Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 73
Como a neve - parte 2




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Como a neve

Ponto de vista Niklaus

Capítulo 10

E eu a vi se descontrolar, e achei isso lindo, absurdamente fabuloso. Eu nunca tinha a visto irritada dessa maneira, Katrina era adoravelmente pirada. Assim que desliguei o celular ela saiu como um raio da casa, os saltos batendo violentamente contra o piso de madeira, suas passadas eram tão firmes que ela cambaleava como uma bêbada. Eu tinha certeza que ela daria um show de horrores e apanharia até não poder mais, então assim que pisamos fora do carro segurei sua mão com força, mas ela escorregou para longe de mim gritando com Caroline e iniciando uma briga terrível que eu acreditava que resultaria e morte e no fim me meti no meio junto ao tal Enzo.

A conversa entre ela e seus amigos foi um tanto breve, eu acreditei que demoraria bastante tempo para ela os  convencer, mas ela não estava preocupada em os convencer. Ela só estava os avisando, ela faria de uma forma ou de outra. Sage não se importava com absolutamente nada.

A carreguei para fora e a deixei em sua casa aos cuidados daquele cara covarde ao qual ela chamava de irmão, o garoto tinha medo da própria sombra e isso era muito estranho, Sage teria algum tipo de sequela devido a violência do pai? Assim que sai do local liguei para Dianna sob os olhos atentos de Elijah.

— Você tem certeza disso Dianna? – questionei, Dianna era confiável demais, mas mesmo assim eu duvidava um pouco de suas capacidades bruxas. Afinal eu odeio bruxas.

— É claro que sim seu imbecil irritante, pare de me assediar, eu já disse tudo o que você precisava saber! – ela desligou na minha cara e eu apenas suspirei, ela precisava de alguém que a ensinasse a ter modos o mais rápido possível.

E horas mais tarde eu estava novamente correndo atrás da maluca da Sage, ela discutiu com a santa Elena no bar e correu para fora e claro que eu a segui e a fiz entrar em meu carro, nada como sentir que cada um de seus amigos surtavam a cada segundo que eu passava com ela, esse acordo estava se saindo melhor do que o esperado. Eu via cada um deles pirar toda vez que eu olhava na direção dela, Sage parecia completamente alheia a isso e eu sinceramente achava a situação engraçada.

Ela fez as milhares de perguntas de sempre enquanto eu tratava de tocar os pedaços expostos de deu corpo com curiosidade, tudo tão macio e quente. Ela era a humana com a pele mais quente que eu havia tido o prazer de tocar e isso me instigava mais ainda e eu encontrei as respostas para as dúvidas que me açoitavam, era apenas desejo, isso e nada mais. E isso só se comprovou quando ela tocou meu pescoço com os lábios em um ponto sensível, o pescoço era realmente um ponto fraco e tanto em um vampiro. Pude sentir que ela sorriu em minha pele ao perceber isso, a “parada vampira” ao qual se referiu deveria apenas afetar a ela, mas não era bem esse caso.

Eu pude ouvir Elijah vindo, eu sabia que ele estava se aproximando de nós e a porta estava aberta para ele ver direitinho o que aconteceria. Assim quem sabe ele não parava de a observar e de sonhar com ela.

Me aproximei de Sage e me estiquei tocando seus lábios com os meus sentindo a mesma sensação da última vez, mas ela se afastou quando Elijah fez um barulho entrando no local. Eu o olhei irritado, isso era uma disputa não verbal, era bom que ele não se manifestasse.. E não adiantou de nada, ela foi embora com ele e eu fiquei como um babaca encarando minhas telas brancas.

— Está apaixonado? – Rebekah perguntou rindo  e eu rolei os olhos – Niklaus... você não é imune e aquela sua boneca loira é a maior prova de que você não pode fugir dos seus sentimentos. – ela se escorou no sofá em que eu estava sentando e colou seu rosto no meu – Fraqueza... é fugir disso por saber que sua maior fragilidade tem um nome e um coração, que pode parar a qualquer instante.

Quando Elijah chegou ele se trancou em seu quarto com um sorriso satisfeito e me restou apenas passar a noite em claro imaginando o que aquela maluca teria feito para conseguir colocar um sorriso no rosto do meu irmão mal humorado. Ele nunca me respondeu, até por que eu nunca me permiti perguntar.

E então no dia seguinte eu sai as pressas de um mercado carregando aquela maluca e a minha maior surpresa foi ela ter me mordido, sim ela me mordeu. Eu senti seus dentes passarem suavemente em minha pele e se enterrarem em minha carne com força me deixando completamente em choque, eu aprovei, gostei, apesar de que não queria isso justamente para mim. Sage era uma vampira nata aos meus olhos, ela nasceu para o sobrenatural.

