Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 69
Pré-Guerra




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O lustre reluzia maravilhosamente pelo imenso salão que estava completamente limpo de móveis para abrigar a quantidade imensa de vampiros que participava da festa, eles sabiam que haviam um pronunciamento e sem que fosse necessário eu dizer algo eles desceram as escadas e ficaram no pátio conversando entre si enquanto a música suave soava pelo local.

Era uma festa formal para o nosso pronunciamento, tanto eu quanto Niklaus estávamos prontos para o que viria a seguir e encarávamos isso juntos, sabemos que pode ser que tudo dê errado e que as coisas fujam do nosso controle, mas o sábio era que nós atacássemos antes de sermos atacados. Sorri para Marcel que dançava com a pequena Hope em seus braços sorrindo para ela, já haviam se passado alguns meses desde a minha decisão, o assunto se tornara tão sério que fizemos pesquisas durante meses para acabar com todas as nossas dúvidas e para aprendermos a lidarmos com todos os problemas que poderiam surgir. Longos meses e Hope já tinha seus 9 meses formados.

Sorri para ela que estava no colo de Marcel dançando de um lado para o outro, ele sorria alegremente e ela enfiou os dedos dentro dos olhos dele que me encarou com uma careta já sabendo que isso era culpa minha, ele se aproximou e pegou a taça de minha mão.

— Vai com a mamãe. – fiz uma careta para o termo, eu não queria ser chamada de mãe e me incomodava muito que me apontassem como mãe de Hope para a própria Hope, eu evitava ao máximo essa “denominação” que impunham sobre mim

Eu não queria ocupar o lugar de Hayley, eu não iria ocupar o lugar dela por nada.

— Sabe Marcel, você poderia parar com isso, sabe? – a peguei e ela começou a brincar com o meu cabelo enquanto balbuciava – Eu não gosto disso. – admiti.

— Sage você foi criada por uma mãe adotiva, avó, irmãos... um pai. – apontou para Alaric que ria conversando com uma das vampiras do castelo – Existe espaço de sobra pra ela, Hope vai se sentir mais do que amada se você a tiver como filha. – ele me deu um sorriso amargo – Eu sinto muito se tudo fugir do nosso controle, mostre que a ama enquanto estiver aqui... ela vai ter muitas pessoas por perto, mas se você for... a única lembrança dela vai ser Niklaus... não que eu ache que nessa idade ela vai se lembrar de você, mas ela precisa saber que a única figura materna dela amou ela.

— Rebekah...

— Não é a mesma coisa, é você quem está com Niklaus, ela sempre vai saber de Hayley. Deixe que ela decida por ela mesma. – o olhei atentamente.

— É mais suportável conviver com você agora. – confessei – Cuide de Niklaus. Vamos ter perdas horríveis, e se o reino precisar se manter de pé... se alguém precisar se manter de pé... você vai fazer isso e vai me provar que é digno de ser rei.

— Você não estará deixando um reino, está deixando um império Sage. Eu acredito que você não vai morrer, você é a rainha dos mortos. – concordei com um aceno e suspirei.

— Vamos torcer para que tudo dê certo. Rebekah e Kol estarão com Hope. – sussurrei evitando chamar atenção – O resto está nas mãos de todos nós.

— E se não der certo, o que eu faço?

— Faça dar. – sorri para ele que retribuiu e brinquei com Hope – Oi minha querida.

— Tia Bex. – Rebekah tocou a bochecha dela sorrindo e se afastou com Nataniel que fotografava o evento.

— Mamã. – paralisei completamente quase caindo de costas e vi que todos fizeram silencio para nos olhar, prendi a respiração e Niklaus tocou minhas costas – Ah. – voltou a brincar com o meu cabelo.

Eu estava em choque, era tudo que eu não queria. Klaus nos abraçou e eu vi que ele tinha um sorriso em seu rosto nos analisando, eu nunca estive tão chocada.

— Feche a boca amor. – ele sussurrou e tocou o rosto de Hope sorrindo e então se virou para todos do reino – Temos um pronunciamento.

