Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 37
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Notas iniciais do capítulo

Podem começar a pular de alegria.
BOA LEITURA
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Quatro dias depois

—- Será que alguém pode me explicar, o que está acontecendo aqui? – ele esbraveja erguendo as mangas

—- Olha só. Eu não tenho culpa de nada. Foi tudo ideia da Maria. – diz Medeline cruzando os braços

—- Medeline! – a repreendo

—- Mas é verdade! – ela diz – Você praticamente me obrigou a dar em cima do João. Tudo porque você achou que ele era gay. – ela termina

—-Medeline!—a repreendo novamente

—- Pera aí o que? – João pergunta cruzando os braços – Você achou que eu era o que?

—- Achou não, ela acha né. – diz Guido – Ainda mais agora que você rejeitou a Medeline

—- É serio isso? – ele me encara

Hesito

—- Sim. – digo

Ele morde o canto do lábio inferior e abaixa a cabeça balançando negativamente

—- O que passou pela sua mente perturbada, pra achar que eu sou gay? – ele pergunta alterando a voz

—- Muitas coisas. -- digo nervosa

—- Tipo? – ele pergunta aparentemente bravo

—- Tipo, você não sair com nenhuma mulher, ler livros românticos, ser muito vaidoso...

—- Ah e só por isso eu sou gay? – ele diz – E você não podia arranjar outro modo de descobrir? Tinha que colocar seus amigos no meio?

Algumas horas antes

Estava no sofá da sala, arquitetando meu plano para mais tarde. Se tudo ocorrer como previsto não tem como dar errado. A Medeline e o Guido não quiseram aceitar de primeira, mas consegui convencê-los. O plano é bem simples: eu vou sair com o Guido, um pouco antes de o João chegar do trabalho. Depois de alguns minutos dele estar em casa, Medeline vai até. Puxa um assunto melodramático e fecha com “chave de ouro” dando em cima dele.

—- Maria esse plano é sem cabimento. – diz Guido sentando no sofá

—- Não é não. É perfeito! – digo bebendo minha água – Se a Medeline fizer tudo como eu expliquei...

Medeline me interrompe

—- Eu também acho que não vai dar certo. – ela diz – O João não vai cair

—- Bom, se ele não cair... Comprova minhas suspeitas. – digo – Mas se ele não for gay, com certeza ele não vai resistir a você. Então considere isso um bônus e me agradeça depois.

—- Isso é muita loucura. – ela diz

—- Com certeza você é a primeira mulher que eu conheço que entrega o noivo de bandeja pra melhor amiga. – diz Guido – E pras inimigas não é? Porque se eu não impeço você iria pedir pra Danielle dar em cima dele

—- Iria mesmo. – digo colocando meu copo d’água na mesinha de centro

—- Vem cá. Por que quê você não dá em cima do João? – diz Guido – Com certeza iria dar muito mais certo

—- Com certeza iria. Mas eu não me rebaixaria a tanto. – digo

—- Ai meu Deus. – diz Medeline colocando as mãos na cabeça – Isso não vai dar certo.

—- Muito pelo ao contrário. Não tem como dar errado. – digo

Ou tem?                       

Tem! Está tudo pronto para o plano ser posto em ação. O Guido já estava me esperando lá embaixo, a Medeline já estava se arrumando e falta apenas meia hora para o João chegar e casa. Como planejado saio de casa e vou me encontrar com Guido. Fico com o celular em mãos para Medeline me ligar quando chegasse.

Tudo está indo muito bem. Medeline acaba de me ligar aviando que chegou. Mas por alguma conspiração do universo, ou só burrice mesmo. Medeline se esquece de desligar o telefone. E eu e Guido acabamos ouvindo toda conversa. Ela até estava indo bem, até o João perceber que eu estava na linha e notar que tinha alguma coisa errada. As coisas pioraram quando Medeline ficou nervosa, e praticamente atacou o João.

Enfim, ele pegou o telefone dela, falou pra eu voltar pra casa. Falou não gritou. E com certeza a Medeline contou metade da historia. Claro completamente deturpada. Assim que chegamos fomos recebidos, por uma cara de constrangimento e a outra de raiva, confusão, ou sei lá mais o que.

