— Não sei dizer, mas ela me disse que sonha em se casar comigo, ter filhos.. Acho que estamos muito novos pra isso não acha? – Natsu colocou uma mão no pescoço, rindo. De certa forma a expressão dele aliviou o coração de Lucy.

— Sim, também acho que somos muito novos para nos casar. – Nervosa a loira queria continuar conversando com o garoto e perguntou:- Voce tem vontade de se casar algum dia?

O rosado se sentou em um banco, no jardim. Lucy esperava ansiosa pela resposta.

— Acho que sim. Não sei nem o que quero fazer da minha vida quando terminar a escola. Mas temos que pensar logo nisso ne? As vezes acho que colocam muita responsabilidade das costas de pessoas tão jovens. Decidir o futuro inteiro com 18 anos...- Lucy admirava Natsu olhando as estrelas. Ela nunca imaginaria que o garoto poderia pensar em coisas sérias como aquelas. Sabia que havia chegado o momento de se declarar. Estavam os dois sozinhos no jardim de sua casa e o silencio entre eles precisava ser cortado com alguma coisa.

— Natsu, eu estou pronta.

— Pra que? Já sabe o que vai fazer quando terminar o colégio?

— Não é isso. Estou pronta para dizer a você uma coisa.

— Minha Lucy estava te procurando.- Sting apareceu na porta atrapalhando os dois.

— O que foi Sting? – Perguntou a loira, sabendo que não falaria nada a Natsu.

— O pessoal queria ir, disse que precisam acordar cedo para o trabalho. Acho que está na hora de ir embora milk-shake.

— Já disse para não me chamar assim!- Natsu saiu andando, com raiva.

— Por que fica provocando ele dessa maneira Sting? Natsu é meu amigo.

— Eu não gosto dele, e não acho que é uma boa companhia para você, minha Lucy.

— Voce está enganado a respeito dele.- Bufou a loira, cruzando os braços.

— Bem, esquece ele. Vamos, eu também preciso ir.

Todos esperavam o taxi, ainda que Lucy tinha insistido para que fossem com o chofer dela. Assim que entraram no carro, Lucy sabia eu havia algo estranho com Natsu. Ele parecia mais pensativo depois da declaração de Lisanna. A garota foi para a cama preocupada.

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Natsu estava distraído nos últimos dias. Mais sério e pensativo, acabava sempre derrubando alguma coisa ou esbarrando em algo. Todos perceberam isso e Gray se aproximou do migo:

— Natsu o que você tem? Tá mais atrapalhado que o normal.

— Eu tô bem.

— Não ta não, você tá colocando sal no suco!- percebendo o erro, o rosado jogou fora o suco e foi preparar outro mas foi impedido pelo amigo.- assim você vai acabar sendo demitido. Vamos vai dar uma volta na praia e esfria essa cabeça. Eu tomo conta do seu serviço.

— Valeu cara.- assim o garoto saiu da tenda e começou a caminhar pela praia, com as ondas batendo em seus pés.

— Por que eu estou me sentindo estranho quando vejo Lisanna? Ela é minha irmã. Depois daquele dia que almoçamos juntos eu tenho percebido ela mais distante de mim. E agora eu sinto uma coisa estranha quando ela sorri para mim.

Chutando algas, o garoto observava algumas pedras e decidiu se sentar la. Algumas crianças corriam ao seu lado e ele viu uma garotinha de cabelos loiros como Lucy.

— Lucy, por que você e amiga daquele idiota? Como odeio o Sting! Será que ela tinha dito que me amava quando eu a achei no templo? Lucy, o que você queria me dizer?

O rosado chegou nas pedras e se sentou, observando as criaturas que viviam naquelas piscinas naturais: pequenos crustáceos e peixes nadando pelas aguas geladas entre as rochas. E pensou que a vida seria mais simples se ele fosse um peixinho que não tivesse nenhuma preocupação.

De repente os olhos do garoto foram tapados por um par de mãos pequenas. Natsu se assustou mas sabia que ela uma brincadeira. O rosado tocou nas mãos da pessoa, e escutou uma risadinha abafada. Sabia que teria que adivinhar a dona daquelas mãos.

