Sonhos Roubados escrita por Sabrina Santana, Yas


Capítulo 5
Escuridão, minha velha amiga


Notas iniciais do capítulo

olá pessoas!
td bem com vocês?
desculpem a demora... esse capitulo é um pouquinho, bem pouquinho mais leve que o anterior. quero agradecer a todos que leram, que estão acompanhando e também a MICHELLINHA611 que está comentando em todos os capítulos!

Bom... agora vou deixar vocês lerem! boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662511/chapter/5

Olá, escuridão, minha velha amiga

Vim conversar com você de novo

Porque uma visão um pouco arrepiante

Deixou sementes enquanto eu dormia

The Sound of silence – Simon & Garfunkel



Fazem 3 meses que se tornou um policial. E desde o acontecido vem cada vez mais se destacando. Não se engane se pensa que seu sobrenome tem algo a ver com isto. Até porque ninguém sabe que ele é um dos herdeiros do grandioso conglomerado Uchiha. Apenas que como seus superiores mesmo dizem “ ele é um ótimo homem da lei”.

— E então Sasuke – O loiro idiota, como ele mesmo diz. Novamente se senta sem ser convidado - você tem que vir visitar minha esposa e conhecer os gêmeos. Eu sei que sou meio suspeito para falar isso. Mas, eles são dois campeões.

— Naruto – o moreno solta a caneta – você não vê que estou tentando estudar?

Olhos azuis olham a caneta caída sobre um caderno. Fazendo que imediatamente pegue, tentando entender o que ele está fazendo.

— Pra que? Você já não é inteligente e esperto o bastante? – A frase saiu mais como um deboche, ou até mesmo uma tentativa de imitar seus superiores. O mais sério, desistindo, começa a fingir interesse pela família do tagarela.

— E então? Qual o nome dos gêmeos?

Um sorriso se formou nos lábios do loiro, com seus olhos brilhando ele respondeu:

— O nome deles são Koichi e Boruto – ele sorri mais ainda, o moreno suspira, já prevendo que o papo seria muito, muito longo.



***

— Mas Sakura. O porquê de se mudar para Tóquio? – A indignação, não só está em seu tom de voz como também estampado em seu rosto – você nem ao menos passou na bendita prova!

— Temari... eu...

Sim. Isso mesmo que você leu. Ela mentiu para todos que não tinha passado no vestibular. Afinal, depois de uma semana trancafiada, todos queriam saber o que tinha acontecido, ela não queria falar, não queria lembrar sobre o que aconteceu. Então apenas mentiu dizendo ter ficado muito mal por não passar na prova.

— Eu só esperei esses três meses, porque tinha que resolver a questão do apartamento dos meus pais. Senão já teria sumido daqui a muito tempo.

— Sim. Mas, ao menos poderia ficar até cons....

A rosada interrompe sua amiga.

— Eu já disse que não! – Temari que segura seu filho mais novo, começa a balança-lo, pois, sua amiga o assustou com o grito. Levantando, ela apenas se dirige a amiga no mesmo tom.

— Sakura, eu não entendo o que aconteceu com você – Seus olhos azuis encontram os esmeraldinos que tremem – Desde que você ficou doente, aquela semana que todos nós ficamos muito preocupados com você – ela para, tentando achar arrependimento no olhar de sua amiga – E você volta totalmente mudada! Corta seus cabelos, não deixa ninguém te tocar. Sim, porque não deixa de ser estranho alguém apenas tocar em você, e você grita como se tivesse nojo! Sakura! Essa não é você!

A rosada de cabeça baixa, sente seu corpo tremer. Ela segura freneticamente suas próprias mãos.

— Desculpa, Temari – Levantando, sem nem ao menos olhar para sua amiga – preciso ir.

— Sakura! – Gritando, tentando chamar sua atenção – Droga...

Seu corpo treme, sua visão embaça. Olhando para direita, esquerda, atrás. Sempre desconfiando de tudo e de todos. Andando correndo, correndo, andando. Olha para um lado, para o outro. Seus olhos marejados sem uma direção certa a olhar.

— Aqui estarei segura – ela fecha rapidamente a porta de se quarto – Estarei segura. Estou bem, estou bem – Ela pega a mala que a anos não é usada, abrindo seu zíper – Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. Ele não pode te encontrar.

Passando as mãos pelas suas madeixas rosadas, indo em direção a sua nuca. Sente-se entranha, sente seu mundo girar, sente-se fraca. Não sente nada, além da escuridão vir e te salvar, novamente.

Abrindo os olhos devagar, sente sua cabeça doer. Deve ter desmaiado de novo. A algumas semanas, sentia-se enjoada com tudo que comia. Sempre que a horrível lembrança vem à tona ela sente esse mal-estar e acaba desmaiando. Mas isso já vai passar. Em umas das longas noites de insônia que anda tendo, acabou pesquisando no computador velho e antigo que sua tia tem para fazer suas pesquisas, sobre abuso sexual. Para sua infelicidade, o que tem acontecido nada mais é do que trauma. E segundo a pesquisa o melhor a fazer é procurar ajuda.