Agora                                   

—- Na verdade... – Medeline começa – Foi o Guido que começou essa historia

—- Medeline, cala a boca. – diz Guido

—- Isso está ficando cada vez mais insano. – diz João passando a mão pelo cabelo

—- Quer saber? – diz Guido – Melhor irmos. – ele diz fazendo sinal para Medeline

—- Bom assunto pra vocês. – diz Medeline

—- Medeline tchau. – digo

Eles vão embora e o silencio grita pela sala. Não sei como começar uma conversa desse tipo.

João respira fundo e senta no sofá

—- João... – começo – Olha, eu sei que é difícil. Eu nunca pensei que diria isso, mas se você precisar de ajuda...

Ele me interrompe

—- Ajuda com o que garota? – ele diz cruzando os dedos e apoiando os antebraços sobre os joelhos

—- A se assumir. – digo e ele sorrir – Não é o fim do mundo, você não vai ser julgado.

Ele sorri novamente

—- Sabe o que você precisa? – ele diz abaixando a voz – Daquela camisa que se abotoa por trás, sabe qual é?

—- Eu não estou maluca, João. – digo

—- Verdade você não está. – ele diz – Você sempre foi. – ele se levanta

—- Eu só estava tentando ajudar. – digo levantando também

—- É mesmo quem? – ele pergunta – A única coisa que você fez, foi me expor ao ridículo. Você não pode se meter na vida das pessoas dessa forma, mesmo que essa pessoa more debaixo do mesmo teto que você. – ele diz – E seria muito mais conveniente você perguntar.

—- Está bom. – digo – Você é gay?—pergunto cruzando os braços 

—- Não. – ele responde. – E eu realmente não sei dá onde você tira essas ideias.

—- Eu disse dá onde. – digo

—- Eu leio livro de romances porque eu gosto. São historias de amor tão lindas e cativantes. E eu não vejo problema nenhum em ler livros assim. – ele diz – Ih quanto a minha vaidade... Não vejo problema nenhum também em um homem gostar de se arrumar. Isso não é um direito somente das mulheres. Até porque eu tenho certeza que você não sairia com algum maltrapilho, com mau cheiro. – ele diz – Ou sairia?

—- Não. – respondo

—- E antes que você pergunte. Eu não saio com mulher nenhuma porque...

O interrompo

—- Vai dizer o que? Até parece que você está esperando alguém especial.

—- Eu gosto de pensar que sim. – ele diz – Mas eu não iria dizer isso. Eu ia dizer que eu não saio com mulher nenhuma, porque infelizmente eu estou noivo. E apesar de odia-la com todo meu coração e isso ser recíproco. Não gosto de trair as pessoas. – ele termina – Espero que todas as suas perguntas estejam respondidas. – ele diz saindo da sala

Ainda não me convenceu.

Dia seguinte*

POV JOAO

Gay. Essa historia não vai sair da minha cabeça nunca. A mente da Maria funciona de uma maneira realmente curiosa. Ela é capaz de imaginar as coisas mais absurdas.

Estava pronto para sair para almoçar quando batem na porta. Permito a entrada é Arthur, combinamos de almoçar juntos. Espero não encontrar a Maria pelas ruas, ou ela poderá achar que somos um casal e ai não vai tirar isso da cabeça nunca.

Onde eu estava com a cabeça quando resolvi aceitar a proposta dessa garota. A cada dia me convenço mais um pouco de que ela tem sérios problemas.

—- Está tudo bem João. – pergunta Arthur – Está pensando no casório daqui a duas semanas.

—- Não fala desse casamento. Não aguento mais pensar nisso. – digo

Já estamos a caminho de onde vamos almoçar.

—- O casamento nem aconteceu e você já está querendo pular fora? – ele brinca

—- Vá morar debaixo do mesmo teto que a Maria. – digo – Você não aguentaria nem 24h. – digo estacionando em frente ao restaurante

—- Eu aguentaria mais que isso. – ele diz – Mas não foi a mim que ela fez o pedido de casamento infelizmente.

