Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 70
Em guerra




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Olhei o imenso grupo que se abraçava em despedida, abracei Bonnie e me afastei dela vendo os Resh se aproximarem junto de Davina. Niklaus os olhou com curiosidade se perguntando o motivo de Bonnie e Davina estarem no local e eu apenas sinalizei para deixar quieto, ele não precisava saber dos detalhes. Ele ficaria louco quando descobrisse e percebesse o que estava acontecendo.

— Me escutem. – falei para os presentes – É o seguinte... Nós temos duas bruxas do nosso lado e eu preciso que elas sejam protegidas tudo bem, elas vão me ligar diretamente ao mundo de vocês. Para quê ninguém precisa saber, só façam isso e nunca baixem a guarda.

— Aos híbridos o seguinte aviso. – Niklaus interferiu – A mordida de vocês é altamente venenosa para os vampiros, mordam. A dor é imediata e isso pode os desnortear, usem isso ao favor de vocês e não tenham dó de absolutamente ninguém. Usem o que ensinamos a vocês.

— Vamos deixar claro que é um exército de mortos, é possível que vocês encontrem parentes de alguns de vocês durante essa guerra. Não hesitem ou irão morrer, eles não estão do nosso lado. – Ibis interviu.

— E não deixem Esther tocar em vocês por nada, estaremos do outro lado do mundo dos mortos e tentaremos evitar que ela entre para cá e absorva vocês, vamos cansar Esther, sugar Esther ao máximo já que ela não morre e iremos selar ela de vez. Eliminem qualquer um do exército e não deixe nenhum deles fugiram, as bruxas tem que serem mortas assim que pisarem aqui. – Gaspar gritou.

— Vamos! – Marcel gritou e eles começaram a caminhar em direção ao local de onde abriríamos o portal.

Me preparei para os seguir, porém travei ao sentir a sensação estranha me dominar e me virei vendo Niklaus e Mikael logo atrás. Nik sorria animado e Mikael o encarava extremamente sério, tive certeza absoluta que nada de bom sairia daquilo.

— Viu pai... o nosso reino! – ele ria animado e a sensação de algo muito errado me dominou, notei que estávamos completamente sozinhos no jardim do castelo, sabia que apenas Rebekah e Kol estavam por perto, mas em nosso quarto – Nós os construímos.

— É Niklaus, é um belo reino. – ele sorriu irônico – Realmente você fez um trabalho incrível. – ele estava próximo de nós e vi que Nik sorria animado – Mas pelo que eu sei ele não é totalmente seu. – ele sorriu perverso – Não por direito.

— Como assim? – ele ficou confuso.

— Eu não deveria ser rei? Afinal sou seu pai! O pai que você tanto ama.- ele ergueu os braços – Você deveria ser meu sucessor.

— Niklaus não é seu filho, você mesmo me disse isso, não comece, não coloque coisas na cabeça dele.

— Não estou colocando nada na cabeça de Niklaus. É a mais pura verdade, isso tudo aqui é meu, eu vou saber governar esse lugar como ele deve ser governado. Nada daqui te pertence, nada disso aqui é seu Niklaus. Isso aqui é meu! – ele gritou exaltado – É tudo meu! Eu te criei e o que você criou me pertence.

— O que te impede de tomar o reino dele? Não vamos entregar nada. – ele riu me olhando como um louco.

— A única coisa que impede o meu filho bobo de fazer isso, é você. – ele me segurou com força e passou o punhal de prata em minha garganta causando uma dor excruciante, me joguei no chão sentindo o sangue sair rapidamente já que feridas provocadas por prata demoravam para se curar, se ele enfiasse em meu coração eu estaria morta.

Eu estava completamente entorpecida pela dor e senti meu corpo ser tomado de Mikael com brutalidade, Klaus me colocou no chão e olhou para Mikael com dor.

— Não consegue realmente me amar?

— Eu amo o seu reino, o que você construiu. Não você. – senti a marca queimar como o inferno, Niklaus sentia que estava me perdendo e ao mesmo tempo sentia que perdia o pai.

