Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 72
Como a neve - parte 1




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Como a neve

Ponto de vista de Niklaus referente a temporada Eu sou o inverno.

Era realmente um saco ter que ficar vindo nessa maldita cidade, pra ser sincero nem eu mesmo sabia o que eu fazia aqui, não havia nada novo, nada mudado, apenas Katherine correndo de um lado para o outro. Fugindo e me dispistando, como sempre.

Bufei irritado olhando as crianças correrem na noite escura de um lado para o outro e me perguntei como os pais dessa coisas poderiam ser tão imbecis ao ponto de deixar seus filhos vagando de madrugada pedindo doces na casa de estranhos. O halloween era um evento em minha opinião, tremendamente desnecessário. Facilitava que um aproveitador tivesse acesso fácil a essas crianças, não que eu me importasse com isso, mas me irritava ver a tremenda burrice que os pais dessas crianças tinham.

Eu ainda tinha que lidar com os meus irmão adormecidos em caixões, carregando eles de um lado para o outro. Facilitaria muito se eles apenas seguissem minhas ordens, mas não era assim que as coisas funcionavam.

Virei em um beco escuro notando que todas as luzes do local estavam queimadas, mas isso não era um problema para mim. Avistei um pequeno grupo de quatro crianças encolhidas em um canto enquanto um homem os olhava em fúria evidente, ignorei esse fato, eu passaria e ele não me notaria. Observei atentamente e vi que uma pequeninha vestida de abobora estava encolhida atrás da mais velha que foi brutalmente jogada no chão, o homem se aproximou da pequena enquanto um garoto maior evitava que o pequeno se aproximasse da confusão.

Parei por um breve momento tentando entender o que se desenrolaria ali e foi com surpresa que eu vi a garota mais velha que deveria ter apenas 10 anos se levantar e se lançar contra o homem chutando o joelho dele, ele tentou pegar a garota pequena e a mais velha interferiu levando um tapa que a fez ir para o chão.

— Para pai! – o mais velho empurrou ele para longe – Não faça isso com a minha irmã! Pare!

As crianças gritavam agarradas umas as outras enquanto a mais velha se levantava com dificuldade. Eu não entendo se eu vi Bekah, ou se me vi ali, não sei se foi o meu passado que me fez me colocar no lugar daquelas crianças, mas eu agi. Por simples impulso e nunca me arrependi disso afinal ninguém nunca saberia disso.

Dei um soco no rosto dele que foi direto ao chão, mas parei quando o mais velho chamou minha atenção para a garota mais velha que estava sentada no chão sendo iluminada fracamente pela lua. Ela chorava baixo tentando não ser ouvida, vi que secou as lágrimas e seu irmão tocou o rosto dela.

— Ajude a minha irmã, ela está sangrando.

Estava? Eu não sentia cheiro de nada. Me agachei e levantei o rosto dela, seus lábios sangravam assim como o nariz, mas eu não poderia fazer nada. Eu não daria meu sangue, ela poderia ser morta e se transformar nova demais. Na realidade eu odiava compartilhar meu sangue com outras pessoas, só fazia quando era extremamente necessário.

Olhei nos intensos olhos azuis, eles tinham pequenas manchas cinzentas e eram imensos. Apesar de sua aparente frieza eu enxergava um turbilhão de sentimentos reprimidos ali, seus olhos gritavam por ajuda como um dia os meus gritaram, mas ela manteve sua pose de quem iria acabar com aquilo algum dia. Eu sentia isso nela, sabia que aquela garota seria uma sobrevivente, eu sempre via isso nas pessoas. Foi assim com todos que transformei. Talvez essa garota se tornasse alguém importante um dia, cada fibra do meu ser gritava para que eu a deixasse ali e não interferisse em sua vida.

Olhei para os dois e me levantei indo em direção a rua. Eu esperava que ela fosse uma das pessoas que mereciam que eu tivesse a deixado viva, eu guardaria aquele rosto pela eternidade, sua bravura enquanto criança havia me despertado interesse, isso não era algo que se via todos os dias. Crianças normais não agem dessa forma.

 7 anos depois

— É isso mesmo que eu te disse meu irmão. Segundo essa tal bruxa Dianna, a nossa querida mãe está montando um exercito de originais juntos com nosso pai para nos matar. – avancei pelo beco escuro enquanto discutia com Elijah pelo celular.

