Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 16
Capítulo 16




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POV NESSIE


Nem ao menos eu sei o porquê desse meu choro compulsivo. Talvez fosse pela mistura de sentimentos que se passava dentro de mim, ou então são todas as lágrimas reprimidas de todos os anos em que eu me politizei, de forma severa, a nunca sofrer por causa de meu pai. Não mais, pelo menos.


Eu sentia ódio e medo. E, sinceramente, estava feliz de ao menos ter Jacob me amparando, permitindo-me encharcar sua camiseta branca com minhas lágrimas intermináveis.


Eu havia escolhido esse lugar exatamente por isso. Sabia que a única pessoa que me acharia ali, seria quem eu mais precisava naquele momento.


Ele não fez nenhuma pergunta em relação ao meu desespero repentino. Apenas me balançava lentamente de um lado para o outro, como fazem para colocar criançinhas para dormir. Uma vez ou outra, beijava o topo de minha cabeça carinhosamente.


Depois do que me pareceu minutos, eu respirei fundo e levantei a cabeça de seu ombro molhado. Limpei as lágrimas do meu rosto e sentei-me no chão frio. Chega! Estava sendo fraca e boba.


Jacob imitou meu gesto, ainda em silêncio, e passou os braços ao redor de meus ombros. Aquele toque fez com que eu me sentisse instantemente melhor.


– Sue está grávida. – Expliquei com a voz rouca pelo choro.


– Eu sei. – Falou baixinho, surpreendendo-me. – Sua família me contou antes de eu vir para cá.


De fato eu havia visto ele antes de sair correndo que nem uma louca pela rua, mas no momento estava tão desesperada para dar o fora dali que nem ao menos parei para cumprimentá-lo, ou dar alguma satisfação da minha reação inesperada.


– Eu só estou surpreso de te ver nesse estado. – Comentou curioso. – Não é uma noticia assim tão surreal, certo? Eles são casados...


– Jacob, você não entendeu ainda a seriedade do problema? – Questionei, cansada. – E além do mais, eles estão casados há apenas um dia, menos até! – Bufei com o pensamento que me veio à mente. - Deve ter sido esse o motivo do casamento sair às pressas.


– Hum, é. Pode ser. – Concordou depois de um tempo. – Mesmo assim, por que esse desespero todo?


– Ele vai ter um filho com aquelazinha. Simplesmente vai esquecer de mim... E de Bella, possivelmente. – Suspirei.


Ficamos em silêncio por um momento.


– Você está com ciúmes? – Jacob questionou surpreso. – Isso tudo é por ciúmes?


– O quê? – Encarei-o incrédula – Não, é claro que não! Bem... Talvez! – Soltei o ar dando-me por vencida - É só que... – Pausei, abaixando a cabeça. – Eu só não quero perder meu pai de vez! – Respondi baixinho, não acreditando que estava falando aquilo em voz alta.


– Você está... Você... – Jacob chacoalhou a cabeça atordoado. Lindo. Mesmo nessas horas críticas, ele consegue mexer com a minha sanidade mental. – Eu não entendo! – Falou por fim. – Você nunca pareceu se importar muito em estar perto de seu pai. Parece até que nem gosta dele...


– Agora. – Completei suspirando.


– Como assim? – Ele definitivamente parecia confuso.


– Ah Jake, qual é? Você realmente acha que eu sempre o tratei dessa forma? E ele sempre me tratou como me trata agora? Quer saber por que ele age como o bom samaritano comigo hoje em dia? Não, não é amor. – Eu o interrompi quando fez menção de falar. – É culpa! – Respondi desgostosa.


– Não estou entendendo nada! – Jake admitiu por fim, e eu sorri revirando os olhos.


– Sabe, quando eu era criança simplesmente me fascinava ter um pai famoso – Sorri ao lembrar de como eu era boba na época. – Eu fazia questão de falar para todo o mundo quem era meu pai, mostrava para minhas amiginhas todas as revistas em que ele aparecia, estava sempre comunicando quando ele apareceria na televisão, e em que canal iria ser. – Suspirei ficando séria. – Eu demorei tempo demais para perceber quem de fato era a sua verdadeira família.


