Sonhos Roubados escrita por Sabrina Santana, Yas


Capítulo 12
Por favor, segure minha mão


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo para todos vocês!!!

fiquei muit feliz pelos comentarios! mas, isso vocês perceberam pela quantidade de palavras hahaha

bom, esse capitulo ficou muito emocionante! eu chorei heheh

boa leitura!



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— Pode entrar – ele que já a espera a algum tempo, bate o pé contra a madeira do piso em sinal de impaciência – Olá, Chiyo.

— Com licença – ela entra, se sentando com cara de poucos amigos – Qual o motivo para me chamar aqui?

— Oras, por que acha que teria um motivo específico? – Ele sorri cinicamente, tentando enrolar a médica que o conhece mais do que ela própria. Ela sorri com sarcasmo.

— Shino, menos – ela para tentando decifrar o que ele quer por trás de tudo isso – Vamos direto ao assunto, não tenho tempo para conversa fiada.

— Okay, okay – cruzando as mãos sobre seu queixo – Como está a sua tão querida paciente, Sakura?

— Por que está tão curioso? – Ela cruza sua perna, em sinal de negação. Sem nem ao menos tirar os olhos de seu antigo pupilo e atual diretor – e não me venha dizendo que não é nada.

— Oras, não posso saber como está uma das pacientes de meu hospital? – Ele olha com tom desafiador, ela sabe que não deveria ter mexido com ele. Mas, Chiyo não é do tipo que se intimida, ainda mais com caras que nem saíram das fraldas ainda. Como ela mesmo diz.

— Seu hospital – ela solta uma gargalhada fingida, se mexendo na cadeira – bem, seu pai ainda não morreu, então ainda não é seu - ela olha para seus olhos que sempre estão tapados por seus famosos óculos – mas também sei que se eu não te contar você dará um jeito de descobrir – ela sorri suspira, cansada – então vou te fazer esse favor.

— Ela está a dois dias em coma – engolindo o nó de sua garganta, ela continua – e não sabemos se irá resistir...

— Por que? – Mesmo tentando esconder sua excitação pela notícia a mais velha o conhecia desde que nascera – porque vocês acham isso?

— Ela atualmente está respirando com ajuda de aparelhos e só nesses dois dias, teve 4 paradas cardiorrespiratórias – termina limpando um pequeno resquício de uma lágrima que tentava cair – mas porque tanto interesse?

Ele não faz questão e nem quer responder à pergunta da mais velha.

— E a criança? – Ele olha para cada reação mínima que ela tenha, prestando bastante atenção em cada movimento que faça – o que vai acontecer com ela?

— Bem, caso a mãe não acorde – ela suspira novamente - Ele irá para um abrigo.

— Bom, muito bom – ele se mexe na cadeira tentando uma posição confortável para receber os olhares mortais que ela o lança – Pode se retirar, Chiyo.

Ela não disse nada, já estava cheia de suas atitudes. Se retirou da sala sem nem olhar para ele, quem diria que seu melhor pupilo iria se tornar alguém tão frio como ele. Apenas por dinheiro, somente por dinheiro.

— Alo? Neji? – Ele vira sua cadeira para a bela vista que tinha de seu consultório, sorrindo – prepare a quantia, a criança é sua.

Há um mundo vazio

No fundo do meu coração, me salve

Eu quero recomeçar

 

— Alguma melhora? – Ela se dirige para sua enfermeira – A Haruno?

A enfermeira apenas balança a cabeça em negação.

— Estou indo ver o bebê – ela diz enquanto pega várias fichas em cima do balcão – Você já foi ver ele?

— Ele?

— Sim, é um menino – ela sorri, mesmo que um sorriso triste – Sabe, por mais que ela tenha feito nossa vida virar de cabeça para baixo durante todos esses meses que ficou aqui – ela para engolindo o choro – Eu não desejo isso nem para ela, nem para ele.

A mais velha coloca a mão sobre o ombro de sua enfermeira.

— Eu sei – sussurra dando tapinhas sobre o ombro da amiga – eu sei.

***

 

— E então? Você recebeu alta, Konan? – Ela salta da cadeira em que estava para segurar sua netinha.

— Sim, recebi hoje pela manhã – sorrindo, ela termina de arrumar suas coisas – Estou louca para dormi em minha cama.

— Eu entendo perfeitamente como se sente, meu amor – sussurra em meios a sorrisos e balançadas que dá para sua mais nova neta – eu fiquei exatamente assim quando tive Itachi.