Niklaus não seja tão precipitado, não sabemos o que essa bruxa está querendo. Onde você está?

— Como assim onde eu estou? Em Mystic! Voltei.– ri do som de desgosto que ele fez – Não fique tão feliz irmão, logo partirei atrás de mais duplicatas.

Está mesmo com essa ideia maluca de criar mais híbridos por causa de Esther?

— Não só por causa dela, mas por causa do meu reino, eu vou o pegar de volta. Não que eu não ache que não iria conseguir derrubar tudo aquilo sozinho, mas do que adianta eu lutar tanto para conseguir um reino se todos os meus vampiros estiverem mortos? Alguém precisa preencher o lugar. – ri sarcasticamente.

Me movi fugindo do golpe que acertaria minhas costas e coloquei o celular no bolso me virando para quem ousava me atacar em minha caminhada noturna, olhei os 7 vampiros deixando minha raiva visível. Quem eram? Eu não fazia ideia, mas já sabia que teria de monitorar Elijah com mais frequência afinal ele transformava qualquer um que tivesse pela frente em vampiros que transformavam outros e dava nisso ai!

— Quem são? – perguntei sem realmente me importar.

— Do reino de Uri.

— Não conheço, pelo que eu sei... – ri – Eu sou o único rei que existe. – eles se olharam achando graça  e eu fiquei sério – Acho que Uri não gosta de vocês. – apontei sorrindo.

— E por que não?

— Ele não mandaria apenas seis de vocês nem que fosse apenas para me fazer um arranhão. – ele precisaria de bem mais do que isso.

Eles riram e o primeiro veio para cima de mim, quebrei seu pescoço e depois fiz o mesmo com outros dois. Um deles pulou por cima de mim dando um mortal e nem me preocupei em me virar para ele, avancei em cima dos outros e um brilho forte lançado na direção me cegou por breves segundo me distraindo. Alguém me passou uma rasteira me derrubando no chão molhado e eu ouvi o barulho de metal seguido de um suspiro feminino e mais outro barulho. Tirou o meu foco suficiente para um dos vampiros se abaixar em minha direção com um pedaço de madeira na direção do meu coração, ele parou completamente me sujando de sangue quando um pé de cabra atravessou sua garganta. O objeto foi retirado e eu joguei o corpo longe pegando a estaca vendo que era carvalho branco, aquilo teria me matado. Quem seria a doce criatura que se disponibilizou para me ajudar?

— De nada. – a olhei cuidadosamente – Esses arruaceiros na minha cidade . Ah. – ela sorriu tranquilamente como se ninguém tivesse acabado de morrer – Tudo bem?

Levei alguns segundos para a reconhecer, era a garotinha que a anos atrás eu tinha visto nesse mesmo beco, eu reconheci pelos olhos... sim... esses maravilhosos olhos. Eu estava surpreso de a encontra com vida e estava mais surpreso ainda em ver que ela parecia bem, pelo menos fisicamente. Eu estava em dúvida sobre a sanidade dela.

— Sim. – respondi a analisando.

Os olhos dela estavam tremendamente frios embora ela tivesse um sorriso imenso no rosto. Eu a olhei atentamente me sentindo cair em um abismo quando suas pupilas dilataram e suas íris parecem rodar, eu não tive duvidas de que ela havia mudado muito, eu podia sentir em cada poro de seu corpo que ela estava diferente, mais forte. E senti orgulho, eu poderia a transformar agora e a tomar para mim, para fazer parte de minha vida, mas esse não era meu foco agora.

Vi seus longos cabelos pretos balançarem com o vento gelado da noite e vi que ela encarava os corpos com uma careta, me perguntei se seu pai ainda estava vivo ou se ela já teria o matado, provavelmente ela o havia matado. Ela se virou para mim sorrindo.

— Eu salvei sua vida, eu não costumo ser chantagista ou coisa do tipo, mas hoje é meu aniversário de 17 anos e eu gostaria muito de ter alguém para ir tomar um sorvete comigo, sei que não é obrigação sua ou coisa do tipo por que você deve ter coisa pra caramba pra poder fazer, desculpe se eu estou te incomodando ou coisa do tipo, mas é que você parece ser tão legal. E gostoso e lindo de morrer.– sussurrou achando que eu não a ouvia, franziu a testa me olhando – Quer tomar um sorvete comigo?

