Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

AI MEU DEUS, NÃO ME MATEM!

Eu sei, eu sei, eu demorei e MUITO pra postar? Será que ainda tem alguém aqui?? ME DESCULPEM, PESSOAL! Eu tentei postar antes, de verdade. Mas estou no meio de um bloqueio HORRÍVEL e não faço a menor ideia de como, ou quando ele vai acabar. Sério, eu tentei escrever essa capítulo 93283727 vezes, e exclui tudo.

Esse não é a melhor tentativa, é a menos pior. Sinto muito pela demora, e por não conseguir entregar um capítulo melhor. Vcs realmente não merecem isso. Mas enfim, leiam e tirem suas conclusões.

Ah, e desculpe pela demora em responder os comentários! Eu vi cada um, mas não queria responder até conseguir escrever e isso não foi muito fácil.

Chega de enrolação, esse é para ler ouvindo Skyfall da Adele ou Starring Role da Marina and the Diamonds, porque esse capítulo não é tão leve quanto o resto da fic.

Mas aaanyway,
Boa leitura! ♥



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*Ivye


    

Eu estava exausta. Cada centímetro do meu pequeno corpo gritava, urrava por descanso. Queria me deitar bem ali mesmo, no asfalto e dormir por alguns anos. Infelizmente, isso era meio impossível por causa das centenas de Influenciados sanguinários que eu tentava conter.

Mas mesmo em meio de todo esse caos, eu não podia deixar de pensar em algo: se eu estava me sentindo mal, Dan devia estar bem pior.

Afinal, ele estava tentando manter a garota que amava a salvo, e que havia entrado nessa confusão por sua culpa. E, no final das contas, não foi preciso de um cupido eficiente para fazer Ben e Kate se encontrarem. Foi inevitável. E agora ele tinha que lidar com proteger também a verdadeira alma gêmea da garota que ele amava. Então toda vez que eu achava que não havia saída, que aquele era o fim, e queria desistir, eu pensava em Dan. Ele sim tinha motivos de sobra para largar tudo, mas mesmo assim continuava correndo e lutando contra os brutamontes, com um fúria desmedida, sempre protegendo aquele grupo de pessoas improváveis.

Algumas pessoas poderiam chamar o fato de todos nós estarmos no mesmo lugar e na mesma ao confusão ao mesmo tempo, de coincidência. Mas quando se é um cupido que une almas gêmeas ao longo da vida, é meio impossível acreditar em coincidência. No fundo, eu sabia que cada pequena coisa que levou todos nós até ali foi arquitetada por algo maior. Cupido, talvez.

Mas não tinha tempo para pensar nisso. Estava muito concentrada em tentar manter aquelas pessoas vivas. Nas histórias, os mocinhos sempre aparecem de forma muito heroica enfrentando os vilões, mas a realidade era bem diferente. No desespero, cada um corria como se sua vida dependesse disso (e realmente dependia), sem nem tentar lutar. Eu nem me dava ao luxo de sussurrar instruções nos ouvidos dos Influenciados, berrava ordens a plenos pulmões e esperava alguma coisa acontecer. Não era nada bonito, ou legendário. Era aterrorizador e desesperado.

Mas então a parte racional que ainda estava funcionando em mim, começou a trabalhar, e eu pensei “o que os olhos não veem, o coração não sente”... Talvez, se nos escondêssemos, aquela multidão enfurecida iria ficar confusa e esquecer de nós por um período de tempo. O suficiente para nos recompormos e bolarmos um plano. Não era muita ajuda, mas diante da nossa situação já era um grande avanço. Se continuássemos correndo sem rumo, eles acabariam nos alcançando cedo ou tarde.

Mas para onde iriamos? Ao olhar ao nosso redor, reconheci a rua em que estávamos, e um lugar em particular.

—Dan! –gritei, por cima dos berros de fúria atrás de nós. –Precisamos nos esconder! Talvez eles parem de nos perseguir.

—Mas como?! –ele gritou de volta, sem se importar por parecer um maluco falando com o vento para os outros. –Precisamos de uma distração!

—Você e eu distraímos eles, e damos tempo para os outros escaparem. Depois, com alguma sorte, voltamos até eles!

—Claro, até porque sorte é algo que nunca nos falta, não é mesmo Ivye?! –Dan berrou, e Kate o encarou assutada.

—Quem diabos é Ivye? Com quem você está falando, Dan?! –ela gritou, e sua amiga (acho que se chamava Daliah) que segurava sua mão fortemente, e totalmente pálida, exclamou:

—Esse garoto não é maluco, é? Que p*rra está acontecendo?! Quem são essas pessoas?!

