Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 68
Em casa




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Olhei o grupo imenso de vampiros que circulava pelo local eliminando os que haviam saído do castelo a tempo, vi com certo alívio que o piloto havia sobrevivido e me senti estranha por isso. Normalmente eu não ligaria, mas agora conectada ao mundo dos mortos isso era muito diferente. Era um lugar tão cruel, tão ilusório que eu me sentia mal por tirar a vida de alguém bom, que eu esperasse que fosse com né, vai saber.

— Os caminhões já estão vindo? - questionei Marcel.

— Sim. Vai deixar algumas?- apontou para as árvores.

— Segundo Ibis Esther pode voltar, acredito que seja melhor pegarmos algumas mudas e levarmos para o nosso reino. – olhei os vampiros quebrarem diversas delas sem precisarem de instrumentos que só retardariam o processo, tínhamos que ser rápidos, logo alguém veria o castelo destruído.

— New Orleans é muito quente. - informou.

— Vamos ter que achar um método.

— Não acha melhor montarmos um reino por aqui?- me questionou - Podemos colocar outras pessoas para comandarem aqui sob suas ordens.

— É uma boa ideia Marcel, mas eu não sei quem eu colocaria aqui... posso pensar nisso com mais calma. Vamos montar algumas dessas árvores em uma estufa, compramos uma próximo ao mar onde a umidade é maior. - ele me acompanhou atentamente - Você é um bom braço direito. – elogiei apenas para aquecer o coração, eu me sentia melancólica.

— Escute... eu nunca mataria Niklaus. Eu fiz aquilo por acreditar que eu ficaria com Rebekah, não foi pelo reino. Eu nunca o mataria, assim como não mataria você. – olhei para o piloto vendo ele ir em direção a estrada com seu paraquedas se arrastando pelo chão.

— Isso me alivia de certa forma. Acredito que não teremos mais problemas. – ajeitei a coroa em minha cabeça.

— Sage? – ele me encarava sério, retribui seu olhar esperando pelas palavras seguinte – Meu orgulho não permitira, mas obrigado por ter tomado New Orleans, se não fosse sua intervenção ela seria de Uri a essa altura. Perder pra você eu até aceito já que finalmente estamos do mesmo lado, mas para ele não. Você tornou New Orleans uma verdadeira fortaleza.- acenei em compreensão, eu realmente havia feito isso, era um reino fraco... mas por que nunca estavam se preparando para uma guerra.

— Sem problemas, fico feliz por estarmos do mesmo lado e que eu não tenha precisado te matar em silêncio. – ele deu um sorriso e estreitou os olhos.

— Assim como fez com Sage?

— Se for pensar dessa forma.... tecnicamente não foi em silêncio, Elijah sabia disso, assim como Care e Stefan...

— Realmente não chegou a ser em silêncio, Klaus sempre soube no entanto, mesmo você nunca tendo falado nada ele sempre soube que você estava envolvida na morte dessa ruiva.

— E por que eu não ouvi nenhuma provocação a respeito disso?- me encostei em uma árvore.

— Acho que ele espera ver ate onde vai essa sua memória falha... ou a sua falta de caráter.

— Meu caráter. – ri dele.

— O exército dele vir logo. – Kol se aproximou – Pegamos uma interferência no rádio e eles estão acreditando que isso é uma espécie de terrorismo, vamos esperar que esses caminhões cheguem logo.

— Terrorismo foi o que você e a Natalie fizeram com a minha mente depois que descobri sobre vocês. – ouvi a loira grunhir e desviei de outra pedra e a lancei de volta, ouvi um resmungo e sorri – Estamos quites. – gritei – Mas eu não vou parar, quando Niklaus assumir a minha posição de atormentar você pelo seu novo romance... ai eu paro... por alguns dias... até começar a fazer piadas sobre ele também.

— Ninguém faz piadas sobre você e Niklaus. – olhei cética para Elijah o lembrando de que fazia sim piadas sobre mim e Nik e que inclusive ele mesmo fez isso algumas vezes – Tudo bem, mas deixe Niklaus de fora disso.

— Elijah o Nik não é burro, provavelmente ele percebeu antes mesmo de vocês dois. – ele suspirou sabendo que era verdade – Só não dê a certeza de que ele precisa. – aconselhei – Niklaus está em pólvora com tudo que está acontecendo, eu não direi nada. – decidi ser legal apenas uma vez na vida – E...

