Lances da vida escrita por Jana


Capítulo 21
Sou forte


Notas iniciais do capítulo

Quase não consegui postar esse capítulo. Quando eu formatei a fic no word eu buguei, pois estava cansada depois de passar horas terminando de escrever e editando e acabei perdendo metade desse capítulo e só descobri hoje a tarde na hora de postar. Resumo, tive que reescrever. Espero que tenha ficado bom.



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SOLUÇO

Procurei Astrid por toda escola. Ontem ela não veio e hoje eu não estou conseguindo acha-la.

Durante a aula pego passe para o banheiro e vou até seu armário. Acabo encontrando Kendra.

– Procurando alguém, Soluço? Talvez Astrid Hofferson?

– Pare de joguinhos, Kend.

– Só queria saber o que você vê nela.

– Nada. Tento me livrar de Kendra. – Não vejo nada de mais nela, ela é só uma distração enquanto não tenho você. A merda flui da minha boca. Preciso proteger a Asty e A Luane de qualquer jeito.

Ouço um barulho e quando vejo é Astrid. Ela ouviu cada palavra falsa que saiu da minha boca.

Kendra se aproxima dela. – Você não contou a ela a verdade sobre o acidente?

– Kendra não. Se você falar eu conto para o Logan o que andou rolando entre você e eu.

Astrid volta para perto de nós.

– O que andou rolando entre você e ela, Soluço?

– Conta para ela quantas vezes ficamos juntos desde que você chegou?

Não posso contar a verdade, não aqui na frente de Kendra.

– Fala logo. Grita Astrid furiosa

Quando não falo nada ela me dá um tapa e se retira dali.

Toda escola está reunida em um tumulto para o anuncio das equipes desse ano.

O diretor está anunciando que cada treinador de cada equipe subirá e dirá os nomes de seus atletas. Quando chega a vez do técnico de luta livre ele começa a dizer os nomes.

– Agora vamos anunciar os nomes dos atletas de luta livre: André Adans, Soluço Strondus, Adriano Luis ...

Depois de um longo tempo terminaram de anunciar todos os nomes e havia uma confusão no local. Localizo Astrid na saída e vejo que dois caras do terceiro ano estão brigando bem do lado dela. Tento chegar até lá, mas não consigo ser rápido o suficiente. Um dos caras é empurrado e cai em cima dela que cai dos degraus e se feri.

Chego empurrando todos na minha frente e chego até ela. – Está bem? Se machucou?

Melequento chega e agarra meu ombro me puxando para trás. – Soluço, o que está fazendo? Essa vadia foi responsável por sua prisão.

Fecho o punho e acerto bem na sua cara. Rolamos um socando o outro até que o treinador nos separa.

– Cadê a Astrid?

Hanzel olha para mim confuso. – Na enfermaria

– Preciso ir lá vê-la

– A única coisa que você vai ver é a sala do diretor, Strondus. O que aconteceu com você?

Sou levado até o escritório do diretor com o técnico segurando meus pulsos para atrás das costas. Quando o técnico saiu para chamar o diretor eu fugi dali e fui até a enfermaria.

Suas calças foram levantadas acima os joelhos.

Pude ver as cicatrizes que pareciam que algo tinha estraçalhado com garras. Parecia que ela tinha recebido também enxerto de pele em algumas partes.

Olho em seus olhos. – Sinto muito.

– Vai embora daqui. Ou vai querer uma foto para se divertir com Kendra.

ASTRID

O Soluço ainda não sabe que a senhora Reymond morreu. Eu estava indo procura-lo para contar quando encontrei ele com Kendra.

Antes do que aconteceu entre nós eu até entenderia, mas pensei que ele estivesse gostando de mim, que o que houve era real. Não quero ficar pensando em Kendra e seus cabelos perfeitos, peitos perfeitos. Isso só me faz perceber que eu não sou perfeita.

Estou aqui na enfermaria para provar isso.

Eu sei que ele só fez tudo isso por culpa, porque eu ouvi sobre seu relacionamento com a Kendra. Melequento só falou a verdade, eu realmente fui a causa dele ir para a cadeia. Nós nunca deveríamos ter se aproximado. Deveriamos ter nos ignoradona casa da senhora Reymond. Se nada disso tivesse acontecido eu não estaria tão ligada a ele. Se não tivesse me aproximado dele não teríamos nos beijado e eu não estaria tão ligada a ele e assim não teri deixado ele me manipular.

Saio da enfermaria e levanto minha cabeça. Diante de Soluço, Melequento, Kendra e seja lá quem for que queira me menosprezar.

Estou me sentindo exposta mesmo já tendo coberto as cicatrizes, isso porque Soluço as viu. Elas me lembrarão sempre dele e do acidente.