Capítulo 11

Quando cheguei em sua casa tive uma surpresa desagradável, mas que me deixou um tanto animado. Sage em uma blusa masculina aparentemente saindo de um sexo selvagem, isso me divertiu pois eu me questionei se o homem havia sobrevivido ao ataque da Katrina. E me irritou por um breve momento, eu já a considerava parte de minha família e não suportava que ela tivesse um contato externo, não... eu não aceitava.

Oliver era simpático, mas covarde. Legal, mas covarde. E eu agradeci quando ela me levou para o seu quarto, obviamente eu vasculhei tudo sem disfarçar, naturalmente eu iria esperar até quando ela estivesse fora de casa ou dormindo para mexer em suas coisas, mas eu queria ver sua reação. E quem se enfureceu foi eu, como ela usava essas roupas? Isso nunca caberia nela, até uma criança podia ver isso. Passei a jogar seus vestidos no chão, eu tinha certeza que aquelas coisas não passavam pelos quadris ou ombros dela. Nos trancamos no closet e eu senti o seu corpo maravilhoso tão próximo do meu que era quase como se eu o conhecesse completamente, eu quase poderia conhecer só por ver seus conjuntos de lingerie que a fizeram corar maravilhosamente.

Se eu dissesse que não parei pra observar enquanto ela se enfiava igual uma minhoca dentro daquele vestido eu estaria mentindo, eu vi e gostei do que vi, e senti a vitória quando ela me pediu para o rasgar. Eu estava certo no final das contas.

E então dias depois eu entrava na mansão Salvatore com toda minha imponência e me sentava no sofá encarando a porta, logo o circo todo chegava e se assustava com a minha espera.

— Klaus o que está fazendo aqui? – olhei brevemente para Caroline, ela estava lindíssima, como sempre.

— Eu vim falar com vocês sobre Sage. – Stefan se aproximou deixando as sacolas de compras no sofá.

— O que a Sage fez? – uau! Eles não iriam me perguntar o que eu queria com ela? Mas sim o que ela fez?  O que me fez? Ela era tão maluca assim? E por falar nela...

— Se Sage não está com vocês... onde ela está? – eles se olharam e pude ver Stefan empalidecer enquanto corria pela casa, forcei meus ouvidos e não escutei nada... nem mesmo sua respiração, nem seus batimentos cardíacos... nada.

Tudo bem que eu havia ligado para ela algumas horas antes, mas ela nunca ficava em um mesmo lugar por muito tempo, estava sempre em movimento e era muito difícil achar ela. Essa criatura conseguia ser mil vezes pior que Katherine. E era humana. Uma humana de 18 anos.

— Sumiu. - voltou mal humorado.

— Ela não vai muito longe com aquela gripe. – Elena riu negando com a cabeça – Mas o que você quer aqui? – ela mudou de uma hora para a outra me olhando em fúria.

— Conversei com Sage e logo estarei partindo para Nova Orleans. – eles suspiraram aliviados e ficaram tensos ao verem que não era só isso, minha família chegou ocupando os sofás sem nem se preocuparem com eles – E ela vai comigo.

— O que?- eles berraram e isso me divertiu, quem tentaria realmente me impedir?

— Isso mesmo que ouviram, o nosso acordo abrange que Sage vá comigo onde eu bem entender. Simples assim. – dei de ombros, qual o problema?

Eles não conseguiam enxergar que eu não a machucaria? Eu precisava do sangue dessa maluca.

— Ela não vai. – Caroline decidiu como se fosse a mãe dela e Elena concordou – Você não sabe a dimensão do problema que vai enfrentar com essa menina nas suas mãos.  – espera, eles estavam com medo dela se machucar? Quer dizer que eu não tenho nem mais a moral de vilão?

E então em poucos minutos estávamos aos berros. O que é que aquela garota tinha demais? Que tipo de monstro ela era para eles acreditarem que eu era mais inofensivo do que ela? Que ela botava mais medo do que eu? Sage é apenas uma humana e nada mais do que isso, uma humana bem esquisita, mas ainda assim não deveria ser tão complicado vigiar ela não é? Meu susto maior foi quando percebi que a maluca se quer havia saído da casa, ela surgiu como um verdadeiro demônio fofo cor de rosa atrás de Rebekah arrancando a almofada da costas dela e acertando Stefan com uma força tremenda, foi tão rápido que meus olhos quase não conseguiram ver.

E então novamente o escândalo recomeçou e no fim eu tive que ficar em uma sorveteria com ela por horas vendo a expressão emburrada dela se esvair a cada sorvete, se eu fosse humano e trabalhasse... todo o meu salário teria sido gasto nesse dia.

