Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 15
Capítulo 15




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POV NESSIE


Eu estava nas nuvens. Simplesmente não conseguia acreditar em tudo que acontecera essa noite. Bem ao contrário do que eu esperava, não foi um total fiasco ou perda de tempo. Na verdade, foi a melhor noite da minha vida!


Abri a porta da frente ainda achando graça do jeitinho embaraçado de Jacob. Uma coisa que eu nunca esperava ver era isso: Jacob Black sem jeito perto de uma garota. Tentava não me iludir demais achando que eu era o motivo de deixá-lo assim, tão estupidamente fofo.


Todos os meus pensamentos e lembranças se dissiparam, assim como o sorriso bobo que insistia em permanecer em meu rosto, no mesmo momento que eu acendi a luz da sala ao entrar em casa.


Pigarreie alto pela segunda vez pela mesma razão. Adivinha quem estava dando uns amassos legais no sofá da sala? Reneé. Cara, minha mãe uma vez era mais puritana - ou pelo menos era o que eu achava.


– Ness! – Ela me cumprimentou após desgrudar a sua boca do doutor-tarado. – Eu... Nós... Onde você estava?


Revirei os olhos para a tentativa fracassada de mudança de assunto. Eles ainda estavam vestidos com as roupas do casamento, mas alguém me explica por que diabos a luz estava apagada?


Ah, quer saber, deixa pra lá! Não sou eu quem vai estragar o momento nojento de minha mãe, afinal hoje eu estou com o bom-humor lá no céu.


– Estava por aí. – Dei de ombros sorrindo. Tentei não gargalhar da expressão espantada de ambos. Deviam estar esperando uma explosão gigantesca de minha parte. – Boa noite pra vocês! – Encaminhei-me para a escada. – Ah. – Recuei um passo voltando ao campo de visão dos dois, que me olharam com o cenho franzido. – Se comportem, hein! – Pisquei maliciosamente para minha mãe, que para variar, corou que nem tomate.


Subi as escadas gargalhando baixinho. Quem diria que apenas um beijo daquele garoto me deixaria assim? Completa e estranhamente calma.


Abri a porta do meu quarto e estagnei. Sabem quando dizem que o que é bom, dura pouco? Absolutamente verdade. Apesar de Jacob ter mexido com o meu estado de espírito, tudo tem limite não é?


– Que suruba é essa aqui? – Rosnei batendo o pé para os dois sem vergonhas NA MINHA CAMA.


Por um lado eu estava feliz que aparentemente a minha conversa com Edward tenha surtido em algum resultado, mas fala sério, por que diabos o resultado tem que ser NA MINHA CAMA?


Eles se separaram imediatamente e mais do que depressa tentaram arrumar os cabelos bagunçados e roupas desarrumadas.


– Ness... Nós... – Edward começou a se explicar, mas eu o interrompi.


– Eu sei o que estão fazendo, me poupe dos detalhes, sim?


Refleti por um momento em como que nossa casa havia virado um motel em tão pouco tempo. Bem, se eu soubesse disso teria convidado Jacob para entrar... Chacoalhei a cabeça com força para que aqueles pensamentos impróprios saíssem de minha mente e voltei minha atenção para os dois a minha frente.


– Fico feliz que os dois tenham se acertado. – Admiti serena. – MAS SERÁ QUE NÃO PODIAM FAZER ISSO NA CASA DE VOCÊS? – Gritei cruzando os braços.


– Calma maninha! – Bella se pronunciou erguendo suas mãos em forma de rendição. – Na verdade, era isso mesmo que estávamos fazendo. – Levantou-se e começou a juntar suas tralhas pelo quarto.


– Eu percebi que era exatamente isso que estavam fazendo! – Resmunguei baixinho comigo mesmo, mas os pervertidos ouviram e riram também, corando de leve.


Depois de, finalmente, despachar minha irmã do meu querido e amado quarto, tirei aquele vestido bizzaro e me preparei para ir dormir. Suspeitava que tivesse bons sonhos essa noite.