– Mas agora...


– Agora ele percebeu o que fez. Na verdade, tudo mudou quando ele conheceu a Sue. Ele parou de viver apenas em função do trabalho, porque enfim achou algo que gostasse mais do que aquilo. Ele nunca amou verdadeiramente minha mãe, e nem a mim e minha irmã. Não a ponto de superar sua paixão pela música, pelo menos.


– Oh Nessie, não deve ser bem assim. – Jake tentou me consolar, mas eu o interrompi.


– Não é bem assim? – Ri irônica. – Sabe em quantas peças de balé ele foi me ver quando eu me apresentava?


– Espera ai! - Ele fez uma careta engraçada. – Você dançava balé? – Inesperadamente ele começou a rir.


– Fazia. – Respondi fechando a cara para ele. – E qual é a graça, palhaço?


– Nada não. – Comentou ainda rindo um pouco. – É só que balé parece ser um pouco... Delicado demais para você.


– Ei! Eu sou delicada! – Dei-lhe um soco no ombro, indignada. Era a segunda vez que ele falava aquilo em menos de vinte e quatro horas.


– Estou vendo! – Ironizou, massageando a área atingida.


Gargalhei mostrando-lhe a língua. Talvez eu gostasse de Jake por isso. Ele consegue me fazer rir nessas horas onde tudo que eu mais quero é chorar até dormir.


– Como eu dizia, – Continuei voltando a ficar séria, assim como ele. – eu sempre falava para minhas colegas de dança que ele viria me ver, e estaria na primeira fila me aplaudindo. Ele me dizia que se eu quisesse ser famosa que nem ele eu tinha que ensaiar, e me esforçar muito. Eu fazia isso. E esperava quase ansiosamente para saber o que ele achou da minha apresentação final. Só que quando eu olhava para onde minha mãe estava me aplaudindo em cima do palco, a sua cadeira sempre estava vazia.


Bufei passando as mãos pelos cabelos. Tentei afastar aquelas imagens perturbadoras da minha mente.


– Ele deve ter tido um bom motivo. – Jacob tentou reverter a situação.


– Tinha. – Comentei revoltada. – E era sempre o mesmo. Eu tinha oito anos quando cai na real, sabe? Simplesmente enxerguei que eu não era nada de tão importante e especial para ele. Não quanto imaginava, pelo menos.



FLASH BACK

Era dia 12 de agosto de 2001. Uma manhã de domingo agradável e ensolarada. Desci correndo as escadas de casa, pulando dois degraus de cada vez, ainda com meu pijama cor de rosa, e minhas meias de dedinhos coloridas.

– Nessie! – Reneé chamou depois de eu passar voando pela cozinha. Voltei para a porta e a encarei impaciente. – Quantas vezes eu já falei para colocar um calçado nos pés? – Ela brigou parando o ato de cortar cebolas no balcão da pia.

Ignorei a bronca e me pus a correr novamente.

– E NÃO CORRA PELA CASA TAMBÉM! – Acrescentou mandona.

Ignorei aquilo também. Será que ela não entendia o quão importante era o que eu estava prestes a fazer?

Eu havia passado às últimas horas em meu quarto, sentada no chão e desenhando contente o desenho que estava em minhas mãos agora. Eu queria terminá-lo a tempo, porém ele tinha que ficar perfeito antes disso.

Parei minha corrida pela casa um pouco perdida. Onde será que ele está? Foi então que uma música preencheu o silêncio do ambiente. Um sorriso maroto se formou em meu rosto quando ouvi a voz grave de meu pai atender ao telefone.

Voltei a correr, agora em direção a sala de estar, onde parecia estar vindo a sua voz. De fato lá estava ele. Sentado em sua poltrona favorita, sorrindo feliz ao conversar com quem quer que seja pelo aparelho celular. Eu tinha que mostrar a ele agora, uma vez que ele estava prestes a viajar, logo após o almoço.

– PAI! – Gritei animada me encaminhando até ele, dando saltinhos pequenos.

