As Crônicas da Tempestade escrita por Cavanhaque maroto


Capítulo 26
Capitulo 23 - Guerra Civil Parte 1




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Capítulo 23 – Guerra Civil Parte 1

Capital real, Nação do Fogo

— Os rebeldes furaram o bloqueio oeste, capitã Lian Fu! — um soldado mensageiro reportou

Lian Fu rugiu ordens ao seu batalhão para cobrir a área do bloqueio e ajudar na contenção da Avenida Principal. Ela mordeu os lábios, rezando que os deuses estivessem ao seu lado nessa noite obscura.

— Não usem força letal nos civis! E aguentem firme, somos a última linha de defesa até o Palácio! — a capitã disse enquanto corria com seus homens para reforçar o cordão.

Foi então que uma explosão atingiu uma casa cinco metros à frente destruindo sua estrutura e fazendo com que viesse abaixo bem em cima do bloqueio da guarda real dando a oportunidade que o povo precisava para destroçar o cordão de contenção. Os guardas foram pisoteados sem piedade pelo povo da capital.

— Aguentem! — Lian Fu berrou aos seus soldados e sacou o bastão de madeira da cinta — Pela Senhora! — e avançou contra a onda furiosa a sua frente.

As coisas ficaram feias muito rápido. Em um segundo Lian Fu se viu num turbilhão de pessoas evitando murros e pedradas enquanto golpeava tudo a sua frente numa tentativa inútil de fazê-los recuar. Desse jeito a cidade vai cair antes do amanhecer, ela pensou amargamente, a última coisa que gostaria era ferir as pessoas que jurara proteger. Fora desperta do devaneio por um golpe no rosto e retribuiu com o dobro de força apagando uma dona de casa do subúrbio.

A luz das labaredas que consumiam as casas lançava espectro de seres demoníacos em uma fusão sinistra com o luar. Ocasionalmente raios cortavam os céus e explodiam nos prédios, pessoas inocentes acabavam pegas no fogo cruzado, mães corriam com seus filhos tentando deixar a cidade e o caos reinava.

Um estrondo abriu um buraco no asfalto onde Lian Fu estava momentos antes riscando uma vala por toda a rua. O responsável pelo ataque abriu caminho pelas massas e se firmou a sua frente. A figura usava um casaco negro surrado com o capuz sobre a cabeça e uma máscara de Espírito Azul, em sua mão uma espada pingando sangue. Lian Fu não teve dúvidas que ele era um membro da resistência.

— Não podem deter o progresso! — ele berrou com o sotaque das minas e avançou com um corte lateral, este que foi bloqueado por Lian Fu fazendo com que o cassetete fosse cortado em dois.

A capitã evitou outro golpe e tentou um contra-ataque num soco em espiral de chamas, mas o rebelde se esquivou. Ele era rápido, isso ela não podia negar. Antes que percebesse o sujeito a atacara com um chute de fogo que por pouco não acertou em cheio sendo apenas defendido da melhor forma possível. Lian Fu descreveu um chute giratório flamejante que acertou apenas o ar.

O rebelde desferiu outro golpe lateral. Um golpe certeiro e bem conhecido, golpes usados no exército da Nação do Fogo. Lian Fu sentiu o sangue quente escorrer pelo braço esquerdo onde fora cortada e rangeu os dentes. Dando impulso iniciou uma sequência de socos poderosos esperando uma oportunidade para definir a luta.

No entanto, quando finalmente havia encurralo o rebelde contra a parede uma esfera flamejante a acertou e a jogou no outro lado da rua. Lian Fu aplicou um rolamento já se levantando logo em seguida para se desviar do ataque do sendo oponente.  Ela emendou um contra ataque com um chute na perna o desestabilizando e usando-o de escudo para evitar ser empalada pela espada do Espírito Azul. Ela então o finalizou com um chute médio de direita bem dado deslocando a mandíbula.

O Espírito Azul não esperou e atacou novamente com uma série de ataques, esses que a capitã se esquivou da melhor forma possível, depois usando a parede de uma loja deu impulso e desceu com um chute de fogo acertando-o bem no peito atravessando-o pela vidraça de uma loja de satomóveis.

— Capitã! Os rebeldes estão no portão sudeste! — ela escutou pelo rádio.

Lian Fu tomou fôlego enquanto observava seu inimigo inconsciente sobre o capô de um satomóvel importado.

— Onde está o Dalai? — ela perguntou.

— Já se encaminha para a área, senhora.

 

Dalai deu impulso em outro prédio pousando no telhado de uma casa de dois andares com um rolamento já retornando para sua corrida pela cidade. Ele se esquivou de uma bola de fogo com uma pirueta, deu impulso novamente e pousou em um poste, de lá analisou a situação da praça logo abaixo.

Uma massa de civis se chocava contra a guarda real que os afastava com os escudos.  O cordão parecia estar resistindo por enquanto, mas tratava-se de uma questão de tempo até que cedesse à pressão. Nada pode pará-los agora, ele sabia disso, já havia visto isso antes no Reino da Terra durante o Festival Negro em Ba Sing Se. Mais ao fundo um grupo de figuras encapuzadas se deslocava para o bloqueio.

— Lá vamos nós — Dalai sorriu, inspirou fundo e se deixou cair aterrissando com leveza no solo.

O Filho da Tempestade então expirou uma rajada de vento tão forte que derrubou a concentração e a jogou para trás, afastando-a do bloqueio criando uma distância mínima entre eles. A multidão cessou o avanço e o encarou.

— Cidadãos da Nação do Fogo, quero deixar bem claro desde já: se cruzarem essa linha não terei piedade. — Dalai rugiu e bateu no peito — Voltei para suas casas! Essa área está sobre a proteção do Filho da Tempestade!