POV JACOB


Dirigi calma e alegremente em direção ao local onde o casamento fora realizado. É claro que minha mente ainda estava naquela princesinha linda. Gargalhei sozinho imaginando a reação de Nessie se eu a chamasse assim algum dia. Provavelmente meu ombro ganharia um novo hematoma.


Bufei ao sentir meu celular vibrar novamente em meu bolso. Mas que porra! Será que a minha irmã não consegue dar um tempo não? É tão difícil esperar míseros dez minutinhos? Saco!


Nem me dei o trabalho de tirá-lo do bolso. Tinha certeza que se atendesse a mandaria para aquele lugar, e sinceramente? Não estou nem um pouco a fim de brigar com ninguém esta noite. 


Assim que cheguei ao casamento, que ainda parecia estar lotado, logo avistei meu pai conversando com um carinha que eu tenho a impressão de ter visto em alguma revista de fofoca esses últimos tempos, juntamente com Rachel e Paul.


Eles me avistaram e se encaminharam para o carro lentamente, menos meu pai, é claro, que ficou se enrolando com o carinha famoso.


– Doeu muito esperar? – Não me contive e provoquei minha irmã assim que ela entrou no carro com seu namo... Paul.


– Como? – Franziu a testa não entendendo. Cara-de-pau!


– A festa estava tão ruim assim para não parar mais de me atormentar ligando de cinco em cinco segundos? – Eu a encarava pelo espelho retrovisor, esperando meu pai vir para o carro também. – Uma vez você sabia entreter melhor as garotas, cara! – Gozei meu amigo, rindo debochado.


– Do que você está falando, idiota? – Rachel rugiu. – Eu te liguei apenas uma vez!


Fiquei em silêncio a encarando estupidamente confuso pelo espelhinho a minha frente. Como assim apenas uma vez? Eu, com certeza, não estou ficando louco! Meu celular tocou bem mais vezes...


– E não viaja, Jake. – Paul comentou enquanto eu retirava o aparelho do bolso para averiguar aquela história melhor. – Eu deixei sua irmã muito bem entretida... Inclusive, você poderia ter demorado mais um pouco se quisesse.


O palhaço riu baixinho e minha irmã o acompanhou assim que eu me virei para eles e lancei-lhe um olhar assassino. Aquele imbecil está brincando com fogo!


– Não gosta mais de viver Paul? – Questionei furioso. Ele apenas riu mais abertamente. Babaca!


Tentei ignorar a raiva que estava sentindo e esquecer aquele comentário perturbador. Analisei as chamadas perdidas do meu celular um pouco espantado. Bem, de fato eu não estou ficando louco, o aparelho realmente tocou mais de uma vez. Mas eu não fazia ideia de quem era o dono aquele número.


Ah, quer saber? Quem se importa! A pessoa que volte a ligar, eu é que não vou gastar meus créditos com isso. E nem faço muita questão de saber quem de fato foi, afinal eu só tinha uma coisa em mente no momento: Reneesme Swan.



POV NESSIE


– NESS, ACORDA! – Ouvi uma voz maldita me chamar.


Ignorei o chamado e permaneci com meus olhos fechados. Eu sabia que já era de manhã, porém, tinha absoluta certeza que ainda era cedo. O pior é que eu estava na MELHOR parte do meu sonho, estava quase beijando Jacob. Até nos meus sonhos o pessoal consegue atrapalhar. URGH!


– RENEESME! – Minha mãe voltou a chamar quando eu estava quase ficando inconsciente novamente.  


– O QUE É? – Gritei furiosa, ainda de olhos fechados.


Ouvi a porta do quarto escancarar-se violentamente, e odiei mortalmente o ser humano que estava me torrando daquela forma logo pela manhã.


– Levanta, filha!


Reneé hoje estava, aparentemente, pedindo para morrer. Sabem o que ela fez? Abriu as cortinas sem aviso nenhum, deixando aquela claridade insuportável fuzilar meus olhos ainda fechados. ÓDIO!


Lancei um olhar rápido ao relógio na minha cabeceira e quase pulei no pescoço da minha mãe de raiva. OITO E MEIA? Oito e meia da matina de um domingo, e ela está fazendo isso comigo?


