Quem é Você? escrita por Layane Alves


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora.... na verdade eu já deveria ter postado antes, só que tive alguns contratempos e um terrível bloqueio de inspiração!
Mas aqui estamos e espero que gostem e comentem nesse capitulo!
bjus ♥



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O vermelho do sangue pintava a face e as mãos da loura recém atacada, o piso do banheiro era onde se encontrava no momento. Apesar disso, ela não se permitiu expressar nenhum tipo de reação, suas expressões faciais estavam bloqueadas pelo medo e o pouco entendimento do ocorrido. 

Seu rosto perdeu a cor, o brilho de seus olhos sinuosamente desapareceu, a pulsação cardíaca em seu peito tornou-se mais intensa junto com a respiração bem mais ofegante. Esse conjunto de sintomas  indicava algo errado : ela estava em estado de choque! 

De relance, viu um vulto mover-se pelo ambiente e não soube ao certo quem realmente estava ali. Logo sentiu alguma coisa cobrir sua pele expostamente nua e ainda molhada, o frio já não penetrava tanto em seu corpo. E então, Lindsay desmaiou novamente. 

  
 

  
 Soprava um vento frio de manhã, Danny cruzou os braços  enquanto aguardava  a recepcionista com a papelada do hospital. Estava com muito frio, fato. Silenciosamente preencheu os documentos necessários para a estadia de Lindsay em um dos quartos, arcando com todas as despesas para isso.  

Forçou um sorriso amigável e agradeceu a mulher. Tomou o elevador e em poucos minutos estava  ao lado de Lindsay que permanecia dormida desde a noite anterior. Lentamente acariciou os cabelos dourados da amada, gesto no qual a  fez despertar pouco a pouco.  

Inclinou-se sobre a cama e depositou um pequeno beijo em seus lábios. A loura sorriu.  

—Oi. -disse com voz fraca. 

—Bom dia, Montana.-ele a abraçou fortemente.  -Que bom que acordou.  

—O que é tudo isso? -referiu-se aos fios em seu corpo ligados ao aparelho um pouco mais adiante.  

—Está no hospital. Esse aparelho está medindo seus batimentos cardíacos. 

—Entrei em estado de choque de novo, não foi? -perguntou rindo. 

—Vejo que não se lembra do que aconteceu ontem á noite, mas posso resumir : foi atacada durante o banho no meu apartamento e levou uma pancada forte na cabeça e acredito que em seguida tenha entrado em estado de choque  o que  quase a matou. Não vejo graça nenhuma nisso. -falou seriamente a encarando. 

—Parece que na minha vida só acontece isso, sempre tenho que quase morrer! - continuou rindo.   

—Como assim? 

—Com oito anos perdi meus pais num acidente de carro,me joguei no lago da fazenda que morávamos e quase morri afogada. Aos dez, um garoto do orfanato me empurrou da janela e quase morri, na faculdade fui atropelada pela minha professora bêbada e também quase morri. O que nos leva á hoje, onde você me diz que quase morri na noite passada e a única coisa de que lembro é de cair ensanguentada no chão. -gargalhou  como se tivesse ouvido uma piada extremamente engraçada. -Não é irônico? 

—Não é de se admirar seu  enorme histórico hospitalar, ainda bem que em todas essas vezes você não partiu pra outra dimensão. 

—Danny, não existe outra dimensão para os mortos, simplesmente morremos e deixamos de existir.  

—Sua religiosidade vem á tona nas horas mais impróprias. -forçou um sorriso a admirando. -O importante é que está viva agora. 

—Só não sabemos por quanto tempo. Nunca tentaram me matar antes, eu quase morria porque era desastrada e agora tem alguém lá fora me esperando pra me matar. -pela primeira vez desde que acordara demonstrou medo junto de suas palavras. 

—Linds, estamos todos aqui para te proteger. Stella está cuidando da investigação com o Adam e nesse instante há policiais e fitas  amarelas de 'não ultrapasse,cena de crime' em todo  meu apartamento. -disse e ela riu. 

—Você promete que... -ela deu uma pausa. Ainda estava um pouco tonta devido aos medicamentos que lhe aplicaram. 

—Descanse. Mais tarde Jess virá para conversar, caso lembre de algo. - carinhosamente beijou a mão delicada da loura. -A enfermeira trará seu café da manhã, seja uma boa menina e comporte-se.Tenho que ir agora. -a abraçou e quando iria afastar-se, Lindsay o puxou de modo inesperado e lento. 