Vi a estaca de madeira branca deslizar por dentro de sua jaqueta e ele suspirou descontente.

— Eu deveria ter ouvido ela e te matado assim que você voltou, mas ela deixou que eu confiasse em você e deixou que chegasse até aqui Mikael. Você me feriu e feriu a minha esposa, a mulher que eu marquei e escolhi para passar a eternidade ao meu lado. Não toque nela. Nunca.

Ele se lançou contra Mikael e segurou a jaqueta dele com força e o olhou firmemente, notei que Mikael o encarava com assombro e me sentei com dificuldade.

— Eu sou um rei, e um rei toma as melhores decisões para o seu povo e sua família. Eu estou me livrando da maldição que você se tornou na minha vida, dessa vez... eu não espero que volte. Você não é mais um fantasma para mim Mikael. – ele enfiou a estaca no peito de Mikael com força e eu vi surpresa quando seu corpo foi completamente tomado por chamas enquanto Mikael o olhava em choque e desabava no chão em meio aos próprios gritos.

— Nik. – ele me encarou sério, senti que ele estava com o peito pesado, mas ao invés de virar as costas ele veio em minha direção e colocou o pulso em meus lábios, seu sangue ajudaria a me curar mais rápido.

— Vamos embora meu amor. – ele ajudou a me levantar e começamos a correr em direção a onde o portal seria aberto – Quanto tempo pode demorar?

— Não sei, não sei se tenho forças pra isso... eu espero que o que eu acumulei seja o suficiente. – admiti.

Ele me encarou preocupado.

— Como assim forças pra isso?

— Nik, eu sou a rainha dos mortos. Eu é quem devo abrir, os outros serviriam apenas como suporte. – eu havia ligado para Heloísa a chamando, mas ela disse que não viria e que se eu quisesse poderia ir até o Kansas e absorver todo o seu poder, essa seria a forma dela de nos ajudar indiretamente.

Ele apenas concordou com um aceno e nós paramos em um imenso campo aberto, todos se viraram para nos olhar e eu suspirei indo até o local com os olhos atentos dele, dei um aceno para Bonnie e Davina que foram para uma pequena estrutura sendo protegidas por Kol e Enzo, as duas bruxas seriam fundamentais para o que eu faria e eu precisava da colaboração máximo dos dois vampiros que as protegeriam, eu estava fazendo tudo pelas costas de Niklaus e sabia que o resultado disso não seria nada agradável. Eu espero que algum dia ele me perdoe e entenda que as vezes o sacrifício também é uma forma de demonstrar amor.

— Sage, nós vamos segurar. – Ibis avisou com um sorriso e Gaspar concordou, a olhei atentamente vendo que ela estava terrivelmente cansada.

Me virei de frente para todo o reino e Ibis ficou mais afastada ao meu lado direito, Gaspar ao esquerdo ao lado de Akio, Scarlet. Elliot e Eleonor ficaram ao lado de Ibis e Theodore atrás de mim me dando o maior suporte já que de meus cinco irmãos ele era um dos que tinham mais força. Deixei a energia fluir de meu corpo e meus braços automaticamente se ergueram sozinhos enquanto uma ventania forte nos atingiu, ouvi um zunindo a minhas costas e Theodore me segurou pela cintura me mantendo firme e então o vento aumentou mais ainda a intensidade vindo de minhas costas e quase nos lançando para frente. Senti a energia começar a se esvair rapidamente de meu corpo quando os primeiros corpos passaram, Ibis pegou a primeira bruxa que saiu e pude sentir que ela drenava lentamente os poderes da bruxa.

— Está acabando tão rápido. – sussurrei e meus olhos ficaram completamente cegos.

— Logo termos que arrumar uma outra maneira de aumentar os seus poderes, podemos ir até o Kansas. Niklaus ordenou que os que o ataque dos arqueiros iniciem. – ele sussurrou em meu ouvido já que eu não escutava mais nada que ocorria ao longe.

