Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oii Pessoas!
Voltei com um pouquinho mais de Dan e Kate para vocês e antes de começar o capítulo, sei lá eu só queria agradecer a todos vcs, que estão lendo, comentando e que favoritaram. Eu nunca quis que essa história se tornasse uma coisa séria, desde o começo estava muito claro para mim que eu só iria escrever para passar o tempo e eu sei que esse não é nem de longe meu melhor projeto, mas ele acabou se tornando especial por toda a companhia que vcs me dão! E eu queria que vcs soubessem o quando eu valorizo cada visualização e cada comentário, é isso ♥

Enfim, sem mais blá blá blá sentimental:
Esse capítulo é para ler ouvindo 1977 ou Eyes Shut do Year and Years (vale a pena conhecer a banda ein) no repeat sem dó!

Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/663788/chapter/16

*Dan

Eu me sentia péssimo por ter discutido com Ivye. Apesar de tudo, ela era minha melhor (e única) amiga, e me conhecia mais do que eu mesmo. Observar ela caminhar para longe de mim foi horrível, mas eu conheço-a o suficiente para saber que quando Ivye está magoada, seu primeiro instinto é fugir, então decido não ir atrás dela e dar a Ivye o tempo que ela precisa.

E além disso, eu tenho um encontro marcado com Kate, que como sempre, estava atrasada. Mas eu esperaria todo o tempo necessário se isso fosse me garantir um encontro como o da noite anterior. Toda aquela fuga desesperada por causa de Ben, o bilhete ameaçador de Cupido... tudo aquilo perdeu a importância quando Kate basicamente me atacou no caminho de volta. As memórias de seus beijos, de minhas mãos agarrando cada centímetro visível de sua pele quente ainda me embriagavam.

No começo foi um pouco constrangedor, pelo fato de Ivye estar literalmente ao nosso lado. Mas depois eu simplesmente esqueci disso e ela fez a gentileza de deslizar até o assento ao lado do motorista. Sinceramente, quem conseguiria se importar com audiência quando uma garota como Kate estava em cima de você?

Sou despertado das memórias da noite retrasada quando sinto um aperto leve em meu ombro e não preciso nem me virar para saber que é Kate. Envolvo sua mão pousada em meu ombro e me viro em sua direção. Por um momento, fico em dúvida sobre como devo cumprimenta-la. Um beijo? Intimo demais. Um aperto de mão? Frio demais. Me decido ficar no meio do caminho e a envolvo num abraço terno.

Ela dá um longo suspiro, enterra o rosto na curva entre meu pescoço e meu ombro e me aperta. A seguro por tanto tempo que perco a conta, mas não ouso me mover, Kate parece estar precisando muito daquilo agora.

–Está tudo bem? –pergunto, baixinho.

Ela me solta e eu vejo que seus olhos estão inchados e seu nariz vermelho, como se ela houvesse chorado há pouco tempo. Vejo as lágrimas encherem seus olhos e ela ergue o rosto para impedi-las de cair. Seca as lágrimas rebeldes que caem com a manga do suéter e toma fôlego antes de finalmente dizer:

–É minha mãe, ela piorou muito. Meu pai e eu fomos visita-la, e ela está... –ela engasgou um pouco e eu a envolvi com meus braços novamente.

–Ei, está tudo bem. –eu digo, quando sinto pequenos tremores tomando conta de seu corpo por conta dos soluços.

–Os médicos estão muito preocupados, dizem que... Ela vai precisar ser muito forte. E nós também.

E então me sinto péssimo por estar ali com Kate, roubando o tempo que ela poderia estar passando ao lado da mãe doente. Eu a solto, mas mantenho as mãos em seus ombros.

–Nós não precisamos ir. Se você quiser ficar com sua família agora, eu entendo, de verdade.

–Não, eu não consigo... Meu pai está no hospital e eu não sei se tenho forças suficientes para lidar com meus irmãos agora. Eu só quero... ir para longe, esquecer de tudo isso, pelo menos por uma noite.

–Se é isso que você quer, é o que vamos fazer. Eu tenho uma coisa especial planejada. –digo, passando o braço por seus ombros de um modo acolhedor enquanto Kate passa o dela por minha cintura.

–Vai ser difícil conseguir competir com o nosso último encontro. Ainda não consigo acreditar que tudo aquilo aconteceu, Dan. –ela diz, fechando os olhos e balançando a cabeça com um sorriso nos lábios, como se tudo aquilo fosse um sonho do qual ela estava esperando acordar.

–Ei, eu já te disse que sou cheio de surpresas! E estou disposto a te surpreender sempre se é isso que você quer.

–Estar do seu lado já é suficiente para mim. –ela respondeu baixinho, tão espontaneamente que um sorriso enorme tomou conta do meu rosto. Ela parece embaraçada com o que disse, então muda de assunto. –Qual vai ser nossa aventura essa noite?