Ele se limitou a fazer sinal mandando-me falar baixo, e voltou a sua conversa, sem me dar muita atenção.

– Olha o desenho que eu fiz pai. – Ignorei seu pedido enfiando meus rabiscos a sua frente, ainda pulando animada.

Queria muito saber o que ele havia achado de minha obra prima. Acordei mais cedo que o normal para fazê-lo inclusive, mas eu definitivamente não me importava, já que estava fazendo aquilo para Charlie.

– Não me diga? – Ele gargalhou ao telefone, e eu pulei revoltada na sua frente.

– Pai! Pai! Olha só! – Indiquei o papel que segurava. – Esse é você cantando e essa sou eu ao seu lado. – Expliquei minha obra de arte, contente. – Eu sou sua fã número um, olha! – Indiquei a facha que “eu” segurava no desenho.

– Um momentinho, Harry! – Meu pai falou ao telefone, depois me olhou de forma reprovadora. - Nessie, eu estou tentado conversar com uma pessoa importante aqui e com você tagarelando ao meu lado sem parar eu não sou capaz de ouvir. – Finalizou se levantando de sua poltrona e se encaminhando para fora do cômodo.

– Não, não. Não era ninguém. O que você estava falando mesmo? – Foi dizendo calmamente enquanto eu me sentava em sua poltrona cabisbaixa, e encarava o papel em minhas mãos.

Ele nem se quer olhou para o desenho! Só estava preocupado com aquele telefone idiota... De novo!  

– Ness? – Ouvi a voz de minha mãe perto de mim. Foi só então que eu percebi que meus olhos estavam marejados. – O que foi? Oh, que lindo esse desenho! Foi você que o fez? – Ela se sentou no braço da poltrona em que eu estava, passando as mãos de leve em meus cabelos.

– Tanto faz! – Funguei alto levantando-me e correndo em direção ao meu quarto.

Nem ao menos lancei um último olhar para o desenho, que amassei e joguei em um canto qualquer da sala, antes de me retirar. O desenho que passei as últimas duas horas fazendo. Imaginando ingenuamente que seria o presente de Dias dos Pais mais perfeito que eu podia dar para o pai mais perfeito do mundo.

FIM DO FLASK BACK


POV JACOB


Ouvi a história de Nessie completamente espantado. Eu nunca imaginaria que o meu cantor favorito fora simplesmente tão insensível com sua filha caçula.


– Ele mudou, Ness! – Tentei consolá-la. – Ele se arrependeu.  


– Pena? Eu não quero esse tipo de amor! – Ela resmungou manhosa. – Esse sempre foi um medo que eu tive. – Admitiu. – Desde que ele começou a namorar Sue depois de conhecê-la naquela maldita turnê. Um filho definitivamente era meu pior pesadelo!


– Eu não entendo. Se você tem tanto medo de perder seu pai, por que demonstra que o odeia?


Nessie suspirou e se pos em pé. Andou impaciente de um lado para o outro na minha frente enquanto desabafava.


– Eu o trato assim para que ele entenda que eu ainda estou magoada. Eu não sei se vou conseguir perdoá-lo algum dia. Ele me desapontou muito! – Ela suspirou fundo. – Agora acredito que ele não vá mais precisar correr atrás de mim, não é? Terá um filho novinho para poder cuidar e dar todo o amor que não deu a mim e Bella. Ele terá uma segunda chance. No final das contas eu fui apenas um... – Fez uma pausa, pensativa. – Rascunho.


Ela se virou de costas para mim, encarando a paisagem à nossa frente. Levantei-me também e me encaminhei até ela.


– Ness, não é bem assim! – Abracei-a pelas costas. – Ele ama a Sue mais do que sua mãe. Isso não quer dizer que vá amar mais o filho dela do que você. Ele quer a segunda chance dele com você, e só cabe a você dá-la. – Depositei um beijo em seu ombro desnudo.


Ela abaixou a cabeça, fitando seus pés por um momento. Girei seu corpo pela cintura, para que ficasse frente a frente comigo.


– Vai dar tudo certo! – Retirei os fios de cabelo teimosos que insistiam em voar para frente do seu rosto. – Estou aqui com você!