Comecei a enfraquecer e quase fui ao chão, a energia que eu precisava apara manter o portal era bem maior do que eu imaginava. Fui segurada e engasguei sentindo mais mãos em meu corpo, eles não poderiam transferir mais e eu tive certeza que era devido a quantidade de pessoas que atravessavam os portais.

— Vocês são o suporte, Ibis está mais fraca que o restante de nós, Marcel já está chegando. – avisei para ela que vinha testado a absorção durante algum tempo, algo que era extremamente difícil – Segurem o portal, eu preciso sair.

Sussurrei e então desapareci do local e reapareci no Kansas, já estava quase anoitecendo e as ruas estavam completamente escuras. Theodore veio para minha frente e suspirou.

— Coloque as mãos no chão, Heloísa sabe dos riscos que isso trará e concordou. Se sentir que adquiriu poderes demais se afaste e vamos embora, é melhor que absorva apenas o suficiente ou teremos grandes problemas. O poder pode se descontrolar e agir sozinho transferindo energia para pessoas que não precisam.

Me agachei e toquei o chão absorvendo toda a energia do local, uma fumaça branca saiu de meus lábios quando meu corpo passou a esquentar rapidamente de acordo com a energia que eu absorvia. Heloísa era extremamente poderosa e a quantidade de energia que ela colocara para proteger o local era uma prova disso, senti meus dedos adormecerem e percebi que Theodore fazia o mesmo que eu aumentando mais ainda a intensidade da ventania.

— Vamos voltar. – absorvi mais ainda e abri novamente meus olhos que perderam o foco rapidamente enquanto a energia penetrava cada vez mais em meu corpo.

E então estávamos de volta no campo e novamente a energia fluía pelo meu corpo abrindo mais ainda o portal, até que eu finalmente o senti quebrar. Meus olhos voltaram ao normal e eu percebi que o local estava completamente silencioso, olhei para o local onde o portal deveria estar e a única que se podia ver eram vultos passando de um lado para o outro despreocupadamente por um fino véu esbranquiçado e então começamos a nos afastar, corri para o lado de Niklaus pegando minha flecha ao mesmo tempo que restaurava meus poderes, Esther ainda não havia passado, mas eu sentia que se exercito original já estava vindo. Os híbridos ficaram na linha de frente eu fiquei sobre uma arvore com meu arco, o grupo de Marcel chegou jogando os corpos das bruxas desmaiados e logos os membros Resh passaram a absorver os poderes delas. Na realidade... suas almas.

Os primeiro passaram e já caíram em chamas com as flechas que os acertaram no peito com força, os próximos vieram sendo acertados pelas estacas dos híbridos e mais flechas foram lançadas, eu sabia que Phoebe e outros guardiões pegavam as almas lançadas de volta para o local e as aprisionavam ou as drenavam impedindo que fossem libertas. Era um trabalho complicado, eu havia liberado vários mundos dos mortos e o purga o que significava que os guardiões tinham o trabalho de manter os portais dos mundos de outros mortos completamente selados, era um trabalho em conjuntos nós recebíamos ajuda de bruxas anti-Esther.

— Precisamos de você aqui. – Elijah sussurrou e eu saltei para o chão vendo que algumas pessoas começavam a ficarem alteradas – Os familiares estão chegando. – ele olhou para uma morena que avançava em nossa direção – Luiza.

Olhei para Nataniel e vi que ele encarava de maneira inexpressiva, talvez tentando achar Eva, mas ela não parecia estar entre eles. Suspirei e corri em direção a um dos mortos pegando meu punhal e rasgando seu pescoço assim como fiz com vários outros e fui seguida pelas vampiros de meu reino que imediatamente tornaram a lutar mesmo em um momento de dor, assim que me preparei para ir em direção a Luiza meu corpo foi segurado com força e eu me virei vendo Elijah.

— Eu quem devo fazer. – ele sussurrou e correu até ela e sem hesitar enfiou a mão no peito dela enquanto os dois se encaravam sem dizer uma única palavra, ela esticou o braço tentando encostar no rosto dele que apenas a lançou no chão junto com seu coração.