–Você vai ver. –respondo sorrindo. –Mas temos que pegar o metrô para chegar até lá, espero que não se importe.

O plano original consistia em chamar um táxi e Ivye influenciar o taxista a não cobrar nada. Mas com Ivye não sei lá onde, fazendo não sei lá o que, eu tenho que fazer algumas alterações.

Caminhamos até a estação envolvidos, e conversando sobre as maluquices constantes de Daliah, a melhor amiga de Kate, sobre nosso último encontro, alias, essa parte foi um pouco constrangedora:

–E Dan... Desculpe-me por ter, hm... meio que, te atacado naquela noite. –Kate disse, rindo muito com o rosto adoravelmente vermelho.

–Tá brincando? Não é como se eu tivesse ficado exatamente ofendido, Kate. –respondi, o que fez nós dois rirmos ainda mais.

Conversamos sobre tudo, menos sobre a família de Kate ou sobre sua mãe. Quando chegamos à estação e tivemos que comprar o bilhete, entrei em pânico. Sem Ivye ao meu lado, eu não tinha como escapar sem pagar aquilo e eu não tinha nenhum centavo comigo. Para minha sorte, Kate se ofereceu para pagar nossos bilhetes.

O metrô chegou assim que chegamos à plataforma. Não estava tão lotado, ao contrário do que esperávamos, apesar de todos os assentos estarem ocupados. Durante a viagem, um garoto sentado a minha frente me chamou a atenção. Ele poderia passar por uma pessoa normal, mas não era. Eu sabia que não era.

Quando sentiu meu olhar sobre ele, ele se virou e perguntou assustado:

–Você consegue me ver?

Ele era um cupido, obviamente. Era muito comprido e magro, com cabelos vermelhos e vários sardas espalhados pelo nariz.

–Sim. –eu respondi, sem pensar. Então percebi que na visão de Kate, eu havia acabado de falar com um assento vazio. Me virei rapidamente e como esperado ela estava me olhando com uma sobrancelha erguida.

–Sim... o que? –ela perguntou e mais uma vez eu senti muita falta de Ivye para me tirar de enrascadas como aquela.

–Sim... nosso encontro vai ser muito bom! –eu exclamei, com animação, erguendo um punho no ar.

–Cara, você devia enfiar esse punho aí na sua cara, isso sim. –o cupido no assento disse. –Vai assustar a garota assim.

Kate deu uma risadinha forçada e disse:

–Uau, você está mesmo animado. –ela disse, mas sua sobrancelha continuava erguida.

–Como eu não poderia... è você. –eu respondo e ela sorri de verdade dessa vez.

–Se deu bem. –o cupido diz e eu me esforço para fingir que estou olhando para a janela atrás dele. –Como você consegue me ver? Você deve ser, tipo, um daqueles humanos com aquelas paradas sobrenaturais. Você é um vidente ou alguma coisa assim?

–O que? Não! –eu digo, novamente, só para encontrar o olhar assustado de Kate mais uma vez. Merda.

–Dan... você está bem? –ela pergunta, baixinho e olhando ao redor.

Meu olhar cai sobre a senhora que está sentada ao lado do cupido e o desespero me leva a tomar uma medida drástica. E estúpida. Eu exclamo com um dedo apontado para ela:

–Não, eu não tenho nenhum baseado aqui! E a senhora já está muito velha para essas coisas! Tem que procurar ajuda!

A velha se levantou mais rápido do que eu pensava que era humanamente possível para gente idosa e arremessou sua enorme bolsa roxa contra meu rosto, me fazendo perder o equilíbrio e cair no chão.

–Maluco! –ela gritou, enquanto corria para fora do metrô. Ouvi as gargalhadas do cupido e a exclamação de Kate enquanto me ajudava a me erguer.

Kate se esforçava para não rir enquanto perguntava:

–Ela te perguntou se você tinha um baseado?!

–Pois é, quem diria. –eu respondo, acariciando a bochecha. Por fim, ela não aguenta mais e solta uma gargalhada com boa parte do vagão e o cupido ruivo a acompanhando.

–Uau, essa é um velhinha realmente energética. –ela diz, rindo cada vez mais.

–Cara, você é um desastre! Meu nome é Ed, alias. –o cupido diz. –Eu perguntaria o seu, mas eu tenho quase certeza que se você me responder essa garota vai sair daqui correndo. Caramba, ninguém vai acreditar quando eu contar isso lá do outro lado! Sinto muito cara, mas eu tenho que fazer isso.

Então ele se levantou e sussurrou no meu ouvido:

Você vai se esquecer disso. –e simplesmente atravessou a parede do metrô em movimento. Mas é claro, eu não me esqueci de nada. Cupido pode ter me dado um corpo humano, mas eu não sou realmente humano.

