Sonhos Roubados escrita por Sabrina Santana, Yas


Capítulo 6
Você pode me dizer que isso acabou?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Mais um capitulo quentinho para vocês!
Esse é um dos capítulos mais importantes de todo o desenrolar da historia!
Boa leitura!



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Pôr-do-sol, eu fecho meus olhos

Eu finjo que tudo está bem

Afundando na raiva de todas essas mentiras.

Não posso fingir que tudo está bem

Por favor, não me deixe cair para sempre

Você pode me dizer que isso acabou?

Shadows - Red



Ela sobe o elevador em silencio. Parando no 3° andar, onde moraria daqui em diante. Enquanto ela abre a porta hesitando entrar. A última vez que havia pisado sobre aquele chão tinha sido não somente ela, mas com seus pais. Desde o acidente, não tinha voltado nem para arrumar sua mala. Mas, o testamento tinha sido claro, quando além da herança o apartamento estava em seu nome. Apesar de o apartamento não ser grande, era confortável. Seus pais não eram ricos nem nada do tipo. Seus pais eram biólogos, onde viajavam pelo mundo pesquisando, pesquisando e pesquisando. Não importava se estavam comendo, se descobrissem algo, a comida podia esperar. Mas, ao receberem um convite para começar um projeto na floresta Amazônia, no Brasil. Eles não pensaram duas vezes. Afinal, Amazônia é Amazônia. Uma das maiores florestas do mundo.

— Por que vocês tiveram que ir nessa bendita viagem? – Ela entra, deixando a mala ali na porta mesmo, vendo que todos os móveis, os cômodos, os enfeites, os livros. Até as almofadas estavam no mesmo lugar – Se vocês não tivessem me deixado, isso nunca, nunca, nunca teria acontecido – Ela tira o plástico que protege o sofá.

O cheiro de mofo impregna seu nariz, fazendo seu estomago novamente revirar. Ela corre até o banheiro, que mesmo sujo, ainda da descarga. De onde vem essa ânsia de vomito? Desde quando ficou tão chata para cheiros e gostos? Depois de se lavar, não fez nem questão de desfazer suas coisas, apenas sentou no sofá. Assim, somente sentada ficou.

— Aqui, aqui ele não vai me encontrar – Sentada, abraçando seus joelhos, como se fosse uma cadeira de balanço.

Para frente, para trás, para frente, para trás

— Eu estou segura aqui.

Para frente, para trás

— Ele não vai me achar aqui.

Para frente, para trás.



***


— E então, Sasuke? – Se tem uma coisa que ele odeia que fazem é falar com ele de boca cheia, custa terminar de mastigar e depois falar – Você viu que um cara do nosso departamento foi baleado?

— Você pode terminar de engolir e depois falar comigo? – Ele vira a esquina, estacionando o carro.

— Não, Sasuke – Descendo do carro, enquanto Naruto coloca o resto no lixo – Sabe o que é. Meu cunhado também é formado em policial. E ele ta pensando em se mudar para o nosso distrito, entendeu?

O moreno revira os olhos, acenando em concordância.

— Naruto, vamos nos concentrar no que viemos fazer aqui – Ele indica o portão – Vamos!

Enquanto entram no prédio, o porteiro tenta impedir. Mas, ao dizer que tinham recebido uma denúncia, o porteiro é obrigado a deixá-los entrar.

— Qual andar, Sasuke?

— Terceiro andar – Eles dois olham para o elevador – Melhor nos dividirmos, vai pelo elevador, eu vou pelas escadas.

— Ok! Ok!

Ele sacode a cabeça, como pode o amigo ser tão animado assim?

Enquanto sobe bem devagar, presta atenção em cada detalhe. Qualquer coisa fora do comum pode ser o fim.



***


— Aaaahhhh!!! – Acordou assustada, mais uma vez com pesadelos. Enquanto tenta em vão se levantar, cai sobre o chão. Quanto tempo teria ficado dormindo? Quanto tempo teria ficado na mesma posição ao ponto de suas pernas não obedecerem? Está escuro lá fora?

Desde que chegou perdeu a noção do tempo. Além de tirar o plástico do sofá, não mexeu em nada. Nem mesmo desfez suas malas. Sente-se fraca, sente como se fosse uma pedra oca, um pote vazio. Mas ela precisa continuar, ele não pode encontrar ela aqui. Não pode. Ela se levanta devagar, se apoiando no sofá para que não corra o risco de cair novamente. Sua visão embaça conforme se levanta.

— Calma, respira – Sussurra, massageando sua têmpora – Você precisa se alimentar. Isso, nem sei quanto tempo faz desde que comi.

Ela pega sua bolsa. E enquanto abre sua porta, escuta gritos vindo do elevador ao lado. Sua mão treme, suas pernas fraquejam, ela desliza até o chão, encostando suas costas na porta.

— Calma, não deve ser nada – Ela abraça seus joelhos – Não vai te achar, ele não pode te encontrar aqui, não pode, não pode!