— Lucy!

— Assim não vale. Deveria ter errado.- quando escutou a voz da loira, Natsu sentiu uma corrente elétrica percorrendo seu corpo. A garota se sentou ao seu lado e continuou: - fui na tenda e o Gray me disse que você foi dar uma volta. Imaginei que seria pra cá que você viria.

— Vim pra cá pensar um pouco. Estou com a cabeça cheia.

— Bem, posso ir se você quiser.- Quando Lucy estava se levantando Natsu segurou sua mão.

— Fica. – Lucy sentiu um tom de autoritarismo no pedido e se sentou novamente. – quero que fique Lucy.

— Está bem.

Ambos observavam a piscina natural por alguns minutos em silencio. A garota achou que fosse uma má ideia ficar ali sentava, enquanto tentava adivinhar o que se passava pela cabeça do amigo. E então começou a criar coragem, pensando que esse seria o momento ideal para se declarar.

— Natsu...

— Lucy...

Disseram juntos.

— Diz você primeiro. – Lucy falou.

— Bem, estou pensando bastante no que tem acontecido nessas férias. Estou começando a sentir algo diferente pela Lis. Isso é possível?

— Ah, é isso? Bem...- Lucy ficou desconcertada quando percebeu do que se tratava- eu acho que sim Natsu.

— Eu tenho sentido coisas diferentes, coisas que nunca senti antes... e isso me deixa confuso.

— Entendo...

— Ela é minha irmã, não deveria estar sentindo esse frio na barriga quando a vejo.

— As vezes não é nada.

— Pode ser, mas acho estranho...

Os dois ficaram em silencio novamente. Lucy estava magoada. Ela não acreditava que Natsu estava começando a gostar de Lisanna de uma maneira diferente.

— E o que você queria me dizer?

— Não é nada importante.

— Me diz. Aquele dia na sua casa você parecia séria.

— Não é nada não, pode deixar.

— Vamos voltar então? Já faz um tempo que estou aqui, o senhor Bob pode precisar de minha ajuda.

— Vamos. – com o coração na mão, Lucy preferiu não dizer nada ao garoto, que andava em sua frente, com os braços cruzados na nuca. Ela sentia lagrimas se formando nos seus olhos mas respirou fundo e começou a brincar com o garoto jogando agua nele.

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— Ele disse que sente algo por ela!

— Lucy, se acalma. – Levy dizia, tentando consolar a amiga. Erza a abraçava, enquanto a loira chorava.

— Nos conta o que exatamente ele disse. – pediu a ruiva.

— Ele disse que tem sentindo um frio na barriga quando a ve. – respirando profundamente, Lucy se acalmou.

— Ele pode estar sentindo algo diferente porque agora a Lisanna esteja se afastando dele e ele sente falta dela, só isso.- Levy disse.

— Sim, pode ser isso. Lucy não se preocupe, tenho certeza que Natsu gosta de você.

— Entao porque ele disse essas coisas?

— Porque o Natsu é ingênuo, ele não sabe nada dessas coisas. Eu já te disse uma vez.- Erza continuou.

— Amanhã não é o dia do festival Katamatsuri? Podemos ir juntos e damos um jeito de ficarem sozinhos. Será o momento perfeito para você se declarar. – Levy disse se animando com a ideia.

— Eh, pode dar certo, ne? Amanhã vou falar pra ele.

E assim a loira foi dormir mais calma sabendo que iria por as cartas na mesa com Natsu e revelar seus sentimentos.

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Juvia conversava com o senhor Bob e assim que saiu da sala do dono da tenda todos estavam ao seu redor, esperando a resposta. Apreensiva, a azulada acenou com a cabeça afirmativamente, o que fez todos vibrarem de alegria.

— Que bom que ele deixou que fôssemos ao festival!- Gray disse.

— Isso aí vamos aproveitar o ultimo dia nessa ilha.- Gajeel comentou.

— Gray-sama!  Juvia quer um encontro!- inesperadamente a garota disse olhando para seus pés. Todos olhavam o casal e esperando uma resposta de Gray. O moreno estava mais vermelho que o cabelo de Erza, e timidamente disse:

— Ok.

