– Que lugar é esse? – Mara se perguntava.

Ao acordar, se deparou com um local escuro e mal cheiroso, ela estava deitada em uma espécie de leito metálico preto, com uma luz imensa e, dessa vez, branca, por cima dela, vários indivíduos começaram a rodea – La e quando chegaram mais perto, ela se apavorou, eles pareciam um ser humano comum na estatura, mas eram muito assustadores, tinham orelhas pontudas, eram carecas, e tinham marcas na pele inteira que mais pareciam tatuagens, falavam uma língua diferente, Mara nunca havia ouvido a língua.

Um deles foi até uma mesa e pegou algo, e quando voltou, ele segurava um objeto, algo parecido com uma faca, Mara se apavorou e começou a berrar alto, incomodando – os, um deles conseguiu acertar a cabeça de Mara, e ela desmaiou apenas por alguns segundos, mas assim que acordou, notou que eles a levavam para uma sela em uma detenção aonde se encontravam outros vários seres de outras espécies.

Era tudo muito estranho, ela imaginou que eram alienígenas logo que os viu, eram tão estranhos, tão esquisitos e falavam uma língua que ela nunca ouviu. Mais tarde, após prenderem ela em uma sela, alguém trouxe algo para ela, ela deduziu que era comida porque os outros das outras selas também comiam. Era uma refeição nada atrativa, parecia um tipo de animal do deserto, parecendo uma lagosta misturada com piolho de cobra, e tinham umas frutas estranhas também, Mara só comeu as frutas, o outro alimento não agradou, tinha gosto de vômito.

– Isso é horrível! – ela exclamou.

– Mas pelo menos agora eu te entendo! – falou o carcereiro, que agora era entendido por ela, foi muito bom para ela entende – lo.

– O que vocês são?

– Romulanos! – exclamou o homem.

– O que?

– Romulanos! Somos desse planeta! Não somos do mesmo planeta que você!

– Sério? – ela se espantou.

– Claro! Este é o planeta Romulus! No quadrante Beta da sua galáxia!

– Quadrante Beta?

– Sim, uma das divisões dessa galáxia!

– Porque vocês me pegaram?

– O nosso capitão está interessado em sua mente! Só querem o seu cérebro!

– Não! Eu quero sair daqui agora!

– Não vai poder! Apenas com a ordem do meu capitão!

Ela avança contra o homem, e o fere no rosto com uma lâmina que encontrou, e sai correndo pelos corredores, alguns guardas aparecem para para – La, mas Mara tinha poderes, e os levitou imediatamente, pressionando - os contra a parede.

Ela correu para fora e voou novamente, quando pousou no solo, pode ver que, no céu, podiam se ver outros planetas, a olho nu, estavam bem próximos da atmosfera daquele planeta, o que surpreendia muito.

Ouviu um barulho vindo de longe, era um zunido muito forte, olhou para trás e viu dois pontos pretos vindo em sua direção, quando ficaram mais próximos, ela se escondeu em uma rocha, pois viu que eram as naves deles, assim que foram sumindo, ela saiu andando por aquele local, que mais parecia um deserto.

Foi caminhando até um local com vários destroços de alguma coisa, viu que haviam coisas nos destroços, achou livros, objetos pessoais, e até comida, aquilo foi muito estranho, pois não eram deles, eram de humanos – esses monstros já passaram pela Terra? – pensou. Foi o que deduziu ao ver uma grande quantidade de coisas de humanos.

Haviam cadernos, livros, canetas, lápis, xampu, joias, tinha comida, mas era pouca, não duraria uma semana, haviam alguns sanduiches, bolos e suco para três dias apenas, o que ela faria depois? Tinha que bolar um jeito de arrumar comida, ou melhor, tinha que arrumar um jeito de sair daquele planeta.

...

Terra – Havai – 2 meses depois

– Não sabemos ainda do que houve com ela senhora Tresler! Só sabemos que foi vista correndo pela praia, entrou na mata e simplesmente, desapareceu! – falava o detetive Dawson por telefone.

– Meu Deus! O que pode ter acontecido com ela? Já são dois meses!

– É o que estamos tentando resolver! Mas não a achamos em lugar nenhum!

– Tudo bem! Mas assim que descobrir, retorne! Obrigado! – e ela desligou.

– E ai?

– Nada!

...

ROMULUS – 3 dias depois desse fato

Mara passou dias não fazendo nada naqueles destroços de nave, estava entediada, a única coisa que fazia era ler e escrever num diário, vivia vestindo e revestindo as roupas, que começaram a envelhecer, e viva procurando frutas que achava raramente no planeta, era uma paisagem desértica a que se encontrava, ela tinha que caçar e matar alguns animais de vez em quando, com armas que ela mesma criava, os animais tinham gosto de vômito, raramente encontrava uma carne agradável.

Mas ainda fazia as mesmas coisas, ela escrevia num diário suas experiências no local, como caçadas, expedições, momentos de tensão quando precisava correr para um esconderijo de pedras sempre que uma nave romulana se aproximava, e principalmente, sobre sua experiência em outro planeta, longe de sua verdadeira vida, sem seus amigos, família e até conhecidos. Estava sempre anotando tudo, e não dormia uma noite sequer sem rezar, ela sempre rezava segurando uma foto de seu pai que guardou para sempre e a echarpe preta com detalhes dourados que sua mãe lhe deu na clínica em que Mara estava internada para os exames.

Ela também leu vários livros, Anna Karenina, Jane Austen, Mansfield Park, leu todos sem precisar entender o enredo depois que lesse, pois sua inteligência superior permitiu a ela que o entendesse antes mesmo de ler por completo um livro, haviam assaltado livros do século atual, do passado e dos outros anteriores também, com que propósito? Era o que pensava.