Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Oii Pessoas!
Não disse que ia voltar a postar rapidinho? Então, esse capítulo tem mais Lucy e Luke, porque como eu disse nas notas finais do último, a história deles está meio atrasada em relação as outras e eu tenho que começar a juntar as pontas... Enfim, vocês vão entender no final.
Esse capítulo é dedicado a fofa da Ana Uchiha di Angelo, pela recomendação! Muito obrigada ♥ SIGAM O EXEMPLO DA ANA PESSOAL, AUHSUASHAUSHAUSHAUSH


Aaanyway, esse aqui é para ler ouvindo Young Volcanoes do Fall Out Boy, ou The Calendar do Panic! at the disco -gente, eu tenho que parar de colocar essa banda aqui, mas não dá, são meu amorzinho ♥- ou Army of Two do Olly Murs, vcs decidem ♥

Chega de enrolação,
Boa leitura! ♥



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*Lucy


       

Quando Luke finalmente apareceu, usando aquele terno maravilhoso que devia ser duas vezes mais caro que o meu aluguel, quis me enfiar dentro do vaso de palmeira ao meu lado. Talvez já tivesse feito isso, se Luke já não houvesse me visto.

Quer dizer, o jantar seria no restaurante do hotel, uma coisa rápida, eu não imaginei que deveria vestir algo mais sofisticado. Então ali estava eu, com meu simples vestido florido que a empregada Rosetta fez a gentileza de lavar, tirando os resquícios de vomito da noite mais vergonhosa da minha vida.

Eu podia fingir que estava doente, ou qualquer coisa. Mas não podia cancelar o encontro, a não ser que quisesse que a tal Sra. Murphy me atormentasse até o fim dos meus dias.

Mas, bem, minha vida não poderia ficar mais maluca do que já era né? Fazendo uma retrospectiva das minhas últimas decisões, eu havia abrigado um estranho dentro da minha casa, havia assediado esse mesmo estranho, havia ido de livre e espontânea vontade para uma noite de bebedeira com outro estranho, havia enchido a cara, feito um show, ficado famosa na internet, e sido ameaçada por uma velha maluca.

Deus, o que há de errado comigo?!

—Eu sinto como se estivesse um século no passado e meus pais arranjaram um casamento para mim. –disse Luke, com um sorriso brincalhão enquanto se aproximava.

—E eu me sinto como a filha de um fazendeiro que alguém acabou de comprar em troca de algumas ovelhas. –respondi.

Luke ergueu uma sobrancelha.

—Isso aí não é um filme?

Dei de ombros.

—Bem, se for, eu espero sinceramente que a personagem principal se revolte e fuja com as ovelhas.

—Você é inacreditável. –Luke disse, balançando a cabeça. Caminhou até meu lado e me ofereceu o braço.

—Está pronta, madame?

Soltei uma risada debochada.

—Claro que sim, Senhor. Como poderia recusar depois de todas aquelas ovelhas que destes para o senhor meu pai?

—Só tente não rouba-las, por favor. Ouvi disser que elas são selvagens e adoram carne humana. –Luke disse, num tom sério fingido e eu não consegui manter o papel.

—Ovelhas canibais? Sério? Qual é o seu problema, Luke? –perguntei, e ele soltou uma gargalhada. Caminhamos juntos em direção ao salão do Hotel, onde o restaurante ficava em uma das extremidades.

A medida que avançávamos pelos corredores altamente luxuosos e ricamente decorados, eu me sentia pior a cada passo. Todas as pessoas ali pareciam extremamente finas e bem vestidas e torciam o nariz para mim sempre que passava. Céus, até os móveis me incomodavam. Eram tão grandes que me faziam sentir como Alice no país das maravilhas.