— Ele ainda não chegou? – Ela sussurra, receosa pela resposta.

— Ah, querida não se preocupe ele já voltou de viajem – ela entrega a pequena para a mãe – ele está apenas assinando os papeis do pagamento, aqui mesmo na recepção e já está subindo.

— Falando de mim? – Ele entra com sua voz autoritária e postura de poder. Konan como sempre o olha com admiração.

— Oh, querido! – Ela o abraça – Você viu sua princesa?

— Mãe – ele a obriga soltar do abraço, indicando que não tinha gostado – Está tudo pronto? Preciso voltar para empresa.

Sua esposa apenas abaixa a cabeça. Caso não se controlasse iria chorar ali mesmo. Ela segue até a porta em silencio. Respondendo à pergunta de seu esposo.

— Vamos, princesa! – Ela sussurra para seu pacote, olhando de relance para o moreno. A curiosidade para descobrir a reação de seu amado.

Olhos solitários presos na escuridão

Há alguém que segure a minha mão?

Eu quero recomeçar

 

— Ah, que bom que vocês vieram – a enfermeira pediátrica sai do berçário, fechando a porta atrás de si – preciso falar urgente com vocês!

— O que foi? – As duas olham uma para a outra – Aconteceu alguma coisa com o bebê? – Elas olham sobre o vidro não vendo nenhum que lembre o bebê da rosada.

— Sim, aconteceu – a enfermeira cruza os braços – E vocês não vão encontrar o bebê que procuram aqui – ela sai andando – Me sigam.

Elas seguem por um corredor vazio, parando numa porta que indica ali ser outro berçário. A enfermeira abre a porta sinalizando que as duas entrem.

— Tivemos que colocar ele aqui – ela entra, colocando a roupa higiênica – Ele não para de chorar!

As duas seguem, colocando a roupa para em seguida entrar na sala que prossegue. Ao entrar, veem um pequeno ser que chorar sem escrúpulos, que chorar sem parar. Que chora como se sua vida dependesse disso. Seus cabelos não negam que seja filho da rosada, seus olhos que entre uma lagrima e outra se revelam tão verdes como o da mãe.

— Já fizeram todos os exames necessários? – A mais velha pela primeira vez se pronuncia. Sendo respondida apenas por um aceno de cabeça em concordância da enfermeira que passa os dedos em sua têmpora – E então porquê?

— Ainda não sabemos – ela olha o embrulho rosa que se mexe freneticamente – só sabemos que nesses dois dias em alguns momentos ele chora ainda mais desesperador do que já está.

As duas alternam olhares entre o bebê e a enfermeira. Sendo seguido de um uníssono.

— Qual o horário? – As duas se olham, com espanto, para logo voltar a atenção para a moça, que procura algo numa pilha de fichas.

— Aqui! – Ela balança uma ficha rosa – colocamos os dados dele numa pasta rosa, para combinar com seus cabelos – ela coça a cabeça – Está tudo anotado aí – Entrega a pasta para a mais velha que abre rapidamente, procurando um motivo.

— Olha, Shizune – ela aponta para as anotações escritas no caderno – Você está com a ficha dela? – Antes mesmo que a mais velha termine, ela já está com as anotações em aberto na página que ela tanto queria. Fazendo que as duas tapem a boca com a descoberta – Os horários batem!

— Batem? Como assim? – A pediátrica, que termina de arrumar seus cabelos negros na touca, vai até o lado da chefe clinica com curiosidade no olhar.

— Sim, veja – a morena aponta para os dois cadernos, mostrando os números – Exatamente na mesma hora em que a mãe começou a ter uma parada cardiorrespiratória, a criança chorou mais do que chora normalmente!

***

 

— E então? O que ele disse? – A ansiedade toma conta de seu ser a ponto de não conseguir ficar sentada.

— Tentem, fique calma! – Ele tenta fazer com que sua esposa fique parada – Você está me deixando mais nervoso, mulher!

— Sim, eu sei – ela por fim se senta na ponta de seu sofá azul turquesa – mas é meio difícil, meu amor! – E volta andar em círculos.

— Veja, ele não disse nada demais – ele dá uma pausa indicando com tapinhas sobre o acento ao seu lado que a queria ali – Apenas que a criança nasceu – ele vê um brilho novo no olhar de sua esposa – É um menino – ela volta a andar em círculos, mas agora com excitação.

