Monica se dividiu entre ir desligar a musica no celular ou continuar naquela posição tão perto do rosto dele, não teve muito tempo para pensar quando sentiu a mão dele passar por entre seus cabelos e a puxar para perto da boca dele, ela relutou no começo dando um murrinho quase nulo em seu peito, mas logo depois amoleceu o seu corpo e o entregou para aquele beijo que por tantas vezes tinha imaginado como seria.

Separaram as bocas e abriram instantaneamente um sorriso, ainda de rostos juntos, Cebola pegou em suas duas mãos e num ato regado de carinho lhe pousou um beijo na testa, Monica o abraçou e ele retribuiu, os virando para o por do Sol que se instalava ao longe. 

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O laranja se tornou azul escuro num piscar de olhos, e o momento sensacional que se seguiu após o beijo foi se dissolvendo lentamente junto com o último raio de Sol que se escondeu por trás das nuvens.

Monica não sabia muito bem o que fazer, era péssima nessas coisas relacionadas a paixão, mas Cebola não lhe deu muito tempo para pensar, logo a tirou do muro de timidez e ela sorriu, ele vivia fazendo isso.

— Ei baixinha, me agarrou foi – Cebola brincou a abraçando mais forte.

— Eu não hahaha, foi você – Monica respondeu se aconchegando em seu peito.

— Sou irresistível mesmo – Cebola continuou a brincar arrancando risadas dela.

— Hahaha, você se acha mesmo ein, confessa, você que não resiste aos meus passos de balé, desde o primeiro dia que me viu – Monica o provocou ficando de frente pra ele.

— Me pegou agora, me deixou sem respostas – Cebola falou passando seu braço sobre seus ombros e a olhando nos olhos. – Está certa!

Monica permaneceu quieta naquele silencio que antecede o beijo,  aquele que faz todas as borboletas do estomago baterem as asas ao mesmo tempo, será que esse era seu conto de fadas acontecendo?!

Dizem que quando estamos apaixonados os sininhos tilindam, mas nesse momento ela ouvia uma orquestra inteira dentro do seu peito.

Cebola a puxou para perto e a envolveu em outro beijo carinhoso, Monica sentiu todos os movimentos do seu corpo ficarem mais leves, seu pensamento voava tranqüilo, por ela ficaria por horas e horas naquele lugar.

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Chegar sem ser percebida no apartamento não foi fácil, ainda mais depois de ver três ligações perdidas das amigas em seu celular.

O relógio marcava meia noite quando ela girou a maçaneta com o maior cuidado que conseguiu e entrou em casa pé ante pé, adentrou o quarto e assim que abriu sua parte do guarda roupa pra pegar o pijama deu um pulo com a voz da Magali vinda do escuro.

— Maga, que susto – Monica falou colocando a mão sobre o peito.

— Oi Mo, está tudo bem? Tentamos te ligar, ia te esperar acordada, mas estava caindo de sono – Magali comentou ainda sonolenta.

— Está tudo ótimo amiga, pode dormir tranqüila, amanhã a gente conversa – Monica sorriu pegando sua toalha para entrar no banho.

— Onde você estava ami? – Magali perguntou se espreguiçando.

— Ensaiando Maga... Estava ensaiando – Monica concluiu entrando no banheiro ainda risonha.

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 Cebola estacionou sua moto extasiado, ainda sentia os vestígios do perfume adocicado que ela usava em sua roupa, ele acordaria cedo no dia seguinte para dar aula, mas teria ficado muito mais tempo acordado aproveitando aquele momento se ela não tivesse insistido para irem embora.

Era difícil admitir, mas agora era real, sua razão o alertava mas seu coração o acusava, ele estava apaixonado.

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Monica acordou atrasada, demorou para pegar no sono, não saberia dizer quanto tempo, mas sabia que tinha desligado o despertador sem ao menos abrir os olhos.

Pulou da cama preocupada, hoje o primeiro ensaio era o com a Alice, era o ensaio para as apresentações, aqueles em que ela não podia chegar um minuto sequer fora do combinado ou lhe renderia horas de sermão.

Colocou seu colant rosa e um vestido por cima o mais rápido que conseguiu, engoliu quase sem mastigar uma fatia de pão integral com queijo branco e tomou um gole grande do seu suco matinal, improvisou um coque, pegou sua bolsa e saiu correndo para chamar um taxi.

As meninas já haviam saído e provavelmente tinham tentado ou até conseguido a acordar, mas ela tinha certeza que voltou pra cama resmungando, nunca se lembrava disso depois que acordava, mas era uma mania desde pequena, sua mãe sempre a chamou atenção.