Estar ao lado de Luke ajudava, rindo de suas piadas horríveis (que de tão ruins eram boas) e de sua ingenuidade. E ter ele assim tão pertinho de mim (consciente dessa vez, olhem só que avanço), com o braço entrelaçado no meu me fazia sentir muito bem. Eu via todas as mulheres grã finas do Hotel o devorando com os olhos enquanto passávamos, com certeza se perguntando o que um homem daqueles fazia com alguém como eu. E não pude evitar a pontinha de orgulho no meu peito, como se ele dissesse “é isso aí queridas, eu sou a escolhida”, o que era ridículo, já que aquele nem era um “encontro” de verdade.

Mas então percebi que estar ao lado de Luke causava esse efeito. Não só ali, naquele lugar e naquele momento. E não só comigo. Percebia que todos os outros se sentiam da mesma forma quando estavam com ele (a simpática empregada Rosetta. Tom, o dono da balada da noite passada. E até a temível Sra. Murphy). Luke tinha aquela rara habilidade de fazer todos ao seu redor se sentirem especiais.

Me perguntei como sua ex-noiva pode trair alguém como ele.

Esses pensamentos circulavam pela minha mente, e me dei conta de que agora não só achava Luke atraente (até porque isso era um fato), mas também o admirava. Ele nunca se achava melhor que os outros, sempre tratava todos com o mesmo respeito e carisma. Cuidou de mim, alguém que mal conhecia e que o havia arrastado para o que possivelmente foi uma das piores noites de sua vida, quando na realidade nem precisava.

—Chegamos. –anunciou Luke, me despertando dos meus devaneios. O restaurante do Hotel era tão sofisticado quanto o resto dele. O carpete vermelho era tão macio que senti meus pés afundarem e tive que reprimir minha vontade louca de me jogar nele. As mesas de madeira lustrosa eram cobertas por enormes toalhas de um tecido que eu nem conseguia identificar. O ambiente tinha uma iluminação fraca, intimista, que nos dava a sensação e aconchego e intimidade. Uma música de fundo tocava suavemente e se perdia no burburinho baixo de vozes contidas que conversavam umas com as outras em tons reservados, e em um caso ou dois, até em outras línguas.

Estava tão absorta com todos os detalhes, que nem percebi que já estávamos sendo guiados até nossa mesa, que ficava exatamente no centro do restaurante, bem abaixo do lustre rústico que ao invés de lâmpadas trazia belíssimas velas grossas. Acabei batendo o joelho na mesa por estar olhando para cima e soltei um palavrão que fez todas as pessoas dali me olharem com uma expressão ofendida. A cada segundo me sentia cada vez mais um peixe fora d’água.

Eu não era do tipo que podia bancar jantares em hotéis luxuosos. Trabalhava o dia inteira como secretária para um empresário extremamente arrogante e machista (céus, o meu emprego! Eu não apareci para trabalhar já havia alguns dias, com certeza seria demitida quando voltasse), para conseguir bancar o aluguel absurdo de um apartamento minúsculo no subúrbio. Minhas refeições se resumiam em pizza, pipoca de micro-ondas, fast food, e comida congelada. E ali estava eu, ao redor de todas aquelas pessoas que gastavam o dobro do que eu ganhava por mês em uma única refeição.

—Você está bem? –me perguntou Luke, num tom calmante, enquanto nos sentávamos a mesa. –Parece um pouco... assustada? Jantar comigo é uma coisa tão ruim assim? –e deu uma risada um pouco nervosa, enquanto desviava o olhar. Me senti um pouco mal por fazer Luke acreditar que o problema era ele.

—Não, é só que... eu não estou muito acostumada a vir em lugares como este. –respondi baixinho, enquanto baixava a cabeça para examinar meu vestido simplório.

Luke inclinou a cabeça para um lado, como se eu fosse um quadro complicado que ele estava tentando entender.

—Você é uma pessoa curiosa, Lucy.

—Como assim?

Ele apoiou os braços na mesa e aproximou o corpo em minha direção, como se estivesse prestes a me contar um segredo.

—Hoje você me disse que não está acostumada a ter pessoas te ajudando. E agora disse que não está acostumada a sair...

