Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar antes do que imaginei =))) espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66408/chapter/8

POV JACOB

Eu não conseguia acreditar naquilo. Quil? Meu melhor amigo? Meu irmão, em uma UTI, em coma? Era simplesmente impossível de anexar que aquilo estava mesmo acontecendo; que aquilo não era um pesadelo.

Agora eu estava aqui no hospital, sentando e esperando os segundos passarem lentamente para saber alguma notícia do meu amigo.

Tudo que eu sabia era que Quil estava indo para a casa de Claire, resolver o problema com a garota, quando um carro que vinha na direção oposta perdeu o controle e mudou de direção, indo para cima do carro de Quil.

Eu não preciso nem dizer que o carinha, que agora está cuidando de uma perna quebrada, estava a uma velocidade muito acima do permitido.

Para se salvar, Quil virou o volante com tudo para a sua direita, porém o carro deu com força total em uma árvore e como ele estava sem o cinto de segurança foi sendo lançado para frente do automóvel, batendo a cabeça com força no vidro da frente.

Segundo o médico foi realmente uma sorte que ele ter sido levado para o hospital logo em seguida - se não ele não teria agüentado muito tempo. Eu nem queria pensar nessa possibilidade. Era horrível demais para eu ao menos cogitar.

Paul estava ao meu lado, se mexendo impaciente na cadeira e espichando o pescoço a toda hora para ver se algum médico vinha na nossa direção para informar algo novo.

Eles não haviam deixado ninguém ver Quil ainda, e a família dele, que estava um pouco mais afastada de nós dois, se mexiam impacientes do mesmo modo que Paul.

– Cara, acho que a gente deveria ligar para Claire. – Paul murmurou de repente, fazendo-me parar de prestar atenção na mãe de Quil.

A mulher chorava compulsivamente. Era de dar pena.

– Ah... Claro. Você tem o número? – Perguntei indiferente, nada prendia muito a minha atenção no momento.

– Hum, acho que tem aqui no celular dele. – Falou abrindo a mochila de Quil, que estava no banco ao nosso lado.

Tudo que ele levava foi deixado aqui embaixo depois que a família chegou ao hospital.

– Achei. – Paul falou já colocando o fone no ouvido.

Eu estava me sentindo tão mal que nem prestei atenção no que o garoto murmurava ao meu lado, até ele suspirar depois de um tempo e resmungar:

– Ela está na casa da amiga e não atende o celular.

– Amiga? – Perguntei prestando atenção de verdade pela primeira vez. – Que amiga?

– Aquela lá que vive com ela, sabe? Moreninha gatinha. – Paul respondeu guardando o celular de Quil na mochila novamente.

– Nessie?

– É, essa mesma! – Disse voltando seu olhar para mim. – O que está fazendo? – Perguntou curioso me vendo mexer no meu celular.

– Eu tenho o número dela. – Eu já estava esperando com o fone no ouvido.

Iignorei o sorrisinho malicioso de Paul e esperei ansiosamente por ouvir a voz dela. Talvez me deixasse menos angustiado naquela situações horrível.

Alô? – Ouvi a voz de Nessie curiosa do outro lado da linha, e como havia imaginado, senti-me um pouquinho melhor.

Aquela garota tinha muita influencia sobre mim!

– Oi Nessie, é o Jake. – Murmurei tentando manter a voz calma.

Ccomo eu disse: ela me deixou um pouquinho mais calmo, mas eu ainda sentia um desespero incontrolável dentro de mim.

O que você quer Black? – Nessie rosnou do outro lado da linha e eu não precisava ver ela ao vivo para saber que devia estar com a cara fechada. Ela nunca vai ser simpática comigo, não?

– Olha, eu tenho que lhe falar algo impor... – Comecei a dizer, mas ela me interrompeu irritada.

– Como você conseguiu meu número?

– Você o deixou gravado no meu celular quando tentou ligar para ele na sala da secretaria. – Respondi revirando os olhos para suas perguntas sem importâncias numa hora dessas.

Não que ela tivesse obrigação de saber que alguma coisa tinha acontecido, mas custava muito esperar e escutar?

Ah. – Disse simplesmente e eu aproveitei sua pausa para falar logo de uma vez o que queria.

– Escuta, eu sei que você está com a Claire e você precisa contar para ela que Quil sofreu um acidente grave. Ele bateu o carro e está na UTI... Em coma. – Engoli em seco com as últimas palavras.