— Sage vá com calma. – pedi quando ela voltou com outro copo imenso e ela me olhou cara feia como se eu fosse culpado pela situação, devo comentar que ela está de pijama e pantufa em uma sorveteria de madrugada e gripada?

Onde é que minha moral está? Ela simplesmente ignorou minhas ordens como se eu fosse uma criança e deu de ombros, eu tinha vontade de a pegar e a jogar logo no maldito carro e ir embora, , mas tinha um certo receio que ela enlouquecesse e sumisse por ai e eu tinha certeza que não acharia ela de jeito nenhum.

— Nik. – a voz dela era baixa e eu a encarei esperando, ela apenas iniciou uma crise de tosse que me fez imaginar que ela vomitaria o próprio pulmão, eu não sabia o que era sentir isso, mas deveria doer muito.

Considerei um castigo a ela.

— Quê? – perguntei.

— Quero ir para casa. – ela pediu me olhando com o rosto completamente vermelho – Liga pro Stefan e pede outra sopa horrível com cheiro de vômito. – baixou a cabeça na mesa e gemeu teatralmente – Eu estou morrendo.

Ela não estava brigada com ele? Acho que bipolaridade a define.

Capítulo 12

A porta da minha casa praticamente foi arrombada por aqueles trombadinhas que Elena chama de amigos. Eles entraram em fúria interrompendo meu jantar me forçando a jogar a loira no chão, bufei os olhando tentando me lembrar de quando eu havia dado tal liberdade. E o que importa se a porta da minha casa nunca ficava trancada? Nada os dava o direito de invadir.

— Niklaus nós viemos renegociar, não tem acordo nenhum entre nós! – Caroline berrou e eu jurei que se ela estivesse mais próxima meus olhos iriam revirar involuntariamente de tanta dor que senti.

— Ah nós não temos? Me desculpem, mas eu não me lembro de ter feito negócios com nenhum de vocês! – suspirei irritado – Só me interessa a Sae, agradeça por eu ter deixado ela pedir algo em troca ou eu a teria jogado dentro de uma cela e estaria drenando seu sangue todos os dias. – olhei duramente para Elena – Você quer ver sua amiga bem? É melhor não se meter.

— Não nos importamos que nos infernize, Sage não vai ficar com você. – olhei Damon com uma sobrancelha arqueada, ela estava comigo no momento em que basicamente entregou sua vida a mim, na realidade... desde que nos cruzamos.

— Eu não estou nem ai para nenhum de vocês. Como vão fazer para tirar ela dos braços do querido e amado Niklaus Mikaelson? – perguntei ironicamente.

— Alaric vai a hipnotizar... nós vamos a esconder em um lugar onde você nunca mais a encontre... nem mesmo com bruxaria e ai... você vai ficar sozinho. E sem ela. – olhei em fúria para Elena.

— Você acha mesmo que não tem que me temer? – gritei enquanto ouvia Damon iniciar uma conversa no celular, perfeito. – Eu vou te dar um motivo pra pensar o contrário. – me lancei contra ela enfiando meu braço em seu estômago e o movi vagarosamente para cima alcançando o seu coração – Ou aceita esse contrato... ou eu mato todos vocês... – ela engasgou vomitando sangue – E a tomo para mim sobre os seus cadáveres.

E então recebo a notícia que ela estava trancada em casa, com um assassino e que deu um sangue para o estripador. Parabéns maluca, meus parabéns! E então nós esquecemos os nossos problemas até chegarmos na casa da maluca e encontrarmos um verdadeiro banho de sangue, picolé de vampiro— como a própria Sage disse – definia muito bem o estado em que eles estavam e o que o molequezinho projeto de assassino virou já que o babaca entrou em uma espécie de coma e não cooperou em nada. Desgraçado.

— Então é aqui que minha sócia está? – perguntei aos dois Salvatores ao dar de cara com o ginásio da escola no dia seguinte.

— Era para estar. – Stefan resmungou saindo e eu o segui indo até o estacionamento – Ela deve sair correndo daqui alguns minutos, Sage sempre foge da responsabilidade de ajudar em alguma festa. – pude ver Damon prender uma risada ao lado dele – Ela já fez tantos absurdos por causa disso. – negou com a cabeça.

— Como assim? – vi que ele utilizaria isso para tentar me amedrontar.

— Sage é o tipo de encrenca que você não quer na sua casa, ainda mais pra manter ela perto de você. – Damon respondeu – Vasos e quadros quebrados, portas sendo arrancadas, colchões pegando fogo e é melhor você se acostumar com casas sem janelas.

— Não vamos nos esquecer que andar a pé vai virar um hábito. – Stefan riu.

A figura veio correndo, mas não era a Katrina e sim Bonnie com um odor terrível de verbena.