Os encapuzados abriram caminho pelos civis paralisados. Eram cinco no total, cada um armado com o que tinham, desde as mãos nuas à pés de cabra. Vai servir de aquecimento, Dalai sorriu e os provocou com aceno de cabeça.

Dois avançaram primeiro. Dalai se esquivou de um golpe com um pé de cabra e lhe acertou uma cabeçada fazendo-o recuar enquanto o outro oponente iniciava uma sequência rápida de one-two flamejantes. Dalai desviou com facilidade rodopiando em volta do sujeito, em seguida lhe enfiou um chute na costela e comprimiu o ar nas palmas da mão e o liberou no peito do inimigo o arremessando do outro lado da praça.

Os outros três já preparavam uma chuva de bolas de fogo e liberaram sob o cordão de contenção fazendo com que cedesse um pouco. No entanto, aqueles não eram guardas normais, eles eram soldados da Nação do Fogo, não cederiam tão facilmente assim à reles mineiros. Podiam ser poderosos nas florestas, mas ali era a sua área.

O homem do pé de cabra desferiu outro golpe, mas Dalai se esquivou e aproveitou o balanço longo para encaixar um poderoso soco no queixo do homem e depois outro poderoso chute bem no peito roubando o ar dos pulmões e o jogando para longe.

— Ei seus desgraçados! — Dalai gritou para os três que bombardeavam a guarda e ergueu os braços em desafio — Terão de trazer um exército se quiserem me derrotar! — depois juntou uma esfera de ar e liberou uma rajada nos três os derrubando.

Nesse instante ele sentiu os pelos da nuca se arrepiarem. Dalai se virou levantando as mãos para proteger o rosto do raio que o acertou bem no ombro e percorreu todo seu corpo. Vultos surgiram das sombras dos prédios ao redor da praça, todos encapuzadas e máscaras do Espírito Azul.

— Parece que vocês têm um afinal.... — Dalai disse tentando se recompor, mas aquele golpe o pegara em cheio.

Quase que mecanicamente todos abriram fogo ao mesmo tempo castigando o cordão de contenção até que enfim uma brecha foi feita. O povo não precisou de um convite e logo o quebra pau recomeçou de ambos os lados e a Praça Sozin se tornara um campo de guerra.

Dalai se esgueirou até um beco onde rapidamente escalou para o telhado para confrontar os rebeldes. Estavam em quatro e já se preparavam para o combate.

— Somente os covardes se escondem atrás de máscaras — ele disse assumindo a postura de combate.

 

Lana deu uma joelhada em seu inimigo e sentiu as costelas se despedaçarem com o impacto. Sem perder mais tempo deu um impulso no solo projetando-o para fora com a dominação de terra lançando-se no ar sobre o cordão sudoeste e pousando com tudo levantando uma onda de 2 metros no solo destroçando facilmente o bloqueio permitindo que os rebeldes avançassem sem problemas até o palácio real. A garota respirou ofegante e levou a mão a cabeça e sentiu o sangue grudento no cabelo.

Aquilo parecia não ter fim. Já perdera totalmente a noção do tempo a essa altura, tudo que podia fazer era lutar, lutar e lutar. A raiva de Atakano crescia à medida que iam avançando em direção ao palácio, o modo como ocultara deles a revolução beirava a traição. Tudo sempre ocorre como ela quer. Lana resmungou enquanto corria para o palácio junto dos demais.

No entanto, assim que alcançaram os muros a chuva de balas caiu sobre a resistência abatendo uma parcela dos rebeldes mas nem isso poderia impedir a invasão. Lana sabia que a verdadeira batalha começaria agora.

Ao seu lado Kaijin empunhava duas espadas de gelo e estava sujo de sangue até o cotovelo. Lana acenou com a cabeça e ele entendeu, assim os dois ao mesmo tempo se conectaram com a umidade no ar recolhendo o que conseguiram e ergueram um escudo de gelo.

— Comigo! — Lana gritou para os rebeldes. Abrigaram-se atrás do escudo que era largo suficiente para proteger pelo menos uma dúzia de homens. Entretanto, ela sabia que o escudo não resistiria para sempre — Avançar! — gritou enquanto ela e Kaijin avançavam aos poucos até o muro.

— Escaladores! — Lana ouviu Atakano gritar por trás do escudo — Ao meu comando. 1...2…3... Vão, vão!

Meia dúzia de rebeldes deixou o escudo e se separaram ficando junto aos muros e atiraram arpões, depois subiram rapidamente apenas para serem abatidos sem piedade. Estavam agora fora do alcance dos tiros e começaram a escalar enquanto Atakano rugia ordens e dava cobertura contra os inimigos da guarda em solo.

Lana pisou com força no chão e se conectou com a terra e assim arrancou degraus do muro para facilitar a subida. O Avatar deu impulso na terra e pulou para o outro lado do muro com um rolamento já arrancando do chão uma pedra e atirando contra os não dominadores que operavam as armas de fogo, abatendo um. O combate se intensificou rapidamente.

— Avatar! Kaijin! Comigo! — Atakano gritou para a dupla e correu por uma trilha nos jardins.

Lana a seguiu se desviando de uma bola de fogo que explodiu acima da sua cabeça. Aos poucos o som do combate foi se perdendo à medida que adentravam no interior do palácio. O jardim era sem dúvidas uma obra de arte, com suas charmosas cerejeiras rosadas e seus lagos ornamentais repletos de carpas e impressionantes estatuas de leões oníricos.

— Onde estamos indo? — Kaijin indagou olhando de um lado para o outro.

Mas antes que a resposta fosse dada Atakano parou, a sua frente uma figura conhecida a esperava.

— Yuzushi, esperava que esse dia nunca mais se repetisse — lamentou Raidou.

— Eu também não, mestre — Atakano respondeu.


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