Todos os vampiros pararam imediatamente e ficaram eretos no meio do imenso pátio de entrada, passei Hope para Rebekah e fiquei acima da cascata ao lado de Niklaus olhando para o nosso imenso reinado e suspirei antes dele começar.

— Como vocês sabem nós estabilizamos um reino na Transilvânia que está abrangendo a Europa, logo enviaremos alguém de nossa confiança para assumir o local e por enquanto o irmão de minha esposa está no local. Os vampiros e híbridos que temos por lá logo estarão por aqui para nos ajudar em algo importante do qual eles já tem conhecimento e concordaram plenamente, o que decidimos hoje irá acontecer com ou sem vocês.

— Mas preferimos que seja com vocês é claro. – Damon falou do canto de uma escada – Por que é suicídio e eu espero morrer um pouco mais velho, talvez daqui a três mil anos. Não... 13 mil é uma boa idade para um vampiro. – o olhamos e rolamos os olhos.

Mikael parou ao nosso lado olhando para os vampiros, ele ainda não sabia qual era a nossa decisão.

— Continuando. Fizemos essa pesquisa por meses e vocês sabemos qual é o principal motivo de intensificarmos os treinos, sabemos que nem todos estão aqui com o intuito de realmente participar de uma guerra conta minha amada mãe. Vocês tem liberdade para saírem daqui.

— O que? – Mikael nos olhava em choque – Que tipo de reino é esse?

Arregalei os olhos e desci a mão na cara dele.

— Império. Cale a boca maldito nós não terminamos, não me diga como administrar o império que eu consegui.

— Indo direto ao ponto... Nós vamos trazer Esther de volta, esse é o método que conseguimos. Ela estará mais fraca e consequentemente teremos uma vantagem sobre seu exercito de mortos, ela pode aumentar ele se ficarmos por muito tempo a prendendo. Estamos a deixando lá e criando a oportunidade perfeita para ela enfraquecer ainda mais os que ela já tem e não podemos mais deixar isso acontecer.

— Isso faz muito sentindo. – Frederich sussurrou.

— Sim, e nós já deveríamos ter feito isso a muito tempo, acabamos adiando demais e Esther pode estar bem mais perigosa do que já prevíamos. Fizemos estudos de uma maneira de tentar fazer isso sem falhas, mas não há como, nós teremos perdas imensas que jamais poderão ser recuperadas, nós temos regras no mundo dos mortos que tem que serem seguidas. E como uma duplicata de Ibis é o meu dever defender isso.

— Não vamos obrigar ninguém. – Niklaus tomou a palavra – Embora eu queira muito. – vi que alguns riram de forma contida, eles estavam com medo.

— O que Klaus quis dizer é que... nós somos eternamente gratos a cada um de vocês que participaram do nosso reinado, somos gratos a cada alma perdida que lutou seja em nosso nome, no nome do reino, de si mesmo ou da própria família. Sentiremos eternamente por cada vida que nos foi tomada durante as nossas batalhas e agradecemos de coração por tudo que fizeram por nós, não vemos ninguém aqui como escravos, subordinados... falo por mim é claro... Eu não os vejo assim. E espero que não nos vejam assim também, esperamos que nos enxerguem como família. Não por terem perdido as suas, mas por sermos isso.

— Eu espero que hoje marque as nossas vidas, é essa decisão que pode nos levar a vitória ou a nossa morte. Os que quiserem ir, apenas vão... os que ficarem estarão lutando por si mesmo e pelos que foram. Como uma família, é como somos ,meus irmãos. Guerreiros. – Niklaus deu a palavra final e eu vi que ninguém se quer fez menção de ir embora ou duvidou de suas palavras, todos estava firmes em suas decisões.

— A nossa lealdade está com vocês. – Frederich inclinou o corpo em nossa direção sendo imitado por todos e eu dei um fraco sorriso.

— Se ergam, nenhum de vocês tem que se curvar diante de nós. – me pronunciei

— Estamos de igual para igual, somos irmãos. – Niklaus sorriu largamente e ouvi Mikael soltar um resmungo, o ignoramos.

— Sejam livres durante essa semana meus caros amigos... façam tudo o que sempre quiseram fazer, vivam suas vidas, se dispensa, ame, brinque, brigue. Procure a felicidade, essa pode ser a nossa última semana. – senti Niklaus beijar minha testa – E não queremos que os nossos últimos momentos sejam marcados por tristezas.