— Os caçadores estão na escola e encurralaram todo mundo, Elena e Caroline estão em perigo e eles estão de olho na Sage. – ela ofegou correndo.

Nos olhamos. Caroline em perigo? Pelo cheiro de verbena ela deveria estar terrivelmente ferida e eu ainda duvidava da capacidade de Sage de se defender. Eis que os sprinklers diminuem a grande quantidade de água, a figura masculina paralisa diante de nós e uma pancada extremamente forte o atinge na cabeça... Ela o matou, mas eu tenho certeza que ela não percebeu isso afinal estava mais do que preocupada com o sutiã. E o que diabos essa maluca fazia usando apena uma merda de sutiã? Tem coisas que não merecem resposta.

Horas depois de eu ser escravizado para colocar o maldito globo de luzes eu retornei ao maldito colégio e me deparei com Sage dançando com Damon enquanto conversavam, Caroline parou ao meu lado e me entregou um copo ao qual peguei enquanto observava os dois de maneira entediada.

— Deixe-a, sou eu quem estou pedindo. – ela ia usar meus sentimentos contra mim? Caroline acha que sou imbecil? Já não basta eu ter deixado Tyler?

Não que ele pareça querer ficar com ela agora já que sumiu.

— Não. – fui seco e ela focou os olhos nos dois.

— Você está fazendo Sage achar que é invencível. Não que ela já não acreditasse que fosse, mas Klaus... você vai a matar dessa forma, você não tem noção de quantas vezes nós interferimos na vida dela para a manter viva. – a olhei de lado.

— Eu não me importo. Sou eu quem está assumindo agora. – sai do lado dela quando os dois sumiram.

A procurei pelos cantos e o único lugar que me restou foi o banheiro, ouvi sua voz baixa e mais algumas outras e suspirei, não me interessa quem é a maldita alma que está com ela, vai ter que sair ou eu vou entrar e os matar. Tentei abrir a porta e ela estava trancada fazendo minha irritação subir, soquei a porta e a ouvi gemer. Sage é lésbica? Eu juro ter ouvido uma voz feminina.

Caroline parou ao meu lado e ouvimos Elena e Damon e que merda era essa que estava acontecendo aqui? Me irritei profundamente e meu nível de ódio apenas subiu novamente quando ela gemeu o nome de Enzo, soquei a porta com força e Caroline me olhou em choque.

— O quê? – gritou ao meu lado me encarando.

A porta se abriu e eles saíram despreocupadamente do local me fazendo espumar de ódio. Peguei Sage e a carreguei para uma dança com uma música extremamente irritante, iniciamos uma conversa mais irritante ainda. Por que Enzo e não eu? Sim eu me irritei, afinal ela me conhece bem mais do que à ele! O que tinha de errado comigo que a fazia evitar os meus toques?

— Hum... não. Seria horrível você poder estar com mil mulheres e eu nenhum homem. – o quê?

— Não ficaria com mil mulheres. – ficaria apenas com você - E você poderia sim ter. – apenas eu — Sou extremamente possessivo com a minha família, e com você principalmente. Minha única amiga. – me repreendi imediatamente e segurei seu queixo, esse não era eu.

O quê acontecia comigo? E novamente ela fugiu de mim mudando de assunto e isso me frustrou completamente, eu precisava de um tempo longe dela. Ela me deu um beijo no rosto de desapareceu me deixando feito um otário no meio daquelas crianças, suspirei e passei a acompanhar com os olhos, a música estava tão alta que eu mal a ouvia conversar com Enzo e eu me vi agindo de novo assim que ela tombou a cabeça autorizando que ele a mordesse, vi o sorriso imenso que surgiu no rosto dele e os olhos brilhantes. Corri e parei a frente deles ao mesmo tempo que Caroline e agradeci por isso, eu poderia finalmente contar com alguém para a vigiar.

Tirei Sage dali sentindo a irritação pelo meu corpo inteiro e a carreguei para a sala do diretor a jogando na mesa, cravei meus dentes em seu pescoço e grunhi sem me controlar, o sangue dela era intenso, forte e parecia reviver cada pedaço do meu corpo. Me senti como se estivesse bebendo sangue pela primeira vez após acordar como um morto-vivo, isso era fantástico. Cada parte do meu corpo se energizava, queimava, entrava em ebulição. Era como se eu acordasse depois de 1200 anos de sono. Ela me pareceu a certa.

— Kol tinha razão. – abri um sorriso imenso - Seu sangue é magnifico. Único. E todo meu.

Você é toda minha.

A deixei ali e sai rapidamente vendo o meu alvo andando pelos corredores escuros a procura de uma presa, me aproximei e assim que ele estava retornando o acertei com força no queixo sentindo sua mandíbula se quebrar assim como seus dentes. Ele apenas sorriu com a boca cheia de sangue, mas era mais do que nítido que ele tinha respeito por mim, pelo menos o mínimo dele, ele era louco, mas eu era bem mais.

