Eu acredito

Não cairei de novo

Eu acredito, eu acredito

Não haverá mais lágrimas

Você também sabe que

Amanhã o sol irá nascer

Return – Red velvet

“ PRÓXIMO VOOU PARA CALIFORNIA, EMBARQUE NO PORTÃO TRÊS. O VOOU SAIRÁ EM 10 MINUTOS. ”

— Mamãe? – A garotinha que segura a mão de sua progenitora, pergunta – será que posso ver o tio Sasuke ainda hoje?

Sua mãe, sorriu. Desde que sua pequena Akemi começou a andar ela prefere seu tio ao seu pai.

— Não sei querida – ela olha para a pequena que fica cabisbaixa com a resposta – Mas, assim que chegarmos em casa. Você pode ligar para ele e perguntar – ela sorri vendo sua princesa sorrir também – o que acha?

— Eba! – Ela se sacode, pulando de emoção – eba! Eba!

A mais velha para, sorrindo chamando atenção de sua pequena para um certo lugar. Como ela sabe que sua filha conheceria quem estaria ali. Já que a sua cópia solta de sua mão correndo em direção ao casal que tanto ama.

— Vovô! – Ela abraça o velho que se abaixa para pega-la nos braços. Enquanto o abraça, ela solta um dos braços para abrir espaço para sua Avó preferida – Vovó!

— Estávamos com muita saudade de você pequena – ele abraça mais forte do que imagina fazendo a garotinha gemer – Quer matar seu vovô de saudade?

Ela afrouxa o abraçado para olhar seu querido vovô, como ela mesmo chama, dizendo.

— Mas vovô, só fiquei uma semana – ela sorri ainda mais – nem sentir saudade de vocês.

— Akemi, você mente muito mal, hein – ela chega com duas malas a tira colo. Uma totalmente Pink com desenhos estampados, não me lembro qual o nome do desenho. Então, não me perguntem – olá, Fugaku – ela cumprimenta com um aceno de cabeça – olá, Mikoto.

Os dois acenam em resposta. O mais velho passa a pequena para os braços de sua esposa pegando em seguida as malas de sua nora. A mais velha que agora está com sua neta nos braços começa a provocar a pequena.

— Quer dizer que você não estava com saudade dos seus avós? – Ela abraça ainda mais forte a garotinha – hein?

A morena, sorri. Aquele sorriso de quem aprontou, dizendo

— Na verdade, verdadeira – ela sorri ainda mais, abrindo os braços – eu estava com esse tantão de saudade.

 Todos caem na gargalhada.

***

— Você pode levar esses documentos para o setor financeiro? – A garota olhou para aquela estranha rosada. Ela balança a cabeça concordando, mas seu olhar não era um dos melhores – obrigada.

A nossa garota, a nossa protagonista. Agora com seus 24 anos. Anda com segurança pelos corredores do grande prédio, com seu terninho verde, sim ela usa terno para trabalhar. E ainda por cima verde, mas não é qualquer verde não, não. É aquele verde vomito. Existe essa cor? Por que é o que parece. E as saias que ela usa?! Eu não entendo nada de moda, mas até eu que sou leigo neste assunto, mas as saias. São horríveis, sim é algo feio de se ver. E neste momento ela andando num corredor onde tem milhares de pessoas influentes, ricas, belas e bem vestida. Ela, com seu terno verde vomito e cabelos rosas, sem dúvida chama muita atenção.

 - Oh, senhorita Haruno – ela para no meio do corredor – diga ao senhor Uchiha que ele tem uma reunião comigo amanhã.

Ela balança a cabeça, voltando a andar sobre seus saltos.

***

— Sasuke!! – Pode se passar mil anos, esse louro nunca vai mudar – você conseguiu pegar aquele caso? – Ele entra sem nem bater na sala de seu suposto chefe – hein?

— Naruto – assinando um papel que deixa de lado para olhar para seu amigo e subordinado – quantas vezes eu já te falei para bater antes de entrar? – o boboca até tentou falar mas o moreno foi mais rápido – e quantas vezes tenho que dizer que aqui eu sou senhor delegado?

— Ah, Sasuke! – Ele solta uma risada – nós somos amigos e já até fomos parceiros, não precisamos disso.

O moreno solta um suspiro – e se bem conheço, ele deve ter desistido.

— Não, Naruto – ele olha o entusiasmo do amigo – não consegui pegar o caso.

— Porque não? – O desapontamento era visível em sua voz – Como não?

 - Simplesmente, porque o cara tinha grana e se safou – ele se levanta, sem nem olhar para o amigo. A cara de derrota estampada em seu olhar, triste – simples, assim.

Ele saiu, sem nem olhar para traz. Nem ao menos tentou desviar o moreno cabeludo que passou e acabou esbarrando.

— o que você fez dessa vez, Naruto? – o moreno olha para seu parceiro, nem se dando ao trabalho de tirar os olhos de seu superior.

— Nada – ele suspira – nada mesmo.

— Então?

— Ele não conseguiu pegar o caso da menina estuprada.

— Porque não? – Sua voz já alterada.

— Porque eles têm grana – mais um suspiro – porque eles têm grana, Neji. Grana.

Enquanto o moreno passa a mão pelos longos cabelos. O loiro chuta uma lata.

— Droga!

***

— Senhor Uchiha? – Ela bate na porta, entrando.