Como assim? E onde vocês estão? – Perguntou parecendo, sinceramente, preocupada.

– Não sabemos de muitas coisas ainda já que não nos deixaram ver ele, mas estamos no Hospital Geral. Seria bom se Claire viesse aqui. Eu sei que apesar deles estarem brigados... – Ela não me deixou terminar de novo e já estava murmurando do outro lado da linha.

Claro, claro. Estamos indo. – Ouvi o telefone ficar mudo e tirei-o da orelha.

(...)

Eu não conseguia parar de olhar para o relógio e o tempo parecia passar irritantemente lento.

16h15min.

16h30min.

17h03min.

17h30minh.

– Aquela lá não é a Claire? – Paul perguntou espichando o pescoço em direção a porta de entrada depois de um tempo.

Virei-me instantemente para a entrada do hospital e assisti a Claire entrar desacordada nos braços de um homem de cabelos cor de bronze, seguido por três mulheres logo atrás.

Duas delas me eram familiares - Nessie e sua mãe. A outra eu nunca vira na vida, porém alguma coisa me dizia que era a irmã de Nessie, Bella.

Olhei para Paul e fiz sinal para ele me seguir. Levantei daquela cadeira em que estava sentado havia mais de uma hora - minha bunda já estava quadrada - e me encaminhei para Nessie e sua irmã, que ficaram para trás enquanto um enfermeiro já aparecia para cuidar da garota desacordada nos braços daquele homem.

– O que houve? – Perguntei assim que cheguei perto suficiente e Nessie levantou a cabeça nervosamente me lançando um olhar de reconhecimento.

– A Claire passou um pouco mal assim que soube da notícia. – Nessie respondeu olhando a amiga desaparecer com o enfermeiro com muita preocupação.

– Ela vai ficar bem Ness. – A mulher, que acredito ser irmã da garota, falou apertando de leve seu ombro.

– É que ela está... – Nessie parou de falar e lançou um olhar estranho aos presentes, como se acabasse de se dar conta da nossa presença. - Ah, deixa pra lá. – Soltou um suspirou forte e me olhou apreensiva em seguida. – Como está o Quil?

– Ah. – Resmunguei um pouco distraído.

Estava um pouco ocupado em admirar a garota em minha frente. Estava começando a ficar seriamente preocupado comigo e essas reações estranhas que estou tendo ultimamente. Chacoalhei a cabeça levemente, voltando à tenebrosa realidade que estava vivendo.

– Na verdade eu não sei...

–... Os médicos não falam nada e não deixam ninguém ir vê-lo. – Paul completou tristemente ao meu lado.

– Mas me conta direito o que aconteceu. – Nessie pediu depois de uns minutos em silêncio.

– Eu vou ligar para a mãe de Claire. – A mãe de Nessie, que até então não havia falado absolutamente nada, pronunciou-se recebendo um aceninho singelo da filha com resposta.

– Nós vamos até o refeitório. – O homem que trouxe Claire no colo falou puxando a irm` de Nessie pela mão.

Depois de voltarmos aos nossos lugares antigos, Paul começou a falar sobre o que sabia ter acontecido, porém eu não agüentava mais ouvir aquilo. Não agüentava mais pensar naquilo. Era torturando demais! Ouvir o relato pela segunda vez era ainda pior do que da primeira.

– Vou pegar um ar lá fora. – Falei me levantando e rumando para porta de saída.



POV NESSIE

– Claire? – Chamei desesperada ao ver minha amiga cair dura no colchão da minha cama. – CLAIRE? – Sacudi seus ombros desesperadamente.

– MÃÃÃÃE! – Gritei sem saber mais o que fazer quando percebi que Claire não iria acordar.

– Credo Ness, mas que gritaria é essa? – Bella perguntou entrando no meu quarto e me olhando assustada.

Eu nem sabia que a minha irmã estava em casa.

– É a Claire... Ela... Apagou. – Gaguejei apontando para minha amiga desacordada em cima da cama.

Bella abriu a boca em um “o” perfeito e arregalou os olhos para a cena a sua frente.

– EDWARD?

Cara, o povo aqui de casa gosta de gritar.

