Sonhos Roubados escrita por Sabrina Santana, Yas


Capítulo 14
Silenciosamente, eu te abraçarei


Notas iniciais do capítulo

olá, pessoas!

como vocês estão?
obrigada pelos comentários do capitulo anterior...
espero que gostem desse!



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Quando você acha que está sozinho

Quando você começa a chorar de repente

Quando você sente como se ninguém estivesse próximo de você

Lembre-se que você não está sozinho

Mesmo que o mundo sempre te machuque

I'll Listen To What You Have To Say

 

— Neji! – Entre gritos e xingamentos – por que você tem que ser desse jeito?

— Tentem? – Passando a mão em seus longos cabelos, olhando para sua esposa, ele balança sua cabeça suspirando – como “desse jeito? Eu apenas quero entender o porquê de não poder nem ao menos tocar na minha própria esposa!

— Tocar? – Ela já mais do que gritava no pequeno apartamento – tocar? Você diz tocar? Eu não quero que me toque com essas mãos sujas que você usa para prender aqueles imundos!

— Tentem!!! – Ele grita como se não tivesse mais paciência – é o meu trabalho... como você pode falar isso? Eu já tomei banho, já me limpei e nem um beijo de boas-vindas você me deu!

Ela abre a boca para responder. Ela tinha que responder senão a briga seria ganha por ele. Mas, o que? O que poderia responder se ele está certo?

— Me diz o que está acontecendo, meu amor – ele se aproxima de sua esposa, encaixando em seus braços – o que aconteceu? Me conta... só assim poderei ajudar você.

— Neji – ela olha para aquele homem que um dia já foi um cubo de gelo – eu fui na maternidade.

— Tentem!! – Ele a solta passando a mão novamente sobre seus cabelos – por que você faz isso consigo mesma?

Ela abaixa a cabeça. Tentando escapar do olhar repreensivo de seu marido.

— Eu – soltando um suspiro ela continua – eu quero um filho Neji! Quero te dar um filho! Você não entende?!

Ela corre para o quarto que deveria ser dos dois. Mas que ao fechar a porta impossibilitou que ele entrasse.

 - Por favor, abre a porta! – Ele bate em vão – vamos conversar! Tentem!

— Não quero! – Sua voz embargada pela porta e pelo choro.

 ***

— ... aí tivemos que fazer um desenho superchato que não tem nada a ver com o assunto da aula! – Ele contava com a voz de deboche.

— E por que você acha que não tem nada a ver com a aula? – Ela que está de costas para seu filho, pergunta apenas para não deixar seus pensamentos sombrios tomar um rumo que a temia.

— Ah porque em aula de matemática não deveria fazer desenho livre – ele olha para sua mãe que parecia respirar com dificuldade – você está bem, mamãe?

Ele desce da bancada, indo em direção a rosada.

— Estou bem – ela nem termina de falar e a faca que segura cai sobre a pia, denunciando seu estado.

— Mamãe, sua mão – ao tentar toca-la ela recua, tentando parecer bem.

— Você pode pedir comida pronta? – Ela diz enquanto anda em direção ao seu quarto – estou com um pouco de dor de cabeça, vou deitar.

— Tudo bem – ele abaixa a cabeça, seguindo sua mãe com seus olhos esverdeados.

***

— Tio Sasuke!!! – A garotinha pula nos braços do recém-chegado – estava com muita, muitas saudades!!

Todos na sala riem com a atitude da mais nova que parece estar bem seria em relação aos seus sentimentos.

— Também estava com saudades, princesa – ele retribui o abraço, passando uma de suas mãos sobre o cabelo negro da pequena. Ele a solta por um instante para entregar um pacote – bem, eu estou seguindo direitinho uma certa lista que apareceu no meu bolso.

A pequena pega o embrulho com um brilho no olhar.

— Sim. Então deve estar certo! – Ela abre rasgando o papel e vendo uma das suas mais esperadas bonecas Barbie.

Ele a pega no colo, levando até o sofá.

— Ah, então foi a senhorita que deixou aquela lista no bolso da minha calça, hein?

Ela desvia o olhar da boneca olhando para seu tio preferido. Passa a mãos pelos cabelos negros.