Ajuda? Sim, até porque caso ela conte a alguém, ele vai ficar quieto e não fazer nada com ela, ok a gente finge que acredita. Só de imaginar ela sente calafrios de ouvir aquela voz novamente. Até eu senti, imagine ela. Ela se levanta, e continua a jogar suas roupas para dentro da mala.

Era hora de deixar a pequena cidade para trás.



***



— Querida! – O loiro abre a porta, já gritando. Enquanto o moreno balança a cabeça em reprovação – Cheguei!

Ele vai em direção a uma pequena mulher pálida. Mas, não pálida por estar doente ou algo assim. Apenas por ser branca demais. Ela se levanta, entregando o bebê para a amiga – Oh, naruto – Enquanto anda em direção a porta para cumprimentar os recém-chegados seus longos e negros cabelos balançam – Chegou cedo.

Ele sorri. Dando um beijo tímido em sua esposa.

— Esse é o Sasuke – Ele indica com a cabeça – Meu parceiro.

Ele cumprimenta com um aceno, entregando um grande pacote.

— Fiquei sabendo que quando se tem bebês, precisam de muitas – Ele diz meio sem graça, enquanto ela abre o pacote com um pequeno sorriso no rosto como se já soubesse o do que se trata – Então pensei que como vocês tiveram dois. Precisam duplamente.

— Obrigada, Sasuke – Enquanto abre caminho para que ele possa se sentar na sala, puxa seu marido para cozinha.

— Com licença – Sussurra enquanto se senta no sofá.

— Fique à vontade – Uma morena com dois coques altos, acena com uma das mãos – Sou Tenten. Cunhada da Hinata – Ela termina sorrindo com a última frase.

Ele não responde. Ela nem faz tanta questão. Fica apenas ali brincando com um dos gêmeos enquanto Sasuke apenas olha para o teto. O tedio tomando conta de si.

— Sasuke! – Lá vem o idiota, e ainda gritando – Segura o Boruto pra mim – Ele coloca o pequeno pacote nos braços desajeitados do moreno. Sorrindo, volta para cozinha, para ajudar sua mulher.

— Eles são idênticos mesmo – Seu olhar vai do pacote em seus braços até o outro que se encontra no colo da garota, que apenas sorri com a constatação.

Mas talvez ele tenha razão. Por mais que só tenham um mês desde que nasceram os pais começaram a presta atenção em algumas peculiaridades dos dois. Mesmo que Hinata faça questão de vestir os dois igualmente iguais. Os dois costumam sempre sentir e querer algo ao mesmo tempo. Como assim, você diz? Bem, tipo quando um sente dor o outro também sente. Quando um chora o outro também chora. Ou até mesmo quando um sente fome o outro também sente. Será que eles não são a mesma criança, só que dividida? Até hoje tenho minhas dúvidas. Ele coloca seu dedo perto da minúscula mãozinha do bebê, onde imediatamente segura, não com força porque agora eu sei que bebês não tem força como imaginava. E veja bem, ele sorri. Sendo acompanhado por um moreno que sorri também.

— Veja só! – O moreno se assusta com a chegada da progenitora do pequeno, que sorri ao ver a cena – Ele parece gostar de você – Ela sorri, estendendo os braços em sinal que ele entregue o bebê – Obrigada por tomar de conta do Boruto.

— Droga! – E lá vem ele de novo. Não sei como a doce e meiga Hinata consegue aturar ele – Não podemos diminuir para uma semana, Hina?

Ela sorri, vendo a cara de chateado que o marido faz.

— Não. Trato é trato – Diz enquanto arruma o pequeno Boruto em seu colo.

— Que trato, Hinata? – Tenten se pronuncia entregando Koichi para o pai, que parece emburrado mais do que nunca.

— O naruto, Ten – Ela sorri, olhando para o loiro – Ele disse que Boruto choraria assim que o Sasuke o pagasse – conforme ela falava, naruto ficava cada vez mais emburrado – Então fizemos uma aposta e caso ele perdesse – Ela dá uma pausa, olhando os visitantes presentes – Iria lavar a louça por três meses.

Todos no local caem na risada. Até mesmo Sasuke que não é de achar graça.

— Você é mesmo um idiota completo – ele diz enquanto tenta controlar o ataque de risos – Porque fez uma aposta dessa? – Ele diz olhando para seu parceiro. Mas quem responde é a esposa do amigo.

— O que acontece, Sasuke – Ela arruma o pequeno em seu colo novamente – É que Boruto não gosta de estranhos e sempre que alguém tenta segura-lo ele começa a chorar.

— Isso quer dizer – Ele solta um sorriso de canto – Que para ele não sou estranho.