Meu cunhado chegou junto com minha mãe, ambos parecendo confusos e curiosos pela razão da gritaria da casa. Edward não esperou explicação nenhuma, já pegou Claire nos braços sem esforço nenhum e a carregou para fora do quarto rapidamente, enquanto isso minha mãe e Bella disparavam um milhão de perguntas para mim.

O caminho para o hospital – Eu sugeri o Hospital Geral, porque assim poderíamos cuidar de Claire e saber sobre Quil – foi tenso. Claire acordava e desmaiava de novo o tempo todo. Ela estava me preocupando seriamente. Por que estava fazendo isso? E isso pode ser muito ruim para o bebê.

Tive que correr para alcançar o passo de Edward quando saimos do carro. Ele andava muito rapidamente com Claire no colo. Logo que entramos no hospital um enfermeiro se aproximou e foi cuidar da minha amiga.

– O que houve? – Ouvi uma voz rouca perto de mim que reconheci instantemente.

Por que o meu coração disparou do nada?

É por causa de Claire, claro. - Uma voz racional respondeu dentro da minha cabeça. - Eu estou preocupada com ela, SÓ ISSO.

Levantei a cabeça para Jacob que me olhava com atenção. Ao seu lado estava Paul.

– A Claire passou um pouco mal assim que soube da notícia. – Expliquei olhando minha amiga ser encaminhada pelo enfermeiro a algum lugar dentro do hospital.

Edward e a minha mãe conversavam ao longe preocupadamente com outro médico, que parecia um pouco mais calmo.

– Ela vai ficar bem Ness. – Bella murmurou ao meu lado, apertando de leve meu ombro.

– É que ela está... – Parei de falar me lembrando que havia pessoas ali por perto. Idiota! Quase conto que Claire está grávida. – Ah, deixa pra lá. – Suspirei e me lembrei de outra pessoa que estava ali naquele hospital. – Como está o Quil? – Voltei meus olhos para Jacob, que ainda me olhava curiosamente. Qual é o problema com aquele garoto?

– Ah... – Estava distraído. – Na verdade eu não sei...

–... Os médicos não falam nada e não deixam ninguém ir vê-lo. – Paul completou parecendo muito mal.

– Mas me conta direito o que aconteceu. – Pedi cansada, queria entender direito toda aquela situação.

– Eu vou ligar para a mãe de Claire. – Reneé murmurou para mim, e eu acenei com a cabeça simplesmente. Tinha esquecido completamente da família de Claire. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

– Nós vamos até o refeitório. - Edward falou puxando Bella pela mão e seguindo pela direção oposta.

Paul começou a me contar tudo que sabia ter acontecido. Ao longe eu via a família de Quil, eles pareciam um tanto atordoados com tudo que estava acontecendo. Uma mulher, que parecia muito com Quil fisicamente, chorava desesperadamente sendo consolada por um homem baixinho e barrigudo.

– Vou pegar um ar lá fora. – Jacob murmurou, interrompendo o que Paul dizia.

Ele estava verdadeiramente abalado, isso estava na cara. E eu senti um estranho desejo de consolá-lo e fazer aquele semblante preocupado e tenso desaparecer do seu rosto.

Paul acenou uma vez com a cabeça e voltou ao seu relato. Eu estava completamente atordoada e ficava cada vez mais à medida que ele continuava narrando.

Quando Paul terminou de me contar tudo, ficamos em silencio por vários minutos, cada uma perdido em seus próprios pensamentos. Eu queria muito saber como minha amiga estava, mas nenhum médico aparecia para informar nada - nem sobre Claire e nem sobre Quil.

Estava com a boca seca, então resolvi ir até um bebedor que tinha ali por perto. Levantei e segui até lá em silêncio completamente perdida em pensamentos. Enquanto estava tomando água escutei uma risada alta, muito conhecida por mim. Encaminhei-me para onde a voz vinha e levei um susto com a cena que vi.

– Oh, não me diga! – Minha mãe falava animadamente para um médico, muito bonito por sinal, que sorria bestamente para ela. – Que coincidência! E você morou por lá até terminar a faculdade?

– Ah, sim. – O médico pomposo respondeu simpaticamente enquanto eu me aproximava lentamente não acreditando muito no semblante que minha mãe exibia. Eu NUNCA a vira falar assim com nenhum homem, nem mesmo com meu pai. – Terminei minha faculdade e então consegui um emprego nesse hospital. Estou aqui até hoje. - Gabou-se.