—Ah, eu sou acostumada a sair! –exclamei. –Mas para o cinema, algum bar do subúrbio, e quem sabe uma lanchonete simples. Só não estou acostumada ir em lugares, bem... assim. –completei, erguendo os braços num gesto mostrando o ambiente ao nosso redor.

Luke continuou me encarando daquele jeito, como se quisesse que eu começasse a fazer sentido.

—Você não está vivendo a vida que merece, Lucy. Acho que não percebe o quanto você é incrível.

Eu bufei.

Claro, sou uma celebridade bêbada da internet de classe média baixa. Dá pra ver o quanto eu sou incrível. –caçoei. Tentei soar engraçada e despreocupada, mas minha voz acabou falhando e eu tive que desviar o olhar. Luke percebeu.

—Não é disso que eu estou falando. –ele respondeu, exaltado. –Você realmente não vê o quanto é engraçada e espontânea? O quando é doce e cheia de vida? O quanto é... você?

Ergui a cabeça e encontrei o olhar intenso de Luke, que me fez corar.

—Luke, você não pode estar falando sério...

—Estou sim, Lucy! –ele exclamou, sem nem piscar. –Você passa tanto tempo se preocupando com suas fraquezas que nem percebe a quantidade de qualidades boas que você tem. Isso está errado.

—Você me conheceu ontem. –lembrei. –Literalmente.

Ele deu risada.

—Eu sei. Mas sinto como se te conhecesse há muito tempo.

—Nada como uma noite de bebedeira para unir as pessoas. –comentei brincando, e Luke gargalhou. Ele ergueu a taça que já estava servida de vinho branco e exclamou:

—Ás noites de bebedeira!

—Ás amizades inesperadas! –respondi, e brindamos.

Bebi um gole do vinho (que era divino, alias), e disse a primeira coisa que veio na minha cabeça, ansiosa para mudar de assunto.

—Sabe o que eu estou pensando? Será que a Sra. Murphy implantou algum espião aqui para ver como nosso jantar está indo? –perguntei, o que fez Luke engasgar com o vinho, porque deu risada.

—Que tipo de teoria da conspiração é essa? –ele perguntou, ainda rindo. –Você acha o que, que ela trabalha para o FBI?

—Não, o que eu disse era totalmente plausível. Isso aí é que é uma baita teoria da conspiração! –rebati. Luke ergueu as mãos num sinal de rendição.

—Ok, você venceu. Então, suponhamos que algum espião maligno esteja nos observando. Quem você acha que é?

Olhei ao redor, examinando cada uma das pessoas jantando, até que meu olhar se deteve numa mulher sentada sozinha, vestida num paletó executivo e com apenas uma taça de vinho tinto na mesa.

—Aquela ali. –respondi, indicando a mulher com um aceno discreto.

—Ah, qual é. Você pode fazer melhor que isso. –Luke respondeu, com aquele sorriso brincalhão nos lábios.

—Ah, é? Então me diga, espertalhão: quem é o espião?

Ele olhou ao redor mais uma vez e indicou o garçom que nos guiou até a mesa.

—Ele. –respondeu, convicto.

O garçom?—perguntei. –Por que ele?

—Porque seria mais fácil para a Sra. Murphy controlar alguém que já trabalha indiretamente para ela. Sabia que ela é uma sócia majoritária do hotel? –ele respondeu, simplesmente.

—Uau, você é quem deveria trabalhar para o FBI. –eu disse, sorrindo.

—Quem sabe um dia, se a Sra. Murphy quiser me promover. –Luke respondeu, e foi a minha vez de engasgar com o vinho.

Continuamos criando teorias sobre a Sra. Murphy (entre as quais, as que mais dignas de nota são: Sra. Murphy é uma vampira imortal, Sra. Murphy havia matado o Kennedy e Sra. Murphy era uma viajante do tempo) até que o garçom se aproximou para anotar nosso pedido. Ele entregou o cardápio pesado e se afastou, nos dando espaço para decidir.

