Dcaa escrita por NMCMsama


Capítulo 6
Banheiros e Espelhos - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Mais um novo inicio de aventura!
Essa missão será direicionado a três lendas urbanas famosas, vamos ver se vocês adivinham!



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— Todos quietos! Recepcionem os novos alunos! – Disse autoritária a professora, os alunos que estavam dispersos, conversando e fofocando pararam suas ações para então dirigirem seu olhar para a dupla de garotos que estavam diante do grande quadro negro. Obviamente eram estrangeiros, um deles era baixinho, pele alva, cabelos negros, podia ter uma ascendência asiática se não fosse seus olhos grandes de íris castanho extremamente escuro (ou talvez negro, mas olhos totalmente negros não existiam, não é? Sempre a íris teria que ter alguma cor), suas feições também podiam indicar uma descendência ocidental, nariz proeminente, rosto angular. O seu companheiro, ao contrário, tinha pele morena provavelmente de raça latina, cabelos castanhos meio ondulados nas pontas, seus olhos verdes eram cativantes, mas ao mesmo tempo pareciam não ter brilho, eram opacos e sem vida.

— Esses são Eric Aqueronte-kun e Noir Hadeson-kun, os dois vieram de Érebo.

~~**~~

Perfeito... Não sei por que deixei que Noir cuidasse da parte das identidades “secretas”. Com ênfase nas aspas, afinal, obvio que o príncipe das trevas não sabia o que era forjar outra personalidade e nem mesmo alterar o nome. Dava para ver como os nossos companheiros de classe nos miravam confusos, bem que talvez seja mais o impacto de sermos estrangeiros...A verdade era que eles não sabiam o quão estrangeiros de fato éramos.

— Érebo? Onde é isso? – Perguntou uma garota, eu sempre me impressiono com os poderes sobrenaturais que adquiri após me converter a um membro da sociedade do submundo. Por exemplo, agora... Aquela menina era uma japonesa, em vida eu nunca estudei japonês, de modo que não sei nada sobre a língua e nem mesmo a cultura, mas agora, isso não era um impedimento, havia uma complicada magia/feitiço/macumba (não sei o que é, Noir tentou me explicar, mas achei o negócio mais complicado de que física quântica então, acabei por deixar a linguagem técnica para quem realmente entende...)que nos permitia falar e entender japonês, mas de um modo que parecia que era nossa própria língua mãe... Digo, para mim ela está falando português, mas quando eu falo, para eles parecerá que estou falando o mais perfeito japonês.

Entendeu?

Pois é, complicado, mas é o que estava acontecendo agora.

— É um país na Europa? – Perguntou um garoto.

Noir abriu a boca, previ que ele daria uma explicação que poderia nos colocar em péssima situação. Devíamos ser discretos e se possível, não trazer nenhuma evidência de nossa real origem.

— Isso aí! Um país pequeno na Europa! – Falei, interrompendo o filho de Hades que me encarou, emburrado. De qualquer forma, a minha resposta parecia ter sanado a curiosidade da classe, mal sabiam eles que Érebo era um outro nome dado para o reino do submundo de Hades.

— Pois, bem... Vamos começar a nossa aula? Lembrem-se de serem educados e auxiliem os novatos para que se adaptem a nossa cultura e sistema de ensino.

Os alunos deram um sonoro “sim” e fomos guiados para as últimas carteiras das filas. Estama me sentindo desconfortável vestindo aquele uniforme, camisa de mangas compridas branca e uma calça quase que social. Usava um estranho par de pantufas nos pés, pois pelo o visto os japoneses não gostavam de sujar o chão altamente encerado com tênis e outros tipos de calçados. As garotas, por outro lado, usavam um uniforme de marinheiro que eu me lembro de ter visto no anime Sailor moon. Enfim, não precisava me acostumar muito com aquele ambiente, afinal, não ficaríamos muito tempo... Estávamos ali por uma missão! Uma missão perigosa e que se centrava no espaço bastante perigoso para a humanidade....

O banheiro.

~~**~~

Terceiro andar.

Terceiro box.

No banheiro feminino.

Ali estávamos prontos para fazer a nossa captura de uma já recorrente entidade que assombrava os banheiros escolares japoneses: Hanako-san.

— Você conseguiu coletar informações, não é? – Inqueriu Noir que já se aproximava do terceiro box. Eu, por outro lado, resolvi ficar mais perto da porta de entrada, me sentia desconfortável, como homem estar em um banheiro feminino e ainda mais um banheiro cujos boatos diziam da existência de uma garota fantasma que te arrastaria para o inferno depois de fazer um determinado ritual.

