Sonhos Roubados escrita por Sabrina Santana, Yas


Capítulo 4
Sonhos que fracassam


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
desculpa a demora..Mas escrevendo esse capitulo, meu psicológico ficou meio mal...
espero que assim como aconteceu comigo vocês gostem desse capitulo.
boa leitura!



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Quando os dias estão frios

E as cartas todas dobradas

E os santos que vemos

São todos feitos de ouro

Imagine Dragons - Demons



— Preciso contar para alguém! – Ela exclamou enquanto andava em direção a sua casa.

Mas para quem iria contar? Sua melhor amiga estava com raiva dela e nem ao menos dirigiu uma palavra sequer durante o dia. Sua tia não está nem aí para sua vida. E então para quem iria contar? Nem se fosse para seu diário. Mas ela iria contar a alguém. Lagrimas de emoção caíram, ela enfim poderia sair daquela cidade.

A emoção transborda seu ser de uma maneira tão forte que até eu consigo ouvir seus batimentos. Vocês não?

Ao chegar na ponte. Ela enfim repara que algo não está certo. Aquela ponte já é estranha, agora a luz do poste queima? Ai senhor, Sakura da meia volta! Não atravessa assim. A cada passo que dá seu coração avisa de algo não vai bem. Nada bem.

Ao chegar no meio da ponte. Na onde tem aquela bendita cabana, sabe? Ela para, e não é apenas seus batimentos que ela pode escutar. Tem passos, passos pesados e firmes. Passos de homem. Ainda parada e de costas para a direção do som, sua respiração fica ofegante, suas pernas tremulas, um frio sobe por sua espinha. Mesmo dando o comando para que corra, seu corpo não obedece. E somente quando sente uma mão segurar seu braço seu corpo volta a funcionar. Somente quando essa mesma mão a puxa que ela consegue juntar forças para se mover, para andar, para correr.

Mesmo que seja em vão, ela não desiste e se debate. Tentando com todas as suas forças. Ele a joga para dentro da cabana, o que acaba fazendo com que ela caia no chão úmido e fedido.

— Não grita, sua vagabunda! – A mão se tornou um homem, esse homem que está ali, na porta, e ela não quer nem imaginar, não quer pensar, não quer nem opinar o porquê disto. A escuridão parece está ao seu favor, ou será que nem tanto. Porque ela está presente no recinto fazendo com que nenhum dos dois possam ver nada. Ela treme de medo, ele treme de prazer. A cada passo que dá, ela se encolhe, se arrasta para trás, mas em uma cabana pequena e inútil como aquela, o fim chega logo e a única coisa que ela pode fazer é se encolher. Ela pode sentir que ele está cada vez mais perto. Sentindo um toque bruto em cada uma de suas pernas, forçando abri-las.

— Você vai gostar, docinho – Ele pega em sua roupa, sua blusa, rasgando. Para logo em seguida soltar um assobio – Sabia que dessa vez tinha escolhido bem! Olha o tamanho dessas tetas!

Sakura geme. Tentando impedir o que ela sabe que vem a seguir, colocando os braços em seu busto que agora não tinha nada para cobrir além da escuridão. Mas, logo a seguir ela sente seu rosto queimar.

— Não tenta se cobrir não, cachorra! – Ele rosna, segurando seu queixo – É melhor engolir esse choro, senão eu irei te foder várias vezes! – Ao vê-lo sorrir, ela sente mais nojo.

Ela viu seu rosto. Ela viu seu rosto. O rosto do monstro que a está matando. Sim, porque mesmo que não a mate fisicamente, a cada toque dele ela morre um pouco. O monstro segura sua calça e arranca jogando para trás. Lagrimas caem de sua face, balançando sua cabeça em negação, sussurrando para que ele desista do que está preste a fazer. Suas forças estão no fim, e ele consegue fazer o que queria desde o início.



Quanto tempo deve ter passado? Uma hora? Uma vida? Uma morte?

Agora sozinha. Sente o cheiro horrível que não consegue descrever. Passando a língua sobre os lábios sente o gosto enferrujado de seu sangue. Tateando em meio a escuridão, tateando em meio as lágrimas que teimam em cair. Ela para, senta e solta o que estava preso em sua garganta. Fica ali, chorando. Roupas rasgadas, dignidade tirada. Sakura nunca acreditou no amor, apenas estava guardando sua virgindade para alguém que realmente valesse a pena. As lágrimas parecem não ter fim, ela olha para fora da porta. Poderia sair? Poderia andar? Poderia ver novamente a luz do sol?

Aos poucos, segurando nas paredes, ela se levanta. Suas pernas ainda trêmulas, fraquejam ao sustentar seu peso. Agora com o sol aparecendo consegue enxergar a ponto de ver, no chão sujo da fúnebre e malcheirosa daquela inútil cabana, ela consegue ver mais uma marca de sujeira que para sempre ficaria ali. Colocando o que resta de suas vestes e ainda sem conseguir fazer com que seu corpo obedeça a comandos simples ela vai em direção a sua casa. Não sabe se é lágrimas ou suor. Não sabe se está viva ou morta.

Como chegou ao seu quarto? Como consegue estar tão suja?

Lágrimas caem sem cessar, sentindo- se imunda. Sentindo- se podre. Ela entra no chuveiro deslizando até o chão, onde fica ali sentindo a água inutilmente tentar lavar as lembranças do pesadelo que viveu. Olhando seu corpo sujo, seus longos cabelos molhados, ela se levanta abre uma gaveta, depois a outra. Soltando um grito desesperador e arremessando a terceira, somente na quarta tentativa ela acha o que procura.

