Believe the next Winter escrita por Regiane Belmonte


Capítulo 2
Capítulo 2 - Sonhos




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O sol nasce preguiçoso no horizonte e a floresta parece querer acordar... liberdade... nunca me senti tão livre.

Decido voltar para o castelo antes que deem minha falta pelos corredores, não quero que nenhum ataque de preocupação quebre essa sensação gélida de não estar presa a lugar algum.

Assim que assobio Angus corre em minha direção, seu pelo brilhando com os primeiros raios de sol. Coloco com cuidado meu arco nas costas e ajusto a aljava antes de descer. Minhas mãos estão machucadas devido as tentativas de escalar a arvore, não são mãos de princesas, são mãos de um espírito livre.

— E aí garoto, pronto pra voltar pra casa? – pergunto à Angus enquanto acaricio seu pelo. Angus relinchou e inclinou a cabeça para cima, o que me fez rir.

Monto em suas costas e Angus corta o vento da manhã com seus cascos, o ar está frio devido a chegada do inverno e a sensação gelada da estação enche os meus pulmões cada vez que respiro.

Quando estou quase chegando ao fim da floresta ouço uma risada. Puxo a crina de Angus e grito para que ele pare. Olho em volta procurando a origem do riso, mas nada, fora o Angus e eu, a floresta esta deserta.

Expiro desapontada e a fumaça esbranquiçada que a minha respiração forma faz os meus pelos da nuca se arrepiarem e algo me faz recordar de um sonho.

Esse sonho se passa durante uma nevasca que transformou o verde oliva da floresta em um manto alvo puríssimo. Após vários protestos da rainha, meu pai me levou para brincar na neve e fiquei completamente encantada pelos flocos brancos que caiam do céu. A forma como eles se destacavam no meu cabelo vermelho me deixou querendo ter uma coroa cheia de flocos de neve para poder usar. E como se tivesse feito o pedido em voz alta, uma coroa de flocos se formou na minha cabeça e um floco de neve começou a dançar na minha frente. Encantada comecei  rir e correr atrás do floco dançante que com suavidade se esquivava de todas minhas tentativas de alcança-lo, logo mais flocos se juntaram aquele e juntos fizeram um espetáculo  aéreo lindo que me fazia rir e sorrir o tempo todo. Quando começaram a fazer círculos ao meu redor eu me desiquilibrei e cai sentada no chão ao tentar acompanhar a trajetória dessa dança e foi aí que ouvi uma risada e quando ele apareceu sentado no chão a minha frente.

— Você é uma garotinha encantadora sabia? – ele perguntou.

— Eu gosto da neve. – respondi enfatizando a afirmação com um punhado de neve na mão, e esse pequeno gesto o fez rir de novo. A risada dele era como sinos tocando e seu sorriso era intrigante. – Quem é você? – perguntei.

— Quem é você? – ele debateu.

— Merida. – respondi

— Um nome único para uma garotinha única. – refletiu – Gostei.

— E qual o seu nome? – perguntei.

— Bem Merida, eu sou um amigo que também gosta muito da neve e que gostaria de te mostrar uma coisa, olhe. – e apontou para o céu.

Ele tinha algo em suas mãos, um tipo de cajado, seu cabelo se camuflava na brancura da floresta e seus olhos eram tão azuis quanto um céu limpo num dia ensolarado, mas assim que ele ergueu a mão com o cajado milhares flocos começaram a cair do céu e dançar ao meu redor, me deixando completamente apaixonada.

Estava perdida contemplando aquele momento até que ouvi um sussurro dizendo “Até mais espírito indômito” e a figura que estava a minha frente simplesmente sumiu. Quando tive esse sonho pela primeira vez, jurava que era uma lembrança, mas com o tempo ela foi parecendo cada vez mais distante, hoje eu nem pensava mais nisso, mas por algum motivo ele voltou à tona e de repente a risada pareceu familiar.

Olhei em volta mais um pouco e quando percebi que estava ficando louca, toquei as laterais do Angus com os calcanhares e retomei minha corrida até o castelo. “É só sua imaginação Merida” falei pra mim mesma.


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