~º~

Joguei a bola de futebol americano com força no rosto de Damon que caiu para trás dando um gemido de dor, engasguei com a risada e fechei os olhos engolindo as lágrimas que teimavam em sair de meus olhos. Disfarcei a dor com alegria, eu tinha medo de que algum deles morresse, eu faria de tudo para que nada disso acontecesse, absolutamente tudo. Comecei a chorar e dessa vez Stefan veio para meu lado me abraçando e vi que Katherine nos encarava com preocupação ao lado de Natalie.

— Uma semana Sage, ainda faltam seis dias, não sofra por antecipação. Você nos conhece. – ri baixo e me solte dele indo para o lado de Caroline que brincava com Hope, me sentei ao lado das duas e logo a pequena loira engatinhou em minha direção deitando em minhas pernas e brincando com um ursinho que Bonnie havia nos enviado, isso fazia eu me sentir um pouco mal, eu havia ido a Mystic e tive um contato extremamente rápido com ela.

— Bonnie falou comigo hoje, ela mandou beijos e mandou tomarmos cuidado, ela quer muito vir para cá com Jeremy e provavelmente eles irão vir. – ela deu uma risada baixa e tocou o cabelo de Hope – Essa é uma das coisas que eu sinto falta quando penso em ser humana de novo, você nunca se imaginou tendo um filho do Niklaus?

— Não. – ela me olhou atentamente – Nunca pensei dessa forma, acho que nunca achei que seria mãe algum dia e nunca quis isso Caroline. Você me imagina passando por uma gravidez?- ela fez uma careta terrível  - Eu amo o Niklaus, se eu tivesse oportunidade de ter um filho com ele... eu não rejeitaria se acontecesse. Jamais... mas não me passaria pela cabeça planejar um. – passei as mãos pelos cabelos curtos de Hope que me olhava intensamente com seus olhos vibrantes.

— Ela é o suficiente?

— Será pela eternidade. – me abaixei beijando ela na testa que apenas deu um gritinho fino.

— Eu estou feliz por você estar bem sabe, tudo o que Niklaus fez com nós nunca vai sair da nossa cabeça, sempre iremos ficar tensos com ele por perto, talvez ele sempre nos assombre. Eu realmente estou feliz que você esteja bem e que Niklaus te faça bem Sage.

— Eu só quero ver vocês felizes, bem. Eu não vou forçar que vocês vivam aqui conosco e sei que ainda tem sérios problemas com Niklaus, eu entendo isso, fico feliz que estejam o aceitando por eu estar com ele. Fico feliz que tenham capacidade de passar por cima disso por minha causa, eu só peço que estejam sempre unidos. Sempre se apoiem um nos outros, independente de qualquer coisa. Niklaus pode ser amado como qualquer outra pessoa.

— Eu sei que sim, você é capaz de o amar, isso mostra muita coisa. Quem seria a louca? – a olhei de cara feia e ela apenas riu.

— Exceções.

~º~

— Não. – Niklaus disse friamente e eu olhei para Natalie com uma sobrancelha arqueada.

— Niklaus pare de tentar nos impedir! – ela reclamou olhando para Elijah.

— Não, agradeça por eu estar apenas dizendo isso ao invés de apagar os dois. – ele tornou a ler seu livro e beber o vinho como se nada estivesse acontecendo.

— Sage por favor coloque um pouco de coerência na cabeça do Niklaus. – Rebekah resmungou sentada em um poltrona e Kol riu – Ele vai escutar você.

Todos olharam para mim esperando que eu dissesse alguma coisa, mas eu não fazia ideia do que dizer. Klaus me olhou como se aprovasse meu silêncio acreditando que eu o apoiaria, mas eu não tinha direito de controlar a vida de ninguém, fizeram isso durante anos comigo. Eu não faria o mesmo com outras pessoas, acenei para eles que saíram e me deixaram com Niklaus.