— Não existe romance algum Sage, coloque isso na sua cabeça. – Elijah pediu – Não veja coisas demais.

Mexi os dedos em frente ao seu rosto, vai pagar pela língua, não permiti que me contrariassem.

— Carma de bruxa. Vamos ver se não.- sussurrei e fui em direção a estrada quando vi os imensos caminhões entrarem no campo – Ok, meus queridos irmãos! – gritei para todos os vampiros que se viraram para mim – Espero que tenham pegado as mudas e cortado bem essas árvores, tem um avião cargueiro nos esperando no aeroporto e o exercito está vindo fazer uma pequena vistoria aqui... então obviamente teremos alguns problemas pelo caminho. Encham os caminhões com a madeira e vamos logo para casa, é sério eu odiei esse lugar. – joguei mais repelente em meu corpo e veneno ao redor de mim – Então... vamos.

— Vamos levar madeira em um avião cargueiro e não em um navio?- Elijah me questionou.

— Pode levar mais de um mês levar isso em algum navio, então o melhor é o avião. Quanto mais rápido melhor, eu tenho planos para quando voltarmos Elijah, é sério... precisamos agir logo para o que eu quero fazer. – o olhei atentamente – Isso pode descomplicar a nossa vida mais ainda.- informei e começamos a colocar as madeiras dentro dos caminhões, enquanto Elijah e Natalie iam hipnotizar os donos.

— Sabe irmã... – Kol me ajudou a colocar um imenso galho no caminhão – Eu espero que você seja bem forte para o que eu vou te dizer agora, pois eu estou a mais de um dia ouvindo essas suas piadinhas sem dizer nada... e agora é a minha vez de rir... por algum motivo o Nik já te falou que ele foi casado? – o clima mudou imediatamente, ouvi um raio cair ao longe e as árvores balançaram.

— Que?- sussurrei deixando o galho cair no chão fazendo um estrondo – Niklaus fez o que?

— É brincadeira. – ele ergueu os braços rindo me olhado assustado – É brincadeira Sage, relaxa. Uau. – resmungou baixo, meu humor mudou drasticamente, eu não gostei dessa brincadeira.

Joguei o galho novamente no chão e dessa vez Kol foi junto com ele, fiquei ao lado de Marcel com uma careta enquanto ele se divertia rindo da minha cara enfurecida, olhamos os vampiros trabalhando incansavelmente enquanto eu decidi apenas ficar emburrada e cruzar os braços, eu estava inflando de ódio. Peguei meu celular e decidi ligar para Niklaus, isso havia me intrigado e então paramos completamente quando ouvimos o barulho de carros extremamente pesados virem em nossa direção. Começamos a correr e fechamos os caminhões imediatamente.

— Vamos agora! – gritei – Não poderíamos ficar em desvantagem e nem deixar que eles pegassem um de nós, provavelmente se um dos nossos voltasse a vida depois de milhares de tiros isso chamaria atenção e nosso mundo estaria correndo um sério perigo – Não sejam pegos por nada nesse mundo, se alguém ficar para trás eliminem qualquer tipo de perigo imediatamente. – gritei entrando ao lado do caminhoneiro e ele arrancou com o caminhão, ainda bem.

Ficamos sendo os últimos da fileira para evitar que os vampiros mais novos ficassem em apuros, olhei para Elijah ao meu lado, Natalie e Kol estavam no banco de trás e eu abri um sorriso malicioso imediatamente. Eles ficaram tensos.

— Fechem a cortina e por favor, não façam barulho eu tenho ouvidos sensíveis. – sussurrei e levei um tapa na cabeça.

— Ok, vamos correr mais. – o caminhoneiro avisou e eu vi dezenas de vampiros sobre a carroceria do caminhão a frente, olhei pelo retrovisor do nosso e vi que caminhões e jipes se aproximavam a toda velocidade, agradeci por estarmos em uma pista reta e deserta.

— Ok, vamos ter que tirar eles dos nossos pés ou não teremos paz quando formos colocar esses caminhões no avião.- passei por cima de Elijah e sai pela janela, eu precisava “bruxear”

Fui pela lateral do caminhão até conseguir chegar a um local em que eu pudesse subi com segurança, nenhuma daquelas pessoas poderiam escapar com vida. Eu usaria meu poderes de uma maneira bem mais divertida, eu estava amando ser uma bruxa, eles fizeram um sinal para que eu parasse e eu apenas sorri erguendo os braços e vendo o caminhão sendo lançado para os céus enquanto descia com força esmagando o caminhão que vinha atrás lotado de ocupantes.