— É melhor você manter essa boca no lugar certo. – chutei com força o arremessando no chão – E o resto do seu corpo também. Ou eu os cortarei e farei você comer pedaço por pedaço, e depois vou arrancar a sua mandíbula. – chutei seu rosto o fazendo desmaiar e sai logo dali com a terrível sensação de que uma merda iria acontecer.

Capítulo 13

— Então é só isso que eu preciso?- Dianna me olhou dando de ombros e eu rolei os olhos me irritando com ela, mas era fato... ela não tinha medo nenhum de mim.

— Sim. Da pessoa que vai ser o elo e do sangue de todos que estão no contrato. E claro, preciso que todos estejam presentes aqui. – ela deu um sorriso seco – Niklaus você sabe que Esther está vindo.

— Eu já disse para você que vou montar meu exército de híbridos com a sua ajuda, você já me disse como fazer e eu vou tentar dessa maneira Dianna, não se preocupe.

— Me avise quando for fazer. – ela suspirou e eu apenas dei de ombros – Então ela é uma duplicata de Anellise Salvatore?- questionou com interesse.

— Sim. – confirmei e ela apenas suspirou soltando o ar com força – Isso me faz lembrar de algo.

— O quê?  - me encarou atentamente.

— Precisamos de Anellise de volta. – o plano se formava em minha mente – Ela sabe dos mortos, sabe muita coisa e pode ser de muita ajuda.

— De fato. Eu passarei as instruções para você. Admito que tentei achar o corpo, mas não tive como. Talvez você consiga isso.

— Dá pra ver onde ela está?- ela apenas de ombros e foi fazer os procedimentos enquanto eu olhava para a televisão vendo a notícia do ônibus escolar em chamas sendo gravado por um helicóptero.

Entreguei um bracelete de Sage e não fiquei nada surpreso ao saber que ela estava perto do local, suspirei..

— Tem como saber dos amigos dela?

Capítulo 14

Uma semana depois de correr de um lado para o outro atrás das pistas de Dianna eu retornei e mais do que depressa descobri através de meus irmãos que Sage havia desaparecido por dias e ninguém a encontrara, no fim ela se “rendeu” e voltou para casa e eu decidi tomar uma decisão, eu iria a vigiar de perto e tentaria controlar o seu temperamento nada fácil. Pelo menos por um pouco de tempo até ela enxergar que as coisas não podiam ser feitas da maneira que ela bem entendesse. Entrei em sua casa despreocupadamente a ouvindo gritar e vi um celular ser lançado com força contra a parede da casa, suspirei sabendo que no fim quem enlouqueceria seria eu e não ela.

Então Sage surgiu e eu a observei bem, blusa curta e short curto como sempre, ela parecia sentir calor o tempo inteiro e se vestia de uma maneira bem engraçada algumas vezes. Sage não parecia saudável, não parecia mesmo. Parecia bem doente na realidade, cansada, ao redor de seus olhos só se via sua pele vermelha, o cabelo preto completamente bagunçado e a pele seca. Isso me confundiu bastante, afinal na semana em que a deixei ela parecia um pouco saudável, tinha até adquirido uma cor. Conversamos pouco e a avisei que moraria em sua casa, esperei o choque e a rejeição, mas não foi bem isso que aconteceu... ela simplesmente deu de ombros e ficou animada, toda feliz e eu me perguntei o tempo inteiro o que se passava na cabeça dessa garota, as pessoas me odiavam ter como visita, quanto menos como hóspede.

E como assim ela dormiu com Stefan? Como assim? Eu só sumi por uma semana e ela teve encontros sexuais com ele? Não, não... ela só poderia estar brincando com a minha paciência, mas no fim era tudo por causa de uma cama, se ela quer uma cama eu a arrumo uma cama.

— Onde exatamente fica esse lugar Nik? – perguntou assim que joguei a mochila em direção a ela.

Eu adorava que Sage me chamasse de Nik, mas preferiu mil vezes quando me chamava de Klaus. Meu nome saia de uma forma deliciosa e provocante pelos seus lábios.

— Na floresta Sage, em algum lugar da floresta. – ela saltou enchendo a mochila de coisas que ao meu ver eram desnecessárias.

— Perfeito, eu entrei na floresta uma vez e foi para morrer. – ela passou a divagar animada e se sentou de frente para mim cruzando as pernas e me olhando – Nós vamos dividir a barraca?

A olhei atentamente, a princípio não iriamos. Sorri

— E eu te deixaria sozinha à céu aberto?