Eu tentei me controlar ao máximo, mas não foi possível. Gargalhei como em nunca limpando as lagrimas que caiam dos meus olhos, onde essa peça vivia? Ela era completamente maluca e sem nenhum senso de perigo, eu acabei de matar pessoas na sua frente e ela simplesmente resolve disparar palavras como se fosse uma metralhadora me chamando para ir tomar um sorvete com ela? Ri mais ainda, eu adoraria.

— Claro minha amada. Vamos. – deixei os corpos dos vampiros no chão sabendo que logo acordariam e voltariam para casa morrendo de medo, eu realmente não estava preocupado com eles.

Ela jogou o pé de cabra no chão e me seguiu e eu me perguntei por qual motivo ela carregava uma coisa como essas por ai se aparentemente ela veio andando, talvez fosse pelo fato de serem duas da manhã ou algo parecido com isso. No nosso trajeto ela começou a falar, e falou muito, muito mesmo. Eu ria sempre apesar de meus ouvidos estarem se incomodando bastante pelo barulho de sua voz não que fosse irritando ou algo assim, mas o fato de ela não calar a boca um segundo estava fazendo eles zunirem. Eu ainda não havia dito nada.

— Qual o seu nome? – ela me olhou tomando o seu sorvete enquanto eu estava sentado no banco a sua frente tomando o meu, eu nunca havia tomado aquela coisa e estava surpreso por ter um sabor tão agradável.

Parecia apenas uma coisa que somente pessoas adoráveis tomariam. Ninguém precisava saber que eu gostei.

— Niklaus Mikaelson. – me apresentei falando minhas primeiras palavras da noite desde que ela me começou a falar.

Eu queria saber sobre ela, sobre tudo relacionado a ela. Eu estava muito curioso sobre sua vida e estava gostando de passar o tempo com essa adolescente estranha, ela me lembrava Caroline. Mas uma Caroline mais agitada, encrenqueira, corajosa e completamente fora do normal... na realidade... ela não lembrava em nada a doce Caroline.

— Eu sou Sage Verona. – Sage é...?

— Um prazer. – sorri e me inclinei sobre a mesa me transformando e a olhando firmemente nos olhos – Sage essa noite nunca aconteceu... – vi seus pupilas aumentarem – Eu realmente gostei de você amor, mas tenho que estabelecer um limite entre as coisas boas e más da minha vida... você é uma das coisas boas e por isso hoje eu estarei te deixando aqui hoje... – continuei com o discurso enquanto a hipnotizava, ela era um perigo para o equilíbrio que eu tentava estabelecer em minha vida, eu me toquei disso quando passei a encarar com certo carinho e desejo, eu sabia que eu sempre fraquejava quando isso acontecia.

Eu não a mataria, talvez um dia quem sabe, ela não fosse a solução para os meus problemas. Como alguém podia chamar minha atenção em tão pouco tempo? Talvez fosse seus olhos, talvez fosse sua força, talvez o fato dela ser maluca. Acredito que nunca teria respostas quanto a isso, se eu precisasse a ter em minha vida, algo a encarregaria de entrar. Eu tinha outras coisas para me preocupar no momento.

 1 ano depois

Capítulo 5

Eu sou o inverno

— Conexão de almas. – Rebekah insistia com o seu discurso ao lado de Kol – Deve ter sido algo assim Niklaus, as bruxas enxergam dessa maneira, que almas se conectam! – ela estava maluca?

— Você está apaixonada por uma mulher Rebekah? – ela me olhou furiosa.

— Não Niklaus. Não estou apaixonada por uma mulher, eu gostei dela é minha nova amiga!

— Sua única amiga. – corrigi vendo sua expressão irritada.

— Eu vou sair com ela hoje para o camping. – avisou – E não aceito que você interfira nisso.

Eu gostaria de conhecer essa nova amiga de Rebekah, tentar enxergar o que fazia essa garota tão especial, mas deixaria para outro momento. Olhei para Rebekah entediado.

— Faça o que quiser Rebekah. – ela sorriu animada e correu para fora de casa.

— Estou feliz em perceber que está deixando Rebekah ter uma vida um pouco mais normal Niklaus. – Elijah se sentou na poltrona.

— Quem aqui está preso a mim? – ele me encarou sério enquanto eu ria – Conexão de almas.

— Não deboche de Rebekah, você mais do que ninguém sabe que isso existe e sabe que é intenso. – ele folheava um jornal completamente entediado.

— Eu sei irmão, mas não confio muito nisso. – bebi meu vinho.