— Sage. – Elijah se sentou tranquilamente do meu lado direito e Kol do lado esquerdo.

— Os ingressos estão de graça rapazes. – sorri vendo o jipe se aproximar com uma metralhadora imensa, dei de ombros e apenas olhei para o carro vendo o incêndio começar, o motorista perdeu o controle e eles despencaram da colina batendo o carro contra pedras imensas que o fizeram explodir imediatamente.

— Eu sou uma rainha, rainha dos vivos, dos mortos... das bruxas. Isso não me amedronta. – sussurrei ao ver o helicóptero se aproximar enquanto o caminhão passava a correr mais ainda visto que descíamos uma ladeira.

Vários tiros começaram a serem disparados em nossa direção, originais não teriam problemas com isso, mas vampiros criados por ele sim. O celular vibrou em meu bolso e eu o peguei enquanto bloqueava os projeteis que vinham em nossa direção e os fazia voltar.

— Sim?

Sage tem um bloqueio logo a frente, vai demorar até o seu caminhão chegar aqui.

— Marcel desça e mate todos, não deixe testemunhas ou nada do tipo.

— Entendido. — desliguei o celular e vi o imenso tanque de guerra surgir.

— Ops.. – sussurrei – Vou descer.

O tanque vinha lotado de soldados em cima de o helicóptero estava começando a baixar em nossa direção. Saltei do caminhão quase quebrando minhas pernas e olhei para eles me concentrando e abrindo um sorriso malicioso, ergui braço e o tanque parou, mesmo que ele ainda tentasse acelerar, mas não dava em nada. Ele continuava completamente parado, assim como o helicóptero que tentava avançar. Bem Bonnie, eu também sei usar as palavras.

— Phasmatos incendia.- o tanque explodiu de dentro para fora jogando a imensa parte de cima dele para o alto acertando o helicóptero que caiu da colina, vi os soldados serem lançados para longe completamente em chamas e então sorri correndo em direção ao caminhão que ainda descia, pulei de volta para o meu lugar e abri um sorriso ao ver que o bloqueio havia sido retirado completamente. Mordi os lábios ao ver os imensos caminhões em chamas com os corpos dentro deles. Satisfatório.

~º~

Os caminhões desceram do imenso avião cargueiro e acompanharam o carro disponibilizado pelo aeroporto para fora, continuei em cima da carroceria olhando de forma desatenta pelo local e me escondendo dos olhos dos policiais, suspirei de alivio quando saímos e continuei sentada entre as árvores mexendo em algumas folhas que haviam vindo com elas. Fui até a pequena janela e me encostei nela iniciando uma conversa com eles.

— Eu disse que ia dar certo não disse?- me vangloriei – Chegamos mais rápido do que se tivéssemos vindo de navio, ah eu quero ver tanto o Nik, apertar as bochechas rosinhas dele e morder. – tencionei a mandíbula com força me imaginando fazendo isso.

— Vai com calma ok? Não vamos traumatizar o Klaus mais do que já fizemos.- Natalie resmungou e ouvi que os dois concordavam com ela.

— Não me interessa, se ele casou comigo vai ter que me aguentar pela eternidade, azar o dele se depois não me quiser mais. – eu estava cheia de saudade, há mais de 3 dias que eu não o via e isso era uma tortura, viagem longas demais são um inferno.

Alguns minutos depois reconheci que estávamos chegando no reino, saltei do caminhão e fui como uma bala para onde eu sentia que Niklaus estaria, eu sequer havia avisado que estávamos voltando para casa. Parei olhando meus shorts rasgado e meu top e dei de ombros, não teria como melhorar muito. Corri para o jardim e a primeira pessoa que vi foi Elena e Damon brincando com Hope e logo depois vi Niklaus e reparei que todo o reino estava no local vendo a pequena Hope, cheguei como um bala e ele se virou a tempo de me segurar com força e enterrar seu rosto em meus cabelos, Klaus estava tão tranquilo.

— Oi Nik. – dei um beijo rápido que me apertou com mais força ainda quando nos separamos.

— Oi querida. Voltou rápido querida. – sussurrou tocando meu rosto – Estávamos em reunião.

— Que reunião?

— Ninguém de lá nos deu mais informações, estávamos preparando um grupo de buscas para ir para lá. – Niklaus é mesmo impaciente, tudo tem que ser feito tipo para ontem.