— Precisamos arrumar o quarto – ela começa a enumerar nos dedos – Precisamos comprar o enxoval! – Olhando para seu marido, que ainda está sentado – Vamos meu amor! Precisamos correr!

— Tentem, ainda não podemos – Ela para, enfim conseguiu que sua amada parasse

— Por que não? – Ela sussurra, com medo em sua voz. Medo de que desse tudo errado, novamente.

— Porque ele ainda não foi liberado para adoção – ele pousa sua mão sobre o ombro de sua esposa, fazendo um caminho até sua mão encontrar a dela, segurando firme – e ele não sabe quando isso pode acontecer – tratou de falar tudo muito rápido para que o choque dela fosse menor – mas ele disse que ainda essa semana já poderemos pegar ele em nossos braços. Por isso pediu para que eu prepare o dinheiro.

Ela balança a cabeça, concordando. Ao olhar para o marido com felicidade e ternura.

Alguém em algum lugar vai entender

Meu coração miserável

Está bem na minha frente

Mas eu não consigo encontrar

Estou voando sozinho na escuridão

 

Desde quando ela se sente tão suja? Desde quando sente que a muito tempo a morte a levou?

Desde quando? Desde quando se tornou fria desse jeito? Desde quando todos a abandonaram?

— até mais tarde, filha – a moça que com o rosto indecifrável beija a testa da garota que mais parece uma cópia sua – Mamãe te ama! ”

— Mãe...

— Lembre-se querida! - Um homem ruivo, a pega no colo dando piruetas - Nunca deixe de sonhar! “

— Pai...

Um local totalmente branco. Onde estaria? Ela anda até um pequeno berço com um embrulho que chora sem parar. Que chora sem nem descansar. Que chora a espera de algo ou alguém. Mas cada vez que mais perto chega, o choro vai diminuindo. Não como se estivesse longe, mas, como se estivesse parando. Ao chegar na borda do pequeno berço vê apenas um embrulho rosa que se mexe sem ruído nenhum”

Estou voando sozinho na escuridão

 

— Chamem a medica dela! – A enfermeira corre na direção dos aparelhos da paciente – Ela está tendo outra parada.

***

 

— Assim – ela aponta para o embrulho – Exatamente assim que ele faz, chora, chora.

Ela sai do quarto com as mãos sobre as orelhas, fazendo careta. As duas que já desconfiam o porquê de tudo isso saem correndo sobre os corredores do hospital, nem se dando o trabalho de tirar a roupa.

Por que você não sabe?

Mesmo que a minha existência seja pequena

Não pise em mim, ao invés disso, venha comigo

 

— como ela está? – Ela entra esbarrando nos enfermeiros.

— Oh, Chiyo – a enfermeira junto com alguns enfermeiros olha para a mais velha – agora se encontra estável – ela olha para a chefe do departamento clinico – mas não sabemos por quanto tempo.

— Como não? – Ela olha para a rosada que está respirando sem auxílio de aparelhos – ela está melhor do que hoje de manhã.

— Sim, mas...

— Olhe!! – Um dos enfermeiros que estão no local aponta para a rosada – ela está acordando?

Todos param o que estavam fazendo. Todos se espantam por ver aquela garota ali, acordando depois de uma parada cardíaca. Todos a olham, todos veem aqueles olhos verdes encarando a todos eles com medo, terror e dor.

— Sakura? – A mais velha encosta na sua paciente – consegue falar?

— Sim – ela olha para a médica que desde que se internou ela está ali em todos os momentos – sim.

Suas palavras e ações descuidadas

Me quebram

Isso me encurrala

Mesmo que você negue

Eu estou me escondendo por trás do ridículo

Não olhe pra mim

— Olá, diretor – ela o saúda com respeito – o que o traz ao berçário?

— Olá, apenas querendo informações sobre uma criança – ele a olha com cumplicidade – você pode me ajudar, querida?

Ela hesita em responder, é seu emprego que está em jogo. Afinal, ninguém contraria Shino de forma alguma. Ainda mais depois que tomou a posição de diretor.

— S-sobre quem você, quer dizer o senhor quer saber? – Ela o olha, como se estivesse um e.t ali em sua frente. Desde quando o autoritário e sem coração Aburame Shino se importa com alguém além dele?

— Filho de uma paciente chamada, Sakura – ele analisa os bebês que estão no berçário, procurando algum que lembre a tal garota – E então?

— Ah – ela olha para suas fichas – Ele está na ala pediátrica no final do corredor.