Uma tesoura.

Enrolando seus cabelos em uma das mãos e a outra com a tesoura, ela corta o que tem de mais bonito e exótico. Sem espelho para se olhar, sem esperança para se agarrar, ela deixa tudo o que um dia a fez querer viver descer pelo ralo.

Mesmo depois das inúmeras batidas em sua porta ela não se importa. A água ainda escorre por seu corpo, mas ela ainda se senti imunda. Ela pega a esponja de banho e começa a estregar sua pele.

Esfrega. Esfrega. Esfrega.

E mesmo assim, se senti suja. Soltando a esponja, passa a esfregar seu corpo com suas unhas.

Esfrega. Esfrega. Esfrega.

Sentindo sua pele arder, abre os olhos e ver sangue descer dali, riscos e mais riscos avermelhados formam em sua pele. A dor que sente de seus ferimentos a fazem voltar a realidade. A fazem ver que infelizmente está viva.

Infelizmente.



***

— Filho, soube que você pediu para ser transferido de setor no trabalho.

Mikoto é uma mulher muito, como posso dizer, que sabe de muitas coisas e sabe quais no momento em que acontece, não que ela preveja ou algo do tipo, só que ela conhece as pessoas certas.

— Sim, mãe – Ele continua sua refeição – Mudei para o setor investigativo.

— Isso quer dizer que? – Enquanto solta o pano e senta na cadeira ao lado, tocando o ombro do moreno.

— Quer dizer mãe. Que como eu sempre quis. Vou poder me tornar delegado – entrando em choque, arregala os olhos e solta o braço do filho.

Sim. Sasuke a dois anos terminou a faculdade de direito. Mas, sua intenção nunca foi se tornar advogado e sim depois do tempo mínimo, fazer o tal concurso e passar para policial onde, dizem que, tendo um tempo de experiência pode prestar concurso para delegado.

— Filho...

— Mãe – ele começa, se levantando e recolhendo o prato – Não adianta, eu já me decidi. Na verdade, você sabe que desde que aquilo aconteceu. Sabe que eu prometi a ela!

— Oh, meu filho – mesmo ele sendo maior, ela o puxa para acolhe-lo em seus braços – sei que deve ser difícil para você. Mas, se já era perigoso você sendo uma testemunha, imagina sendo um cara da lei. Um policial!

Se soltando do abraço, apoiando as mãos sobre os ombros daquela que te deu à luz, olhando bem no fundo nos ônix, sentindo o quão eles mostram preocupação.

— Mamãe – Sussurra, beijando o topo de sua cabeça – Eu preciso colocar aquele cara atrás das grades. Só assim, poderei dormi tranquilamente.



***



Suas feridas ardem com o toque da brisa. Seu corpo transpira medo. Seus olhos ardem lutando contra o sono. Já perdendo a noção do tempo, não faz a mínima ideia de quantas horas ou até dias está ali. Trancada naquele quarto. Sabe, ou ao menos lembra que sua tia já chamou cinco vezes, contando que lá fora está sempre escuro. Terá se passado cinco dias? Terá se passado cinco noites? Será que tem somente cinco noites que não dorme? Porque em todas suas tentativas de dormi o mesmo pesadelo volta a tona, a deixando sem rumo e sem sono. Porém, seus olhos, seu corpo, suas entranhas já não aguentam mais de sono, fome e sede.

— Vamos, Sakura – Sussurra, tentando ficar sentada em sua cama – Você consegue. Tem que conseguir.

Lentamente. Ela se levanta arrastando seus pés descalços e agora magros até a cozinha. Precisa se hidratar. Porque? Ela quer somente morrer. Enchendo um copo com agua ela bebe como se há anos não tomasse. Bem, tem cinco dias que ela não toma água potável. Apenas em seus banhos que perdeu a conta de quantas vezes por dia o faz. Deixa a água descer até seu estomago. Ela pega uma fruta e com movimentos lentos tenta come-la.

— Até que enfim! – A tia grita da porta, guardando sua bolsa – o que pensa que está fazendo?

Ela espera aos segundos e vendo que a sobrinha não iria responder.

— Sakura! Além de sonsa é surda, agora?

A rosada se levanta, dando as costas para ir em direção ao seu refúgio. Porém, sua tia a impede segurando seu braço.

— Me solta! – Grita, enquanto sente seu corpo tremer, voltando a sussurrar – me solta... me deixa em paz.

Ela bate à porta atrás de si, deslizando até o chão e abraçando seus joelhos. Seu peito dói, seu corpo dói, sua alma corrói o que já não existe mais.

Quando todos os seus sonhos fracassam

E aqueles que saudamos

São os piores de todos

E o sangue vai secando

Quero esconder a verdade

Imagine Dragons - Demons


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capitulo!
deixe seu comentário, dando sua opinião sobre o que achou!
~~
Yasmy: Se lembram de mim? Sou a irmã da Sabrina e betta da história. Demorei, mas cheguei! Tudo revisado e meu Deus, sis, você se supera em cada capítulo. Chorei nesse capítulo, finalmente você me entendeu sobre colocar sentimentos na narração, certo? Parabééns, e que cada vez você melhore mais S2
Não se esqueçam de comentar, pessoal. Beijos!



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