– Você só pode estar de piada com a minha cara! – Resmunguei virando-me na cama e voltando a fundar a cabeça no travesseiro. Puxei os lençóis até meus olhos, afim de tirar aquela claridade perturbadora deles.


– Reneesme, eu não vou chamar novamente. – Avisou puxando minhas cobertas.


– Mãe! – Gritei sentando-me na cama e a olhando furiosa. – São oito horas da manhã! É DOMINGO! Dia sagrado, poxa!


– Deixe de drama, Nessie. – Revirou os olhos. – Eu preciso conversar com você agora. Sua irmã já está lá embaixo com seu pai esperando.


– O que eles estão fazendo aqui? – Surpreendi-me. – E por que diabos não podemos conversar mais tarde? – Questionei revoltada.


– Olha os modos, moçinha! – Reneé me lançou aquele olhar de mãe zangada. – E nós vamos conversar AGORA. Espero que esteja lá embaixo devidamente arrumada em quinze minutos, do contrário voltarei aqui com um balde cheio de água gelada. – Finalizou calmamente se encaminhando para a porta.


Bufei assim que a porta se fechou. Não me restava muita escolha se não obedecer à louca da minha mãe. Não duvido nem um pouco que ela faça o que ameaçou.



Quinze minutos depois estava eu sentada ao lado de minha irmã, que mantinha um sorriso suave em seu rosto, no sofá da sala. Meu pai estava sentado na poltrona que costumava sentar-se quando ainda morava conosco.


Eu não estava entendendo porque de estarmos ali ainda e aquilo estava me irritando cada vez mais. Foi então que minha mãe voltou para a sala – ela havia saindo para atender a porta – juntamente com seu mais novo namorado.


Meu pai fechou a cara quando viu Phil, assim como fez no dia anterior no seu casamento. Qual é a dele afinal? Está casado, poxa!


– Bem, temos algumas coisas importantes para conversar. – Reneé iniciou lançando um olhar duvidoso ao doutor-tarado ao seu lado.


Bocejei.


– Fale mamãe! – Bella incentivou.


Bocejei novamente.


– Certo! – Ela se sentou em outro sofá e Phil fez o mesmo. – Seu pai me comunicou que não poderia sair em lua-de-mel por causa de um show que irá fazer por esses dias. – Revirei os olhos antes de bocejar. Sempre a droga do trabalho. – Então ele gostaria que vocês fossem até a casa dele hoje e almoçassem por lá. Um almoço em família.


Estranho. Por que minha mãe está falando sobre isso com tanta normalidade? E meu pai nem parece tão animado como ele costuma ser, agora é claro, por reunir toda a família.


– Claro! – Bella concordou imediatamente e meu pai sorriu para ela.


Bocejei dando de ombros.


– Ótimo! – Minha mãe aprovou animada. – Tem outra coisa também, mas essa é para você, Nessie. – Ela suspirou antes de continuar.


E eu, bem, bocejei. Que saco! Eu já estava com olhos marejados de tanto repetir esse ato.


– Phil e eu vamos viajar essa semana para uma praia onde ele tem casa, então você passará esses dias que eu estiver fora com seu pai.


Congelei com a boca aberta em um bocejo reprimido. COMO É QUE É?


Primeiro: ela já vai viajar com o cara que está namorando há duas semanas? Está louca? Pirou de vez? Não aprendeu nada em todos esses anos de decepções amorosas?


Segundo: eu vou passar uma semana com Charlie? Morando na mesma casa que Sue... Leah? É PIADA, NÃO É? DIZ QUE É PIADA, POR FAVOR! POR FAVOR?


(...)


Não, não era piada. Isso está acontecendo de verdade. Passei a viajem inteira da minha casa até a mais nova residência de Charlie fazendo bico. Minha mãe está pirando legal nessa sua paixonite nova. Ela não raciocina não? Só me falta ela voltar na semana que vem e pronunciar que irá se casar em breve...


OMG! Ela vai se casar, não vai? O doutor-tarado está mexendo com a sanidade - já um tanto desconcertada - de Reneé, e com certeza irá fazer com que ela cometa uma atrocidade dessas!