O sorriso dela saiu fraco e seu olhar ainda cansado. Ainda assim deslizou uma de suas mãos sobre o rosto do detetive e aproximou seus lábios dos dele, vagarosamente o beijou. Ela sorriu novamente e dessa vez mais alegre. 

—Não me deixou morrer e pelo que quase sei, eu poderei sofrer um traumatismo craniano e meus neurônios saltariam da minha cabeça e sujaria seu banheiro todo. -murmurou ela sem ter noção de sua frase. 

Danny riu antes de contestá-la: 

—Não seria bem assim, pra começar seus neurônios não saltariam de sua cabeça! 

—Não? Ah seja como for! Se não fosse por você eu estaria num caixão agora e não no hospital. -colocou a mão esquerda na cabeça e no mesmo instante disse algo mais : -Desculpa, eu estou sob efeito de qualquer coisa que não sei o nome, mas tenho certeza que é algum tipo de droga e é daquelas bem pesadas que faz você se transformar num paciente adoidado. -parecia delirar com os sedativos. -Vou me arrepender de ter te beijado, mas eu gosto de você! -exclamou rindo. 

—Veremos. Se cuida, depois volto pra te ver. -sorriu francamente. Pegou seu casaco na poltrona e com acenos se despediu. 

  
 

Enquanto isso na sala de Stella, um grito empolgante foi ouvido em sua chegada. A grega  parou na porta e levou a mão vazia á sua cintura,a  expressão em sua face não era uma das melhores, começando pelo 'escândalo' proposital que a legista fez ao vê-la. 

—Está louca ou andou se drogando antes do expediente? 

—Nenhum dos dois. Eu apenas sou incrivelmente incrível e quase que solucionei o seu caso. -disse num tom nada humilde. Jogou suas mechas cumpridas para trás. -Encontrei o motivo do crime que com certeza tem relação com o incidente de Lindsay. -ergueu a pasta amarelada na direção da detetive forense. 

Antes de pegá-la, Stella encarou a morena por alguns segundos, não seria possível o que acabara de dizer. Afinal, sua função seria abrir corpos e ditar a causa e horário da morte, nada comparado a desvendar os mistérios por trás de um assassinato com base nas evidencias. Senhorita B alcançou a pasta e passou os olhos nas entrelinhas dos folhas brancas. 

—O quê? -a fala saiu automaticamente. Era quase impossível não demostrar tal reação depois de ler o que estava descrito no documento digitado por um dos assistentes da  morena. 

—Foi a mesma reação que tive depois de ver o que havia nesse pequeno objeto. -Peyton sentou-se no sofá de couro e sorriu audaciosamente. -Eu sou incrivelmente incrível! -suspirou. 

—Não me disse isso no necrotério. 

—Não tinha encontrado ainda. Provavelmente o Pen Drive se alojou em um de seus órgãos  digestivos, poderia acontecer com qualquer um. 

—Isso pode mudar o rumo das investigações. Não deveria pedir isso, mas me apresente suas hipóteses. -sentou-se em sua cadeira logo após deixar seu casaco cinza num gancho na parede. 

—Bom, passou na minha cabeça várias teorias e...-a animação da legista enojava Stella. 

—Vá direto ao ponto. 

—Ok. Suponhamos que a Têssa tenha sido escolhida pela máfia para matar a pessoa X do pen drive, da foto que estava no pen drive... sabemos que já fazia uns dois meses que ela estava na cidade, provavelmente á procura da pessoa X e então quando a encontrou e estava prestes a matá-la, alguém a matou primeiro impedindo assim que a pessoa X fosse assassinada. -sorriu após sua explicação. 

—É uma boa teoria. Então, a pessoa que assassinou Têssa na verdade estava protegendo a pessoa X. Primeiro, por que matar a pessoa X? 

—Algo relacionado com o passado. 

—Ao passado? 

—Aham...a pessoa X tem um passado como todos nós e acho que não tenha sido um passado branco e com pétalas de rosas,mas sim negro e com respingos de sangue.-disse e Stella revirou os olhos. 

—Entendi só quando disse passado. Mas tem a segunda pergunta: quem estaria protegendo a pessoa X? 