— Eu fiz tudo como disse que faria, deu tudo certo. – olhei para todos os nossos “irmãos” – Conseguimos tudo que precisávamos, estão todos bem... não tivemos nenhuma perda.

— E qual é a dessa coroa Morce? – Damon questionou apontoando para o objeto que reluzia e eu sorri para eles – Não planejamos nenhuma festa temática.

Olha isso era uma boa ideia.

— Acontece que sua linda senhora rainha conquistou mais dois reinos na Transilvânia. – abri um sorriso vendo os rostos retorcidos de choque – Um selvagem e um... normalzinho assim.... foi bem fácil na verdade e vamos ignorar o fato de que... bem... os dois foram completamente destruídos. – olhei para Klaus que tinha os olhos arregalados, as sobrancelhas erguidas e a boca levemente aberta – Parabéns rei, nós estendemos a nossa fronteira Nik. – beijei seus lábios – Feliz aniversário, eu decidi que o seu aniversário é hoje, portanto será. – passei a coroa mesquinha para ele – Você é o novo rei da Europa. Depois que matarmos toda a família real.- debochei.

Ele apenas riu e então a buzina fez todos se dispersarem, sorri para ele e fui para a traseira do caminhão que ficou virada na direção deles, logo outros seis chegaram ocupando todo o nosso jardim.

— Tudo isso para transportar os nossos vampiros? Eu nem mandei tanta gente assim. – sorri para ele que tinha os braços cruzados.

— Isso Nik, é madeira. – chutei a porta da carroceria e os outros vampiros fizeram o mesmo – Estamos prontos, vamos fazer nossas armas.

~º~

— Tudo bem aqui? - olhei para os híbrido que apenas acenaram enquanto cortavam as madeiras.

Olhei para mais longe vendo eles cerrarem e darem formas a estacas e flechas, temi que não fosse o suficiente afinal eu não sabia quantos de Esther viriam, eu não poderia arriscar a voltar para aquele local.

— Tudo bem querida?- Mikael se aproximou de mim e eu dei de ombros olhando ao redor, ele já não me incomodava tanto quanto antes, mas eu ainda não relaxava em sua presença afinal Finn teria o trago por algum motivo, não é? Ou estaria enlouquecendo?

— Sim, tudo Mikael. - sussurrei e ele me encarou com curiosidade vendo que eu não havia o xingado ou algo do tipo - O que aconteceu nos últimos dias?

— Nada de relevante, alguns reinos vieram até nós para tentarem aliança, Niklaus foi bem claro dizendo que os aceitaria como aliados desde que homens e mulheres de nossa confiança fiquem entre eles por tempo indeterminado para decidir se eles devem ou não fazerem parte dessa aliança. - abri um sorriso bobo, Nik me dá tanto orgulho.

— Perfeito. Isso é ótimo. Problemas?

— Não, não tivemos problemas com absolutamente nada. Não tivemos mais nenhum vampiro de Finn e Frederich já assumiu o trono no Canadá e transferiu tudo para lá, ele pediu que quando Esther voltássemos nós o chamassemos.

— Perfeito. - suspirei - Eu vou atrás de Klaus. - avisei.

Entrei dentro do castelo dando uma olhada ao redor e segui em direção ao nosso quarto, acenei para Stefan e continuei o percurso sem o interromper e então parei.

— Oi Bekah. - ela me olhou de cima a baixo e riu se aproximando.

— Oi Sage, quanto tempo. - sorrimos - Não deu tempo de esquercer você, mas o reino ficou muito quieto sem você por aqui.

— Vai continuar por pouco tempo, eu tenho um plano, mas primeiro preciso discutir isso com Klaus e Ibis, para testarmos as possibilidades.

— Eu entendo, bem... eu já vou. - sorrimos e eu fui em direção ao banheiro ouvindo Klaus conversar com Hope no quarto dela.

Tomei um banho extremamente demorado e vesti meu roupão, segui para quarto e peguei um vestido branco e longo com fendas laterais e calcei uma sandália baixa. Me aproximei do quarto e abri a porta vendo Klaus sentado em uma poltrona com o bebê em seus braços, ele apenas me deu uma olhada rápida e tornou a falar com ela.

— E então o rei recebeu uma pequena princesa como seu maior presente dado por duas rainhas. - fechei os olhos me lembrando de Hayley morrendo pelas minhas mãos.  - Sage. - ele estava de pé tocando meu rosto - Obrigado amor, nós temos que reagir.

