Olig adentra o castelo e procura por seus pais. Não encontra nada, nem ninguém.
Como isto é possível. Teriam eles migrado da cidadela e partido na iminência de alguma derrota?
Não lhe passava na cabeça que estivessem mortos. Se assim fosse, haveriam sinais de lutas. Haveriam corpos.
Maúra... a lembrança de seus beijos e alentos faziam com que a busca ficasse cada vez mais dolorosa.
Por horas ele procura pelas ruas da cidade e ainda a mesma resposta : NADA.
Ele vai se aproximando do centro da cidade e de repente para. A constatação daquilo que mais temia. Destroços de uma arma.
Ele não consegue identificá-la. Não sobrou muito para que se identificasse. Ao redor dela, a última mostra do povo Magnon : marcas de corpos nas paredes das edificações mais próximas.
Apenas traços queimados mostravam a forma de homens, mulheres, crianças e animais. Que arma maldita seria capaz de fazer isto?
E Olig acha a resposta: um pedaço de metal, não muito grande, mas contendo o símbolo Sapiens e um nome : Bomba V.
Olig grita.... Tão alto quanto seus pulmões permitiam. Grita e abraça o pedaço daquilo que foi o algoz de sua raça.
E depois chora... Não um choro de tristeza. Nem um choro de desespero, mas um choro de ódio. Um choro de rancor por uma guerra em que ele não queria participar.
Maúra... Nunca mais os beijos. Nunca mais os alentos. Não Maúra. Porquê?????
Cheio de ódio, Olig se levanta e erguendo aos céus aquele pedaço de metal, grita com o que lhe resta de forças :
_ Ganntral, senhor da Nação Sapiens. Eu sou Olig, filho de Oleg e príncipe dos Neo Magnon. Cometeste um crime contra meu povo e tomo sobre mim o manto da vingança. Que eu não descanse até que o último dos Sapiens deixe de respirar.
Assim, Olig se prepara para a viagem da qual acredita não retornar.