—Nossa, aqui tem tanta coisa. –comentei, distraída. –E olha só o preço desses pratos!

—Bem, é a vampira/assassina/líder do FBI/viajante do tempo/Sra. Murphy que está pagando mesmo... –Luke respondeu, dando de ombros.

Trocamos um olhar malicioso.

—Está pensando a mesma coisa que eu? –perguntei.

—Eu acho que sim. –ele respondeu, com um sorriso travesso enquanto chamava o garçom.

—O que desejam, senhores?

—Nós queremos tudo. –Luke respondeu, confiante.

—Perdão Senhor, devo ter ouvido errado. –o garçom hesitou. –O senhor disse “tudo”?

—Isso mesmo. –confirmei, segurando uma risada. –Nós vamos querer todos os pratos do cardápio.

O garçom fez uma anotação e se afastou assustado, tentando decidir se o pedido havia sido sério ou não.

—A vingança são centenas de pratos que se comem de graça. –eu disse para Luke, que me encarou por um segundo tentando entender a piada. Então explodiu em gargalhadas e disse:

—Você tem que parar de andar comigo, Lucy. Já está começando a fazer piadas ruins.

Nós rimos compulsivamente, até eu ficar sem fôlego. Quando finalmente terminamos, percebi que todo aquele vinho branco estava querendo sair do meu corpo.

—Eu preciso ir no banheiro. Onde fica? –perguntei para Luke, que me indicou o caminho na extremidade do salão.

Caminhei até o pequeno corredor pensando em Luke e em teorias da conspiração e entrei no banheiro. Estava tão distraída quando entrei na cabine, que só quando fui lavar as mãos percebi como o banheiro também era luxuoso, coberto de espelhos enormes com molduras de madeira e torneiras tão tecnológicas que me fizeram passar um século tentando descobrir como conseguia acionar o sabonete.

Quando finalmente descobri e comecei a lavar as mãos, pensei ter visto um vulto cor de rosa no canto do enorme espelho a minha frente. Balancei a cabeça, me convencendo de que o vinho estava começando a fazer efeito, sequei as mãos e me encaminhei até a porta.

Quando abri a porta, me assustei com o barulho e a gritaria ensurdecedora que tomou conta do hotel. Apertei os olhos e vi uma enorme multidão, centenas de pessoas, invadindo o salão. Gritando, ensandecidas. Elas pareciam estar perseguindo quatro figuras, que corriam mais à frente.

Com medo de que aquilo fosse um assalto, ou qualquer coisa do tipo, quis dar o fora dali e correr até Luke, mas senti uma mão segurar meu ombro com uma força extraordinária e me puxar de volta para o banheiro.

A porta atrás de mim foi fechada com um estrondo e me virei para tentar ver quem estava me prendendo. Me vi frente a frente com um homem de face tão bem esculpida que parecia ser feito de mármore. Ele estava usando um terno cor de rosa.

—Me larga! –gritei. –Quem é você?! O que quer?!

Ele sorriu. Um sorriso maléfico que me causou arrepios.

—Esqueci das apresentações, ora, que falta de educação a minha! Eu sou Cupido, minha querida. E você vai fazer exatamente o que eu disser.

 


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Notas finais do capítulo

EEEENTÃÃÃOOOO???? O QUE ACHARAM???

Agora vcs já sabem para onde nosso quarteto fantástico correu para fugir dos Influenciados! E dessa vez é oficial: todos os PP estão juntos, no mesmo ambiente ao mesmo tempo!
Ansiosos para saberem o que vai acontecer? O que acham que o Cupido está planejando? Preocupados com a Lucy?

Sigam o exemplo de Lucy e Luke e deixem suas teorias conspiratórias ai em baixo nessa caixa mágica que me faz mais feliz e faz os capítulos sairem mais rápido! ~FICA A DICA EIN~
CO-MEN-TEM!

Muuuito obrigado por ler até aqui e até o próximo!



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