Eu tinha dúvidas sobre isso, confesso desde agora. Aquela garota maluca ainda rodava em minha mente, eu deveria procurar por ela... talvez ela estivesse mudada, talvez eu a matasse e a transformasse em uma de nós para me seguir pela eternidade. Eu a via e era como se me enxergasse em um espelho, talvez ela fosse a pessoa que seria fiel a mim. Completamente leal, talvez o meu inconsciente estivesse me alertando sobre isso, assim como me alertou sobre Marcel me dizendo que ele teria potencial. E ele teve.

Liguei para Rebekah e tive uma breve conversa com a amiga estranha dela e logo depois com Rebekah, tive a sensação de ter ouvido aquela voz antes e dei de ombros. Eu precisa infernizar algumas pessoas antes de decidir que morte daria a essa nova amiga de Rebekah, talvez isso a colocasse na linha.

Estava voltando para casa quando vi duas figuras naquele maldito beco que tanto me atormentava, aspirei o ar que entrava pela janela do carro e imediatamente fiquei alerta. Realmente havia algo tentando enfiar essa garota na minha vida. Desci imediatamente do carro e lancei para longe o maldito que tentava a machucar, olhei e seus olhos vendo ele mais azul do que das outras vezes, apesar de estar extremamente pálida ela estava infinitamente mais bonita mesmo não estando saudável. Nos apresentamos como antes e mesmo assim ela agia da mesma forma estranha igual quando a conheci e isso me fez rir, eu gostava de como ela era maluca. De como nada parecia um problema para ela, em alguns minutos descobri que ela era amiga de Rebekah, não tinha jeito... eu não conseguia fugir dela. Algo parecia nos prender.

A coloquei no carro e o cheiro de sangue infestou todo o local, mas não me incomodou, não me deu sede ou nada parecido. Ele tinha cheiro de algo parecido com grama molhada, não era agradável, mas não era o melhor cheiro do mundo. Era tudo muito estranho, ela toda era estranha.

Descemos do carro e eu a deixei na sala tentando arrumar um kit de sobrevivência... não, socorro.

— Elijah leve cobertores e alguma roupa de Kol para a garota na sala. – falei enquanto andava pelos corredores do andar de baixo.

— Claro. – ele respondeu do andar de cima.

Procurei a maldita caixinha de primeiros socorros que estava jogada pela casa. Ninguém precisava disso e eu torci para que ela não pegasse uma infecção já que tudo estava tão velho, mas no fim não adiantou nada... eu dei o meu sangue, ela não ia sobreviver a nada daquilo. Era um corte grande demais, eu só não esperava receber um tapa em troca.

Senti a irritação dominar meu corpo e a joguei na parede pressionando seu pescoço com força, ela apenas sorriu com um brilho malicioso no olhar e isso me deixou extremamente confuso. O que era isso que estava acontecendo? Eu estava praticamente e matando e ela ria e se... excitava? Talvez existisse alguém mais louco do que eu.

Ela me empurrou e eu a soltei devido a surpresa. Eles tentaram me controlar, eu só precisei ouvir o “ela é amiga de Caroline para poder parar” Eu amava Caroline, e já havia feito ela sofrer demais, eu não precisava que seu ódio se intensificasse, um dia ela ficaria comigo. Eu a hipnotizei e ouvi sua breve conversa com Caroline, dei ordens que ela cumpriu somente depois de um raio estourar perto de casa e subi para meu quarto onde Rebekah entrou quase quebrando a porta. Sua irritação era mais do que visível e isso não me incomodou em absolutamente nada.

— O que você quer? – perguntei mal humorado.

— Niklaus não machuque ela.

— Eu entendi o recado Rebekah.

— Não a mate, você me roubou séculos de vida eu tenho esse direito!

— O que vai fazer quando ela começar a envelhecer e você não Rebekah?- ela riu me encarando com aquele olhar de louco que toda a nossa família tem.

— Eu a transformo, ela não precisa querer, um dia ela vai me perdoar por isso.

Eu não a mataria. Por que não queria.

 Capítulo 6

— Eu vou beijar ela. – Kol entrou entregando o livro para Elijah.

— Me diga quem é essa insana que vai te querer meu querido irmão?

Ele apenas me olhou sorridente bagunçando seu cabelo, desviei os olhos voltando a ler o livro de psicologia. Eu queria entender a mente daquela maluca, mas nada me parecia se assemelhar a ela.