– Uau! – Reneé ia dizendo.

Ela olhou para o lado e reparou em mim ali a olhando com curiosidade. Quase que de imediato, uma coloração rosada tomou conta de sua face e, então, falou com sua voz um pouco mais alta - característica clara de quando ela está nervosa:

– Doutor Grint, esta é minha filha Renesmee.

O médico encarou-me com curiosidade.

– É um prazer conhecê-la, Renesmee. – Sorriu amigável e depois virou-se para minha mãe mudando o sorriso para abobado, como anteriormente. – E, por favor, me chame de Phil.

– Oh. – Reneé riu mais animada que precisava. – Ah, se prefere assim. Então me chame de Reneé. – Falava isso de forma pateticamente acanhada.

– Claro! É uma pena que preciso ir agora, o dever me chama. – O tal doutor falou com uma careta. – Gostaria muito de conversar mais com você, Reneé.

Minha mãe riu que nem abobada e acenou várias vezes com a cabeça murmurando:

– Claro claro, será um prazer... Phil.

O medico sorriu radiante e com um aceno com a cabeça sumiu de vista. Reneé ficou rindo sozinha até reparar a minha expressão. Eu estava encarando-a com uma sobrancelha arqueada e o rosto milimetricamente inclinado, analisando-a com curiosidade.

– O que foi? – Perguntou na defensiva, mudando seu semblante para mais sério.

– Nada, nada. – Dei uma risadinha do jeito constrangido que ela estava ficando. – Vou ver a Claire.

– Ah, sim tudo bem. A mãe dela já subiu faz uns dez minutos. Ela está no quarto 42. – Reneé murmurou mais animada do que o normal.

– Oh, ok. Sabe alguma coisa sobre Quil?

– O doutor... Hum... Phil – Reneé sorriu um pouco ao pronunciar no nome do médico. – me contou que seu amigo está instável. Eles já fizeram tudo que podiam, agora só depende dele.

– Ah. – Murmurei pensativa, respirando fundo. – Certo, você vem comigo?

Eu tinha a leve impressão que já sabia qual seria a resposta dela. E não me enganei.

– Não, não. – Respondeu olhando para os lados. – Eu vou ficar... Por aqui mesmo.

– Claro. – Tentei manter a expressão séria.

Eu tinha uma leve impressão de que sabia o motivo dela querer ficar ali, onde os médicos passavam a todo o momento. Subi pelo elevador até o quarto andar e achei o quarto que minha mãe informou facilmente. Bati na porta de leve e a abri lentamente.

Claire estava deitada em cama branca com uma roupa de hospital - parecia consideravelmente melhor do que antes - porém sua expressão era de medo. Por um momento pensei ser por causa de Quil, mas depois de reparar na face de sua mãe entendi o motivo.

Claire obviamente já contara para sua mãe sobre sua gravidez. Náo compreendi porque o fizera justo agora.

– Posso entrar? – Perguntei chamando a atenção das duas para mim, que não me ouviram bater na porta.

– Claro Nessie. - A mãe de Claire falou um pouco ríspida para mim. Cara, ela deveria estar uma fera, porque sempre me tratou de forma carinhosa e simpática.

– Eu vou dar um pulinho lá embaixo. Tenho que ligar para o pai de Claire, afinal nós temos alguns assuntos para tratar. – Lançou um olhar severo para a filha e não pude repreendê-la por engolir em seco. - Você não se importa de ficar aqui com ela, não é?

– Ah não, não. Sem problemas. – Respondi esboçando um sorriso singelo para a mulher furiosa e já me encaminhando para a cadeira ao lado da cama de minha amiga.

Esperei a mãe de Claire sair para falar qualquer coisa, enquanto isso eu fiquei analisando minha amiga. Ela estava com uma expressão depressiva, ao mesmo tempo, temerosa.

– Por que contou para ela agora? – Perguntei baixinho assim que ouvi a porta se fechar um pouco agressivamente.

– Eu não contei. – Respondeu, brincando nervosamente com o lençol branco da cama. – Eu falei para o médico quando ele me perguntou por que eu achava que tinha passado mal. Não que eu ache que tenha sido por isso, mas vai saber, né? O fato é que o traíra saiu daqui e foi logo abrir a matraca para minha mãe. – Claire suspirou pesadamente e esfregou os olhos com as mãos.