– Quer deixar suas coisas em seu quarto? – Meu pai questionou animado depois de passar por um milhão de fotógrafos inconvenientes e retirar minhas malas do carro.


 - É, pode ser. – Dei de ombros, indiferente.


Refleti por um segundo que pelo menos por enquanto minha mãe estava feliz. Na verdade, feliz não tem precisão suficiente para transmitir o que de fato ela parece sentir.


Certo, se ela está feliz, eu estou feliz. Mas eu juro que quebro a pau a cara daquele doutor-pervertido se ele machucar minha mãe como meu pai fez.


Charlie me guiou até o cômodo que usaria como quarto nessa próxima semana. Eu já havia estado ali no dia anterior, e eu tinha que admitir, ele era lindo.


Enorme, todo branco com detalhes em lilás e um carpete da mesma cor. Uma cama de casal perto da janela, uma mesinha com computador logo adiante, uma TV de plasma à frente da cama, e nem vou comentar o tamanho do closet.


Meu quarto era o único sem banheiro da casa, pois aquele cômodo era para ser uma sala qualquer. Contudo, como meu pai decidiu morar com aquela mulher depois do casamento, o ambiente passou por mudanças até se tornar esse quarto divino, que agora pertencia a mim.


Sue era uma arquiteta muito bem conceituada, porém eu nunca imaginava que ela tinha uma casa assim tão maravilhosa. Bem, quem sou eu para reclamar, certo?


– Acredito que as meninas irão ajudar nos preparativos para o almoço. – Meu pai comentou após depositar minhas três malas gigantescas no carpete fofinho. – Mas se preferir ficar aqui no quarto até a hora do almoço, tudo bem. – Sorriu e fechou a porta em seguida.


Bufei. Ele era sempre assim desses tempos para cá. Simplesmente amável e carinhoso.


Analisei minha bagagem e deduzi que talvez fosse mais vantajoso eu ir organizando-as. Afinal, ficaria por ali durante toda a semana, e possivelmente Charlie fará com que eu passe muito mais dias por aqui agora que se casou.


Demorou um pouco mais de uma hora para colocar tudo em ordem no meu quarto gigante. Observei o ambiente tentando me convencer em me acostumar com aquilo. Será que as histórias se repetiriam?


Meus devaneios se perderam assim que o toque do meu celular chegou aos meus ouvidos. Pulei no colchão macio, rolando até o outro lado da cama, a fim de chegar à cômoda onde meu telefone estava.


Não pude resistir a um sorriso bobo surgir em meu rosto assim que li no visor quem estava me ligando.



POV JACOB


Acordei com meu celular tocando. Aparentemente ele estava tocando há muito tempo, porém, no primeiro momento eu estava achando que o toque irritante era no meu sonho, por isso nem dei atenção.


Quando voltei à realidade e peguei o celular na mão, a pessoa já havia desistido. E posso afirmar que essa criatura é insistente pra caralho! Sete chamadas não atendidas? Como eu não ouvi isso?


Tudo bem que o meu sonho com Nessie estava simplesmente perfeito, mas eu não tinha consciência que estava tão bom assim para me alienar completamente do mundo exterior.


Analisei aquele número desconhecido e logo percebi que era a mesma pessoa que estava me ligando de forma insistente na noite passada. O que significa isso, afinal?


Ouvi vozes do lado de fora do meu quarto, seguidas por risadas e estalinhos que pareciam bocas se grudando. Bufei irritado ao perceber que era Paul e Rachel. Aqueles dois não se cansam não? Inferno! Era só o que me faltava ter que aturar meu amigo sem noção todos os dias na minha casa, até mesmo no domingo de manhã.


Passei as mãos pelos cabelos, bocejando e me espreguiçando sonolentamente. Lembrei-me do que Paul me falou da noite passada, e tentei ver pelo lado dele. Eu não me importaria nem um pouco de ver Nessie hoje, ou até mesmo agora...


Uma ideia insensata passou pela minha cabeça, e eu nem refleti duas vezes antes de agir. Quando dei por mim, já estava esperando impaciente o telefone chamar em meu ouvido.


Um toque.


Dois toques.


Três toques. Será que ela não vai atender?


Quatro toques.