Nessie abriu um sorrisinho mínimo de agradecimento, enquanto uma lágrima solitária caia pela sua face. Rocei meus lábios por sua bochecha, secando-a. Estava prestes a encostar meus lábios nos seus quando... Adivinha? Sim, a porra do meu celular! Vou jogar esse aparelho maldito na parede daqui a pouco.



POV NESSIE


Sinceramente eu não faço a mínima ideia do que eu faria se Jacob não existisse. Simplesmente não conseguiria racionalizar direto em um momento como esse.


Fiquei observando-o mexer no celular com apenas uma mão, pois ainda mantinha um de seus braços musculosos ao redor do meu corpo. Estava tão perto que sua respiração acariciava minha face prazerosamente.  


Achei um pouco estranha a reação dele ao ver o que havia no aparelho em sua mão.


Choque? Pavor? Raiva? Tudo isso pareceu transparecer por sua face em apenas um segundo.


– O que houve? – Questionei espichando o pescoço para ver o que tanto o atormentava.


Jake retirou o celular da minha frente rapidamente e logo o guardou no bolso novamente. Lançou um sorrisinho amarelo na minha direção, fazendo-me estreitar os olhos.


– Sabe o que pode te animar? – Pareceu querer mudar de assunto.


– O quê? – Murmurei ainda desconfiada. O que ele queria me esconder?


– Pular! – Respondeu abrindo aquele sorriso. O MEU sorriso.


– Pular? – Franzi a testa.


Ele revirou os olhos pela minha lerdeza, e indicou com a cabeça o penhasco à nossa direita. À medida que as palavras e gestos começavam a fazer sentido, eu sentia meus olhos se arregalarem de pavor em meu rosto.


– Ficou maluco? Virou suicida? – Recuei alguns passos daquele maníaco, saindo de seu abraço. – Eu sei que estou passando por uma fase difícil, mas sinceramente, ainda gosto de viver!


Jacob simplesmente gargalhou alto em virtude do meu desespero. Ele é psicopata ou o quê?


– Alguém já disse que você faz muito drama por pouca coisa? – Perguntou divertido. – Não tem problema nenhum, Ness. Eu já pulei várias vezes. – Contou fazendo pouco caso.


– Você deve ter um distúrbio mental. Eu sempre desconfiei. – Analisei a altura do penhasco. Ok, não era assim tão alto, mas eu nunca teria coragem de me arriscar tanto.


– Tudo bem, se não quer ir. – Deu de ombros, e começou a andar despreocupadamente para longe do precipício.


Continuei parada no mesmo lugar, lançando olhares calculistas e cuidadosos para o riozinho que passava abaixo do lugar em que estava. Será que é muito fundo? Bem, eu é que não quero descobrir.


– Ness? – Ouvi a voz de Jacob chamar atrás de mim.


– Hum? – Virei-me tentando encontrá-lo.


Ele estava a apenas alguns metros de mim, e para o desespero do meu coração, sem camiseta. Acho que perdi minha consciência por alguns instantes. Por Deus, aquilo é mesmo real? Na noite passada, quando o imaginei sem camiseta não fiz jus ao que de fato é. Eu estava tendo a visão privilegiada do paraíso!


– A água realmente deve estar ótima hoje. – Comentou sorrindo maliciosamente em me ver visivelmente hipnotizada por seu tanquinho MA-RA-VI-LHO-SO!


– É... – Resmunguei sem pensar, ainda atordoara pela visão que estava tendo.


Jacob estava descalço e seu olhar tinha um pouco mais do que malicia. Havia um brilhinho sacana, igual à de criança quando está prestes a aprontar.


Então a ficha caiu.


– Nem pensei nisso! – Exclamei assustada, recuando um passo.


Ele parecia estar apenas esperando eu entender o que pretendia fazer para finalmente agir. Nem deu tempo de eu abrir a boca, e Jacob já estava correndo na minha direção.


Fechei os olhos com força ao sentir aqueles braços agarrando-me fortemente e, em seguida, o chão sumir dos meus pés.


