Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoas!

VOLTEI COM LUCY E LUKE, EEHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!! Tava com muita saudade de escrever os dois! E tenho certeza que vocês estavam com saudade de ler os dois, então eu estou muito feliz em postar esse capítulo!

Esse é para ler ouvindo: Smile da Lily Allen ou NIne in The Afternoon do Panic! At the Disco ♥

Boa leitura! ♥



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*Luke

 

Você já passou por um daqueles momentos em que você, uma pessoa madura, corajosa e completamente sensata que para todos os efeitos se nega a acreditar em qualquer baboseira sobrenatural mas está deitado em sua cama, no meio da noite, ouve uma barulho próximo e fica, contra todas as hipóteses, aterrorizado?

Conhecer Lucy foi mais ou menos assim.

Meu último relacionamento não havia sido ruim, havia sido péssimo. E depois daquele desastre que até agora tento deixar para trás, eu convenci a mim mesmo que essa história de romance simplesmente não era pra mim. Mas assim que Lucy se virou para mim, e nossos olhares se encontraram, um único pensamento cruzou minha mente:

Merda.

Porque ali estava, em carne o osso a mulher dos meus sonhos. Sem exageros, pergunte aos meus amigos, nos meus dias pré-casamento-desastroso, toda vez que me pediam para descrever minha mulher ideal, eu a descrevia exatamente da maneira que Lucy era. Cada pequeno detalhe estava ali. Desde o cabelo castanho que ficava ligeiramente claro quando a luz do sol o tocava até as pequenas sardas espalhas pelo seu nariz. Desde as maçãs do rosto. Desde os olhos castanhos até sua altura mediana.

Era ela.

E o engraçado é que, minha ex-mulher era exatamente o oposto dessa descrição. Engraçado como, conforme a vida avança, nós acabamos deixando nosso sonhos, mesmo os mais bobos e pequenos para trás.

—Você esqueceu isso. –eu reuni coragem para dizer, entregando as flores que ela tinha deixado para trás.

Então ela sorriu para mim e era definitivo: eu estava encrencado.

—Ah, obrigado! Eu sou a pessoa mais esquecida da face da terra! –ela exclamou, estendendo a mão. –Meu nome é Lucy.

—Eu sou Luke. –respondi, apertando sua mão. E então travei. Fazia muito tempo desde que eu havia conversado com uma mulher que houvesse realmente me interessado, e eu não fazia a menor ideia de como começar uma conversa antes que ela fosse embora. Por sorte, Lucy disse:

—Seu sotaque é inconfundível, britânico certo?

—Sim, me mudei faz apenas algumas semanas. Ainda estou tentando me acostumar com o clima daqui, Londres é bem mais gelado. –respondi.

O tempo.

Eu estava falando do tempo.

—Por que você se mudou? –ela perguntou, e foi então que eu percebi eu estávamos andando lado a lado. Eu estava a seguindo e não fazia a menor ideia de onde ela estava indo.

Não reclamei.

Chegamos a uma pequena praça cheia de árvores, palmeiras, e várias outras flores. Nos sentamos em um pequeno banco de pedra e eu respondi:

—Recebi uma proposta de emprego. É uma história engraçada, na verdade.

Lucy se virou.

—Eu adoraria ouvir uma história engraçada. Acredite, estou precisando de um pouco de humor na minha vida. –ela olhou para longe, como se estivesse se lembrando de algo não muito agradável, mas eu não fiz perguntas. Estava em fogo cruzado agora: como contar a história excluindo meu catastrófico casamento?

Fiz o melhor que pude, mas sem aquela parte a história não fazia muito sentido. Claro, a maluca Sra. Murphy conseguiu gerar algumas risadas mas ainda faltava algo. Lucy percebeu, é claro.

—Mas por que ela estava tão convencida de que você tinha que ir embora? –ela perguntou, e não tinha mais saída, eu não sou muito fã de mentiras.