– Ah. – Resmunguei pensativa, ao mesmo tempo sentindo pena da minha amiga. – E ai, você não pode sair daqui, não?

– Não. – Claire revirou os olhos se acomodando nos travesseiros da cama impaciente. – O médico falou que estou de observação por hora, mas sabe, assim até é melhor.

– Por quê? – Perguntei confusa. Aquela cama parecia ser tão desconfortável.

– É melhor meu pai ficar sabendo disso aqui no hospital mesmo. Ficará mais fácil para me salvarem depois que ele tentar me matar.

Revirei os olhos para Claire e ela me deu um risinho triste - seus olhos eram depressivos.

– Como ele está Ness? – Perguntou depois de um momento em silêncio. Agora sua expressão era de dor e seus olhos expressavam angustia.

Não respondi de imediato. Eu estava um pouco apreensiva se deveria contar a ela o que acontecera realmente; estava com medo dela desmaiar ou passar mal de novo.

– Instável. – Respondi calmamente. – Não sabemos direito ainda, ninguém informou muita coisa, só que agora vai depender dele.

Claire suspirou fundo e afundou a cabeça no travesseiro fechando os olhos com força.

– Que droga! Por que tudo isso está acontecendo comigo, Ness? Por que justo agora isso foi acontecer com ele?

Quando me dei por conta ela já estava chorando de novo.

– Amiga, olha só. – Sentei-me na beira de sua cama, pousando a mão em seu ombro. – Você tem que ser forte. Eu sei que é difícil, mas você tem que pensar positivo. O Quil vai sair dessa, ele é forte! E então vocês dois vão lidar junto com o filho de vocês. – Tirei as mãos do rosto dela para que ela me olhasse. - Agora para de chorar e respira fundo. Você ainda tem que encarar seu pai daqui a pouco e não vai fazer isso com essa cara derrotada!

Claire me olhou por um momento, suspirou e limpou as lágrimas se sentando corretamente na cama.

– Sabe, ás vezes, eu não sei o que faria sem você. – Puxou-me para um abraço forte e eu o retribui, querendo tirar o máximo de sofrimento da minha amiga.

– Eu sei, eu sei. – Falei ironicamente e beijei sua bochecha, ouvi-a soltar um risinho tristonho.

Não sei quanto tempo fiquei ali abraçando Claire, mas apenas nos separamos quando a porta se abriu e os pais da Claire entraram no quarto.

O pai dela parecia muito irritado e mais furioso que eu já vira em toda a minha vida. Ele nem me cumprimentou, limitou-se em se virar na minha direção e sibilar raivosamente.

– Será que pode nos dar licença? Gostaria de conversar com a minha filha. A sós! – Estava literalmente saindo fumaçinhas pelas orelhas do homem.

Claire estava encolhida na cama, um tanto assustada. E sua mãe não parecia mais tão brava quanto antes. Estava olhando para seu marido um pouco receosa.

– Ahm... – Falei um pouco nervosa, lançando um olhar para Claire. Ela estava nitidamente apavorada. Eu não podia deixar ela sozinha numa hora daquelas. – Eu acho melhor...

Antes que eu conseguisse terminar de completar minha súplica a porta do quarto se abriu e Bella entrou calmamente.

– Oi Claire, como você está se sentindo? – Perguntou minha irmã vindo na minha direção com os olhos na minha amiga. Ela nem ao menos foi afetada pelo clima tenso do quarto.

– Estou melhor, obrigada pela preocupação Bella. E agradeça Edward por mim. – Claire murmurou com a voz trêmula. Ela só tentava transparecer que estava tudo bem, mas eu conhecia muito bem a minha amiga para saber quando ela estava fazendo um teatrinho.

– Sim, foi muita gentileza de vocês cuidarem dela! – A mãe de Claire forçou um sorriso em direção a minha irmã. Ela claramente estava tentando amenizar a situação que se instalava no local.

– Que é isso! Fico feliz que tudo esteja bem. – Bellau sorriu para os três e pareceu ignorar por completo a expressão raivosa do Sr. Bennet. Voltou-se para mim estendendo seu celular. – Papai quer falar com você.

– Tá, eu ligo para ele depois. – Guardei o celular no bolso.

– Não, ele falou para ser agora. – Bella falou naquele seu tom autoritário que eu tanto odeio.

– Mas eu... – Comecei a protestar olhando para Claire.