— Nik pare com isso. – ele me olhou atentamente – Só pare com isso, não faça com eles a mesma coisa que o meu pai fez comigo por anos. – apelei e vi o semblante dele mudar – Ninguém merece ficar tão preso assim, eu jurei por tudo que eu seria o suficiente pra ocupar a sua mente e agora você me tem e tem a Hope. Ouça a pessoa com a qual você decidiu se casar é a única coisa que eu te peço, não faça com que a eternidade seja feliz para você e ruim para eles, mas do que já fez.

Ele suspirou e encarou a porta da varanda travando uma luta interna, eu não sabia o que dizer a Niklaus. Ele sempre me deixava com um pé atrás, nunca fazia as coisas do modo que eu acreditava que ele faria. Me encarou irritado e então fechou o livro com força.

— Nós somos sua família, de verdade. Nunca te deixaremos, por mais que algumas coisas mudem ou demorem para nos acostumarmos, nós nunca te deixaremos. Nós te amamos.

Ele não me respondeu e eu não esperei que ele o fizesse. Me sentei sobre seu colo e apoiei a cabeça em seu peito e olhei para a imensa lareira sem ter muito o que falar, ele me rodeou com os braços e eu suspirei.

— Você voltou aos mortos?

— Sim, aprendi alguma coisas com Anellise e... eu fui ver Hayley e Matt.

— Sage não fique tão presa a eles, você ainda está viva. E vai continuar pela eternidade, algumas coisas na nossa vida tem que ser deixadas para trás para que possamos continuar.

— Nik... a Hope...

— Eu sei disso.

— Eu agora consigo entrar de forma consciente no mundo dos mortos, do outro lado. De corpo.

— Isso é ótimo. – ele não parecia achar ótimo.

Estava tudo tão frio nos últimos dias, tudo tão quieto e melancólico. Não tinha pessoas felizes, não tinha animação. Não tinha vida, não tinha absolutamente nada. O castelo estava vazio, poucas pessoas decidiram ficar e os que ficaram tinham um ar de infelicidade imenso, inclusive nós mesmos. Até mesmo Hope parecia sentir o clima de tensão que irradiava, Hunter também espreitava silenciosamente com Nataniel por todo o castelo, o moreno havia se desfeito de sua câmera. Elena e Damon andavam pelos corredores com suas ofensas suaves e vez ou outra Damon estragava alguma coisa de Niklaus e levava uma surra de Kol, era rotina. Stefan e Caroline pareciam duas borboletas apaixonadas pelo jardins, Katherine parecia mais infeliz do que nunca e ninguém sabia qual era o motivo disso tudo. Natalie era um poço de tensão fugindo dos olhos de águia de Niklaus, Elijah, Kol e Rebekah pareciam os mais calmos com tudo o que estava acontecendo e Enzo e Alaric se revezavam entre montar estratégias com Marcel e averiguar todas as estacas e flechas produzidas. Davina vinha evoluindo junto de mim aprendendo a usar os seus poderes de forma conjunta com os meus.

— Tudo bem Sage? – ele me questionou.

— Só pensando Nik. – ele assentiu em compreensão.

~º~

Definitivamente não havia ninguém animado e feliz, exceto Enzo que adorava um caos. Estávamos todos sentados na mesa de jantar comendo tranquilamente e completamente em silêncio, até mesmo Ibis estava quieta e nenhuma voz se ouvia, nem mesmo a pequena Hope que andava tão falante se atrevia a abrir a boca. Exceto para beber seu suco de laranja que parecia não acabar nunca.

Nos encaramos sem saber o que fazer e olhei para Katherine que me encarava friamente parecendo estar ao ponto de pular em meu pescoço, ela mordeu os lábios com força e me encarou com mais raiva ainda e eu me irritei.

— O que foi?- minha voz ecoou assustando a todos.

— Você sabia que o Oliver está namorando?- ouvi alguém engasgar.

— A jura?- questionei irônica – Como sabe disso Katherine?

— Eu pesquisei.- resumindo, ela estava o vigiando.

— Que bom que ele estava seguindo com a vida dele então. – não me importei, eu já sabia disso.

— Sage. – joguei minha taça lotada de vinho nela que gritou jogando os próprios talheres no chão.

— Ei as duas! – Stefan gritou e nós apenas o encaramos de cara feia e voltamos a discutir.

