falei que não tem fundamento nenhum contar ao Quil sobre isso. – Indaguei pela milésima vez para Nessie assim que ela estendeu a mão para me puxar da cama. – Meus pais vão me matar quando souberem, poderíamos evitar esse momento já que Quil não será mais pai depois que eu estiver morta.


– Claire, cala a boca e vamos logo. – Nessie bufou irritada, e, sem esperar, puxou minha mão, a qual ainda batucava na minha perna, fazendo-me levantar cambaleando.


Ela estava parecendo tão calma com tudo aquilo. Era bom até ter alguém assim por perto em situações como aquelas. Antes de darmos mais um passo o celular de Nessie começou a tocar e ela largou minha mãe para pegá-lo no bolso.


– Quem é? – Perguntei rezando para ser alguém que a fizesse demorar um monte e esquecer completamente o que estávamos prestes a fazer.


– Não sei. – Deu de ombros e colocou o aparelho no ouvido. – Alô? 


Sua expressão mudou rapidamente para raiva e ela falou seca


– O que você quer Black?


Tive que reprimir o riso. Estava tão na cara que Nessie estava afim de Jacob. Ela me contara ontem de noite tudo que acontecera na secretaria, do beijo dos dois e do que ele prometera para Leah logo depois. Por mais que ela quisesse disfarçar, eu vi como o fato dele ter aceitado namorar sério com outra garota a incomodou profundamente.


– Como você conseguiu meu número? – Ela ainda estava irritada. – Ah. – Agora sua expressão era pensativa.


Nessie ficou com a boca aberta por uns segundos, mudando totalmente sua expressão e me deixando um pouco curiosa. Ela estava apreensiva, ao mesmo tempo, temerosa.


– Como assim? E onde vocês estão? – Perguntou rapidamente com a voz preocupada.


– O que houve? – Sussurrei urgente, sendo descaradamente ignorada.


– Claro, claro. Estamos indo! – Falou já desligando o telefone em seguida.


– Que foi? – Tentei novamente, morrendo de curiosidade.


Nessie agora olhava para o chão e tinha aquela sua ruginha de preocupação na testa.


– Claire... – Olhou-me de um jeito estranho e eu me assustei.


Ela estava hesitando demais para falar. Um pressentimento ruim tomou conta de mim e de repente eu não sabia se queria ouvir o que ela estava prestes a dizer.


– O que Jacob queria? – Tentei soar despreocupada, sem muito sucesso - ou melhor dizendo - nenhum sucesso.


– É... É o Quil. – Respondeu por fim e eu senti minhas pernas fraquejarem.


Senti o colchão macio da cama atrás de mim assim que deixei a fraqueza tomar conta das minhas pernas e despenquei em cima dele.


– O Quil o quê? Fala logo Ness! – Insisti urgente com a voz trêmula.


– Ele... – Nessie respirou fundo e falou de uma vez só. – Ele bateu o carro... E está em coma.


A última coisa que me lembro é de uma dor horrível no peito e, então, tudo ficou escuro.


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