Concentrei a energia em meu peito e logo estava atravessando despreocupadamente o portal e parando de frente ao de Luíza vendo que ela tentava novamente avançar nele, agarrei seu pescoço assim que ela passou e ela me olhou surpresa.

— Não tem espaço para você nessa família. – sussurrei quebrando seu pescoço e lançando para dentro dele novamente – coloquei minha mão no véu vendo ele escurecer aos poucos enquanto parecia se rachar sob minhas mãos, Luíza estava bem nítida diante de meus olhos batendo contra o véu enquanto ele se despedaçava completamente e deixava de existir.

Cai de joelhos e novamente concentrei minha energia voltando para do campo novamente e parando no meio da batalha, olhei para Kol e Enzo e acenei com a cabeça, eles imediatamente começaram a agir enquanto eu novamente voltava para o mundo dos mortos e começava a canalizar minha energia as conectando com Bonnie e Davina e mandando os nossos mortos de volta para o campo de batalha, assim que ocorreu uma pausa eu retornei caindo nos braços de Alaric que me encarou preocupado.

— Eu sei. – sussurrei, eu precisava me recuperar.

Olhei para o campo e vi que Niklaus socava diversos originais no peito e eles caiam no chão completamente em chamas, entendi que eram as estacas que ele havia desenvolvido juntos com Marcel já que ele os atacava com tanta rapidez que eu mal conseguia o enxergar, apenas via os corpos caírem em chamas enquanto sem nenhuma piedade ele matava os não vampiros. Ele se saia muito bem sozinho e isso me aliviou extremamente.

Natalie passou como uma bala por mim atacando um vampiro que quase matou Katherine que parecia ser bem odiada pelos mortos visto que a maioria dele ia em direção a ela gritando o nome da maldita e então eu me lembrei... havia Mikael. Mikael agora era um morto, assim como Finn e a outra Sage maldita. Maldita família.

— Você tem minha autorização. – Niklaus estava ao meu lado e me encarava seriamente – Hoje só viverá quem estiver ao nosso lado, faça o que for precioso e o que for o certo Sage. – ele sussurrou – Eu confio em você.

Respirei fundo engolindo a  dor e a transformando em ódio, Niklaus me deu autorização para acabar de vez com a sua família e isso não poderia me deixar mais feliz, ele finalmente havia entendido as coisas. Finalmente ele estava percebendo a necessidade de os manter longe, eles não eram saudáveis e tinham que serem esquecidos.

Novamente voltei ao mundo dos mortos e não encontrei nenhum deles, algo que transformou isso em um sinal péssimo, ou eles estavam com Esther ou já haviam saído e considerando que eu sentiria que eles saíram... bem... só há uma opção.... eles realmente estão com Esther.

Ataquei um original enfiando uma das estacas nas mangas de minha blusa em seu peito, chutei outro para longe e agarrei um que foi jogado em minha direção, desci o braço enfiando a estaca em seu peito com força o deixando em chamas e chutei a costela  de uma vampira a jogando nos braços de Damon que a acertou com a estaca. Ele ficou ao meu lado protegendo o meu lado direito enquanto eu me revezava entre chutar, socar, morder e enfiar estacas nos originais. Phoebe deveria estar vivendo um verdadeiro inferno entre os dois mundos junto aos guardiões tentando eliminar tantos originais que voltavam para o mundo dos mortos.

Senti meu nariz escorrer e toquei vendo o sangue, eu estava usando muito de meus poderes, abusando deles já que eu ainda usava minha energia para manter o portal aberto e deixar que eles saíssem. Cada um que passava pelo portal sugava mais e mais de minha energia me destruindo completamente, quando Esther saísse de se próprio mundo isso apenas iria piorar mais ainda.

— Sage tudo bem? - Niklaus tocou meu braço e eu o olhei.

— Não. - ele me olhou preocupado - Esther está saindo.