— Cala a boca! – ela arremessou uma faca na minha direção.

— Katherine. – gritei quando a faca de prata atravessou meu corpo me enfraquecendo quase que instantaneamente, nos precisamos tirar prata desse castelo o quanto antes – Sua vadia.

Tirei a faca de meu estômago e joguei no braço dela que gritou e caiu para trás de forma teatral, subi em cima da mesa e ouvi Caroline suspirar de desgosto quando meu sangue sujou completamente o local.

— Sage que merda é essa? Dá pra parar as duas?- Natalie gritou e eu chutei a forma com a sobremesa em direção a ela que a desviou com um soco acertando Enzo que apenas passou o dedo pelo rosto e o colocou na boca.

— Fiquem quietas! – Elena gritou e nos viramos para ela em fúria.

— Cala a boca. – gritamos – Deixa o meu irmão em paz sua vadia, eu achei que já estivesse satisfeita com Nataniel! – gritei irritada e ela bufou se levantando.

— Claro que não Sage, será que eu não posso ter uma noite quente com... – Elena surgiu e a arremessou na parede a fazendo calar a boca, veio em minha direção e enfiou um garfo na minha barriga e me jogou para trás me fazendo cair sentada em minha cadeira.

Senti a dor excruciante e abri os olhos vendo Niklaus com um braço apoiando a própria cabeça, ele me olhou e se esticou arrancando o garfo e o jogando sobre a mesa e voltou a beber o vinho calmamente enquanto Elena voltava para o próprio lugar e todos ficavam em silencio voltando a comer. Dei de ombros e vi Mikael sorrir para mim, dei o dedo do meio ouvindo ele rir e caminhei com dificuldade para fora do castelo, eu estava cheia desse lugar.

— Onde estamos indo Morce Blair? – me virei vendo Damon atrás de mim.

— Invadir alguma festa? – bufei e ele apenas riu em concordância enquanto vinha para o meu lado.

— Onde encontramos uma?

~º~

— Pula! Pula logo moleque. – peguei o menino o ergui e joguei de volta na cama elástica, ele saltou pra cima e caiu para fora do castelo inflável.

— Sage sai dai. – Damon pediu do lado de fora segurando uma cerveja ao lado das mães que se quer prestavam atenção nos filhos, elas estavam vidradas nele.

— Não Damie. Vem aqui. – saltei e ele apenas riu quando me joguei para trás caindo deitada, logo senti o colchão me jogar para cima e meu corpo voltou para baixo rapidamente – É o máximo que consegui em uma pesquisa de quinze minutos.

Olhei para Damon que estava deitado do meu lado com um braço apoiando a cabeça, olhamos o céu de um azul intenso e vimos que nenhuma criança entrou no local, provavelmente com medo de mim. Era bom que tivessem.

— Você não vai voltar. – ele afirmou, se quer ousou me perguntar.

— Todos nós vamos voltar. – tentei soar positiva – Se tem alguém que não vai morrer lá sou eu, quem é que vai adivinhar que a prata é a minha pior inimiga? – sussurrei erguendo a mão e olhando minhas mãos com as marca de Ibis, as marcas da rainha das bruxas.

— Acho que ninguém, mas você sabe o que eu quis dizer Sage, eu te conheço melhor do que ninguém. Se eu não voltar... Anne estará comigo. Não deixe Elena fazer nenhum tipo de besteira mais do que ela já fez e nem Stefan Sage. Sei que esse é o lugar de Niklaus, mas eu quero ser o seu braço direito... eu sei que Elena vai se virar, mas eu estarei te vigiando de perto, por que eu te conheço.- acenei concordando.

— Não é uma boa ideia, eu serei a rainha, eu sou o alvo Damon. Eu...

— Eu sei, mas eu te protejo desde que cheguei aqui não é? Por que quebrar a tradição irmã?- ele ergueu sua mãos e a enlaçou apertando a minha.

— É. – murmurei.

— Já se divertiram o suficiente? – Caroline se jogou ao meu lado – Ah estamos aqui, em uma família que todo mundo se odeia, mas se ama. – ela olhou intensamente para Damon – Eu ainda não gosto de você.