— Sim. E eu vou usar o fato de ser uma bruxa poderosa para isso agora. – anunciei.

— Como amor? - ele me olhou em expectativa.

— Um método fácil e rápido para resolver isso. - dei um sorriso pequeno - Um modo de a deixar presa por um bom tempo.

Escondi que isso exigiria sacrifícios.

— Prefiro falar na presença da nossa família, assim não terei que fazer repetições. - resmunguei e ele riu.

— É preguiçosa mesmo sendo imortal, tem coisas que nunca vão mudar mesmo.

~°~

— Um trabalho de reis. - Niklaus de virou esticando os braços e me erguendo mesmo que eu não precisasse de sua ajuda, mas ele fez e eu não reclamei disso - Sage precisa mesmo disso? - ele olhou meu vestido vitoriano.

— Eu quis usar Nik, nunca vou ter a oportunidade. - girei vendo a saia fazer o mesmo e tombei para o lado com o peso do vestido, ele apenas riu e me puxou para cima.

— Queria ser tanto de outro século assim? – zombou.

— Ah eu queria. Já seria rainha a muito tempo. - ele riu.

— Não seja tão convencida assim amor. - a merda do vestido ficou preso no galho e eu cai.

— Não sou Nik, mas e ai... o que vamos fazer?- me ajudou a me levantar.

— Matar bruxas querida. - ele sorriu enlaçando sua mão na minha e me puxando pela mata.

— Ah Nik. - resmunguei e ele me pegou no colo pulando um tronco - Eu posso fazer isso sozinha.

— Tudo bem. - me colocou no chão e resmungou e eu então corri atrás dele e fui de boca no chão, ele se virou rindo.

— Nik me ajuda. - pedi levantando com dificuldade - Eu não quero mais usar esse vestido. - resmunguei e ele apenas deu de ombros deixando claro que não poderia me ajudar.

Fui até ele e arranquei sua jaqueta, ele parou me olhando então colocou as duas mãos no quadril e virou para o lado oposto bufando quando eu tirei o vestido e coloquei apenas sua jaqueta, que não cobriu muito, mas foi o suficiente.

— Pronto. - estiquei as pernas e corri sentindo ele vir atrás, parei escorregando e olhei para o local sem ver absolutamente nada de diferente – Nik...

— Calma amor, relaxe tudo bem?

— Como consegue essas informações? – ele olhou de forma reprovadora para as minhas pernas.

— Ibis ou Gaspar me enviam as localizações dessas bruxas amor, constantemente. Eu apenas elimino elas que estão se oferecendo para Esther.

— Sei que eu disse que não iriamos discutir sobre isso, mas... e seu pai? A hora está chegando, e se ele não ficar do nosso lado? – ele me olhou atentamente.

— Ele vai Sage, se tem algo que ele ama mais do que Esther são os filhos.

— Mas Nik... – me interrompeu.

— É eu sei, eu sei disso. Mikael também gosta do poder Sage e isso nós estamos tendo de sobra. – respirei fundo e prendi meu cabelo e olhei meus saltos com descaso.

— Acha que isso o impede de tentar algo contra nós? – ele parecia estar sem respostas.

— Ficaremos de olho.

— E se você não puder? – eu basicamente estava esperando pela sua autorização para o matar, eu não faria como fiz com Finn ou Sage.

— Então você pode. – ele me encarou sério – Algo que queira me contar?

— Eu matei Sage. – ele me encarou e deu um sorriso imenso.

— Eu estava certo. – sussurrou e gargalhou – Eu estava mesmo certo.

Neguei com a cabeça e quando vi ele já estava com um pescoço quebrado nas mãos, suspirei e vi ele lançar uma pedra imensa em direção a cabeça de outra bruxa fazendo o pescoço dela pender para trás, ele me encarou com um largo sorriso, quando dissemos que iriamos tomar New Orleans, nos referíamos a tomar ela das mãos de todas as pessoas que pudessem a colocar e nos colocar em risco.

— Olá queridas amigas. – ele as cumprimentou e eu parei ao seu lado com as mãos dentro do casaco, estava nevando e frio e eu me questionava o que eu tinha na cabeça para caçar bruxas com um vestido daqueles, agora tinha que ficar passando frio por que eu não vestiria a calça de um cadáver e nem de outra mulher ainda mais sendo inimiga.

Anti-higiênico, eu poderia pegar alguma infecção viral que me transformasse em uma aliada de Esther. Vai saber né, praga de bruxa ou carma.