Ela parecia alguém que havia acabado de passar por um furacão, com a maquiagem borrada, o cabelo revolto e o vestido em frangalhos. Estava totalmente apavorada, como o resto de nós.

—Para onde eles irão fugir? –Dan perguntou para mim, ignorando as duas.

—No fim da rua, está vendo? O restaurante em que você levou Kate para seu primeiro encontro, se lembra? Mande-os para lá. Nós damos a volta no quarteirão e depois nos separamos. Você volta para o prédio e eu atraio eles até o fim do bairro. Depois me materializo lá. –gritei as instruções, e Dan passou as ordens aos outros. Eles entenderam muito pouco do plano, mas ainda assim era um plano. Bem melhor que aquela fuga desesperada. Então concordaram, sem perguntas.

Quando passamos pelas portas do restaurante luxuoso, nosso pequeno grupo se dividiu em dois. Kate, Daliah, e Ben correram para dentro do restaurante (o que não foi difícil, já que todos que estavam ali dentro fugiram por causa da multidão ensandecida nas ruas. Então eles só se misturaram com os outros), e Dan e eu continuamos correndo, até o fim da rua.

E bem naquele momento crucial, onde lutava para proteger a vida do meu melhor amigo, me lembrei de outra fuga, que havia acontecido há muito tempo atrás. Quando eu havia fugido de um pai autoritário em desespero. Até então não tinha pensado em como iria lidar com o passado que agora eu sabia que Dan e eu dividíamos, mas essa definitivamente não era a hora de me preocupar com isso.

—Ivye? –Dan chamou, ao meu lado.

—Sim?

—Sabe todas aquelas vezes que você me chamou de idiota?

—Aham.

—Então. Eu só queria que você soubesse que estava certa.

Chegamos ao fim do quarteirão e nos separamos, Dan deu a volta no bloco e retornou ao restaurante e eu continuei atraindo os Influenciados para a frente, mas não tinha muito tempo. Eles já começavam a olhar ao redor, confusos com o sumiço de suas presas.

Sem pensar mais, me concentrei no interior do restaurante luxuoso, e deixei meus pensamentos me levarem até os outros. Não foi fácil, como costumava ser. Talvez porque já havia abusado demais dos meus poderes, me transportar doeu. Me esgotou. Mas o que veio a seguir não me deixou pensar muito nisso.

A cena que encontrei foi quase tão aterradora quanto a que havia acabado de deixar.

O restaurante, tão mágico, estava totalmente abandonado. Mesas haviam sido viradas. As luzes, apagadas. O lugar estava vazio.

Dan envolvia uma Kate que tremia e chorava compulsivamente em seus braços, enquanto a adrenalina abandonava seu corpo. Ben e Daliah gritavam com os dois, enfurecidos, em busca de respostas. Quem poderia culpa-los?

Mas o que mais me magoava, o que realmente partiu meu coração foi o momento em que encontrei o olhar de Dan. E só havia uma coisa estampada nele: culpa. Ele com certeza se sentia extremamente culpado por tudo aquilo. E como iria explicar para aquelas pessoas que elas estavam sofrendo um risco enorme porque, há alguns meses atrás, ele havia se apaixonado?

Ele estava com medo. Meu amigo estava perdido, e eu tinha que ajuda-lo. Não pensei duas vezes, e comecei a trabalhar. Primeiro, me aproximei de Ben e Daliah, que exigiam explicações e sussurrei em seus ouvidos:

Está tudo bem. Vocês estão tranquilos. Sentem-se e fiquem quietinhos.

Eles obedeceram, sem pestanejar. Dan me observava em silêncio enquanto me aproximei de Kate e lhe disse:

Você está calma. Não está com medo. Fique tranquila. –e seus soluços e tremores cessaram.

Por fim, me sentei ao lado de Dan, que como eu já esperava, me disse:

—É tudo minha culpa.

Agarrei seus ombros fortemente, e o sacudi em minha direção.

—Agora me escuta aqui: Nós não temos muito tempo, Dan. Aquelas pessoas ainda estão lá fora. Conseguimos confundi-los por alguns instantes, mas não vai durar para sempre. Não podemos confiar em ninguém. Mas não posso seguir em frente sem deixar isso bem claro: Nada disso é sua culpa.

—Mas é claro que é, Ivye! –ele exclamou, levantando-se da cadeira. - Se eu houvesse simplesmente unido Kate e Ben, preenchido alguns malditos relatórios, e seguido em frente para outra missão, nada disso estaria acontecendo. Mas não, eu me apaixonei por Kate. Alterei o curso natural das coisas me tornando humano. Alterei o destino dela vivendo essa paixão, que resultou num Cupido maníaco e sanguinário me perseguindo, torturando minha melhor amiga, e incitando um exército de civis furiosos para cima de nós. Como vou proteger essas pessoas? Como vou explicar isso a elas?!