Lagrimas caem. Ela enxuga, elas voltam a cair, ela as enxuga novamente. Em um ciclo onde não tem fim. Seus braços tremem, suas pernas não obedecem. Até quando ela terá que aturar tudo isso? Não pode simplesmente morrer? Deixar de existir? Deixar de sofrer? Se levantando, ela abre a porta. Precisa respirar ar puro. Precisa sair daquele lugar.

Sua visão escurece, seu mundo gira.



***

— Ei, moça – Exasperado, ele tenta reanimar a rosada que agora se encontra no chão, no corredor – Moça?

Ele apoia a cabeça da moça em sua perna enquanto tenta ligar para uma ambulância.

— Alô? Eu preciso que você mande uma ambulância, isso – Ele segura ela com mais força – Sim, ela desmaiou aqui no terceiro andar do prédio. No corredor. Consegue rastrear o endereço? Venha o mais rápido que puder.

Desligando o aparelho. Ele olha para aquela estranha mulher. Cabelos rosas? Serio? Nunca tinha visto antes. Sua face pálida, dá a impressão de estar meio que morta, que horror. Parece ter passado anos, e a tal ambulância não chega, a tal garota de cabelo rosa não acorda.

— Olá? Foi você que ligou para ambulância? – Um homem de estatura mediana, ao menos é o que ele acha vendo ele de baixo, pergunta.

— Não, não fui eu – Ele não tem paciência para idiotas. Agora me diga como ele atura o Naruto? – É logico que fui eu! Anda logo, ela ainda não recuperou a consciência.

O “pergunta idiota” e mais dois paramédicos, colocam a rosada na maca. Levando escada abaixo com muita pressa.

— Precisamos que você a acompanhe até o hospital, senhor – Um dos paramédicos avisa o moreno que não gosta nada da ideia.

— Por que? Eu nem ao menos a conheço.

— Mesmo assim, precisamos de um responsável – Ele responde colocando a maca com a garota dentro do carro – caso não tenha, não podemos prosseguir.

— Ok. Vamos! – Respirando fundo, pega seu celular, digitando o número do seu parceiro idiota – Naruto? Olha, segura as pontas por aí. Não, não, escuta! Surgiu um imprevisto, vou ter que resolver. Consegue fazer o relatório sozinho? Vai saber se você consegue. Ok. Qualquer coisa estou na escuta – Assim que guarda seu telefone no bolso, as portas se abrem.

Vários médicos pegam a tal garota e a levam imediatamente para dentro do hospital, sempre arrastando ele junto. Uma medica, que já deve estar para se aposentar, porque com a aparência que tem, o chama.

— E então? Por que ela desmaiou? – Ele nem mesmo olha para o modelo, se olhasse veria a cara dele de “ do que você está falando? ” – Vamos! Não tenho o tempo todo, garoto.

— Eu não sei. Apenas a ajudei!

— Ahan – Ela anota alguma coisa na prancheta – Fingimos que acreditamos, então – Ela sai, como se tivesse debochando dele. Mas parece ter se lembrado de alguma coisa, para virando em direção ao rapaz – Não saia daí até que ela acorde!

Por que ele deveria ficar? Nem ao menos a conhece.



***

— Ela está acordando! – De quem é essa voz? Onde ela está? Enquanto abre seus olhos devagar, sente vários toques por seu corpo, que treme de imediato.

— Me larga! – Ela puxa seu braço fazendo a enfermeira se assustar.

— Calma, só estou tirando seu soro.

— O que estou fazendo aqui? – Pergunta enquanto olha ao seu redor, vendo tudo branco e somente ela e a enfermeira no quarto – Como vim parar aqui?

— Shizune, pode se retirar! – Ela olha a dona da voz autoritária, porem frágil voz – Olá, senhorita. Eu sou a dr. Chiyo, muito prazer – Ela estende a mão para a rosada que recusa, na verdade ela nem ao menos se meche. A tal doutora, é meio assustadora quando quer, até eu tenho um pouco de medo dela – Pois bem, vejo que você é uma pessoa de poucas palavras. Então vamos logo ao que interessa.

— Doutora? - Ela olha para a porta onde uma pessoa de jaleco igual ao seu chama – pode passar na sala 109 depois? – Ela apenas acena com a cabeça, confirmando.

— Então, continuando – Ela se dirige para a garota estranha de cabelos rosas, que ainda olha em direção da porta – Seus desmaios são devidos as duas coisas – Ela pigarreia – Primeiro. Você está com anemia. E segundo – Ela hesita, tentando achar indícios de curiosidade de sua paciente – Você está grávida.

E só então a medica consegue a atenção da estranha rosada.



Existe um ódio dentro de mim,

Como algum tipo de monstro.

Você pode me dizer que isso acabou?

Shadows – Red


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Notas finais do capítulo

bom... espero que tenham gostado!
se gostou. deixa um comentário! se não gostou deixa um comentário também, me dizendo o que não gostou!
bjocas! e continuem acompanhando!



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