Comecei o processo de camuflagem e o restantes dos bruxos também, nós tínhamos que criar desorientação, fui para uma árvore e algumas duplicatas fizeram o mesmo se escondendo nas sombras enquanto os Originais eram atacados pelos grupos de Niklaus e Marcel e então a vadia atravessou confusa e surpresa ao ver o quão grande era o nosso exército. Saltei diante dela a dando um chute no rosto que a jogou no chão com violência a deixando desnorteada, ela tentou me atacar, porém nada aconteceu.

— Olá Esther. – sorri.

— Finalmente uma Mikaelson. – ela se levantou despreocupada enquanto me olhava atentamente – Sage não vamos ser estúpidas tudo bem? Por que não uma aliança? Somos família agora.– ela sorria enquanto seu exército continuava passando por nós – Eu. Você. Niklaus, Elijah. Kol. Rebekah. Mikael. Sage. Finn... Hope. – ela sorriu.

— E Freya?- perguntei debochada e ela me encarou – Por que eu iria querer uma mulher que assassinou a própria família ao meu lado Esther? – dei uma risada insana – Nós somos completamente diferentes. Uma pessoa que é capaz de matar os próprios filhos não merece estar em família alguma.

Ela tocou meu braço e senti que tentava absorver meus poderes discretamente, mas a “camuflagem” a impedia isso dando a impressão de que eu não tinha poder algum e nenhuma energia e isso a deixou extremamente confusa.

— Disseram que você era tão poderosa quanto Ibis, mais do que ela.

— Eu sou, é por isso que você não me afeta. – sorri vendo a preocupação passar pelos seus olhos e logo ser escondida.

— Eu estou propondo uma aliança.

— E eu já disse que não aceito. – peguei seu pescoço o segurando com força e passei a drenar sua energia recebendo um olhar surpreso dela.

 A pancada em meu braço o quebrou e eu a larguei vendo ela desnortear centenas de vampiros no campo, olhei para o lado vendo a Sage ruiva com um sorriso zombeteiro.

— Eu sabia que tinha te matado muito rápido. Por que está sorrindo, fui eu quem te trouce, acha que eu não tenho um plano?- ela ficou imediatamente séria.

Eu iria jogar Esther de volta no mundo dos mortos o mais rápido possível, e não é difícil entender o por que. Toda bruxa que atravessa o portal perde boa parte de seus poderes e com Esther não seria diferente, era lá, no lugar dos mortos que eu daria fim a essa guerra.

Esther se voltou para mim e eu agarrei o pulso de Sage arremessando a vadia ruiva contra Natalie que fincou uma estaca no peito dela sem precisar de mover, foquei novamente em Esther e dei um sorriso sádico quando ela me olhou em fúria, ela estava forte, mas não possuía tanto poder assim visto que não se recuperou da criação do seu exército.

— Vou ser rápida e serei a sua altura embora eu queira te destruir, te encher de socos e chutes e eu vou fazer isso, mas primeiro vou te mostrar como eu sou melhor do que você sendo uma bruxa. E eu não precisei nascer como uma. – ela me encarou em fúria.

Esther ergueu a palma de sua mão e eu apenas a olhei sem me abalar, ela não queria usar todo o seu poder, mas teria que usar já que eu era bem mais forte do que ela imaginava que eu era. Suspirei e sorri e ela me deu um olhar de puro desespero quando começou a sentir a sua pele queimar, mas não pude concluir já que todos os ataques dos originais começaram a serem dirigidos a mim e eu tive de parar de a atacar para poder desviar dos golpes e os matar por ter ficado em clara desvantagem. Damon surgiu ao meu lado sempre bloqueando os ataques e me dando uma pequena chance de poder prender Esther em um único lugar sempre a empurrando para cada vez mais dentro do campo de guerra, eu apenas tinha que ser esperta o suficiente já que ela estava tentando fugir de mim e se ela usasse o tele porte estaríamos de mãos atadas.