Sabíamos que era mentira.

— Eu também não gosto de você Barbie.

Uma mentira maior ainda. Nos olhamos e rimos e então as crianças voltaram a pular dentro do local enquanto continuávamos deitados sob o sol quente, parecia uma mentira sabe? Uma visão de uma ilusão, parecia isso... não passava disso... nós estávamos nos preparando para morrer, iriamos nos entregar.

~º~

Sage você já fez isso? Sage cadê a Hope? Sage cadê Elena... Sage, Sage, Sage. Bufei irritada com Hope no meu colo e sai da lanchonete despreocupadamente enquanto carregava ela que usava uma presilha bonitinha de ursinho nos cabelos curtos, um vestido azul bem cheio e sapatos clarinhos como uma pequena princesa.

— Você sequestrou minha filha. – li a mensagem que Niklaus enviou – Você sabe onde estou. – enviei de volta em poucos segundos ele estava ao meu lado.

— Sage o que pensa que está fazendo aqui?

— Bem nós estamos dando uma volta, por qual motivo não faríamos isso?- arqueei uma sobrancelha para ele.

— Pelo motivo de uma guerra?

— Ela não começou Nik. – entreguei um ursinho para Hope que o mordeu imediatamente – Estou sendo uma boa mãe secundária, ela tem 9 meses e nunca saiu daquele castelo pra nada, acho que ela tem que saber como a vida funciona não é Nik?

— Não a trate como se ela já fosse saindo por ai dominando o mundo Sage, como você mesma disse ela tem apenas 9 meses e nada mais do que isso.

— E 22 dias. – ele rolou os olhos.

— 22 dias. – a pegou de meu colo e eu passei a bolsinha dela para ele – Estou surpresa por você não estar vestida como se estivesse cuidando de um cão selvagem. – ele me olhou de cima a baixo rindo.

Eu estava decente se comparada a como estava me vestindo nos últimos dias quando cuidava de Hope, eu tinha a habilidade de ficar completamente perdida cuidando de um bebê e sempre no fim das contas quando Klaus surgia eu parecia mesmo ter sido atacada por um cão selvagem.

— Não tem culpa se ela é tão enérgica. – resmunguei e ele deu um beijo na testa dela e me puxou em direção a calçada.

— É uma criança, estranho seria se ela não fosse enérgica não é minha querida esposa? – ele se aproximou sussurrando em minha orelha e me beijou se afastando quando Hope o empurrou – Ciumenta, mais uma. – rolou os olhos – Fiz o que pediu, convoquei todos para o jardim do castelo e você foge.

— Tenho certeza que eles podem esperar, quem é paga as contas, hein... hein? – ele apenas riu.

— Nem você, nem eu e nem ninguém querida. – rolei os olhos e começamos a voltar para o castelo em nossa velocidade.

— Mas quem é que hipnotiza na hora de pagar? Não vi ninguém erguendo o braço e indo lá, que a rainha... é que me desloco para aquele inferno de lugar todo santo mês.

— Se você fosse mais esperta amor... teria os hipnotizado para nunca mais precisar voltar lá. – o olhei chocada... por ser a verdade.

Chegamos ao jardim rapidamente e vi que todos estavam lá como havíamos pedido.

— Eu espero que estejam todos aqui. – olhei para o reino cheio e senti os braços de Klaus a minha volta – Falta um dia, um único dia para a guerra que vai decidir as nossas vidas. Sem piadas, sem brincadeiras... o assunto se torna mais sério hoje. – sorri para Bonnie que sorriu em resposta – Eu espero que todos aqui estejam preparados. – recebi acenos tristes – Espero que todos aqui estejam firmes e corajosos.

Olhei todos os rostos presentes no local, a maioria deles estavam inexpressivos e alguns demonstravam estar com muito medo. Os Resh estavam sentados confortáveis no meio de todos e claramente tensos, a nossa tensão e pessimismo deixavam todos se sentindo piores já que sempre fomos os mais animados e positivos. Era de se assustar.

— Vamos nos preparar para a guerra. – Niklaus tomou a liderança vendo que eu já havia me cansado de falar – São os ajustes finais.


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