Eu sonhei com a noite passada ou aconteceu mesmo?


– Oi Jake! – Ouvi uma voz suave do outro lado da linha no mesmo segundo em que eu estava prestes a desligar.


Abri um sorriso por seu cumprimento amigável. Isso é tão raro.


– Oi, Ness. – Respondi com a voz embargada de sono. Pigarreei enquanto ela ria do outro lado da linda.


– Bem que eu vi que era muito cedo para você estar acordado. Acordou quando? Cinco minutos atrás?


– Quase quatro na verdade. – Gargalhei juntamente com ela.


– E a que devo a honra de uma ligação sua nesta madrugada de domingo? – Questionou brincalhona.


– É...


Droga! O que eu vou dizer? Estava com saudades, e queria ouvir a sua voz? Não, muito piegas! Pensa Jake, pensa!


– Jake? Alô? – Nessie possivelmente está achando que a ligação caiu em virtude a minha demora.


– Oi... É que eu... Hum... Eu estava pensando se você não gostaria de almoçar... Ou dar uma volta...? – Fechei os olhos me odiando por gaguejar logo agora.


Um silêncio torturante se instalou na linha. Ótimo! Talvez ela esteja pensando que eu pareço muito grudento ou carente...


Ah, Jake! Bem que eu queria, mas meu pai reuniu a família para um almoço dominical – Tenho certeza que ela falou isso revirando os olhos.


– Seu pai não está em lua-de-mel, não?


Não. Para ele o trabalho sempre vem em primeiro lugar! – Resmungou parecendo irritada.


– Hum, certo! Deixamos para outro dia então. – Comentei sem vontade. Queria tanto vê-la hoje.


Mas... – Nessie interrompeu o que ia dizendo e ficou um momento em silêncio. – Ah, esquece.


– Não, não! Fala.


A gente podia... É... dar uma volta de tarde. – Ela é pior do que eu nessas coisas. Abafei o riso com a mão, afinal não queria deixá-la mais constrangida do que já estava.


– Eu adoraria!


Ah, então está combinado! – Eu estou delirando ou ela parece estar sorrindo?


– Está. Passo na sua casa depois do almoço!


Na casa de Charlie. – Corrigiu.


– Ok! Até depois.


Tchau Jake! – Despediu-se antes de desligar.


Retirei o aparelho da orelha sentindo meu sorriso crescer cada vez mais no rosto.


Tenho um encontro com a Nessie. – Pensei comigo mesmo.


Pulei da cama e comecei a fazer uma dançinha da vitória, quicando no mesmo lugar e girando os braços a frente do corpo de um lado para o outro, ainda repetindo aquela frase maravilhosa na minha mente.


Tenho um encontro com a Nessie! Tenho um encontro com a Nessie! Tenho um encontro com a Nessie!


Congelei no meio da patética coreografia quando percebi Rachel me alisando na porta do meu quarto com o cenho franzido, possivelmente questionando minha sanidade mental.


– O quê? – Perguntei como se nada estivesse acontecendo.


– Nada, esquece! – Ela saiu fechando a porta.


Fiquei um momento preocupado com o que ela deveria estar pensando. Acredito que a ideia de ligar para um psicólogo seja a primeira na listinha dela. Quer saber? Não estou nem ai! Voltei a dançar.



POV NESSIE


Depois de ficar me enrolado no meu novo computador, eu decidi tomar um banho e já trocar de roupa, afinal, eu tinha um encontro com Jacob Black. Ri que nem uma idiota com esse pensamento.


Escolhi uma blusinha azul de ombro caído, comprida e acinturada, um short preto e uma rasteirinha, afinal estava um calorão lá fora.


Depois que já havia tomado banho e estava devidamente arrumada, desisti de ficar me escondendo e resolvi ir logo para a cozinha.


Entrei no cômodo e encontrei apenas Leah ali, cortando tomates. Eu ainda não entendo como duas pessoas relativamente ricas não contratam empregadas para fazer essas coisas.


– Oi! – Leah me cumprimentou assim que me viu entrando. – Uau, você está linda. Vai sair?


– Pois é. – Eu sei que é idiotice minha em ser mal-educada com a garota, ela até que me tratava bem. Melhor do que eu merecia.