—Talvez você não precise, Dan. –comecei a dizer, cautelosamente. –Eu posso influenciar eles. Assim não irão querer mais respostas.

—Mas eles merecem respostas, Ivye! –ele respondeu, indignado. –Acabaram de ser perseguidos e nem sabem o porquê disso! Quando eles... quando Kate souber de tudo, ela irá me odiar. Quem não odiaria?

Ao longe, comecei a ouvir mais gritos enfurecidos. Nosso tempo estava acabando. Caminhei até Dan, que parecia mais perdido e desesperado a cada instante. Os outros permaneciam em silêncio, talvez nem tivessem consciência do que estava acontecendo por causa dos sussurros. Tomei o rosto de Dan em minhas mãos, e disse com firmeza:

—Não temos tempo para isso. Se preocupe com explicações depois. Agora, se concentre em proteger essas pessoas.

Como?! Como vou fazer isso? Eles são centenas. Nós somos cinco.

A hora havia chegado.

Desde que aquela perseguição havia começado, eu sabia que só havia um modo de acabar. Era inevitável.

—Dan... eu acho que você já sabe o que fazer. Lá no fundo, você já sabe. –murmurei, evitando olhar em seus olhos. Os gritos começavam a se aproximar.

—Eu... eu não sei, Ivye. –ele tentou negar. Passos agora também eram audíveis.

—Você tem que ser forte. Tem que deixá-la ir. É o único modo de salvá-la.

—Mas...

Dan não teve tempo de completar a frase. As enormes portas do restaurante (que eles provavelmente haviam trancado quando entraram), começaram a ser esmurradas. A madeira ia se rachando aos poucos. Dan correu até Kate e a sacudiu, acordando-a de seu estupor. Depois fez o mesmo com Ben e Daliah.

—O que está acontecendo?! –Daliah gritou, se afastando da porta aos tropeços. –Kate, o que está acontecendo?!

Ela se virou em direção a melhor amiga, a procura de respostas. Mas Kate também não sabia. Ela olhou para Dan, que negou com a cabeça e murmurou:

—Depois.

Ben, talvez a única pessoa ainda sã dali, perguntou:

—Como iremos sair? Existe alguma outra porta no fundo?

—Na cozinha. –respondi, só então me lembrando de que ele não conseguia me ouvir. Dan porém, já havia começado a caminhar até a cozinha, guiando o grupo. No meio do caminho, ele virou para trás e me olhou.

—Você sabe o que fazer. –ele falou. Assenti com a cabeça e comecei a caminhar em direção as enormes portas do restaurante, que iam cedendo aos poucos.

Ao longe, ouvi:

—Com quem diabos esse garoto está falando, Kate?

Mas logo os quatro já estavam fora de alcance, e mais uma vez, sem rumo.

A adrenalina tinha abandonado totalmente meu corpo, e ainda tinha alguns minutos antes de as portas finalmente cederem. Já começava a pensar no que ia fazer, em como iria deter aquelas pessoas sozinha, quando meus joelhos cederam.

Caí no chão, com o baque surdo no restaurante vazio. Levei minhas mãos até o rosto, mas percebi que a imagem delas começava a tremeluzir.

—Mas o que...? –murmurei.

Só então percebi que meu corpo inteiro tremia, minha respiração falhava. Ficava cada vez mais difícil permanecer no plano terrestre. Minha imagem ia sumindo aos poucos. Tentei me materializar do outro lado do restaurante, e a tentativa só me trouxe dor. Tentei me por de pé, mas meus joelhos fraquejaram novamente.

As batidas na porta iam ficando cada vez mais fortes. As dobradiças da porta iam cedendo. Eu não conseguia me mover.

Estava esgotada demais, fraca demais. Não tinha mais forças para influenciar aquelas pessoas. Não tinha como me defender.

Era o fim.

As portas se escancaram.

Eu fechei os olhos.

Me desculpe, Dan. –foi a última coisa que consegui sussurrar.

 


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Notas finais do capítulo

Oi de novo!

Mais uma vez: desculpa por não conseguir entregar um capítulo melhor. Só quem já sofreu de bloqueio sabe como é dificil escrever assim :c
Esse foi mais para preparar o terreno para o conflito do próximo (onde eles vão chegar no hotel e etc, lembram?), que prometo, NÃO vai demorar para sair, e vai ser BEM melhor!!!

Me digam o que acharam, suas teorias, ou só pra me xingar msm HSAUHUSHASUAHSUHAS

Muuito obrigado pela paciência, e por ler até aqui!
Até o próximo



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