Meu grito de raiva, susto, choque, ficou preso na garganta. Tudo que eu pude fazer foi apertar aquela criatura que me agarrava, passando minhas pernas e braços ao redor naquele corpo irresistivelmente gostoso.


Jacob gargalhava baixinho em meu ouvido.


Senti a água gelada me atingir e ficamos apenas um segundo imersos nela, voltando logo para a superfície.


– SEU IDIOTA, PALHAÇO, ESTÚPIDO! – Gritava e tossia ao mesmo tempo, socando aqueles ombros morenos com raiva. Eu estava morrendo de ódio daquele animal sem noção! Quem ele pensa que é?


E para aumentar mais ainda o meu ódio por ele, o garoto simplesmente gargalhava, mostrando-se completamente indiferente aos socos que recebia.


– EU TE ODEIO! – Gritei por fim, passando as mãos nos cabelos para retirar o excesso de água.  


– Não é o que parece. – Gargalhou irônico apontando para minhas pernas ainda enroscadas em seu tronco.


Que é? Eu estava brava, mas não sou louca. Ainda temia pela profundidade daquele rio, e além do mais eu não sei nadar direito.


Bufei, e avistei um ponto onde a água parecia estar mais rasa. Direcionei-me para lá, dando as costas para aquele garotinho insolente. De fato aquele ponto do rio a água batia em minha cintura, e encostei-me na pedra gigante que havia ali por perto refletindo em como sairia dali agora. Dei-me conta de que estava descalça. Perfeito!


Jacob me seguiu, ainda achando muita graça na minha irritação toda.


– Para de rir! E eu perdi minhas rasteirinhas preferidas por sua causa. – Rosnei, cruzando os braços.


Jacob revirou os olhos se aproximando cada vez mais.


– Vai me dizer que não gostou? – Sorriu prensando meu corpo contra a pedra fria, e dura.


– NÃO! – Gritei virando o rosto para o outro lado.


Aquele sorriso de conquistador barato realmente tinha seu poder de persuasão, e, sinceramente, eu não podia cair em seus encantos. Não agora, pelo menos.


Senti seus lábios macios em meu pescoço enquanto ele colava seu corpo molhado no meu. Minhas pernas fraquejaram quase instantemente e meu coração disparou descontrolado no peito.


Ele foi subindo sua boca de modo lento e torturante, apertando minha cintura provocativamente. Beijou toda a extensão do meu maxilar, até chegar à minha orelha. Deu uma leve mordida ali, sussurrando com sua voz rouca sexy.


– Ainda está brava?


– Ahã. – Foi tudo que eu consegui pronunciar naquele momento.


Minha respiração, que já estava falha, se perdeu completamente quando seus beijos seguiram em direção a minha boca e com uma mão ele puxou meu rosto para frente.


– Não vai me desculpar? – Sussurrou com os lábios nos meus.


Fechei os olhos negando com a cabeça de leve, sem quebrar o contato com sua boca. Era a única coisa que eu conseguia fazer naquela situação. Estava absolutamente entregue ao garoto - e de muito bom grado.


Inesperadamente, porém, Jacob se afastou.


Abri meus olhos surpresa com aquela reação.


– O que está fazendo? – Fechei a cara ao o ver recuar mais um passo com uma expressão indiferente.


– Estou lhe dando espaço. Não está brava comigo? – Deu de ombros, sem se abalar. Jogou-se, então, na água de costas e começou a boiar para longe de mim como se nada tivesse acontecido.


Revirei os olhos bufando. Dei dois passos, e pulei em sua direção. Meu salto foi estritamente calculado, e cai perfeitamente por cima do seu corpo submerso, nos fazendo afundar na água do rio.


Antes mesmo de voltar à superfície, eu tratei de selar nossos lábios. Jacob sorriu contra minha boca, abraçando minha cintura e impulsionando nossos corpos para cima.  


– Cala a boca! – Indaguei antes que ele fizesse algum comentário típico seu do tipo “eu sou o bom”.


Ele gargalhou mostrando-me a língua. Prendia-a com meus dentes, sorrindo maliciosa, e Jake arregalou os olhos, surpreso.