—Porque... bem, eu fui casado. Quer dizer, quase. Nós não duramos até o casamento. Minha ex-noiva me traiu. Com o meu irmão. Que era padrinho do nosso casamento. Na noite do nosso jantar de noivado.

Mais uma vez, Lucy se virou e me olhou totalmente espantada. Podem me trazer o troféu, eu acabei de ganhar o concurso “Como acabar com uma relação em potencial em apenas dez minutos”.

Eu estava esperando o discurso habitual que sempre se seguia quando eu contava essa história. Todo aquele blá-blá-blá de “Luke, eu sinto tanto! Mas foi para seu bem, você merece uma pessoa bem melhor!”.

Mas o que Lucy disse foi bem diferente.

—Que vadia!—ela exclamou, fazendo as pessoas ao nosso redor a lançarem olhares cheio de julgamentos. Eu ri muito, e ela também. –E eu que achava que estava na pior. Sua história supera a minha. Caramba, que merda ein?

Só pude continuar rindo. Para aquele tipo de reação eu não tinha resposta.

—Qual é sua história? –eu pergunto, tentando tirar o sorriso do rosto.

—Eu também já fui noiva. Nós também não duramos até o casamento. Ele me traia, muito. Mas nunca com alguém realmente próximo de mim, que eu saiba. Se bem que, quando comecei a relação com meu ex-noivo acabei me afastando da maioria das minhas amizades, o que foi um erro terrível, então ele não tinha muitos alvos em potencial.

—Acho que já podem adicionar nossos nomes a lista de pessoas que não acreditam mais em casamento. –comentei. Mas Lucy estava com aquele olhar longe e eu pressenti que uma conversa mais intensa estava prestes a se iniciar.

—Eu ainda estou tentando superar, sabe? Não é fácil esquecer uma coisa dessas. Talvez eu deva seguir seu exemplo e ir para longe, uma mudança de ares pode ajudar.

—Um pouco, sim. –eu admiti. –Mas eu fui embora, e meu passado continua a me acompanhar. Acho que o único modo de deixar isso para trás é aceitar que nosso passado faz parte de nós. E que não podemos fazer nada pra mudar isso.

—Poxa, e eu que achava que a resposta era encher a cara e cair na balada. –ela respondeu, rindo.

—É, isso pode ajudar. –concordei. Então os olhos de Lucy assumiram um brilho que eu reconhecia de reuniões da empresa. O olhar de alguém que acabou de ter uma ideia desastrosa, mas que naquele momento parece ser brilhante.

—Quer saber de uma coisa? É exatamente isso que nós deveríamos fazer! Cair na farra e mandar nossos ex-noivos pro inferno! –ela exclamou se levantando.

Oh-oh.

Aqui está o inegável fato: eu sou britânico. E com certeza existem milhares de exceções, e eu estaria generalizando se não ressaltasse isso, mas eu sou uma pessoa reservada. Minha ideia de farra é deitar no sofá e assistir sem me preocupar com mais nada.

E uma festa na Califórnia não parecia ser o tipo de coisa que eu iria aproveitar. Lucy deve ter percebido a minha hesitação, porque perguntou, muito séria:

—Quando foi a última vez que você esteve em uma festa? E confraternizações da empresa e sua festa de noivado não contam.

Putz, uma boa pergunta.

—Hmm... Então nesse caso, acho que foi minha formatura. –respondi, envergonhado com a minha falta de vida social.

Lucy voltou a se sentar ao meu lado, com um olhar muito travesso e disse:

—Ah, britânico... Eu vou te ensinar a viver.

 


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Notas finais do capítulo

Oii de novo!
Se esses dois não são o melhor casal dessa bagaça eu sou o Obama, HAUSHASUHAUHASUHA
Essa ideia da Lucy vai dar confusão, sim ou claro? Anyway, COMENTEEEM!!! Vamos compartilhar essa alta dose de fofura juntos!

Muuito obrigado por ler até aqui!
Vc é demais. Sério mesmo.
Até o próximo :3