Ele acena deixando a sala imediatamente. Enquanto ia em direção ao final do corredor sorria sobre seus óculos, passando a mão sobre seus cabelos amarronzados. Mas não se engane, não é de nervosismo e sim de alegria. Sim, alegria porque enfim iria conseguir lucrar com algo ali naquela espelunca, como ele mesmo diz.

— Diretor? – A enfermeira responsável pelo pequeno, se assusta ao ver quem abriu a porta – aconteceu alguma coisa?

— Sim, estão precisando de você na ala do berçário – Ele olha para a garota que não tem mais do que a sua própria idade – Você não vai?

— Sim, senhor! – Ela o cumprimenta, deixando a sala. Ele olha para a saída, vendo que enfim está a sós com o monstrinho que não para de chorar um minuto sequer.

— Agora, vamos tirar você daqui – ele olha para todos os lados a procura de algo – Mas primeiro preciso fazer você dormir.

Ele pega uma seringa, com uma pequena agulha na ponta. Retirando um vidro minúsculo com um liquido transparente dentro. Ele abre, coloca a ponta da agulha dentro, sugando o liquido.

— Agora, vamos fazer você dormir – Segurando o braço do pequeno ser, que não para de chorar, que chora cada vez mais alto. Que não para de se mexer, que parece entender o que ele tenta fazer.

— O que pensa que está fazendo, Shino! – A porta escancarada, revela sua antiga professora, sua mestra. Assustado ele solta o braço do pequenino e deixa a seringa cair.

— Chiyo! – Rapidamente ele sai de perto do berço – o que está fazendo aqui?

Ela o olha de cima abaixo, já pegando o embrulho rosa nos braços.

— Vim pegar o pequeno Ren para sua mãe – Ela o aconchega tentando em vão faze-lo para de chorar – algum problema, Diretor?

— Ren? – Ele olha de a doutora para o pequeno ser, fazendo careta – leve-o daqui, antes que enlouqueça todo hospital!

Mas apenas o silêncio

Me observa

Eu estou andando também

Mas por que eles estão ficando mais distantes?

Por que eu estou de pé aqui sozinho?

Por que só o meu mundo parou?

 

— Querido, você está me ouvindo? – Ela segura o braço de seu filho mais novo – Sasuke?

Ele a olha, sem saber o que dizer, sem saber o que ela sua mãe estava falando.

— Desculpa, mãe – ele se vira deixando sua mãe confusa com o seu estado, indo em direção a seu quarto.

— Porque, porque? – Ele passa a mão em seus cabelos, confuso – porque você me persegue, garota?

“ – Konan, vou sair para que meus pais possam entrar – ele solta a mão de sua cunhada que se sente mais segura – okay?

Ela apenas balança a cabeça com sorriso no rosto, concordando. O moreno sai com um sorriso bobo no rosto. Como pode se sentir tão bem apenas com sua sobrinha? Imagine quando for seu próprio filho?!

Ele sai, e sem nem mesmo se pronunciar seus pais entram. Com a ansiedade estampada no olhar de cada um. Ele sorri, só não solta uma gargalhada por estar em um hospital, acham graça do estado de seus pais. E volta a imaginar sendo pai. Enquanto sorri, vê um tumulto no corredor, onde vários enfermeiros correm de um lado para outro. Assim, ele tomado por uma curiosidade que não conhecia até então anda em direção a ele. Mas não precisou ir muito longe, vários enfermeiros pedindo passagem passam com uma maca onde a garota de cabelos rosados está nela. A garota que ele ajudou meses atrás, a garota que teima em aparecer em seus pensamentos. Ele segura o braço do homem vestido de jaleco branco.

Me solta, rapaz! – Puxando o braço com tudo – não vê que estamos tentando salvar a vida de alguém!

Estático? Petrificado? Ele mesmo não sabe qual foi o estado em que ficou e o porquê daquele comportamento. Mas, antes mesmo de saber qual sua reação e o porquê, ele vê vários outros enfermeiros pedindo passagem de novo e se depara com um embrulho numa incubadora que não para de chorar. Um embrulho rosa, com os cabelos rosa. ”

— Então ela desmaiou, porque estava gravida? – Deitado em sua cama ele muda de posição – e quem será o pai?

“ – oi – ele para colocando o braço sobre o balcão, olhando a enfermeira que digita rapidamente – será que você pode me dizer o porquê de tanto alvoroço?