—Eu não sei. 

—Estava quase acreditando quando disse ser incrivelmente incrível,agora mudei de ideia. -sua ironia certamente não afetou Peyton que sorria. 

—Vai mudar de novo de ideia quando souber o que mais consegui!-se levantou animada e pegou o tablet na mesa, deslizou seus dedos sob o mesmo. -Sabemos que a vitima era francesa, membro da máfia e aparentemente teve um encontro romântico na noite anterior á sua morte. Correto? 

—Por favor, me diga coisas que ainda não sei. 

—Então, quando foram no necrotério, eu ainda não havia encontrado nenhum DNA na vitima, apenas as digitais em seu braço que mandei pro Danny. Havia saliva na orelha dela! -exclamou animada. 

—E... 

—Tomei a liberdade para analisar a amostra e demorou um pouco para encontrar algum resultado compatível, na verdade, demorou muito. Desde ontem que o sistema está trabalhando nisso e apenas agora apouco saiu o resultado, só que não é o que eu esperava. 

—Tem alguém,algum  nome? 

—Não deu em nada no banco de dados. 

—Disse tudo isso apenas para concluir que não teve resultado algum? Peyton, meu tempo é precioso demais para gastar com coisas irrelevantes para o caso. 

—Calma, ainda não terminei. Nos primeiros minutos foi apenas esse resultado que encontrei, mas dai ampliei a pesquisa para procurar por alelos semelhantes. 

—Algum familiar, certo. E obteve alguma coisa? 

—Claro! O programa me levou direto para o banco de dados da policia local: Lindsay Monroe, com cromossomos semelhantes á essa pessoa desconhecida, que a proposito é um homem, mostraram no DNA cromossomo XY. Se a análise está de fato correta, eles são irmãos consanguíneos. -a legista disse orgulhosa por sua descoberta. 

Stella andou de um lado para o outro, pensativa. Não demorou muito para dizer algo : 

—Quer dizer então, que de alguma forma um irmão da Lindsay deixou sua saliva na orelha da senhorita Lamaerte antes dela ser morta? Precisamos saber quem é ele e onde está agora. 

—Perguntar para a Lindsay não será uma boa ideia. 

—E por que não? 

—Ela não tem irmãos, não que saiba. Ela foi adotada aos 11 anos por uma família no norte de Montana. 

—E como sabe disso? 

—Compartilhamos informações uma com a outra. Somos amigas e posso garantir que ela não sabe da existência desse irmão. -disse séria e Stella soltou uma risada ciumenta. 

—Ela nunca me disse isso! 

—Claro,Stella, você não facilita o lado dela. A Lindsay precisa de uma amiga e não de uma mentora abusiva e controladora. -sua sinceridade foi insana. 

—Não sou abusiva e controladora! -exclamou e a legista a encarou. -Tá, confesso que as vezes sou assim, mas... 

—Não conte á ela, por favor. -implorou a morena de belos olhos azuis. -Ela quase foi morta, não merece saber disso, não por agora. 

—E então como fazemos para encontrá-lo? 

—Se tivéssemos acesso a algum banco de dados da França, poderíamos saber quem ele é. 

—Vou ver se o promotor consegue uma liberação legal, se der certo Adam cuidará do resto. 

—Sem problema. Só precisamos de uma autorização para pesquisar e pronto. -sorriu. 

—É... -estranhou a felicidade da morena. -Me diga, por que está sorrindo demais? 

—Não é todo dia que se encontra o amor da sua vida. -deu uma piscadela e saiu da sala. 

—Mais essa agora. -murmurou cruzando os braços. 

O telefone tocou e Stella de imediato o atendeu. 

—Bonasera. 

—Ei,Stell, você precisa vir pra cá logo!- a voz de Jessica do outro lado da linha parecia preocupada. 

—Será possível que nem processar a cena Adam sabe fazer?  

—Ele sabe sim e sabe muito bem, ele encontrou algo importante. 

—Algo além de digitais e coisas do tipo? Diga á ele para fazer o que tem de fazer. 

—Todos nós estamos fazendo, Stella. 

—Então...  

—Tem quinze minutos pra chegar.- a policial desligou de modo inesperado.  

—Todo mundo está estranho hoje. -suspirou e pegou a bolsa já deixando sua sala. 