Foi então que ela perdeu completamente a paciência comigo e tentou me atacar, me concentrei o máximo que consegui e absorvi todos os poderes que ela entregava de bandeja para mim, quanto mais intensamente ela me atacava, mais poder eu absorvia e eu sentia que isso me colocava em risco cada vez mais. Era poder demais para um único corpo.

— Sage faça agora. – Ibis gritou – Não podemos mais manter o portal.

Olhei para eles vendo que todos estavam exaustos e desgastados e então dei a cartada final para Esther no mundo dos vivos. Eu a lancei com força contra uma árvore a mantendo completamente presa enquanto ela tentava o mesmo comigo, e a queimei. Sim a queimei viva, tive o prazer de ver cada pedaço do seu corpo se destruir, borbulhar, incendiar enquanto sua pele se tornava completamente preta e destruída pelas chamas que começaram a se espalhar por todo o local descontroladamente, eu havia recebido muitos poderes e tinha que sair logo dali. Esther gritou desesperadamente se desgrudando da árvore e vendo todo o campo a olhar atentamente enquanto ela cambaleava completamente em chama com os braços em minha direção e antes mesmo que ela pudesse me tocar ela caiu com o corpo curvado aos meus pés.

Nós tínhamos que ir, agora ela estaria bem mais fraca e tínhamos que eliminar os originais restantes, olhei para Damon ao meu lado e o agarrei lhe dando um abraço apertado. Pude ver de esguelha que todo o reino estava exausto e tremendamente machucado, os que voltaram do mundo dos mortos graças a conexão dos guardiões com Davina e Bonnie ainda estavam desnorteados, eles não aguentariam lidar com nenhum outro original e eu não os poderia ajudar já que não poderia deixar Esther atravessar de novo e ainda tinha que encontrar Mikael, Sage e Finn que seriam extremamente perigosos. Beijei o rosto de Damon, eu não tinha outra opção, não poderia deixar mais ninguém passar.

— Cuide dele por favor. – ele me olhou atentamente com os olhos levemente arregalados.

— Eu sabia. – ele segurou meu braço com força enquanto ofegava, seus olhos revirando de exaustão.

— Eu sinto muito. – meus olhos se encheram de lágrimas – Mas a morte sempre esteve tentando me levar para o meu verdadeiro lugar, que é onde eu tenho que estar agora para acabar com isso. Eu voltarei. – sorri para ele – E vou te dever pela eternidade se não fugir dele. – dei um olhar para Klaus que me encarava chocado com os olhos arregalados – Eu te amo. – sussurrei para Nik.

E então senti meu corpo ser puxado com violência e quando vi eu já estava atravessando o portal e parando com um baque no chão vendo o campo de guerra completamente embaçado, vi ele vindo e coloquei a mão no fino véu que nos separava que aos poucos foi se solidificando antes de se tornar completamente negro e se quebrar antes mesmo que Niklaus pudesse o tocar. O portal estava fechado.

Gritei surpresa quando meu corpo foi lançado contra uma parede, o cenário era nada mais e nada menos que a mansão Mikaelson em uma versão um pouco mais antiga. Olhei para o fundo e vi Esther com um sorriso malicioso me encarando, era apenas um plano dela para me ter onde queria, eu entendi isso quando vi Mikael, Finn e Sage aparecerem ao lado dela. Eu estava sozinha lidando com originais e uma mega bruxa maníaca, isso deveria ter me assustado, mas só me deixava com mais raiva ainda.

— Olá Sage. – Mikael sorriu para mim, eu realmente não acreditava que ele estava do lado dela, mas essa era a maneira dele de sair dali.

— Vai se fuder seu maluco. – dei de ombros sem me importar com ele e a vadia loira apenas riu.

— Niklaus realmente decaiu muito, minha nossa.

— Achou que ia ficar por isso mesmo? Eu tentei te colocar do nosso lado, mas você negou. Não é?- Finn abriu um sorriso que eu vi se desmanchar com as minhas palavras seguintes provocando um ira contida na vadia ruiva, pelo menos ele não sairia de boa se eu perdesse essa briga.

— Por isso me seduziu e tentou me beijar? Sedução muito falha essa sua. – os olhos da Sage ruiva relampejaram.