Eu não podia abandoná-la agora - não quando estava na cara que seu pai pularia no seu pescoço a qualquer momento.

– Está tudo bem, Ness. – Claire falou me surpreendendo.

Fiquei olhando-a desacreditada por um momento, mas ela acenou uma vez com a cabeça e me olhou de uma forma que me convenceu.

Sai do quarto com minha irmã logo atrás. Disquei o numero do meu pai, com a cabeça na conversa que Claire provavelmente estava tendo com seus pais, e tentando não pensar no que seu pai faria com ela. Pelo menos sua mãe estava mais calma do que antes. Era bem provável que defenderia Claire da fúria do Sr. Bennet.

Eu me sentia mal de não estar lá ao lado de minha amiga, mas ao mesmo tempo assim era melhor, aquele era um assunto de família e eu não me sentiria bem lá como intrometida.

Sim? – Ouvi a voz do meu pai do outro lado da linha.

– Oi pai, é a Ness. – Falei descendo as escadas para o andar debaixo.

Iiria ficar na recepção até alguém descer do quarto de Claire e já aproveitaria para ver se havia alguma noticia nova sobre Quil.

Ah, e aí gatinha! – Meu pai disse animadamente. – Queria mesmo falar com você. É sobre o casamento.

– Ahhh! – Rolei os olhos, indiferente. Encarei a recepção atentamente, tentando procurar alguém conhecido. Cadê todo mundo?

A Sue quer falar com você. Será que pode passar aqui na hora do almoço? Aí já aproveitamos e almoçamos juntos e depois vocês podem resolver as coisas pendentes do casamento. O que me diz?

– Ah. – Suspirei um pouco desanimada. Não via desculpas e nem motivos para adiar aquilo. Era melhor fazer logo de uma vez e me livrar daquela chatisse o mais cedo possível. – Claro, pai.

– Ótimo, então nos vemos amanhã! Te amo gatinha.

– Ok, também te amo pai.

Desliguei o celular suspirando alto. Ótimo, tudo que eu queria era um almoço com a noivinha sem graça do meu pai. Varri, mais uma vez, o ambiente com os olhos.

Não havia ninguém ali. Talvez eles estivessem lá no refeitório, porém eu estava com mais vontade de ir lá fora. E por que eu estava indo para lá? Eu sei, é obvio até demais, mas eu insistia em iludir a mim mesma afirmando mentalmente que eu precisava tomar um ar fresco depois de tudo que aconteceu nas ultimas horas - nada mais do que isso.

Olhei para todos os lados e achei quem estava procurando instantemente. Ele estava sentando em um banco um pouco mais a frente, com sua cabeça abaixada. Como alguém consegue ser tão inegavelmente lindo de costas?

Involuntariamente minhas pernas me guiaram para onde Jacob estava sentado. Na verdade eu estava um pouco apreensiva. Talvez ele quisesse ficar sozinho naquele momento, afinal o melhor amigo dele estava muito mal, no entanto eu não tinha controle sobre minhas pernas e continuei me aproximando lentamente.

Jacob não fez sinal nenhum de ter reparado em minha chegada, porém de algum jeito, eu sabia que ele pressentia alguém ali.

– Quer ficar sozinho? – Sussurrei apreensiva.

Ele levantou os olhos para mim e eu levei um susto. Eu nunca, em toda minha vida, imaginaria ver Jacob Black com lágrimas nos olhos. Seus olhos estavam marejados e sua expressão era de dor clara. Senti-me instantemente mal ao ver aquela cena. Vê-lo sofrendo de alguma forma me causava dor também.

Jacob negou com a cabeça uma vez e voltou a baixar a cabeça, fungando forte. No mesmo momento eu me sentei ao seu lado e, sem pensar passei os braços ao redor de seus ombros, tentando desesperadamente tirar um pouco do sofrimento dele, assim com fiz com Claire momentos antes.

Ele não pareceu pensar duas vezes e enterrou seu rosto no meu ombro chorando baixinho. Eu me permiti ficar ali, afanando suas costas e abraçando-o de forma confortadora. Aquele, com certeza, não era o Jacob metido e arrogante que eu conhecia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não sei se vou conseguir postar tão cedo agora, mas vou fazer o possível! Obrigada a todos que estão lendo e comentando, não sabem o quanto eu fico feliz =)) Beijão!