 

O sol já havia posto quando a enfermeira aplicara o último medicamento na paciente da noite anterior, paciente essa que teria alta apenas na manhã seguinte. Logo o céu escuro  estava coberto por nuvens que ameaçavam se desfazer em chuva novamente, porém a beleza e a plenitude da cidade se destacava por seus outdoors bastante chamativos com todas aquelas luzes, isso sim era a verdadeira noite em New York!  

Apesar de toda aquela variedade atrativa, não eram todos que estavam num clima pra diversão, alguns queriam apenas descansar enquanto outros tinham de estar como acompanhantes num determinado hospital local. Ainda outros choravam a morte de algum ente querido e por ai vai. 

 Incluída em uma dessas categorias, a caucasiana de cinquenta e poucos anos distanciou-se do elevador e prosseguiu até um dos quartos daquele andar. A mulher de madeixas douradas olhou para os dois lados antes de entrar, seu olhar percorreu todo o corredor. Ninguém a observava e os policiais que deveriam estar de guarda na porta simplesmente não estavam ali. O que era perfeito, pensou ela. Assim, não conseguiu evitar um sorriso e adentrou no ambiente. 

Uma das primeiras coisas que fez foi fechar a porta atrás de si e encaminhar-se até a cama de Lindsay. Ela dormia docemente e nem sequer sentia a presença de alguém ao seu lado. 

—Olá, my Sweetie. -o sotaque francês era evidente. -Ninguém irá te machucar, eu te prometo. Estou aqui e irei te proteger. - dizia enquanto acariciava os cabelos dela. 

Prontamente retirou algo da bolsa, um objeto bem semelhante á um colar daqueles que se coloca foto dentro e seu formato não podia ser outro a não ser de coração, simbolizando o amor puro e genuíno. Com cuidado, a mulher francesa colocou o colar no pescoço branco da  loura abaixo da roupa do hospital, que permaneceu longe da vista de qualquer um. 

—Nunca estará sozinha,my Sweetie. Estarei sempre com você.  -depositou um beijo longo  e delicado na mão direita de Lindsay. 

 -O que está fazendo aqui? -a voz de Danny assustou a desconhecida. 

—Te faço a mesma pergunta. - virou-se pra ele. Sua postura e elegância impressionaram o detetive. 

—Vim passar a noite com ela. 

—Com minha Lauren? -expressou surpresa. -Minha sobrinha não tem amizade com homens charmosos como você. 

—Desculpe desapontá-la, senhora, mas a donzela deitada aí não é sua sobrinha Lauren. -disse de forma gentil. 

—Oh! De fato não é minha Lauren. -disse após olhar mais detalhadamente para Lindsay. Afastou-se da cama um pouco decepcionada. 

—Acho que a senhora confundiu os quartos. 

—É, acho que sim. E a minha Lauren se parece muito com essa moça. O que aconteceu com ela? 

—Um acidente durante o banho, nada grave. Amanhã ela já estará em casa. 

—Isso é bom. -sorriu. 

—E sua sobrinha Lauren, o que houve com ela? 

—Um marginal a agrediu durante uma festa ontem a noite, mas ela ficará bem. -respondeu sem demonstrar qualquer tipo de sentimento. 

—Espero que ela se recupere. 

—Obrigada. Cuide bem de sua donzela, rapaz! -deu duas batidinhas no ombro de Danny e passou pela porta sem olhar pra trás. 

Ele sorriu e aproximou-se de Lindsay já a olhando com ternura incomparável.  

—Está tudo bem, minha donzela. Passarei a noite com você e amanhã estará longe desse lugar. -beijou a testa dela e sentou-se na poltrona ao lado da cama. Poucos minutos se passaram e ele então adormeceu ali mesmo. 

 O amanhecer do dia seguinte ocorreu sem chuva ou tempo fechado, contudo o frio continuava gélido semelhante ao início da semana. Danny fechou a janela do quarto do hospital e esfregou as mãos uma na outra. Observando, Lindsay riu enquanto colocava o casaco. 

—Seus lábios estão roxos, Danny! -ela exclamou acercando-se dele. -Isso tudo é frio? 

—Que nada!Estou superaquecido aqui na minha fina blusa de mangas cumpridas! - o detetive cruzou os braços. -Sua bolsa está arrumada com todas as roupas. 

—Ah muito obrigada! -sorriu. 