— A Sage é claro. – ri voltando a ler.

— Não coloque coisas na sua cabeça Kol, Sage não quer nada com você. – Elijah prendia um risada enquanto Kol ria abertamente.

— Isso é o que você pensa querido irmão, eu vi nos olhos dela que ela me quer.

— Quer dizer que ela não te disse nada abertamente ainda por cima? Kol não seja um piadista, você não tem vocação para isso, eu estou começando a temer por essa garota. – ri enquanto ele ia para o próprio quarto irritado.

Rebekah desceu as escada carregando uma caixa rosa e uma pequena mochila que ela colocou na mesa de centro, a olhei com curiosidade e ela apenas deu de ombros.

— É para Sage. – avisou – Preciso chamar ela para vir pegar isso aqui depois.

— Não vai para as aulas?

— Eu não vou carregar essa caixa imensa. – bufei sabendo que ela não se lembraria de ligar para ela- Ela que venha buscar.

Fui até o quarto de Rebekah e peguei seu celular passando o número da Katrina— o furacão – para o meu. Eu poderia a infernizar um pouco já que Elena e seu querido grupo de amigos não estava se sentindo muito intimidados com a minha presença. Por que não ela?

Capítulo 7

A campainha tocava incansavelmente e eu bufei sabendo que teria que atender a visita indesejada, abri a porta e recebi um soco na testa, me preparei para quebrar pescoços e ergui os olhos vendo minha querida Katrina irritada batendo os pés. O que ela pensaria se descobrisse o meu apelido carinhoso? Eu testaria algum dia, eu iria me divertir muito com isso.

Ela entrou na minha casa reclamando e me jogando o travesseiro que eu cheirei sentindo tanto o cheiro dela quanto de outra pessoa, Stefan. O que ela fazia com ele? Logo entendi e logo passei a gargalhar quando ela disse que iria me matar, me matar? Ela realmente não tinha noção alguma do perigo, me perguntei como ela ainda estava viva.

— Acho que você foi uma das poucas pessoas que me fez rir assim. – limpei minhas lágrimas.

Ela era a única pessoa que havia me feito rir assim.

— Que bom que tenho vocação pra palhaça. – o rosto dela ficou completamente vermelho e isso me fez rir mais ainda.

Ela era adorável, parecia uma pequena ferinha tentando provar o seu poder.

— Tão bonitinha. – me aproximei dela, eu queria a beijar, eu queria tocar nela, eu queria sentir sua pele de novo.

Ela perguntou por Rebekah  e eu me afastei me lembrando do que ela havia pedido para fazer, os passei para ela junto com o convite do baile que daríamos. A carreguei para a cozinha enquanto conversávamos e entrei um bolo para ela que encarou satisfeita, percebi que ela gostava muito e tive um certo receio do bolo não ser suficiente e ela decidir me comer. Em um sentido que eu não aprovaria.

Ela passou a me encher de perguntas e eu me lembrava das épocas relacionadas, tinha boas memorias de péssimos momentos para quem os passou ao me lado, só lamento por eles, pois eu me divertia a beça. Ouvi a mente dela trabalhar e foquei nos seu belos olhos vendo várias emoções passar por eles, perguntei sobre sua família e embora ela estivesse fria eu sabia que por dentro era diferente. Então ela havia aguentado tanto tempo? Eu estava diante de alguém forte, que recebia tudo de braços abertos e transformava problemas em soluções.

— Por que o seu sangue me curou? – perguntou.

Percebi que ela usava o colar de verbena na perna, quem usa um colar na perna? Senti vontade de rir, mas eu estava muito surpreso pelo seu controle, pela sua maneira de lidar com aquilo. Ela estava diante de um monstro e o via como uma boa fonte de obter conhecimento. Bem, talvez eu pudesse me aproveitar disso contra seus amigos, era uma boa forma de os atacar discretamente, eu contaria toda a verdade, ela ficaria louca com eles... bem... era perfeito, eu só não imaginava que ela não iria se importar com nada disso.

Ela me considerou algo como... sorte. Ela disse que era sortuda em me ter. Isso aqueceu meu peito, e que merdas eu estou pensando? Ela era realmente maluca. Me mostrou seus braços cheios de picada de mosquito acreditando que eram mordidas de vampiro enquanto tentava me convencer de que eu sangue era bom, isso não poderia ser normal de maneira alguma. Ela era insana. Eu a queria como vampira, mas ela não queria o mesmo. Bem, quem decide sou eu.