 Ela reclamou a viagem inteira, desde que entrou no carro até quando chegamos no local do acampamento, a deixei só por dois minutos e foi o bastante para ouvir gritos, eu não esperava ver Enzo, nem Stefan e muito menos ela seminua, fato que ignorei. A deixei em paz e passamos a noite tranquilamente enquanto eu contava minhas histórias de vida, um tanto quanto sádicas por assim dizer, eu as amava.

Em um dado momento Sage sumiu ficando com Elijah e eu obviamente me interessei pela conversa, o assunto sexo e os dois na mesma conversa chamaram a atenção de todos até ela pedir para Elijah namorar com ela, isso me deixou completamente em choque. Eu vi a indecisão no olhar de Elijah e soube que ele queria responder sim ou algo como “podemos tentar” apesar de ter achado o pedido extremamente estranho e nada comum e que não combinava em nada com um Mikaelson, mas ele não tivera tempo. Caroline gritou, Sage sumiu e eu fui atrás dela. Não, eu não iria aceitar isso, essa garota logo seria da minha família e eu não queria ninguém em um romance entre eles, já me bastava a falta de respeito eu agora tinha que lidar com isso. Com ela entrando para minha família de uma maneira que eu não queria?

Sage era minha querendo ou não.

Foi o que eu defini assim que eu a vi dormindo, se existia um momento em que ela ficava decente, esse momento era quando ela dormia. Ela ficava quieta, silenciosa e isso me incomodava demais, eu esperava ser chutado ou ouvir ela falando, e esperava que eu sono fosse tão agitado quanto ela era acordada. A única coisa que Sage fez foi colocar sua cabeça em meu peito e envolver suas pernas entre as minha, me abraçando como abraçava aquele seu travesseiro estranho. Isso quando ainda estava acordada, dizendo algo como “ Você tem umas pernas gostosas Nik”.

Todo o processo do elo foi fácil eles acordaram animados e felizes e eu apenas me encarreguei de a levar até o carro, a viagem havia sido curta para mim embora eu tenha certeza que havia sido bem longa, mas Sage só foi capaz de acordar muito tempo depois e nossa conversa não foi muito produtiva. A não ser pelo fato dela dizer que me amava. Amava a super nani em uma versão híbrida. Isso sim foi bom.

Chegamos a sua casa e assim que ela ouviu as malditas risadas femininas ela me chutou, sim... ela chutou um  híbrido original e correu para dentro de casa. Não fiquei nada surpreso ao ver Oliver sendo dominado por  um grupo mais do que amador de caçadoras. Céus... era tudo tão tranquilo que parecia uma brincadeira, ao menos para mim. Não existia vampiros sádico, bruxas loucas, lobisomens tendo um “dia de cão”, haha. Nenhuma dessas alternativas atrás de Sage, obviamente isso não seria um problema para mim, mas sim para ela. Se ela visse isso como uma ameaça é claro.

— Mate todos. – dei um sorriso de lado com sua “ordem”, sim eu o faria com o maior prazer de mundo.

Sage se sentou no sofá e eu percebi o quão maravilhosa ela ficava quando estava em fúria, imponente, autoritária e bem cruel. Não que ela já não fosse antes. Vi seus olhos azuis ficarem mais azuis ainda com aquelas pequenas manchas cinzentas, os cabelos bagunçados como sempre e o rosto levemente vermelho, ela estava fabulosa.

— Hum, interessante. – o tal “treinador” ainda me encarava, apesar da postura ameaçadora eu sentia o medo exalar de cada poro de seu corpo.

E foi rápido, nada cruel pelo que eu já estou acostumado. Oliver acordou e eu apenas lancei os cds espalhados sobre a mesa em seus corpos arrancando suas cabeças, eu gostaria de ter sido lento, bem lento, mas os berros de Oliver começaram a me irritar muito e por fim eu decidi os deixar no andar de baixo enquanto Caroline cuidava dele. Família estranha.

Capítulo 15

Todos os dias acordava e dava de cara com Sage ressonando ao meu lado e isso não me incomodava, seu sono parecia imperturbável e nem mesmo que eu encostasse em seu corpo ela acordaria. Sage parecia forte em todos o momentos, até mesmo dormindo, nada a incomodava e eu me questionava como poderia existir uma pessoa tão estranha. E ao mesmo tempo tão fascinante.

A deixei na cama e desci as escadas dando de ombros ao ver seu carro reluzindo pela janela, o carro que eu havia “ganhado”. Ela precisava se locomover de alguma maneira que não a deixasse tão expostas, embora eu tenha minhas duvidas de quem teria coragem de a perseguir. Suspirei e fui até a sala, Elena entrou na casa se amo menos anunciar e parou me olhando.

— Sage está?- arqueei uma sobrancelha.