Kate e eu descemos na parada seguinte, e ela ainda estava rindo do incidente com a velhinha. Pela primeira vez na noite me sinto grato por Ivye não estar ali, ela nunca me deixaria esquecer aquilo.

Então, para meu alivio, finalmente chegamos.

–Bem vinda a nossa aventura de hoje à noite! –eu exclamo, abrindo os braços teatralmente para o parque de diversões itinerante a nossa frente. –Eu ouvi dizer que eles têm o maior algodão doce de todos! –essa última informação faz Kate dar pulinhos de animação, agarrar meu braço e correr em direção ao parque.

Quando chegamos até o carrinho de algodão doce, fico feliz em ver que Ivye realmente deixou tudo certo para nossa noite. O vendedor faz um algodão doce enorme para nós e não cobra nada, influenciado por Ivye mais cedo é claro.

–Não é estranho? –Kate pergunta enquanto caminhamos pelo parque tentando decidir qual atração visitar primeiro. –Sempre que saímos juntos, as pessoas nos oferecem tudo de graça! Nem cobraram para nós entrarmos no parque!

–Ainda existe um pouco de gentileza no mundo, afinal. O que acha da montanha-russa? –eu pergunto, tentando mudar de assunto. Kate aceita imediatamente e quando nos aproximamos da fila, a operária do brinquedo nos chama:

–Ei, vocês aí! Vocês podem passar! –ela exclama, e mais uma vez agradeço mentalmente á Ivye enquanto avançamos pela fila ouvindo resmungos de reclamações e entramos primeiro no brinquedo.

No fim da noite, nós já tínhamos andado em cada atração do parque, exceto uma: A Casa dos Espelhos.

Segurei a mão de Kate e entramos na tenda azul escura que estava no meio do parque. A escuridão logo tomou conta de tudo e para todo canto que eu olhava, via meu reflexo. Mil Dan’s e mil Kate’s, alguns incrivelmente altos, baixos, gordos e magros nos encaravam enquanto avançamos pelo enorme labirinto de espelhos. Kate ria e apontava para os reflexos deformados, como o Dan Rechonchudo, e eu também ria, até que uma mancha rosa chamou minha atenção e de repente ele estava ali.

Cupido.

Em todos os cantos, em todos os espelhos, aonde quer que eu olhasse, ele estava lá. Ele sorriu presunçosamente e disse, num sussurro que fez todos os espelhos vibrarem:

Deixe-a ir, Daniel.

Então desapareceu e eu pude respirar novamente. Sinto a mão de Kate em minha bochecha, protetoramente.

–Você está bem, Dan? Está muito pálido. –ela pergunta, os olhos verdes pousados nos meus cheios de preocupação. Então decido deixar para me preocupar com Cupido e suas ameaças depois, essa noite todos os meus pensamentos estarão com Kate e nada nem ninguém pode mudar isso.

–Feche os olhos. –eu peço. Ela parece confusa, mas quando vê o sorriso em meu rosto, obedece e fecha os olhos. Eu me afasto dela, entrando ainda mais no enorme labirinto de espelhos.

–O que você está fazendo? –ela pergunta, sorrindo.

–Abra os olhos.

Quando Kate abre os olhos, ela me vê em todo canto. Vários Daniel’s, mas ela não tem como saber qual é o verdadeiro.

–Caramba, isso é meio assustador! Certeza que esse aqui é o verdadeiro. –ela diz, apontando para um dos reflexos deformados onde eu tenho um pescoço anormalmente longo.

Estou logo atrás dela agora. A envolvo em meus braços e sorrindo, ela se vira até mim. Nossos lábios se unem tão imediatamente, tão espontaneamente, como se estivesse muito claro para os dois que aquela é a coisa mais natural para fazer, e está.

Diferente dos beijos do último encontro, que eram desesperados, famintos e cheios de desejo, esses eram delicados e envolventes. Meus lábios fizeram a trilha do pescoço de Kate, até sua bochecha e finalmente até sua boca.

Estou apaixonado por você. –eu sussurro. Para ela, para seus milhares de reflexos, para o mundo todo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oii de novo!
Muito fofinho esse Dan né?
Eu tenho que avisar que, talvez, TALVEZ, eu demore um pouquinho mais que o normal para postar o próximo capítulo (não vai ser muito tempo, prometo), o motivo é que eu preciso decidir o final da história agora para desenvolver do jeito certo e isso pode levar um tempinho...

Mas anyway, deixem seus comentários (que aliás estão ficando cada vez melhores, amo ler todos!) e me façam bem mais feliz! Como eu vou definir o final da história deixem ai embaixo o que vcs acham que vai acontecer no final, eu vou me divertir lendo seus palpites!
Muuuito obrigado por ler até aqui!
COMENTEEE!!!
E até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Cupido Nem Tão Perfeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.