– Com o Jake? – Lançou-me um olhar malicioso.


Fiquei quieta. Reação estranha. Ela não deveria estar querendo me bater por estar saindo com seu amor platônico?


– Eu percebi na noite passada que vocês dois sumiram misteriosamente. – Ela gargalhou. – Estão saindo?


– Nós... – Franzi o cenho, pensativa. Estava simplesmente bestificada com aquela reação surpreendente. Ou ela realmente não se importa, ou ela é um ótima atriz.


– Ei Nessie, não tem problema não! – Deu de ombros, lendo meus pensamentos. – Estou em outra, de qualquer jeito.


Ela parecia sinceramente despreocupada. Sorri para ela sentindo-me aliviada. Um problema a menos na minha listinha.


– O Embry? – Provoquei lembrando de ter visto ela basicamente se jogar em cima do meu primo na noite passada.


– Oh, é... Mais ou menos. – Ela desviou o olhar e voltou sua atenção aos tomates, corando levemente.


(...)


O almoço foi melhor do que imaginei. Passei o tempo todo conversando com Leah e minha irmã. Pois é, eu sei, mas querem saber? Ela até que é gente boa. Ok, eu simplesmente estou me repreendendo por tê-la tratado tão mal desde o começo. Tudo bem que a garota podia ser um pouco menos fútil, mas quem não tem seus defeitos?


Achei um pouco estranho os olhares compartilhados por Sue e Bella. Pareciam confidentes e minha irmã parecia estranhamente encantada com alguma coisa.


Enquanto comia a sobremesa comecei a ficar ansiosa. Queria que o almoço terminasse de uma vez, mas não por estar um tédio ou algo do gênero, eu só queria ver ele logo.


É possível uma pessoas sentir tanta saudades da outra com menos de vinte e quatro horas de separação? Aquele garoto estava me deixando viciada...


Meus devaneios foram interrompidos por um barulhinho de talher sendo batido em cristal. Ergui a cabeça confusa, procurando a fonte do ruído, e logo foquei meus olhos em meu pai, que aparentemente queria fazer um comunicado.


– Gostaria de anunciar algo muito importante. - Murmurou se pondo em pé.



POV JACOB


Almocei rapidamente, ignorando as trocas de caricias nojentas da minha irmã e do carinha que está sinceramente pedindo para levar um soco nas fuças. Ninguém merece assistir seu melhor amigo beijando sua irmã, não é?


Nem comi muito, com medo de vomitar diante daquela cena tenebrosa. Tomei banho e me arrumei. Era demasiado cedo para sair de casa, porém eu não agüentava mais ficar no mesmo ambiente do que aqueles dois sem noção.


Liguei o motor do meu carro e dei ré. Não andei nem dois centímetros e o carro parou. Liguei novamente, mas nada. De novo. Nada.


– Ah, não! – Revirei os olhos ao detectar que a gasolina já era. Também, ela já estava no limite há tempos, e depois de todas as voltas que eu dera na noite passada, não era para menos que ela acabou de vez.


Sai do carro bufando. Como iria sair com Nessie agora?


Foi ai que meus olhos caíram no veiculo estacionado mais no fundo da garagem. Fazia tanto tempo que eu não andava... Bem, quem não tem cão caça com gato, certo?


(...)


Estacionei minha moto na frente da casa de Charlie, observando alguns paparazzis na frente da residência, conversando animadamente.


Na noite passada eles estavam em massa ali na frente, os números diminuíram consideravelmente desde então. Suspirei aliviado, não gostava nada desses carinhas intrometidos.


Eles aparentemente não repararam em mim e me senti grato por isso. Antes, porém, que eu pudesse dar mais algum passo para frente, eu a vi.


Meu sorriso de boas-vindas desapareceu assim que eu percebi a expressão em seu rosto. Magoa? Tristeza? Dor? Nessie passou voando na minha direção, sem nem ao menos cumprimentar-me. Desconfio que ela nem ao menos reparou na minha presença.


Ela simplesmente voou na direção de um carro vermelho e saiu cantando pneus pela rua deserta. Mas que porra está acontecendo aqui?