—- Infelizmente mesmo. – digo

Descemos do carro. Entrego a chave ao manobrista e entramos no restaurante

—- Diz aí. O que a Maria fez pra reacender essa raiva que você tem dela. – ele diz – Se é que eu posso chamar de raiva

—- É não é raiva não é ódio mesmo. – digo – E ele nunca se apagou. Mas digamos que ganhou mais força ontem.

Ele sorri

—- A Maria acha que eu sou gay. – digo serio e o Arthur cai na gargalhada – Contenha-se – digo – Chega a ser engraçado de tanta loucura

—- Olha se eu não te conhecesse eu também acharia. – ele diz olhando o cardápio

—- Haha que engraçado. – digo também olhando o cardápio

—- Mas o que você fez pra ela tirar essa ideia da cabeça? – ele pergunta

—- Aí é que tá. Eu respondi tudo que ela quis saber e deixei bem claro que não era gay. – digo – Mas eu tenho certeza que ela continua a pensar isso

—- E porque te incomoda tanto o que ela pensa sobre você?

—- Não me incomoda. Só gosto de deixar as coisas bem claras. – respondo

—- Então talvez você não tenha deixado às coisas bem claras – ele enfatiza a última frase – Nada que você falar vai a fazer mudar de ideia. Mas o que você fizer.

—- Você acha que eu devo sair com alguém é isso.

—- E raciocínio lento. – ele diz – Você vai sair com alguém e levar a sua noiva a tira colo?

—-Eu não estou entendendo aonde você quer chegar. – digo

—- Pra que você vai sair com outra pessoa pra provar pra Maria que você não é gay? Se você pode provar com ela mesma. – ele diz – Eu acho que você já me entendeu

Balanço a cabeça negativamente

POV MARIA

Eu odeio ficar em duvida serio. Tudo bem que ele já disse que não é, mas se ele for e tiver medo de assumir? Qual é não quero casar enganada. Tudo bem que esse casamento é de fachada, mas não importa. E as respostas dele foram muito chochas, não me convenceram muito. Ou talvez eu realmente esteja precisando de camisas de forças. Ou não também. Posso estar certa.

Estou senta no sofá com o notebook no colo mexendo na internet quando abrem a porta. Olho a hora e fico espantada como nem percebi a hora passar. Ele passa direto para o quarto. E depois o escuto na cozinha.

Depois de um tempo ele reaparece na sala. Procurando um de seus livros na estante.

—- Você deixou o último livro que estava lento na cabeceira da cama. – digo sem tirar os olhos no notebook

—- Como sabe qual livro eu estava lendo? – ele pergunta

—- Não é a continuação de Como Eu Era Antes de Você? – digo e ele afirma com a cabeça – Então. – levanto uma das sobrancelhas

Ele me encara por alguns segundos

—- Você ainda não se convenceu de que eu não sou gay né? – ele diz

Chegou ao ponto que eu queria

—- Sinto muito João, mas não. – digo colocando o notebook de lado e levantando – Eu demoro muito pra tirar uma coisa da cabeça. E tudo aponta que eu estou certa.

Ele sorri

—- Eu não sei mais o que fazer pra provar pra você que eu não sou gay. – ele diz

—- Talvez assumindo que é.

—- Que interessante! – ele diz em tom de sarcasmo -- Eu devo assumir ser o que não sou pra lhe agradar? – ele diz

—- Não exatamente. Mas não vejo outra forma...

Ele me interrompe

—- O que você quer que eu faça? – ele pergunta se aproximando – Quer que eu te agarre e te de apenas um beijo ou quer que eu te pegue no colo e te leve pro quarto. – ele diz dando um sorriso de lado

Estou congelada em sua frente

—- Nenhuma das opções acima. – digo seria e com a respiração visivelmente acelerada

—- Não acredito. – ele diz – Você quer uma prova de que eu não sou gay? – ele diz se aproximando mais um pouco, me obrigando a erguer um pouco a cabeça

—- Não desse jeito. – respondo

—- Não conheço.

Paro de pensar no momento em que um de seus braços roda minha cintura me erguendo um pouco. É rápido o momento em que ele junta nossos lábios. E por algum motivo que não sei explicar, não tive forçar pra fazê-lo parar.


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Notas finais do capítulo

Enfim... ♥
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