Ela para de digitar, com expressão de poucos amigos.

Olha senhor... – ela direciona seu olhar para o moreno, desmanchando seu mal humor – o que o senhor quer? – Ele solta um sorrido de canto.

Queria saber o que está acontecendo – olhando atentamente para ela que pede que encoste mais sobre o balcão. Ela sussurra.

Bem, você viu aquela moça que passou aqui agora a pouco? – Ela olha para ele que acena confirmando – então, faz meses que está internada – ela pausa olhando para os lados – ela até tentou se matar. Ninguém sabe de onde ela veio. A única coisa que sabe é seu nome.

E qual é o nome dela? – Ele a olha com uma curiosidade estampada em seu olhar.

Haruno Sakura. ”

— Haruno Sakura – ele pronuncia enquanto fecha os olhos – porque nunca consigo ver seus olhos?

Eu os vejo ficando mais e mais distantes

Eu não me importo que seja apenas uma pessoa

Olhe para trás, por favor, segure a minha mão

 

— Fizemos os primeiros procedimentos – a doutora coloca seu Estetoscópio sobre o pescoço, suspirando – realmente parece que aconteceu um milagre com você, mocinha.

Ela abre a boca para responder aquela estranha que sorri sem motivo. Mas é interrompida por alguém que bate na porta entrando em seguida.

— Olha só! – A medica sorri mais ainda olhando para a mais velha que entra com um embrulho muito barulhento – você demorou, Doutora.

— Tive um pequeno problema – ela se aproxima devagar de sua paciente, como se a rosada fosse um cão raivoso prestes a atacar a todos – quer segurar, Sakura?

Eu não me importo que seja apenas uma vez

Por favor, segure a minha mão

 

Ela olha para aquele ser pequeno. A cada passo que a pessoa que o segura dá mais ela se encolhe. Conforme chega mais perto ela se desespera. Sua respiração fica pesada, seu coração acelera, teria outra parada?

Olhos solitários presos na escuridão

Há alguém que segure a minha mão?

 

— Não tenha medo, Sakura – a doutora entrega o pequeno ser em suas mãos a fazendo tremer – ele não pode fazer nada além de chorar, como está fazendo agora.

Seu sorriso que não está me ridicularizando

Me acha novamente

 

Ela, o aceita em seus braços, tremendo. Ele encaixa perfeitamente em seus braços. Ela tira o tecido que cobre uma parte de seu rosto. Se espantando com o que vê.

— Ele parou de chorar! – As duas medicas se entreolham, confirmando a suspeita.

Seu sorriso na escuridão

Brilha fortemente no meu coração

 

Ela continua olhando a semelhança entre aquele pequenino e a si mesma. Ela passa o dedo pela fina sobrancelha dele. Ele tem os mesmos olhos que ela. Continuando a trilha passa pelo nariz, pontudo como o seu – ele sorri, como se acabasse de ver a coisa mais bela – ela contorna a pequena boca que abre e fecha como se quisesse dizer algo. Ela para, nos cabelos que não nega ser seu filho. Rosados, madeixas lisas e bagunçadas. Rosados. O monstrinho está ali em seus braços. Em seus braços.

Alguém em algum lugar vai entender

Meu coração miserável

Está bem na minha frente

Mas eu não consigo encontra

 

Ele estica o pequeno braço, abrindo sua mão. Que fecha automaticamente ao entrar em contato com os dedos da rosada. Ele segura forte os dedos dela, ela sorri. Ela sorri pela primeira vez em meses. Pela primeira vez desde que seus sonhos foram destroçados. Ela sorri, para aquele monstrinho que está ali em sua frente. Ela sorri, deixando uma lagrima cair sobre a bochecha do pequeno que pisca com o contato.

Eu fui deixado assim, na solidão

Por favor, segure a minha mão agora

 

Ela fica ali olhando para o pequeno embrulho que a olha na mesma intensidade. Mais lágrimas caem.

A verdade está escondida por cicatrizes

Eu quero voltar para o lugar feliz

 

Ela não faz questão de limpar as lágrimas que teimam em cair. Ela quer apenas ficar ali olhando aquele monstrinho, ou seria anjo? Seu monstrinho. Seu anjo.

Eu não vou deixar você ir

Eu não tenho que ir

Tiger JK (ft. Jinsil) – Reset


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Notas finais do capítulo

E então? o que acharam?
Deixem seus comentarios! eles são muito, mais muito importantes para mim!!!



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