Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 36
Como eu era antes de você


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!! É que eu tinha parado de escrever a historia no capitulo anterior. Então fiquei sem saber como continuar, mas já continuei e a historia está acabando. :)
Boa Leitura e Espero que gostem!!
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O Almoço com Guido seguiu normalmente e como sempre foi muito agradável. Ele é sempre uma excelente companhia, só as vezes que ele cisma com coisas, que pra mim são absurdas. Como essa ideia de achar que o João é gay, por exemplo. São coisas que eu realmente me pergunto: da onde, ele tira?

Depois do almoço deixo Guido em casa e vou direto para minha. É estranho falar minha casa, sendo que a casa não é minha. E isso me faz sentir saudades do meu apartamento, das minhas coisas, do meu canto.

Assim que abro a porta do apartamento, vejo João sentando no sofá lendo um livro. Olho para meu relógio de pulso e logo em seguida para o da parede. Não, meu relógio não está errado. Fecho a porta ainda olhando para o relógio.

Aproximo-me e jogo a bolsa na poltrona

—- O que faz em casa? – pergunto cruzando os braços – Ah essa hora? – digo olhando para o relógio novamente

—- Boa tarde, pra você também Maria. – ele diz sem tirar os olhos do livro

—- A minha tarde estava maravilhosa, até chegar em casa. – digo – Eu te fiz uma pergunta, será que pode responder?

—- E você? Onde estava? – ele diz fechando o livro e colocando sobre as pernas cruzadas

—- Não te interessa. – digo

—- Faço da sua resposta a minha. – ele diz voltando a ler

—- Eu só perguntei, porque esse não é o horário que você chega em casa. – digo sentando na poltrona

—- E eu só perguntei, porque o combinado era você cuidar desse cachorro. – ele diz se referindo ao Bruce -- E quando eu cheguei ele estava latindo de fome. – ele termina fechando o livro novamente e colocando sobre as pernas

—- Eu coloquei comida pra ele antes de sair. Mas ele come de mais. – digo colocando uma mexa do cabelo pra trás

—- Vamos fazer trocas de informações. – ele começa – Eu te digo o porquê de eu estar em casa a essa hora. E você me diz onde estava. – ele diz – Você primeiro.

—- Ok. Estava almoçando com Guido. – digo – Sua vez

—- Não estava me sentindo bem no trabalho e resolvi vir para casa. – ele diz voltando a ler – Satisfeita

—- Não muito. – digo levantando – Ter que te aturar, não é um dos meus passatempos favoritos, mas fazer o quê?

Ele suspira

—- Digo o mesmo. – ele diz sem tirar os olhos do livro

O encaro por alguns segundos e leio a capa do livro. Estranho, muito estranho.

—- Algum problema? – ele perguntar sem tirar os olhos do livro

—- Não – respondo rápido – Nenhum

Saio da sala e paro na porta do corredor ainda o encarando

“Como eu era antes de você? Como assim um livro de romance? Que homem gosta de romance?”

Vou com meus pensamentos para o quarto.

“Maria, não seja preconceituosa.”

“Homens podem muito bem ler livros de romance. É difícil achar um? Sim. É no mínimo estranho? É. Mas isso não quer dizer nada.”

“O que o Guido disse, não tem absolutamente nada a ver.”

Tento parar de pensar no João e seu livro de romance e me concentrar no meu banho.

“Eu vou perguntar. Isso! Perguntar não ofende.”

Termino meu banho, coloco uma roupa e vou para a cozinha pegar um copo d’água. Quando chego:

—- Ai meu Deus. – digo após um leve susto que tomei com João na cozinha – É por isso que é horrível ter você em casa na parte da tarde. Ter que ficar levando susto com você toda hora, é desgastante.

—- Como se eu gostasse de te encontrar pelos corredores da casa. – ele diz abrindo a geladeira

Dou um sorriso de deboche

—- Pega água pra mim, por favor. – peço sentando no balcão

—- Não! – ele diz fechando a geladeira e colocando algo em cima da pia

Respiro fundo e levanto para pegar minha água

Coloco a água no copo e me direciono a porta da cozinha

—- Posso fazer uma pergunta? – digo batendo com as unhas no copo

Ele não responde por alguns segundos

—- Não. – ele diz – Mas você vai fazer do mesmo jeito. – ele diz de costas para mim

—- Por que você está lendo um livro de romance? – pergunto

Ele para de fazer o que estava fazendo e se vira. Logicamente estranhando a pergunta

—- Que tipo de pergunta é essa? – ele diz – Porque é um livro muito bom, com uma historia incrível e realmente muito emocionante. – ele termina – Mas por que essa pergunta?

Penso no que vou responder. Não posso contar tudo direto. Ou posso?

—- Ué porque... – digo sorrindo sem saber o que dizer – Porque... Porque estava curiosa. Não sabia que você gostava de livro assim.