Passo em frente o escritório do Sr. Millor e vejo Soluço lá dentro, com o rosto afundado nas mãos. Como se percebesse a minha presença, ele olha em minha direção. Seus olhos pareciam buscar calor ou conexão, ele acha mesmo que sou tão estupida?

Para piorar vejo Kendra e Hanna vindo pelo corredor. Entro no banheiro. Enquanto me olho no espelho tendo pena de mim mesma, ouço a porta se abrir. Entro num dos cubículos enquanto escuto Kendra falando. – Você pode imaginar aqueles dois se beijando?

– Ai. Por favor, Kend. Não me faça vomitar. Soluço é um cara durão de wollywood, já a Astrid, é uma perdedora. Ela deve beijar fazendo biquinho.

– Você tinha que ver ela hoje de manhã, pensei que ela fosse chorar.

Definitivamente sou uma idiota e covarde. Espreito pela fenda da porta. Hanna passa batom enquanto Kendra brinca com uma mecha de seu cacho.

– Ele te ama, Kend. Vocês tem um vinculo muito forte que não vai acabar assim.

– Soluço falou para Logan que estava afim da Astrid.

– Justo dela. É a mais improvável para fisgar um cara como Soluço. Ele a atropelou. Ela está se aproveitando da situação.

Kendra hesita

– Que foi? Hanna pergunta.

– Checou os cubículos?

Já era, com uma perna ruim, subir na privada não é opção. A porta de um cubículo é aberta.

– Vocês duas são patéticas. Deveriam olhar antes de tagarelarem sobre suas vidas ridículas. Era minha prima Amanda.

– O que você ouviu? Kendra pergunta.

– Tudo né.

– E vai guardar isso para si, né Amanda?

– Que tal se você parar de espalhar boatos maldosos sobre minha prima? Ela tem mais caráter que vocês duas juntas.

– Cuidado com as palavras, Amanda. Você era uma perdedora a um ano atrás enquanto sua prima era popular e hoje ela é um perdedora e você pode voltar para lá. Não pense que ser amiga da Merida e da Rapunzel te faz ser alguém.

– Kendra, eu te idolatrava porque você era bonita, popular e tinha o namorado que qualquer garota queria ter. Mas agora vejo que você é patética.

Enquanto Amanda está lá me defendendo eu fico aqui me acovardando. Estou suando de medo. Mas sinto como se o espírito da senhora Reymond me impelisse.

Abro a porta para encarar as três com expressões de surpresa. Kendra dá uma risada nervosa.

– Esse é o banheiro dos perdedores e não me avisaram?

– Vocês duas são iguais. Hanna me diz - Fazem qualquer coisa para seguir os passos de Kendra e de mim.

– Hanna, tenho pena de vocês duas. Vocês tem tudo e mesmo assim são casca vazia. Não tem nada a acrescentar. Eu não as seguiria nem se isso fosse a cura para a minha perna.

Elas me olham em choque. Eu nunca fui forte, sempre me deixei rebaixar e focava nos defeitos. Mas conviver com uma mulher forte como a senhora Reymond me ensinou a confiar mais em mim. E estar perto do Soluço essas semanas me fez sentir linda e desejada. Eu só não consigo acreditar que ele mentiu para mim. A admiração que vi brilhar em seus olhos. O tremor de seus dedos quando deslizavam nos meus lábios e rosto. Um cara como Soluço, que esconde tão bem as emoções não conseguiria fingir essas reações tão intensas, mesmo que quisesse.

– Se Soluço te deu alguma atenção, foi por pena.

Eu sei, mas o que compartilhamos foi muito mais que isso.

Amanda me olha. – Soluço? Isso é verdade?

Aceno

Percebo por um instante que Soluço tinha razão. Ir para o Canadá é uma maneira de fugir do problema. Tentar esquecer o acidente, mas ele aconteceu e isso não pode ser mudado. Só posso é conviver e saber viver de cabeça erguida.

Eu sou forte.

A inspetora abre a porta do banheiro. – As mocinhas não deviam estar em aula?

Nenhuma de nós se pronuncia. – Então vão todas para sala do diretor.

Kendra não tem culpa de ser bonita e atraente e Soluço também não tem culpa de se sentir atraído por ela. Eu não guardo mais sentimentos ruins dentro de mim. Senhora Reymond tinha razão, guardar rancor faz mal à alma.

Não odeio Kendra, não odeio o Soluço, não odeio Luane.

Finalmente eu me sinto bem, me sinto forte.


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Notas finais do capítulo

À partir de agora a história vai descer ladeira a baixo. Mas muitas coisa ainda vão acontecer. Digamos que estamos na metade da história.