— Não fui eu não, tio! – Ela sorri – deve ter sido minha fada madrinha! – Ela termina correndo para seu quarto.

— Volta aqui, Akemi! – Ele dar uma baita risada – achei que estivesse com saudades!

— A querido – sua mãe se senta ao seu lado – estava com saudades.

— Também, mamãe – ele suspira depositando um beijo nas costas da mão dela – essas duas últimas semanas tem sido muito corrido para mim na delegacia – ele se arruma no sofá – muita coisa para resolver.

— Sempre achei que depois que tomasse o lugar de delegado, ficaria mais tranquilo, meu filho.

— É mais difícil do que parece, papai.

— E querido – sua mãe segura mais forte a mão do filho – o Neji e o Naruto não te ajudam?

— Eles fazem o trabalho deles. O que não quer dizer me ajudar – ele olha serio de sua mãe para seu pai – mas, Naruto tem a família e os filhos e Neji está com problemas no casamento.

— Oh, querido! – Ela coloca a mão sobre a boca, tentando em vão esconder a surpresa – mas, ele e tentem sempre se deram tão bem.

— Pois é.

***

— Naruto, querido – a morena sai do quarto decorado em rosa – você não deveria ir buscar as crianças? Sim, está tarde mas...  – Enquanto segura um grande embrulho rosa, com o aparelho telefone no ouvido sendo segurado por seu ombro – sim, estou ligando para confirmar. As gêmeas estão tirando meu sono! Ok, obrigada querido.

Ela suspira.

— Okay, Keiko – ela sussurra enquanto embala a pequenina – sua irmã já dormiu, agora é a sua vez – terminando com um beijo na testa pequenina.

***

— Será que a mamãe está bem? – Ele desce bem devagar de sua cama, andando nas pontinhas de seus pequenos pés até a porta de seu quarto. Passando para a porta seguinte onde ficava o quarto de sua mãe – mãe?

— Vai embora! – É a única resposta que obtém do outro ado da porta. Mesmo que ele saiba muito bem que isso significa que ela não está nada bem. Desde que se conhece por gente, sabe que em alguns dias ou em até muitos dias sua amada mãe tem crises de choro, gritos e acaba se machucando durante o banho. Com isto desde que ganhou um tablet com comando de voz começou a pesquisar sobre o assunto e como ajudar e uma das primeiras coisas que ele fez foi fazer uma cópia da sua chave para que possa entrar e ajudar sua mamãe no quarto.

Veja bem, eu sei que você deve estar se perguntando de como um garotinho de apenas seis anos consegue fazer tudo isso? Afinal, ele tem apenas seis anos, mas vamos acompanhar meu raciocínio. Ele tem seis anos, sua mãe nunca foi e não é a mãe mais presente do mundo mesmo que o ajude em sua lição de casa ou até mesmo se preocupe com sua saúde. Mas isso é apenas por que ela não pode sair do trabalho alegando que precisa cuidar do filho. Até porque ninguém sabe que ela tem um filho. Aí você pergunta de o por que não? Bem, com a minha narrativa você já deve ter reparado que ela não estaria neste emprego se contasse que tem um filho. E com esses pensamentos que ele se senta de frente para a porta da rosada, enquanto escuta seus gritos. Ainda não era o momento para acudir.

***

— Naruto? Você esqueceu a chaves de novo, querido? – Ela abre a porta se espantando com o que vê – irmão?

— Oi, Hinata – ele aponta para o interior – será que posso entrar?

— Claro, Neji – ela termina dando passagem para o moreno entrar que se senta no sofá soltando um longo suspiro – aconteceu alguma coisa?

Ela se senta ao lado de seu irmão.

— Hina, eu não sei mais o que fazer – ele passa a mão sobre seus longos cabelos – a Tentem, eu acho que ela não me ama mais.

— Oh, Neji – ela o puxa para seus braços, seu lado maternal não pode deixar de não ficar mexido – não é verdade, meu irmão. Tentem está passando por um momento delicado em relação aos seus nervos e você sabe que depois daquela adoção – ela faz uma pausa depois de indicar aspas enquanto fala – ela ficou decepcionada. Desde que a conheço ela sempre foi apaixonada por você, querido e mesmo depois de tantos foras que você deu nela, ela jamais desistiu – ela acaricia a cabeça de seu irmão -  e você quer desistir, assim? Tão fácil?

