Base Naval da Marinha – Havai – 1992

– Tá ocupada Mara? – perguntou Brooke.

– É, mais ou menos! – disse Mara olhando todos os pontos vermelhos no radar.

– A gente vai no bar depois! Quer ir com a gente?

– Vou ver se dá! To meio cheia hoje!

– Tá beleza! Eu vou te esperar hein!

...

Depois que Mara saiu do navio, foi direto se encontrar com os amigos no bar que sempre iam como de costume, já estava a 2 anos na Marinha, quase nunca tinha tempo para a mãe, irmã ou amigos. Mas quando ela ainda estava, esbarrou em um colega de trabalho.

– Opa, sem querer!

– Onde você vai?

– Ah, recebi uma folga!

– Sei! Então toma cuidado por ai hein!

– Falou, er ... qual seu nome??

– É Cedric, engenheiro naval!

– Tá, falou!

...

Quando chegou no bar, logo viu a irmã e os outros amigos, se sentou na primeira cadeira que viu ao lado de Brooke e pediu o que queria beber, sua bebida favorita.

– Uma cerveja com vodka, por favor!

– Você tava fazendo o que Mara? – perguntou Meli.

– No radar, de novo!

– O Khan não larga do seu pé né amiga! – disse Brooke.

– Não mesmo, o Khan é um ranzinza total! Principalmente agora que eu sou nave...

– Pra sua informação alferes, não o chame de “Khan”! – Malths, que estava no local, ouviu a conversa dos amigos – Chame ele de Sr., capitão ou capitão Singh! Tenha mais respeito com o seu oficial superior!

– Tá, me desculpe comandante! – ele saiu e ela voltou a cochichar com os amigos – Esse ai é o que é pior do que o Khan! É um idiota!

– A gente sabe amiga! – falou Cyrus.

Mara riu e bebeu muito naquela noite, até chegar alguém que acabou com seu bom humor, e chegou acompanhado, era ele, o homem com quem ela e agora ela queria esquecer para sempre, Patrick Grayson, ou somente Pat. Ele passou por ela e a cumprimentou acenando com a cabeça, com aquela seriedade que lhe dava uma certa beleza. Mara ficou transtornada com ele no local, e Brooke questionou isso.

– Que foi Mara?

– Nada não!

– É ele não é!

– É! – Mara não pode negar.

– Sinto muito Mara!

– Tudo bem amiga!

– Não liga pra ele querida! Você vai achar alguém melhor!

– É o que eu espero todos os dias!

...

Navio USS Vengeance – 21 de maio de 1992

Mara se dirigia para a ponte do navio quando parou no bebedouro de um dos corredores do navio, ela não percebeu que estava sendo seguida por quem não queria ver.

– Oi Mara! – aquela voz grave e suave era familiar.

– Pat? O que faz aqui? Devia estar no seu navio!

– Preciso falar com você!

– Não tenho nada pra falar com você Pat! Você fez sua escolha e eu a minha!

– Desculpe! Eu ainda gosto de você Mara!

– Não acredito em você! Você podia ter ficado comigo e preferiu aquela neguinha!

– Eu gosto de você! E acho melhor respeita – la! – ele aumentou o tom de voz.

– Como é que eu vou respeitar a mulher que tirou você de mim?

– Eu acho que devia respeitar sim!

– Mas eu não vou respeitar ela! Eu amava você e aque ... – Mara começou a tossir fortemente.

– Mara?? Tá tudo bem ai??

– Claro que ... – tossiu de novo e incessantemente até que desmaiou.

– Mara!!! – ele gritou – Ajudem!!!! – ele chamou outros oficiais.

...

– Mãe, o que houve? – Mara acordou numa maca de hospital.

– Filha! – Mariah tinha uma expressão facial péssima.

– Que foi mãe?

– Eu tenho uma má notícia!

– O que?? – Mara ficou assustada.

– Os médicos fizeram um laudo em você minha filha! Descobriram que você tem câncer!

– O que? – o coração dela acelerou.

– E o pior que ... – Meli parou de falar.

– E o pior que o que Meli?

– Não é só um câncer, você tem câncer de mama e tem um tumor no pulmão também!

– Não, isso é brincadeira né?

– Não filha, eu sinto muito!

– Isso é mentira!

– Desculpe!

...

Mara olhava para o sol da janela da enfermaria, pensava, como seria sua vida agora, quanto tempo de vida poderia ter? o que iria acontecer com sua preciosa vida, ainda tinha muito pra viver, era muito jovem pra morrer.

– Mara? – aquela voz grave e familiar soou de novo em seu ouvido.

– O que foi dessa vez? – ela se vira para ele.

– Eu sinto muito!

– Não devia!

– É serio, sinto mesmo! E ainda gosto de você querida!

– Achei que querida fosse a sua noiva Pat!

– Você também é!

– Tá bom! – e virou o rosto pra ele.

– Srta. Tresler! – chamou Khan.

– Capitão!

– O senhor poderia me dar licença comandante Grayson! – ele pede.

– Claro! – e saiu.

– Alferes, sinto muito! Já alertei o almirante a respeito da sua situação! A gente vai te dar uma trégua para o tratamento!

– Obrigado capitão!

– Você ainda pode lutar contra isso moça!