Todos riem novamente. Menos é claro, um certo loiro que ainda não se conforma e passa a chamar o mais novo membro da família de traidor.



***

— Você vai embora assim, Sakura? – A loura segura sua mala, impedindo sua passagem.

— Tia, você pode soltar, por favor? – Ela tenta puxar a mala. A mais velha olha para a rosada, tentando achar um motivo para que ela fique.

— Sakura – respirando fundo, ela continua – você não pode ir. Você não pode me deixar assim.

— Como não? – Ela aperta a alça da mala, tentando ficar calma – Você nunca gostou de mim. Você sempre,sempre apenas quis o dinheiro que meus pais me deixaram. E a prova é que depois que tirei seu direito sobre minha pensão você passou a me desprezar! – Agora sem paciência nenhuma, ela grita – Agora vem querer que eu não vá embora? Fique sabendo que eu vou sumir do mapa! E nem tente me procurar!

O que está acontecendo com ela? A Sakura sempre tão calma que tenta sobre tudo manter a paciência. Cadê essa Sakura? Realmente ela está se tornando a Sakura que eu conheço. Ela caminha rapidamente, apenas com o barulho das rodinhas de sua mala pode ser ouvido. Está escuro, e somente quando a adrenalina diminui que ela percebe. Entrando em pânico. Olhando para os lados, para trás. Correndo em direção ao ponto onde iria pegar seu ônibus. Onde iria poder sumir, onde faria todos que ela conhece a esquecer. Sim, iria começar uma nova vida. Ao subir naquele ônibus ela poderia enfim, cursar sua tão sonhada faculdade. Mesmo que não comece agora no início do semestre poderia tentar no próximo.

— Está atrasada, mocinha – Um homem alto, gordo e carrancudo estende a mão para ela, que se encolhe automaticamente, tremendo. Ele estranhando o ato, fica nervoso – Está esperando o que garota! Me passa essa mala logo, e entra no ônibus!

Ela faz o que ele diz e rapidamente sobe, procurando o número de sua cadeira.



***

— Sasuke, querido – Não importa se ele acabou de chegar, sua mãe sempre vai puxa-lo e querer que faça parte da conversa – Veja, sua cunhada está uma graça com essa barriguinha.

Ele apenas acena com a cabeça, sentando no sofá.

— Parabéns, Konan – Ele levanta a cabeça olhando para a garota de aparência frágil, enquanto ela se vira tirando seus cabelos azuis que tampava sua visão – Você realmente conseguiu dar o golpe da barriga.

O lugar fica em silencio. Todos sem exceção, assustados ficam estáticos, olhando para o moreno. Nem mesmo a respiração pode ser ouvida. Até que a futura mamãe solta um soluço. Fazendo com que a mais velha saia do transe e impeça de Sasuke saia sem tirar satisfação.

— Sasuke! – Ela grita, enquanto coloca a gestante sentada por estar passando mal – peça desculpa. Agora!

— Por que mãe? – Somente agora o futuro pai se pronuncia – Por acaso ele disse algo de errado?

O irmão mais novo solta um sorriso de quanto. O choro da garota aumenta.

— Itachi!

— Mãe, não adianta querer defender ela – Ele suspira, apontando o dedo para sua suposta esposa – Eu já disse que não a amo! Farei meu papel de pai. Mas, somente isso!

— Mikoto – O progenitor da família que até agora apenas ouvia a discussão, interrompe sua esposa – Querida, deixe os dois se resolverem – ele vira para seu herdeiro mais novo – Sasuke, peça desculpa para Konan, ela não pode ficar nervosa, isso pode prejudicar o bebê.

— Por que eu deveria, pai? – Ele olha fixamente para sua cunhada, enquanto se dirigia a seu pai – Apenas disse o que acho, minha opinião. Se não é verdade, porque ela ficou tão magoada assim? – Ele nem espera seu pai lhe responder, vira as costas e deixa todos ali, sem ter o que dizer.

***


— Ei, mocinha? – Uma senhora, digamos que pela sua aparência parece ser minha avó, se eu tivesse uma – Já estamos em Tóquio, querida. – Ela acorda assustada, segurando a mão de quem a toca – estamos em Tóquio.

Seus olhos denunciando seu medo, seu corpo que ainda treme com sonho que acabara de ter, ou melhor dizendo, pesadelos. Ela levanta, sem nem responder a simpática moça que tentou ajudar, ela pega sua bolsa e desce do ônibus.

E agora, ali sobre a luz do poste, ela finalmente poderia deixar seu passado sombrio para trás.



E a visão que foi plantada em meu cérebro

Ainda permanece dentro do som do silêncio

The Sound of silence – Simon & Garfunkel




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? o que acharam? comentei, por favor!

esse capitulo foi mais para mostrar como o acontecimento afetou indiretamente e diretamente também a nossa querida protagonista.
o que acharam dos casais secundários? me contei! quero saber, hein.




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonhos Roubados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.