– Não conhecia esse lado seu. – Sussurrou com falso espanto.


– Ué, quem mostra a língua pede beijo. – Dei de ombros.


– E onde está meu beijo então? – Arqueou as sobrancelhas.


Sorri antes de colar minha boca na sua. Beijar Jacob Black era com certeza a melhor coisa que existia no mundo! Seu gosto era simplesmente viciante.


Minhas mãos passeavam livremente pelo seu peitoral de tirar o fôlego. Tinha que aproveitar, não é? Não é sempre que um homem desses está te beijando SEM camisa. As mãos de Jacob apertavam minhas coxas desnudas ousadamente.


Ele sugou meu lábio antes de separar sua boca da minha, se encaminhando para meu pescoço logo em seguida. Distribuía beijos, lambidas e chupões em toda aquela área, fazendo-me delirar e arfar. Eu já nem lembrava mais do problema que estivera chorando alguns minutos atrás. De fato, essa ideia de Jake me animou bastante.


(...)


Quando já estávamos literalmente murchos em função da água, decidimos voltar ao lugar de onde viemos. Fizemos a trilha de subida de mãos dadas, trocando caricias, e para não perder o habito, implicando um com o outro.


– Mas então, – Jake sentou-se no mesmo lugar onde eu desabafei revoltada sobre meus problemas momentos atrás. – você dançava balé?


Não entendi o sorrisinho sacana que se formou em seu rosto após proferir aquelas palavras. Sentei-me entre as suas pernas apoiando minha cabeça em seu ombro.


– Fazia. Por quê? – Franzi o cenho, virando o rosto para encará-lo.


– Eu só estava imaginando... – Ele pausou, aumentando seu sorriso. – Você deve ser bem flexível, não?


Corei violentamente, fazendo Jake gargalhar gostosamente e depositar um beijo estalado em minha bochecha.


– Não imagina o quanto! – Entrei na brincadeira, piscando maliciosamente, ainda corada.


Agora foi a minha vez de gargalhar. Jacob arregalou tantos os olhos que por um momento me perguntei se cairiam das órbitas. Depois de dois segundos, porém, voltou a me olhar divertido, e se possível, com um sorriso ainda maior que antes.


– Sabe de uma coisa? Adorei esse seu lado safado! – Riu selando nossos lábios em um beijo carinhoso.


Permanecemos ali, esperando o sol nos secar da melhor maneira possível. Assistimos ao pôr-do-sol abraçados, e aquele sem dúvida alguma era o crepúsculo mais lindo que eu tive a honra de presenciar. Não só pela pessoa estonteante que estava com os braços ao redor de meu corpo, mas sim pela paisagem estupenda.


– Ness? – Jake sussurrou em meu ouvido depois de um tempo. Já estava praticamente escuro e eu descansada minha cabeça em seu ombro, com os olhos fechados.  


– Sim? – Murmurei ainda sem abrir os olhos.


– Acho melhor irmos. Sua família deve estar preocupada! – Comentou fazendo-me suspirar.


Eu sabia que teria que enfrentar meu pai logo, mas estava tentando ignorar aquele fato por agora. Passei a tarde mais perfeita da minha vida hoje, não queria estragar tudo voltando à minha realidade torturante.


Jake levantou-se e estendeu a mão para mim. Lançou-me um olhar sereno murmurando.


– Estou com você!


Foi isso que me deu forças para levantar e seguir com ele até o carro de minha irmã estacionado ali perto. Eu não estava sozinha e eu sentia que ao lado de Jacob eu conseguiria enfrentar qualquer coisa. Até o meu pior pesadelo.








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Notas finais do capítulo

Entãaaao? Gostaram? Eu já tinha esse Flash Back escrito há muito tempo, espero que tenham entendido essa frieza toda dela agora =)Tentarei postar o mais breve possível, prometo! hihi Obrigada mais uma vez pelos comentários lindos e perfeitos! Vocês não sabem o quanto eu fico feliz quando os leio! Críticas, sugestões, opiniões são bem-vindas!Beeeeijão =@