Ora, você já não devia ter medo disso! Essa voz irritante surgi em minha mente me lembrando da minha atual condição como residente do mundo sobrenatural. De fato, não devia sentir medo dessas coisas, mas as lembranças da minha vida humana persistiam bem como meus pavores. A loira do banheiro... Essa lenda urbana me apavorou durante o ensino fundamental ao ponto que resultando em um tremendo mico... Fiz xixi nas calças por me recusar de ir aos banheiros da escola. Quer saber? Agora que sei que essa tal Hanako-san existia, o que impedia que a temorosa loira do banheiro também existisse? Talvez eu estivesse certo de evitar esses banheiros!

— Sim... As garotas da sala, elas falaram sobre esse banheiro que ouviram alguém no terceiro box e que praticaram o ritual e obtiveram resposta, apesar de ninguém ter ido até o fim...Digo...Ninguém abriu a porta do box....E...Sabe....

— Ok! Vamos começar! – Noir parecia motivado, apesar de meu pavor – Hanako-san não costuma ficar muito tempo em uma mesma escola, sempre se mudando, por isso foi tão difícil para traçar uma localização confiável, ainda mais levando-se em conta esses boatos de crianças impressionáveis.

Contive a vontade de soltar o comentário de que Noir também podia se enquadrar nessa qualidade “criança impressionável” ainda mais quando minutos atrás estava totalmente surpreso ao ver como se comia usando os pauzinhos, até tentou utiliza-los, mas falhou diversas vezes sujando parte de seu uniforme com molho shoyu e arroz.

O príncipe do submundo bateu uma vez na porta do terceiro box.

—Hanako-san, você está aí?

Bateu outra vez.

—Hanako-san, você está aí?

Agora era a última batida...

—Hanako-san, você está aí?

Esperamos. Deveria haver alguma resposta, pelo menos era o que se presumia o ritual. Noir mirava o box com uma concentração extrema e eu continha a respiração presumido que o pior iria ocorrer.

Esperamos mais.

Noir já estava perdendo a paciência e eu, por outro lado, estava relaxando. Até que...

— Estou aqui... – Uma voz meio esganiçada e forçadamente infantil se produziu por trás da porta. Eu gelei. Sinceramente estava esperando que tudo aquilo não passasse de um alarme falso. Apesar de eu ser fantasma não estava afim de ver outro fantasma, não que eu seja preconceituoso, mas uma alma penada vagando na terra era diferente de um alma no submundo. Aqui, os espíritos eram muito mais vingativos, confusos e... Nojentos! Soltando ectoplasma por todo lado!

Noir parecia imperturbável e abriu a porta subitamente.

— Hã? – Uma expressão confusa surgiu no rosto do filho de Hades, algo raro já que o garoto era expert em ocultar suas emoções por trás de uma máscara de continuo tédio e aborrecimento.

Tomei coragem e me aproximei.

Não devia ter feito isso...

— Kawaii desu yo? (isso é fofo, não é?) – Uma criatura com pele muito semelhante a um sapo, olhos esbulhados amarelados e rosto achatado com grandes orelhas pontudas. Mãos e pés grandes desproporcionais a seus braços finos, curtos e franzinos. O cheiro de enxofre dominou subitamente o ambiente. Mas o pior não era a sua aparência física e sim o que estava vestindo. Um uniforme feminino escolar, cor de rosa. Fazia uma pose, um sinal de vitória apoiado em um dos seus olhos, piscava. E ainda levantava uma das pernas! Só agora reparei que o ser usava maquiagem e até batom!

— Mas... Mas... – Não sabia nem o que dizer.

— Um demônio! – Exclamou Noir já preparando para ataca-lo com seus poderes.

— Ceifadores? Filho de Hades?! – A voz agora grossa indicou o seu medo e surpresa. Rapidamente o ser (que não sabia ao certo seu sexo), pulou para dentro da privada e deu descarga, apesar de seu tamanho considerável vimos ele ser sugado pelo o redemoinho de água perfumada. Sumiu.

— Mas o que aconteceu? – Conseguir perguntar no final.

Noir não respondeu, parecia imerso em pensamentos.

Pelo visto essa missão não será tão simples como imaginávamos.


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Notas finais do capítulo

Demonios trap!
Será o fim do mundo?

Veremos no proximo cap!



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