Dcaa escrita por NMCMsama


Capítulo 5
Busca do Slender man - Parte 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um novo cap!
O final da pequena série do Bob!
Deixem suas sugestões para as próximas lendas urbanas a serem "desmistificadas"!



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Não sei o que me irritou mais: Slender man, um personagem que sempre me apavorou em vida, agora me paquerando, ou Noir me tratando de novo como se eu fosse uma propriedade dele. Sim, de certa forma além de consultor sou meio que “babá” do decimo-terceiro filho de Hades, o caçula da grande família real. E isso por que? Tudo aconteceu quando tentei escapar do rio da pós-vida, eu não estava afim de reencarnar e voltar para o mundo terreno, ter que começar tudo do zero e ainda mais, tinha morrido jovem! Na verdade, nem tinha aproveitado a vida, logo, tinha direito pelo menos de aproveitar a morte, não é mesmo? Contudo, a minha fuga foi impedida por Nostradamus, outro filho de Hades (nesse caso é o quinto filho) cuja função seria vigiar o fluxo do rio e conter os fantasmas fujões (como eu!). Ao invés de me por de novo no fluxo das águas assombradas, decidiu me levar para casa (ou seja, o grande e estonteante palácio do rei do submundo) e me deu de presente para Noir, pelo visto, era aniversário do jovem príncipe naquele fatídico dia. Hades, por sua vez, não achou certo dar uma alma penada para o seu adorável filho e me entregou um trabalho, me promovendo a consultor dos ceifadores, logo me tornei um cidadão do submundo, seu súdito e subordinado.

— Noir... – Resmunguei, com o tempo que convivência com o príncipe já presenciado seus “ataques” possessivos.

— Shh! – Mandou o garoto fazendo um sinal com a mão, parecia que estava me enxotando.

— Pois eu não quero voltar para o submundo! – Disse Bob com sua voz estridente – Sou humilhando! As crianças não me respeitam! Desenham no meu lindo e perfeito rosto quando estou tirando uma soneca...

Otto conteve uma risada, obviamente ele fora uma dessas crianças.

— Sou um artista! Melhor ainda, sou um gênio! Os humanos parecem reconhecer mais a qualidade de um ser estonteante como eu! Sempre visitam a minha floresta, fonte da minha inspiração... E roubam meus desenhos, pena que quando tento encontra-los para dar autógrafos eles acabam fugindo ou desmaiando, deve ser o efeito do glamour de encontrar um verdadeiro astro das pinturas de desenhos!

Tentei não dar um tapa da minha testa, então o Slender man persegue as suas vítimas para lhes dar autógrafos?

— Mas, se esse pedaço de mal caminho resolver sair comigo por um jantar à luz de fogos fátuos... – Apontou o seu longo dedo para mim, literalmente gelei. Podia não ter medo do antigo ser maligno dos jogos e lendas urbanas, mas temia e muito ter um encontro romântico com Bob, o professor nada tímido em relação ao flerte.

Noir fez cara feia. Normalmente o pequeno príncipe não exibe muita expressão facial, sempre parece com um semblante variado de tédio para sério. Nenhum sorriso, nem mesmo alguma careta de dor. Nada. Mas agora ele deixou transparecer seus sentimentos. Seus olhos assumiram uma coloração totalmente negra.

— Sabe que a sua permanência aqui está ponde em risco o submundo? Você é um funcionário de Hades! Jurou proteger o submundo, guardar segredo de nossa existência e preservar o equilíbrio entre o mundo dos vivos e dos mortos!

— Eu me lembro sim, lógico. Mas, qual é a vantagem de eu voltar? O que vocês tem a me oferecer? Não quero ser um professor de artes somente! – Choramingou Bob.

— Quem sabe... – Otto interrompeu a confusão, ainda bem, pois estava começando a ver pequenas chamas negras surgindo em volta de Noir, se ele liberasse o seu poder aqui, no mundo humano, poderíamos dar adeus ao dito “equilíbrio” e também a nossa passagem de volta ao submundo.

— Você podia decorar o salão principal do palácio de Hades! – Sugeriu o ceifador, sorridente.

— Hã? – Noir o encarou confuso.

— A rainha Perséfone está fazendo uma reforma no salão, não é?

— Minha mãe sempre está fazendo reforma em algum lugar do palácio... – Resmungou o príncipe aborrecido. Isso era verdade, a formosa esposa de Hades gostava de ser decorar o ambiente meio que sombrio do submundo, toda a semana se anunciava alguma nova reforma criada por ela, ou no palácio ou em algum lugar do reino.

— Então, podia pedir para ela contratar o Bob!

— Oh! Por todas as tintas gauches do mundo! Isso seria               P-E-R-F-E-I-T-O!

Noir estava pensativo, coçando o seu queixo.

— O que você acha? – Para a minha surpresa, ele me questionou.

Olhei de relance para Bob e esse parece ter me lançando um beijinho e o estava assoprando para mim...

Se ele fosse para o palácio era bem provável que me esquecesse! Afinal, existem vários fantasmas trabalhando na sede do governo de Hades, logo, era bem provável que ele se enamorasse de outro.

Assim esperava...

— Acho uma boa ideia.

Noir parecia satisfeito com a minha resposta. Levantou a mão para cima de sua cabeça e um longo cajado negro materializou do nada. Uma caveira estava em uma das extremidades.

— Já era hora, jovem mestre. – Disse a caveira. Aquilo sempre me dava calafrios. O modo como a mandíbula se movia enquanto falava, sem ter lábios ou língua... Mas, acho que já devia estar me acostumando com isso, tendo em vista que Bob nem mesmo rosto tem e também falava! – Seu pai já estava preocupado! Já mandou vários SMS e mensagens de voz!

O príncipe o ignorou.

— Leve-me para o submundo. – Mandou.

— Como queira, jovem mestre.

Os orbitas negras da caveira brilharam, emanando uma luz avermelhada que nós cegou, temporariamente.

Senti o chão sumir por debaixo dos meus pés.

Esse era o portal para o submundo...

Seria uma longa queda rumo aos confins das trevas.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?
Espero que sim!



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