— São 11 horas da manhã Elena, onde Sage estaria se não em sua própria cama? – ela deu uma risada baixa e me olhou atentamente.

— O que pensa que está fazendo com ela aqui?

— Eu moro aqui.

— Eu sei que sim, estou me referindo a saber sobre os seus planos em relação a minha amiga. – ela resmungou.

— É tudo aquilo que foi discutido no contrato, apenas isso. – resumi – Eu quero que ela vá comigo.

— Ela nunca te escolheria. – sussurrou.

— Sage ofereceu tudo o que ela tinha para poder salvar vocês de mim e você quer complicar ainda mais a vida dela? – ela suspirou – Você não é obrigada a gostar de mim e nem a me aceitar, mas vai ter me engolir querendo ou não. Você pode não ter que se preocupar com seus amigos mais próximos, mas eu ainda tenho essa idade inteira em minhas mãos. – a olhei atentamente – Não se esqueça que para ter o que eu quero eu não precisaria de um contrato.

— E porque fez um? – ela me olhou atentamente.

— Ninguém nunca vai saber. – me afastei dela indo em direção a sala e olhei para a lareira que queimava de maneira incansável, Oliver deveria ter a ligado e deixado por isso mesmo, ou talvez tenha corrido quando me ouviu descer as escadas.

O contrato, bem... eu só queria Sage por perto, por confiar nela, por acreditar nela. Mas eu estava firme em relação ao que eu sentia sobre Caroline, mais firme do que nunca. Eu sabia que só estava nesse encanto por Sage por ela ser uma das poucas pessoas que realmente se importou comigo, que fez algo por mim e principalmente por eu ter visto o quanto ela é capaz de amar e proteger os que ela ama, mesmo com os olhos e a expressão fria, mesmo cansada, mesmo machucada de todas as formas. Ela era o tipo de pessoa a quem você entregaria a vida sem nenhum medo, pois ela nunca estaria paralisada esperando o pior acontecer.

Mas e se eu estivesse enganado?

Olhei para Stefan parado a minha frente de braços cruzados e percebi que hoje seria um dia e tanto.

— Hipnotizou Sage?

— Não.

— Não acredito.

— Não me importo. Se está com duvidas a hipnotize e veja por si  mesmo. – ele não gostou e veio para cima de mim.

Levantei jogando o sofá para trás e segurei seu braço com força e bati em suas costas o forçando a se ajoelhar e o estiquei em direção a lareira, não de surpreendi ao sentir o soco e me afastei o soltando e vendo Sae em um estado nada comum da parte dela. Ela estava muito irritada e completamente mal humorada, eu nunca havia a visto dessa maneira. Ela saiu e Elena parou nos olhando.

— Vamos a festa de Caroline. – saiu e eu olhei para Stefan.

— Vá procurar ela. É sua responsabilidade agora. – avisei indo para  o quarto.

Tentei não entrar em desespero quando notei que Sage não estava onde disse que estaria e então ela sumiu e eu  procurei por todos os cantos de Mystic, tentei o celular e nada. Caroline finalmente conseguiu falar com ela e eu descobri que ela estava com meus irmãos e havia sofrido um acidente. Senti cada fibra do meu ser gritar para encontrar essa garota viva para que eu mesmo pudesse a matar, Sage estava tirando completamente toda a minha paciência. Chegou a noite e nada de um deles dar sinal de vida e o mais estranho era que nem Bonnie conseguia os achar com feitiço de localização, pelo menos foi o que ela disse.

Elijah ao contrário do restante de nós estava completamente relaxado e não parecia se importar com a situação algo me dizia que ele até não poderia saber onde ela estava, mas me dizia também que alguma coisa havia acontecido entre eles. Era nítido pois ele tinha um discreto sorriso em seu rosto cada vez que nos referíamos a Sage, definitivamente algo estava errado e eu acreditava que Bonnie sabia disso já que os olhares dela se revezavam entre ele e eu.

— O que foi? O que aconteceu? – a questionei quando ficamos a sós.

— Nada Klaus, deixa de ser maluco. – ela riu com gosto e eu respirei fundo.

— Bonnie eu não estou com paciência. – ela apenas abriu um terrível sorriso malicioso.

— Eu apenas vou sugerir isso apenas para ver o terror te dominar. – riu novamente – Se você for esperto de verdade, vai chegar nela antes de Elijah. Sage é a pessoa mais devota que você vai conhecer e se ele dominar a mente dela, que é o que eu espero, você nunca terá chance. Mesmo que ela morra e fique presa do outro lado. É ele quem vai ocupar a mente dela em cada segundo de sua vida e ela não poderá ter alguém melhor.