Lisanna deu um gritinho de alegria e puxou Juvia pra longe deles, afim de fofocarem sobre o ocorrido. Os garotos riam e zombavam de Gray, que começou a brigar com eles. Pouco tempo depois, estavam prontos e esperando as garotas para irem ao festival. Lucy, Erza e Levy iam se encontrar com eles na entrada da praça, onde seria o festival.

Os habitantes diziam que não podiam fazer o festival no templo porque era muito cansativo irem ao outro lado da ilha então construíram uma estátua do Deus Caracol em uma praça no centro da cidade, onde realizavam as festividades.

Natsu procurava por Lucy em todo lugar e a encontrou: vestida com um yukata e cabelo preso com muitas flores. O garoto sentiu seu sangue ferver e seu rosto quente quando percebeu a loira correndo em sua direção.

— Vo.. vo... você...

— Oi Natsu! O que foi?

— Voce está linda Lucy!

— O...obrigada!- assim os dois ficaram e encarando por um tempo até Erza e Levy se aproximarem.

— Oi gente, vejo que só nós estamos tradicionais hoje. – Levy comentou, girando no salto e exibindo seu yukata. Ela e a ruiva vestiam os trajes tradicionais japoneses, enquanto os outros estavam com roupas comuns.

— Estão lindas, apesar de não me convidarem. – Sting disse, se aproximando e beijando a bochecha de Lucy, causando ciúmes em Natsu.- O que planejam fazer primeiro?

Então o grupo passeou pelas barraquinhas experimentando as iguarias e jogando pescaria,  tiro ao alvo, argolas... o festival parecia bem animado, menos para o rosado que queria ficar com Lucy e o Sting não se afastava. 

— Ei Lucy onde podemos ver os fogos de artificio? Ouvi um senhor dizendo que já vai começar.- Levy pergunta.

— Bem, o melhor lugar é ali, perto daquela barraquinha. Mas já tem muitas pessoas.

— Podemos ir mais pra perto da praia. Meus pais sempre viam de lá e dá pra ver perfeitamente.- Sting sugeriu. Então todos andaram para a direção da praia, mas ficaram na orla, onde havia algumas pessoas esperando os fogos começarem. A equipe técnica preparou um barco e no mar, eles lançariam os fogos de artificio. Gajeel entregou a todos alguns palitos que brilhavam para acenderem depois que os fogos terminassem e eles pudessem se divertir.

Lucy estava ansiosa para conversar com Natsu, que conversava com Lisanna e já havia ascendido seu palito. O garoto corria atrás da garota e assim que seus olhos encontraram os de Lucy parou de correr.

— Vai começar! Vejam!- Erza disse chamando a atenção de todos para os céus. Enquanto todos olhavam para os fogos de artificio, Lucy se aproximava de Natsu, que a encarava, fascinado e sem saber o porquê não desviava o seu olhar da garota.

— Quero te dizer uma coisa!- disse Lucy quando estava mais perto do garoto.

— O que? Não estou ouvindo.- respondeu o rosado, que não escutava bem, pelo som dos fogos explodindo.

— Eu estou apaixonada por você!

— Como? O que disse?

Lucy percebeu que Natsu não escutaria o que ela disse então se aproximou mais do rapaz, ficando a menos de 30 centimetros do mesmo. Seu coração estava acelerado e ela repetiu:

— Estou apaixonada por você, Natsu!

 O garoto ainda não conseguia entender o que a loira dizia, pois ele ainda estava com uma expressão de interrogação no rosto. Lucy se aproximou mais um pouco, ficando bem próxima a ele. Então se apoiou na ponta dos pés e, se segurando no ombro do garoto disse em seu ouvido:

— Eu disse que te amo!

As explosões dos fogos de artificio eram tão altas quanto as batidas do coração de Natsu quando escutou aquelas palavras. O rosado permaneceu em choque, tentando assimilar as palavras de Lucy, que continuava em frente a ele. Natsu não sabia o que sentia naquele momento e seus ouvidos zumbiam quando os fogos acabaram.