Infelizmente, aquilo chamou a atenção dos enxeridos, que saíram correndo para seus veículos a fim de seguir a garota.


(...)


Eu estava dirigindo a mais de uma hora e nada de encontrá-la. Eu já havia ido a todos os lugares possíveis e nem sinal dela. Estava ficando cada vez mais desesperado. Onde ela se meteu? 


Foi ai que uma luz se fez na minha cabeça.


Claro, como fui esquecer de procurar lá? Dei meia volta na moto, fazendo uma manobra completamente fora da lei e arrancando muitas buzinas e xingamentos na minha direção. Quem disse que eu liguei para isso?


Quinze minutos depois lá estava eu, no mesmo lugar que eu passei a melhor noite da minha vida com Nessie. Ela escolhera o meu refugio para se esconder, talvez porque soubesse que ninguém a encontraria ali. Estacionei a moto me encaminhei até ela rapidamente.


A garota estava sentada de costas para mim na ponta do penhasco, seus cabelos voavam livremente contra seu rosto e ela parecia estar abraçando suas pernas contra o corpo.


Quando ela se deu conta que eu estava me aproximando, Nessie se virou rapidamente para trás, e ao ver quem era levantou-se imediatamente e correu na minha direção.


Parei de andar completamente surpreso e me limitei em abraçá-la assim que a garota se jogou em meus braços, chorando baixinho. Não estava entendendo absolutamente nada, mas no momento não me permiti fazer questionamentos. Deixaria que ela chorasse o quanto quisesse, e se depois sentir que podia se abrir, eu estaria aqui para escutá-la.


Enquanto afanava de leve seus cabelos cor de cobre e sentia ela ensopar minha camiseta branca, as lembranças do momento de antes de eu ir à busca da garota vieram a minha mente.



FLASH BACK

– O que houve? – Perguntei assustado para Bella, que foi a primeira a sair da casa depois de Nessie.

Ela seguiu meu olhar para o bando de paparazzis que tentavam seguir o carro da garota. Eles estavam aparentemente perdidos uma vez que a ela pareceu evaporar pelo ar.

– Eu vou atrás dela! – Charlie afirmou preocupado, surgindo ao lado de sua filha mais velha.

Sue e Leah chegaram quase no mesmo instante, ambas parecendo inquietas e assustadas.

– Não papai. – Bella o segurou pelo braço assim que ele fez menção de sair do lugar. – Você conhece a Nessie. Você é a última pessoa que ela ouviria agora!

– Mas nós não podemos deixá-la sumir por ai nesse estado! – Sue comentou impaciente.

– O que houve? – Repeti a pergunta, porém, mais uma vez fui descaradamente ignorado.

– De fato! Mas ela não ouvirá ninguém agora, eu a conheço muito bem! – Bella suspirou tristonha.

– Acho que ela ouviria o Jake. – Leah comentou para a surpresa de todos, inclusive a minha.

Agora todos os presentes pareceram perceber a minha presença ali e se viraram para me encarar.

– É, talvez esteja certa Lee! – Bella sorriu para mim. – Faria isso por nós?

– Claro. – Falei prontamente, recendo um sorriso de todos – menos do pai, que ainda parecia querer sair dali e correr atrás do carro da filha.

– Só uma pergunta: o que houve? – SERÁ POSSÍVEL QUE NINGUÉM VAI ME RESPONDER ISSO?

– É... É que... Nessie não reagiu muito bem a notícia sobre... – Bella lançou um olhar receoso a Sue, que abaixou a cabeça cabisbaixa. – A gravidez de Sue.



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Notas finais do capítulo

Heeei! =)É eu sei que vocês devem estar se perguntanto: por que a Nessie ficou nesse estado?!Respostas no próximo capítulo! hihi Terá um pouquinho do passado da garota, e explicações do porque dela ser tão fria com o pai!E claro... Um pouquinho de romance também! :9aseoisahsaoheoisahTenho que agradecer muitos por todos os comentários, obrigada a todas, vocês me dão gás para continuar isso daqui! *--*Bem chega de conversa e me contem o que acharam! =)Beijo enooooooorme! =*