—- Que eu saiba você não sabe muita coisa sobre mim. – ele diz – A sua pergunta continua sendo estranha

—- É que eu esperava um livro de suspense, ficção cientifica, talvez um estilo Star Was, Guardador de Memórias, enfim. Menos Como eu era antes de você. – digo sentando no balcão

Ele sorri e balança a cabeça negativamente

—- Você gosta desse tipo de livro? – ele pergunta

—- Não sou muito chegada. – digo

—- Ah, nem eu. – ele diz – Li o livro também, porque eu quero ver o filme. E sempre prefiro ler o livro pra depois ver o filme.

—- Eu gosto de fazer ao contrario. Pra falar a verdade quase não leio. Alias eu nem gosto muito de romances onde morrem no final. – digo

Ele me encara

—- Eu não tinha lido o final ainda. – ele diz

Sorrio

—- Não te disse quem irá morrer. -- digo -- Pode acontecer uma reviravolta e ela morrer. – digo sem pensar – Ai desculpa.

Ele me encara e volta a fazer o que estava fazendo.

Fico por mais alguns minutos na cozinha e depois saiu. Vou para o quarto ainda pensando sobre o livro

 “Ok. Qualquer um pode gostar de ler um livro de romance. Mas um homem que ler o livro e quer ver o filme baseado no livro.”

“Eu só tenho que esquecer essa historia. Até porque não tem nada a ver.”

“Homens podem sim gostar de livros e filmes de romance.”

**

São exatamente 20h:00min e estou com fome e no tédio dentro desse quarto. Só tem uma televisão nessa casa. E eu não quero ficar no mesmo ambiente que o João. Mas a fome e o tédio venceram, então, resolvo procurar algo pra comer e pra fazer. 

Assim que abro a porta encontro Bruce deitado em frente à mesma. O pego no colo e caminho com ele até a cozinha.

—- Bruce você está ficando pesado – digo o colocando no chão – Também né. Come de dois em dois minutos. – digo o encarando. Ele tampa o focinho com uma das patas.

Sorrio e procuro algo pra comer. Acho um monte de coisas, mas nada que esteja com vontade de comer.

—- Que tal pizza, Bruce? – digo olhando o cachorro que brincava com o próprio rabo – Se Guido estivesse aqui diria que eu não iria caber no vestido. – digo sorrindo – Vamos ligar pra pizzaria. – digo pegando Bruce no colo novamente

Antes que eu saia da cozinha dou de cara com João. Ele está com os olhos vermelhos, alias não só os olhos o rosto inteiro.

Ele andou chorando?

—- Está tudo bem? – pergunto

—- Está por quê? – ele responde passando dois dos dedos por um dos olhos

—- Estava chorando? – pergunto curiosa

—- Sim. – ele responde

Espera! Ele admitiu que estava chorando?

—- Por que você estava chorando?—faço outra pergunta

—-Terminei o livro.

Está de brincadeira né?

—- Está chorando, por que terminou o livro?

—- Não. Estou chorando porque a historia é muito bonita. Ele... – o interrompo

—-Conheço a historia. – digo

—- E não te emociona?

—- Não, porque eu só conheço a historia. Não li e nem vi o filme. – digo – E nem quero, não gosto muito de finais trágicos que me fazem chorar.

—- Você é um pouco insensível. – ele diz

—- Eu insensível? Você que é sensível de mais. – digo colocando Bruce no chão – Eu vou pedir minha pizza que eu ganho mais— digo passando por ele e indo para sala

—- Insensível. – o escuto dizer

“Ok. Quem não chora com filme romântico com finais trágicos? Até eu choraria. Mas é o lógico. Eu não sou insensível, eu sou sensível até demais, por isso prefiro não ver.

Mas eu realmente nunca conheci um homem – tirando o Guido claro – que chorasse lendo um livro. É realmente, estranho. Mas é normal, as pessoas tem sentimentos. Não é? Quem não choraria?”  

Pego o telefone e ligo para a pizzaria. Preciso comer, antes que desmaio de fome.

Sento no sofá e ligo a televisão, procuro algo para assistir enquanto espero minha pizza. Não acho nada interessante, além de filmes. Estou trocando os canais quando João aparece na sala

—-Um amor para recordar. – ele se refere ao filme – Eu amo esse filme

—- Está brincando não é? – digo sem acreditar

—- Não, não estou. – ele diz se sentando ao meu lado

—- Vai dizer que leu o livro também? – pergunto

—- Sim. Amo Nicholas Sparks – ele diz me olhando com um sorriso

O encaro incrédula

Ok. Quem curte Como eu era antes de você, com certeza deve curtir Um amor para recordar paixão. Isso deve ser um fato. Um fato estranho no caso do João, mas deve ser um fato.

—- Você não? – ele me pergunta

—- Eu o que?

—- Não ama Nicholas Sparks? – ele pergunta – A maioria das mulheres sim.

—- Eu devo fazer parte da minoria. – digo dando um leve sorriso – Li apenas alguns livros, são muito bons, alias. Mas não chega a ser um dos meus favoritos.

Ele apenas retribui o sorriso e volta a olhar para a televisão.

Encosto-me  no sofá e cruzo os braços.

Eu até gosto do filme, mas o final realmente. Não podia deixar ela viva? Fazer eles terem uma historia feliz?  


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Notas finais do capítulo

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