Quando ela saiu Elijah me olhou com uma careta visível, sabia que iria me repreender como se eu fosse o caçula rebelde e isso não me incomodou.

— Não deveria ter feito isso Klaus.

— Ela sabia que eles eram vampiros Elijah, só esclareci as duvida da minha nova amiga, não acha que deveríamos a  informar que por mais que sejam controlados ela corre perigo? – ri erguendo a taça.

— Acha que eu concordo com isso Niklaus? O que está querendo?

Ela. Pensei e neguei com a cabeça, eu não precisava enlouquecer agora.

 Capítulo 8

Ela sumiu, ficou quieta do nada e eu me perguntei se ela estava se afastado de mim, se fosse isso eu estragaria os planos dela, eu não ficaria longe dela. Há dois dias atrás nos encontramos de madrugada no mesmo beco de sempre e ela estava atrás de um sorvete, matei alguns homens em sua frente a maior preocupação dela foi o sorvete caído no chão. Eu tive que pagar outro. Não por ela ter me ameaçado, mas para ter um motivo para ficar mais próximo dela, eu me perguntei constantemente qual era o motivo para isso, eu realmente não sabia dizer o que era. Eu não conseguia entender o que era. Como isso poderia ser o suficiente? Eu amava Caroline e o que eu sentia perto dessa garota era completamente diferente do que eu sentia pela loira.

Olhei a decoração da casa em aprovação e vi ela se aproximar mancando discretamente, ela olhou ao redor irritada e se sentou em um divã encarando tudo completamente irritada, ela parecia deslocada demais e isso somente me divertiu mais ainda. Fui para o seu lado e me sentei recebendo um lindo sorriso em troca.

— Tudo bem meu amor? – ela inclinou a cabeça em minha direção.

— Cai da escada. – reprimi uma risada e agradeci por não ter acontecido nada pior, pior do que um tornozelo machucado somente um pescoço quebrado.

— Digamos que não estou surpreso. – toquei suas costas nuas e vi que ela se arrepiou discretamente e me encarou corada.

— Nik não faça isso. – pediu com a bochechas ardendo, eu nunca havia visto ela corar, nunca imaginei que ela faria isso..

Se tem uma palavra ao qual ela desconhecia o significado, com toda certeza era a vergonha.

— O que eu fiz Sage? – seus olhos brilhavam e novamente a vontade de a beijar apenas se intensificou.

Ela gemeu de dor olhando para o tornozelo e eu vi o roxo que havia se formado no local. A chamei para dançar e ela recusou, apenas me abaixei a sua frente e deixei a sandália mais folgada e a puxei para o meio do local abaixo do lustre. Devo confessar que a festa não tinha nenhum motivo para ocorrer, apenas decidi fazer com o intuito de provocar seus amigos, a presença dela estava fazendo minha noite infinitamente melhor. Ela era muito divertida.

Notei que Katherine se movia de um lado para o outro tentando esbarrar em nós e ela apenas desviou quase fazendo a maluca cair no chão. Senti que seus amigos me vigiavam naquela noite, mas isso não importava, eu não ligava para nenhum deles. Ouvi pacientemente ela se elogiar e me perguntei quem havia a iludido a tal ponto, Sage estava longe da normalidade e nada daquilo que ela disse condizia com o que eu via e ouvia sobre ela. Era incrível o quão sem noção ela era.

Toquei seu braço e senti o pequeno corte e me perguntei por qual motivo ninguém havia curado ela, será que ela seguiu o conselho de Elijah e não contou nada? Me pareceu algo impossível. Olhei seus lábios que se moviam enquanto ela falava descontroladamente e vi a oportunidade perfeita de fazer o que eu queria, cortei meu lábios com minhas pressas e me inclinei sobre ela encostando meus lábios nos seus sentindo o quão quente eles eram, macios e saborosos... e cheios. Senti o desejo me dominar e me afastei dela levemente.

Despertei ao ouvir gritos do lado de fora e fui ver o que acontecia, Katherine gritava de maneira escandalosa enquanto brigava com uma das convidadas da festa, eu realmente não me importava que elas se matassem ali mesmo, mas eu ainda era o bonzinho da cidade, caridoso e hospitaleiro Niklaus Mikaelson, eu tinha que interferir. Embora quisesse os matar.