— Diga, Sakura – o moreno nem se dá o trabalho de olhar para sua secretaria – qual minha agenda para hoje?

Com um pigarro, limpando sua garganta ela prossegue.

—Senhor, sua agenda para hoje – ela olha para o pequeno caderno com capa de couro em suas mãos – agora pela manhã, o senhor tem uma reunião com o setor de cosméticos.

— Quanto tempo até começar? – Ele por fim olhar para a rosada, impaciente.

— Quarenta Minutos, senhor.

— Okay, obrigada – ele levanta passando rapidamente pela pequena criatura rosa esverdeada. Parando com a mão na maçaneta, voltando a olha-la – você conseguiu falar com o diretor executivo? Com o senhor Nagato?

— Sim, senhor – ela folheia sua agenda – mas, infelizmente ele não tem espaço em sua agenda para esse mês e pediu que entrasse em contato confirmando para o início do mês que vem.

— Ótimo – ele balança a cabeça, fechando a porta atrás de si.

Assim que ouve o som da porta se fechando, se deixa voltar a respirar. Como é difícil para ela ficar num local fechado com um homem. Suas pernas tremem o que a obriga se apoiar na mesa de seu chefe – soltando um suspiro ela volta a trancar todos os seus medos. Ela sempre os tranca bem fundo, mas tem dias que eles acabam transbordando.

***

— Mamãe! – Ela puxa a saia de sua mãe, enquanto a mais alta tenta conversar com sua sogra – mamãe!

— O que foi Akemi? – Ela olha para baixo com olhar de desaprovação para filha – estou conversando, querida.

— Mas, mamãe – ela cruza os braços sobre o peito – eu quero ver o tio Sasuke! – Ela termina fazendo cara de choro.

— Pensei que minha princesa fosse querer ver o papai – ele se abaixa abrindo os braços para a pequenina.

— Papai! – Ela grita enquanto corre para os braços de seu progenitor – senti sua falta.

— Você poderia mentir um pouquinho melhor, querida – ele a solta do abraço – agora a pouco estava perguntando pelo seu tio e não por mim.

— Mas, papai – ela o abraça novamente – você eu vejo todo dia. O tio Sasuke não...

Com a carinha de “não tem nada de errado” ninguém resiste. Fazendo todos rirem no recinto, não rir e sim, gargalharem.

— Okay, vou ligar para o seu tio – A mais velha diz enquanto digita no telefone. Mas sua cara não é a das melhores – querida, ele não atende.

 - Que pena – ela abaixa a cabecinha, tristonha – queria ver ele.

A avó que odeia ver sua netinha assim tenta novamente. Mas o resultado não é diferente. Ela se abaixa para ficar da mesma altura de sua pequena, pegando em seu queixo.

— Querida, ele deve estar trabalhando – ela sorri – assim que terminar seu trabalho tenho certeza que virá ver você – ela bagunça o cabelo negro como de seu filho – afinal, você é a princesinha dele.

Ela sorri de orelha a orelha.

***

— Sakura, nós vamos pro barzinho, você não quer vir? – A garota cutuca a colega que está do seu lado, rindo – hein, Sakura?

— Desculpa, meninas – ela nem se dá o trabalho de olhar para as colegas de setor – está ficando tarde, eu vou para casa.

As duas riem.

— Eu disse que ela não iria aceitar – elas se entreolham, ainda rindo – até parece que tem filho, obrigações e tals.

Se alguém passasse ali, naquele momento iriam pensar que a rosada não passa de uma estátua. Um frio subiu por sua espinha, a fazendo arregalar os olhos de susto.

— Logico que não né -  uma delas debocha – você sabe que se ela tivesse filho, marido e essas coisas não estaria aqui. Já que o chefe, não aceita.

— Verdade – ela balança a cabeça confirmando – você tem razão.

As duas saem rindo, deixando a rosada em choque. Sim, em choque, jamais alguém poderia descobrir sobre sua vida pessoal. Jamais! Nunca!

Com esse pensamento ela sai correndo sobre seus saltos em direção a saída. Pensando em como sua vida mudou desde que chegou aquela cidade, desde que passará por tudo aquilo, foram meses de trevas, ao menos era assim que chamava aquele certo período que ela não gosta de falar, pensar e nem imaginar aquela época. Mesmo que tenha sido a anos atrás suas cicatrizes ainda estão ali para lembrar.

— Senhorita Haruno – a moça com avental rosa em frente a porta sorri para ela, tirando de seus devaneios – atrasada de novo?

Ela sorri, sem graça.

— Me desculpe – diz enquanto passa a mãos sobre seu cabelo – fiquei presa no trabalho.

A moça sorri. Virando para dentro da sala.

— Eri! – Ela chama um dos pequeninos que estão ali sentados. A rosada espera fora da sala, sem se dar o trabalho de olhar porta a dentro, olhando para seus próprios sapatos não vê quando ele encosta e abraça suas pernas.

— Mamãe! – Ele sorri, olhando para cima tentando decifrar o que aqueles olhos verdes iguais o seu estão pensando – Você chegou!

Ela sorri, retribuindo o abraço.

— Sim, eu cheguei, meu monstrinho.

Quão longe eu cheguei?

Onde você está?

O medo que desconheço

Está em pé na minha frente

Return – Red velvet