Chegou mais rápido do que o previsto, pagou o taxi e saiu correndo travando e quase caindo por conseqüência da pressa na catraca. Monica resmungou alto pela dor que sentiu em seu quadril, tinha batido de frente, voou para seu armário e riu quando encontrou a Denise no caminho.

— Aloka gatz,  ta atrasadérrima – Denise falou abrindo seu armário para pegar sua roupa.

— Nossa De, nem me fala a Alice vai me matar – Monica respondeu afobada jogando tudo que tinha dentro do armário.

— Quero saber todos os babados viu e nem adianta reclamar, hoje no almoço você conta pra gente – Denise concluiu fechando seu armário e saindo.

Monica correu para a sala e foi parando lentamente conforme ia se aproximando da porta, o ensaio já estava acontecendo e o espaço que ela ocupava na coreografia criava um buraco perceptível sob todos os ângulos do palco.

Entrou um pouco sem jeito na sala fazendo todos a olharem, permaneceu ofegante e quieta esperando a bronca que com certeza viria.

— Ora ora, se não é minha bailarina novata, sabe que horas são? – Alice perguntou se aproximando dela.

— São nove horas – Monica respondeu percebendo para seu desespero que estava meia hora atrasada.

— Espero que tenha um motivo para o atraso Senhorita Monica, pois não são permitidos, contamos com a disciplina e o com a dedicação de nossos bailarinos para com a escola. – Alice tornou a caminhar para frente da sala.

— Eu... Estou ensaiando bastante dona Alice para uma coreografia nova – Monica tratou de se explicar.

— Bom, coloque se no seu lugar, e espero que não aconteça de novo – Alice concluiu indicando a frente para ela.

Monica não contestou em nada, tratou de correr para seu lugar, era uma das bailarinas da frente na coreografia da próxima apresentação, ela sabia que por esse motivo Alice sempre se atentava para sua dedicação, era uma posição de confiança e ela não iria desaponta lá.

O Ensaio demorou mais do que de costume para passar, mas assim que acabou, Monica caminhou faminta para a lanchonete, sabia que encontraria as amigas ali, pediu um suco e sentou ollhando pela janela a chuva fina que começava a cair.

— Perdida em seus pensamentos madame?! – Denise chegou sentando a mesa acompanhada da Magali.

— Oi amigas, desculpa por ontem, fiquei ensaiando até tarde – Monica falou sorrindo.

— Só ensaiando Moniquinha? – Magali perguntou folheando o cardápio - Pode contar tudo, o que rolou?

— Como sabem? - Monica questionou colocando as mãos na cintura.

— Sériooo Mo?! Todo mundo anda percebendo rs - Denise brincou - Vai conta.

— A gente se beijou – Monica sussurrou olhando para os lados.

— QUE? – As duas perguntaram ao mesmo tempo.

— A gente se beijou, e foi incrível, agora falem baixo por favor hehe – Monica falou entre dentes forçando um sorriso para as duas pessoas que passaram próximas a mesa.

— SABIAAAA migaaa, dava pra ver na cara de vocês – Denise comentou eufórica.

— Ownn, vou te contar acho vocês super fofos juntos  - Magali comemorou um pouco mais baixo - No começo fiquei receosa e até com medo do Cebola pisar na bola, cheguei até a falar pra ele ficar esperto que você  não era qualquer uma, mas pelo jeito ele te trata muito bem, e fico feliz de verdade por isso ami.

— Eu também, tomara que o Ce valorize – Denise desejou.

— Ain obrigada amigas sério, ele é um príncipe meninas, totalmente diferente do que aparenta com os amigos  – Monica  contou – Na verdade estou até um pouco assustada porque senti algo muito forte, como se meu coração palpitasse a mil por hora.

— Você está apaixonada Mo – Magali concluiu sorrindo.

— Será?! Ai meninassssssssssss – Monica se animou.

— Bom, se prepara que ele ta vindo ai – Denise a avisou o mais rápido que conseguiu.

— Fala meninas, beleza? – Cebola as cumprimentou se aproximando da Monica.

— Oi Ce – Monica respondeu um pouco abobada.

— Hoje a noite vamos lá na baladinha, estão afim? – Ele convidou a todas mas não tirou os olhos dela.

— Vamos, vamos claro – Monica respondeu rapidamente - Né meninas?

— Sim... Hahaha vamos – Denise e Magali concordaram vendo a cena engraçada.

Estava nítido que queriam se abraçar, conversar, ficarem juntos, mas as regras da Lemon não permitiam dentro das instalações da escola, Monica sentiu o perfume mais amadeirado dele tomar conta de seu olfato, era com certeza o preferido dela.