— Eu não quero! – Dando uma pausa enquanto toma folego – mas, ela nem ao menos me deixa toca-la!

— Paciência, irmão. Paciência.

***

— E então? – Ela pergunta enquanto retira os pratos da mesa – você acha que vai tirar férias quando querido?

— Mãe? – Ele ri, se levantando para ajudá-la – delegado não tira férias.

— Vou me deitar.

— Já, Itachi? – Ela se vira para olhar nos olhos de seu primogênito – não vai esperar a Konan?

— Ela já subiu, mãe – ele se vira para os que ficaram – boa noite.

Ele sai da sala de jantar indo em direção as escadas. Seu quarto é um dos últimos do grande e largo corredor daquela imensa mansão. Ele encosta a mão sobre a maçaneta dando um suspiro e a abre.

— Itachi? – A mulher que todas as noites dorme ao seu lado se encontra sem blusa. Apenas de sutiã e digamos que uma visão linda aos olhos dele – você poderia bater antes de entrar?

— Sou seu marido. Desde quando precisamos disso?

Ela suspira terminando de se vestir.

— Desde que não somos mais do que um casal de aparências – ela se deita de costas para o lado do marido.

Está confuso? Bem, quando fui pesquisar o que significava um “casal de aparências” isso quer dizer que só para a sociedade são um casal. Dentro de um quarto, onde estão apenas os dois eles são em alguns casos completo estranhos.

Ele suspira, deitando ao seu lado. E fica ali olhando aqueles curtos cabelos azuis que tanto te fascina.

***

Fazia horas que estava ali. Apenas ouvindo o choro da pessoa que mais ama nessa vida. De cabeça baixa, ele chora ao ouvir seus gritos. Sempre foi assim, e suspeita que sempre será. Ele levanta sua cabeça passando as costas das mãos por seu rosto, limpando as lagrimas que caem. Se levanta num pulo indo em direção ao seu quarto, ele entra abrindo uma de suas gavetas, a gaveta de meia, procurando algo particular.

— Aqui está você! – Ele sussurra olhando para uma pequena chave, voltando ao quarto de sua mãe – desculpa, mas não suporto ver você assim.

Ele coloca a chave dentro do buraco da fechadura. Abrindo devagar, bem devagar. Tentando não fazer barulho, mesmo que isso não seja de alguma utilidade, já que a rosada chora, esperneia do outro lado da porta.

Ao entrar se depara com a escuridão, algo como familiar soa em sua cabeça. Pequeno do jeito que é, sempre soube que não era uma criança normal. Sim, normal sim, mas sua família que sempre foi sua mãe, definitivamente, ela não é normal. E lá está ela, abraçando suas próprias pernas, se molhando com suas próprias lagrimas. Abafando o som de sua garganta. Ele se aproxima dela, como se andasse com passos pesados iria quebra-la ao meio. Assim, bem devagar ele anda em sua direção, ela parece não ter percebido que ele está ali. Parece estar em seu mundo, novamente. Ele suspira, desde quando uma criança de seis anos tem que cuidar de sua mãe?

Ao chegar no canto do quarto, ele encosta nela. De tão encolhida, está menor que ele. O pequeno, sabe que encostar nela nesse momento não é a melhor ideia. Ele se ajoelha, e beija o topo da cabeça rosada dela.

Ela geme, ela treme, ela grita.

Mesmo assim, ele não e abala e a abraça com seus pequeninos e magros bracinhos. A fazendo chorar mais ainda. Ele abraça sua cabeça. E embalando sua mãe.

— shiiiii, mamãe – balança para frente, para traz. Para frente, para traz – seu monstrinho está aqui para te proteger.

Ele balança, ela chora. Para frente, para traz.

 

Mesmo quando você se sentir sozinho e triste, não chore

Silenciosamente, eu te abraçarei

Eu te ouvirei

Olhe para trás, eu estarei aqui

Eu enxugarei todas as suas lágrimas

Até mesmo toda a sua solidão

I'll Listen To What You Have To Say


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Notas finais do capítulo

Eri não é um menino de ouro?
E então, o que acharam?
não deixem de comentar! amo quando vocês comentam e com toda certeza responderei!!!
bjocas!



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