—Agora só tenho que assinar os papéis de sua alta para sermos liberados. Então, estaremos livres de todos esses médicos e enfermeiras. -sussurrou brincando. 

—Me parece uma boa ideia. Não vejo a hora de... 

—Bom dia! -uma voz feminina ecoou no lugar interrompendo a frase de Lindsay. Era detetive B entrando.  

—Bom dia, Stella. -somente Danny respondeu. 

—Lindsay? -a grega chamou pela aprendiz. Ela continuava em silencio. -Está melhor? -perguntou e ela confirmou balançando levemente a cabeça. -Não é o que parece. Se esqueceu de como se fala? 

—Sei muito muito como se fala e isso não significa que eu tenha de falar com você. -sua rispidez atingiu em cheio a detetive. 

—Danny, pode nos dar um minuto? 

—É claro! -ele abraçou a loura e saiu. 

—Peyton esteve aqui, não esteve? 

—Amigos visitam um ao outro quando estão no hospital. O que acha? -a encarou. 

 -O que exatamente ela te disse? 

—Ela apenas citou os motivos de você ser tão grossa e arrogante comigo. Isso envolve o que aconteceu anos atrás na sua vida pessoal. 

—Eu posso explicar. 

—Não me deve explicações, afinal é algo de sua vida privada. Só fico chateada por descontar tudo em mim, Stella, eu também tenho sentimentos!  

—Não podemos entrar em detalhes sobre isso agora. -a grega caminhava de um lado para o outro. -Mas entenda Lindsay :estou te treinando para ser uma ótima detetive forense e não pra ser minha amiga. 

—Acho que já deixou isso claro algumas vezes. Só que...- deu uma pausa. -Stella,você não pode culpar ninguém por seus erros do passado e muito menos transformar sua tristeza em raiva e sair atingido as pessoas ao seu redor. -ela estava sendo sincera e fazia algumas semanas que queria colocar sua sinceridade em ação, mas nunca teve coragem e oportunidade. 

—Não faço isso e não sou assim. -ela negou prontamente. 

—Sabe, eu quero sim ser tão boa quanto você é e me machuca muito saber que me odeia. -deixou algumas lágrimas caírem. 

—Lindsay, eu não... 

—Não importa mais. Assim que retornar para o laboratório irei assinar minha carta de demissão bem como desistência no contrato de aprendiz. -apanhou sua bolsa na poltrona. 

—Não pode fazer isso. 

—E por quê não? Sou maior de idade e faço minhas próprias escolhas. -a olhou sem arrependimento. -Irei voltar pra Montana no fim de semana, lá sim tem pessoas que realmente me amam. -abriu a porta. 

—Já contou ao Danny? 

—Não é da sua conta. -disse grossamente. Stella suspirou e caminhou até a loura. 

—Não pode abandonar o programa, o laboratório, sua equipe ou seus amigos. Aqui tem tudo o que precisa para ser uma excelente detetive. -ela tentava a convencer. 

—Não sei porquê se preocupa tanto que eu vá embora. Veja pelo lado bom: não terá mais que ver ou ordenar coisas para uma aprendiz bastarda. 

—Nunca te chamei de aprendiz bastarda. 

—Da mesma forma que nunca sentiu ciúmes do Mac? -arqueou as sobrancelhas. 

—Ok. Talvez eu tenha deixado escapar algo assim, mas não quer dizer que tenha de ir embora e abandonar tudo. 

—Nos vemos amanhã no laboratório. -disse sem sorrir. 

A loura secou as poucas lágrimas ainda existentes ao redor de seus olhos e quando estava prestes a sair, Stella disse algo que a calou profundamente: 

—Eu sei que foi abusada sexualmente na sua infância. -respirou fundo para continuar. -Sei também que seus pais não morreram num acidente de carro. Sua mãe assassinou seu pai e em seguida se matou com um tiro na cabeça. 

 Lindsay virou-se e fixou seus olhos na mulher á sua frente. Milhões de coisas se passaram em sua mente e nenhuma delas saíram de forma verbal. Ela ficou literalmente sem palavras. Seu coração disparou e as lágrimas que escorrem simultaneamente sobre sua face responderam àquelas duras e amargas frases.


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Notas finais do capítulo

o que acharam?
Quero que comentem, isso me deixaria muito feliz! ! bjus♥



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