— Chega. – gritei olhando de cara feia para Katherine – Me desculpe, peço desculpas a todos pelo transtorno, garanto que nada disso irá ocorrer novamente. Peço que as senhoras acompanhem minha irmã Rebekah e meu irmão Elijah para ajudar com os ferimentos. De volta  a festa. –entrei de volta me sentindo irritado e olhei ao redor a procurando, mas não encontrei.

— Onde está a Sage?

— Não sei. – respondi Caroline e ela bufou se afastando.

Fiquei por mais um tempo a procurando pela festa e mantive meus ouvidos em alerta para o caso de outra briga ocorrer e foi ai que eu ouvi ela chamando meu nome, gritando na realidade. Subi as escadas correndo e a vi cair de joelhos no chão com o corpo completamente ensanguentado. Me abaixei tocando abaixei para frente  e ela caiu para frente quando eu me levantei rapidamente segurando Kol que estava completamente descontrolado, senti um pouco de surpreso devido a isso e vi que seria difícil o controlar então quebrei seu pescoço e o deixei jogado, me virei dando de cara com Damon que já a segurava no colo.

— Vou a deixar na biblioteca.

Carreguei Kol até seu próprio quarto e um tempo depois ele acordou me olhando atentamente limpando os próprios lábios que ainda estavam manchados com o sangue dela.

— O que fez Kol?

— Achei que ia conseguir me controlar. – ele olhava para o teto parecendo perdido – O sangue dela é uma delicia Klaus. Eu nunca bebi nada disso antes, fede e se não fedesse eu tenho certeza que todos os vampiros do mundo estariam brigando por ele.

Balancei a cabeça  e sai do local, logo fui até Sage e ela despertou, pediu água e eu fui até o andar de baixo dando de cara com Damon que encarava uma garrafa de bebida, peguei a água e ele ficou na minha frente.

— Espero que Sage não esteja em perigo ficando aqui Niklaus, espero que não machuque a minha amiga. Avisei para todos que ela foi para casa com Matt e espero não me arrepender isso, fiz por ela. Sage não merece sofrer mais do que já sofreu com tudo isso, ela não precisa ser julgada e nem manipulada pelas escolhas que está fazendo. Não a machuque. Eu não estou pedindo, estou te avisando. – saiu do local e eu dei de ombros sem me incomodar subindo a escada, entrei na biblioteca e vi o motivo que a faria definitivamente ficar ao meu lado querendo ou não. Ela era a duplicata.

 Capítulo 9

Eu estava bêbado, admito muito isso, mas era de se esperar. Eu contei toda a minha vida praticamente a deixando vulnerável. Minha mente começou a trabalhar assim que me lembrei da minha recente descoberta na Islândia, duplicatas eram ótimas caçadoras de bruxas... sim bruxas, mas talvez eu conseguisse usar Sage para caçar vampiros, era óbvio que não seria nada fácil... mas deixei a sugestão no ar. Ela iria de um jeito ou de outro, mas que queria a fazer pensar que tinha tudo sobre controle, seria divertido ver as propostas sem noção dessa maluca.

Ela achou que eu imaginava que ela era uma vampira, mas não era bem isso, o rosto dela me lembrava alguém que eu havia visto de relance. Era apenas uma lembrança, mas a razão maior é que ela não saia da minha cabeça e eu enxergava isso como um sinal. Eu tentava colocar um motivo em minha cabeça para a querer por perto, algo que não mostrasse que eu estava vulnerável a ela.

A maluca apenas saiu da biblioteca dizendo que iria dormir em minha casa, ela sabe que eu sou um híbrido assassino, que a casa está cheia de vampiros malucos e ela simplesmente decide dormir na minha casa. Eu sou hospitaleiro, aceitei. Ela ainda teve a audácia de pedir roupas, teu tenho cara de designer por acaso? Ganhei um certificado de costureiro e não fiquei sabendo?

— Porque é que você ainda não foi amedrontar ela? Mande ela embora! – Damon praticamente implorou e eu percebi o quão... difícil ela deveria ser para ele chegar a esse ponto.

— E porque eu mandaria? Não se passou pela sua cabeça que eu gostaria de a ter em minha casa durante a noite? Sabe como é, é o horário que os monstros saem a caça. – o dispensei com a mão – Diga à ela que as roupas estão no closet. – ele rolou os olhos e eu sai indo em direção ao meu próprio quarto.