E então recebemos a notícia de que um carro havia capotado nas proximidades, era de Kol e isso não me surpreendeu. Isso sim fez Bonnie ficar com medo e finalmente nos dizer onde eles estavam, corremos e depois vimos a notícia de que haviam mudado de caminho e já estavam em caso. Eu fumegava de ódio quando entrei na sala e a vi completamente destruída com sangue por todo seu corpo, os cabelos bagunçados, galhos entre seus cabelos e terra e folha grudadas em sua pele. Isso me levou a loucura, eu estava possesso de ódio e ela ainda tem a cara de pau de aparecer dessa maneira para mim. Esperei pela explosão dela devido aos meus gritos, mas ela nem ligo e isso me fez a pegar com força e a jogar de baixo do chuveiro com a água gelada, eu não conseguia a matar ou ferir. Inferno.

— Vai arrancar minha roupa também? – ela gritou e isso me fez rir.

— Sim. – e as puxei arrancando.

A reação dela foi inesperada e um tanto assustadora para o momento. Sage agarrou meu pescoço enroscando seus dedos em meus cabelos e os puxando em direção a ela, minha reação foi a qual me assustou mais ainda, eu a puxei para mim a segurando pela cintura e puxei seu cabelo para trás erguendo seu rosto e a beijei e o que senti foi indescritível. Jamais se assemelharia a qualquer outra coisa em meus 1200 anos, nossos lábios se conectavam de maneira perfeita mesmo que o beijo em si fosse agressivo e carreado de luxúria. Eu sentia cada parte do meu corpo se acender e eletrizar, o que estava acontecendo comigo? Era uma sensação sufocante, desesperadora.

Ela me puxou para debaixo do chuveiro e eu a ergui deixando que ela enroscasse sua pernas em minha cintura nos mantendo próximos, meu corpo se arrepiou ao sentir seus toques quentes mesmo que debaixo da água fria que não nos incomodava em nada, apertei suas coxas quando ela separou seus lábios dos meus e os desceu para meu pescoço me fazendo jogar a cabeça para trás ao provocar uma onda de desejo pelo meu corpo. Como ela conseguia fazer isso de uma maneira tão fácil?

Ouvi a voz baixa de Caroline no andar de baixo e me soltei de Sage ganhando um olhar confuso, a olhei atentamente e fechei meus olhos por breves minutos antes de os abrir e a encarar atentamente deixando aquela sensação de sempre fluir pelos meus olhos.

— Esqueça esse beijo querida. Ele nunca aconteceu, o apague completamente de sua mente. – eu não poderia me deixar levar, não poderia confundir as coisas mais ainda do que eu já estava fazendo.

Eu não voltaria atrás com nada do que disse a Caroline um dia. Sage não tinha esse tipo de poder sobre mim.

Olhei seus lábios sujos de sangue e reparei que o sabor que eu tinha sentindo era do sangue dela, isso me aliviou um pouco, eu não queria que Sage saísse mordendo as pessoas por ai dessa maneira. Ela poderia se meter em problemas. Perguntei o motivo disso, e a resposta veio do andar de baixo.

— Sage bateu a boca na parede. – Kol e Rebekah gargalharam – E um vampiro aproveitou o sangue e lambeu os seios dela.

Olhei para Sage que estava em brasas, como ela deixou isso acontecer? Essa maluca some por um dia e consegue tombar com um vampiro? E se essa cretina tivesse morrido?

— Sage será que você não consegue se manter longe de problemas por poucos segundos? Eu vou ter que te amarrar a mim? Estou achando que... – comecei a seguir ela que passou a vagar pelo quarto, ela apenas se virou para mim abrindo um imenso sorriso maravilhoso e então me puxou sobre ela se jogando na cama de Stefan.

Não tive oportunidade de a questionar, ela apenas puxou minha cabeça e me ofereceu seu pescoço, o que eu nunca recusaria é claro.

Quando eu sai de casa dois dias depois ao ver Sage se lançar ladeira a baixo em um patins, eu dei ordens claras de que fique em casa e não arrume nenhum problema. Ela não me ouviu. Ouvi o jarro quebrar e fui em direção ao hall, mas ela pulou em cima de mim antes mesmo que eu chegasse lá e me arrastou até a cozinha decidindo que eu era sua “prostitua”, isso me fez pensar se eu não havia a hipnotizado, mas... ela teria jogado na minha cara que não funcionou.  E seu rosto extremamente assustado me fez pensar que ela havia feito uma merda muito grande.

Logo entendi, era medo e talvez dor pelas queimaduras terríveis. O que faço com essa garota?

 


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Notas finais do capítulo

Acho que serão mais de 8 capítulos, gente é muita coisa!
Algum momento preferido na visão do Nik até agora?
Eu amei o soco no Enzo



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