— Sage amor... eu estava falando com você. – Niklaus chamou minha atenção.

— Quê? – olhei pra elas – Nik eu só vim te dar cobertura, o que foi?

— Esquece.

— Então quer que nos aliemos a vocês? – uma delas perguntou com deboche.

— Eu não quis dizer isso, só quis dizer que vocês irão ficar ao nosso lado querendo ou não. Não estou dando escolhas e a minha esposa precisa de força... vocês serão a força delas. – ele sorria e elas apenas o olhavam com a sobrancelha arqueada.

Aliás como foi que essas mulheres surgiram aqui hein?

— Como se nós não queremos?

— Sage é uma bruxa poderosa, se adaptou bem e evoluiu rápido, ela vai drenar vocês.

— Não é assim que se adquire poderes, sinto informar.

— Você que não entendeu fofa, me pergunto se burrice é algo comum da classe de bruxas das quais vocês vieram. Absorção, assim como Esther está fazendo com vocês. – informei.

— Vai nos drenar?- ela questionou – E que bruxa você é?

— Filha de Ibis sua vadia, a rainha de New Orleans eu achei que isso já estivesse bem claro será que agora eu vou ter que tatuar no meu corpo? – comecei a avançar em direção a ela e vi que tentava me atacar, me aproveitei disso para começar a absorver os seus poderes e vi que ela me encarou assustada assim como o resto do grupo – Eu sou a rainha dos vampiros, lobos, híbridos, duplicatas e das bruxas. Devo mencionar que se eu quiser... posso ser dos mortos – dei um sorriso sádico – Mas mudei de ideia, já tenho o suficiente de vocês. – vi que ainda absorvia seus poderes mesmo que não me atacassem, eu estava os sugando lentamente – Niklaus está com sede.

Me virei e o loiro sorriu para mim com a boca suja de sangue enquanto derrubava um corpo no chão.

~º~

Cruzei as pernas olhando para Gaspar e Ibis, estávamos vestidas de moletom e meias coloridas nos olhando. Klaus suspirou ao meu lado olhando para o lado de fora tentando entender o motivo da nossa reunião, Eleonor, Scarlet, Akio, Theodore e Elliot apareceram se sentando no imenso tapete deixando os locais vagos para Damon, Elena, Elijah, Marcel e Alaric que eram nossos “generais”. Precisaríamos apenas deles.

— Aqui. – Ibis me passou um chocolate quente e eu agradeci cruzando minhas pernas e olhando para eles com um pouco de apreensão, o que eu diria era um tremendo de um absurdo e eu torcia para que Ibis não falasse demais ou eu teria graves problemas com a execução do plano.

Era a forma mais saudável, não podíamos deixar que Esther aumentasse mais ainda o seu exército. Ela estava se alimentando se dezenas de almas que estavam sendo lançadas pelo local, haviam alguns vampiros trabalhando para ela e isso estava causando um desequilíbrio imenso já que a quantidade de mortos aumentaram significativamente então aumentamos nosso efetivo na caça desses vampiros e consequentemente começamos a perder alguns dos nossos.

— Eu estive pensando muito nisso e eu acredito que temos um método de nos livrarmos de Esther mais rápido, escutem. Esse método é perigoso, mas as vantagens são as que contam mais. Esther estará bem mais fraca quando vier para cá e bem despreparada, o exercito de originais e mortos que ela irá trazer serão em um número bem menor e isso significa que teremos bem menos trabalho. Nós que estamos aqui temos bastante força e o que podemos fazer vai requer bem mais do que já temos, mas mesmo assim estaremos bem mais a frente de Esther.

— O que você realmente está pensando em fazer Morce Blair?- vi que o rosto de Alaric se enchia de compreensão enquanto ele assimilava minhas palavras.

Ibis e Gaspar logo entenderam assim como meus irmãos e todos se olharam pensativos sabendo que isso poderia não ser um sinal muito bom, mas eles entenderam. Sabiam os riscos e os benefícios eram maiores do que os malefícios.

— Sage... não. – o rosto de Elena se encheu de compreensão e ela olhou para Niklaus pedindo ajuda, mas ele ainda não havia entendido, ou parecia não querer entender.

— Alguém pode por favor me explicar o que está acontecendo?

— Sim. – a voz de Ibis saiu dura, mas quem continuou foi Gaspar.

— Nós vamos trazer Esther para o mundo dos vivos.


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