Minha paz durou por pouquíssimo tempo, alguns minutos eu diria. Eu já estava em sono profundo quando senti o corpo quente dela sobre o meu me provocando arrepios, e eu achei que ela tinha tido algum tipo de surto ou coisa parecida, mas ela me quebrou completamente com um acordo. Tudo bem que eu ainda estava pensando em sexo, mas ai ela me apunhalou de novo e falou sangue. Isso foi baixo, eu poderia pegar o sangue dela quando eu bem entendesse. Confesso que a proposta de lealdade, amizade e principalmente de companheira despertaram o meu interesse. Ela estava se oferecendo para ficar ao meu lado para sempre em troca de paz para os amigos? Era isso mesmo que eu tinha ouvido? Ela viria por boa vontade e seria feliz assim?

Parecia um sonho. A desculpa que eu queria. Ela basicamente disse que eu não me machucaria e eu confiei nela, eu confiei nela como não confiei em nenhuma outra pessoa... por que Sage, era simplesmente Sage. E ela me conheceu, sim... ela conheceu somente o meu lado bom, somente o lado que eu mostrei um dia para Rebekah. E isso já era me conhecer o bastante, ela já sabia as minhas fraquezas só por conhecer o Nik. E foi então que eu percebi que eu nunca a havia apresentando Niklaus ou Klaus, Sage sempre me enxergou como Nik. Porque foi ele quem ela conheceu de verdade... foi por ela quem ela se apaixonou, o meu verdadeiro eu.

Naquela noite eu já havia concordado e coloquei com orgulho o anel com o brasão de minha família em seu dedo. Sage seria de minha família, mesmo que fosse apenas como uma criação minha. Eu tinha orgulho de a ter ali, tinha orgulho de ter parado de frente para aquela garotinha assustada no beco, tinha orgulho de ter sido o primeiro que ela passou um momento nas suas primeiras horas com 17 anos, assim como tinha uma imensa felicidade em ter a salvado de novo naquele mesmo beco. Aquele maldito beco nos selou.

Essa casa se tornou um bordel. Foi o que pensei assim que acordei e vi Matt sair correndo da casa com um salto alto na mão, de Rebekah já que Sage preferia aquela malditas pantufas de pé de monstrinhos. Obviamente a situação me incomodou muito e eu não deixe de expor isso a Rebekah que apenas rolou os olhos e praticamente me deixou falando sozinho, e logo Katrina e Damon apareceram com uma leve discussão. Algo sobre como o passarinho não estar pronto para voar, isso me deixou levemente confuso, para mim a “Little Bird” já estava voando á tempos, uma demonstração disso era o ataque que sofri na noite anterior, ela nunca me pareceu tão livre quanto agora.

Sage estava em uma transição que poderia durar toda a sua vida, de um pequeno pássaro para uma bela águia. Não, um falcão. Era nisso que ela se transformava sem que os olhos mais próximos pudessem ver isso. Grande, esperta, forte. Brutal.

A ouvi elogiar Elijah e isso o envaideceu mais ainda do que ele já andava, eu sabia ao que isso nos levaria, estava mais do que na cara. O olhei duramente e ele apenas abriu um sorri em minha direção sem se incomodar enquanto ainda ouvia ela e Rebekah conversarem.

— Parece que alguém está ganhando uma fã. – comentei apenas para saber o que ele pensava.

— Meu querido irmão... algo bem maior que uma fã. – ele me olhou atentamente e eu vi algo estranho em seu olhar, isso me trouce uma sensação estranha, ele não iria recuar.

Mas no que isso me incomoda? Afinal, Sage não me interessa tanto assim e eu amo Caroline. Sim... eu a amo, mas foi Sage quem me prometeu fidelidade, amor e companheirismo e Elijah não vai me tirar isso, mesmo que eu nunca me interesse por ela.

E foi nesse momento que começamos a nossa batalha silenciosa, enquanto as duas desciam pelas escadas.


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Notas finais do capítulo

Dividi em duas partes a primeira temporada, tinha pensado em fazer com 10.000 palavras, mas seria tão cansativo pra mim quanto para vocÊs. Os capítulos serão liberados e medida que eu for terminando de os fazer, o que leva bastante tempo.
O que acharam do apelido carinhoso? E pasmem, Nik já conhecia Sage há muitos anos!
Vocês tem algum capítulo preferido? Se sim, qual? Apenas por curiosidade :)



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