— Já chega. – Esther me jogou com brutalidade contra a parede me deixando presa nela enquanto eu sentia todo o meu corpo se comprimir impedindo que eu respirasse completamente, ela só tinha que me prender em meu próprio mundo e me selar para que eu nunca mais saísse de lá.

Isso se ela se tornasse a bruxa rainha.

Vi com surpresa quando ela realmente começou a criar um portal nas costas dela, ela estava o controlando com facilidade embora sua criação fosse bem mais lenta, eu tinha que criar medidas drásticas para impedir isso. Fiquei tensa e me assustei ao ver Mikael se aproximar de mim, quando ele chegou perto bastante dei um chute em seu rosto o fazendo cair de joelhos e chutei com mais força ainda vendo seu corpo ser lançado brutalmente para trás, ele tentou se levantar e quando estava na metade do caminho eu o dei um soco com tanta foça que meu braço atravessou seu estômago o deixando horrorizado. Isso nunca seria possível de acontecer se eu não fosse tão forte. Retirei o braço dele e soquei seu rosto com força o jogando aos pés de Esther que apenas sorria animada com seu feito.

Vomitei sangue ao sentir um ataque brutal por todo o meu corpo provocando dores alucinantes em mim, cai de joelhos sentindo meu nariz escorrer com tanta força que uma poça vermelha de sangue se formou no chão me sujando completamente, a dor de cabeça era terrível e eu me perguntei o quanto essa maldita estava forte. Sorri para ela provocando o choque e me lancei contra eles quebrando o braço de Sage, chutando as duas pernas de Finn e novamente chutando Mikael com força no rosto. Agarrei seu pescoço fino e segurei seu rosto próximo ao meu.

— Eu vou ter o prazer de acabar com você completamente sua piranha falsária maldita. – enfiei meu braço em seu estômago e senti meu corpo ser puxado com violência, mas antes disso forcei o tronco dela para trás a quebrando ao meio . Bem feito piranha desgraçada.

Meu corpo foi jogado com brutalidade no chão e eu rolei fugindo dos ataques de Mikael que foi parado por um soco mais do que potente de Gaspar que surgiu ao meu lado, fui levantada por Theodore que tinha os olhos fixos neles. Respiramos fundo e Scarlet e Akio surgiram junto de Ibis e Elliot.

— Bem, todos reunidos. Isso é ótimo para acabar com vocês mais rápido ainda. – Esther sorriu de maneira muito estranha, ao ponto de me arrepiar e me fazer temer ela por um breve momento, ela estava mais do que assustadora e eu imaginei que ela estava planejando algo terrivelmente ruim – Com a minha família.

Vi surpresa quando Finn, Sage e Mikael foram ao chão gritando de dor enquanto olhávamos Esther completamente em choque com tamanha maldade, isso fez com que eu me sentisse horrível, horrorizada, desesperada. Como alguém podia fazer isso com a própria família por poder? Ela havia perdido completamente a sanidade. Esther estava sugando almas, as almas de sua família, a energia de sua própria família os reduzindo a nada. Eles estavam deixando de existir sem desejarem isso para dar poder a essa maldita mulher.

Pude ver facilmente a energia deles fluindo para ela enquanto via o desespero em seus rostos, Ibis e Gaspar se moveram horrorizados e eu os segurei com força os impedindo de ir até lá.

— Não. Eu tenho um plano. – eles me olharam com assombro sabendo o que eu iria fazer, torcíamos para que fosse do nosso modo e não o inverso do que queríamos.

Vi os três se desafazerem completamente, desaparecerem diante de meus olhos como pó e vi Esther sorrir com satisfação. Ela estava mais do que poderosa, mais do que forte. Infinitamente mais do que nós estávamos. No mundo dos vivos eu era maior do que ela, mas no mundo dos mortos não. No mundo dos mortos ela era bem mais forte do que eu.

— Viu como eu facilmente posso ser mais poderosa? Ibis se empenhou tanto em distribuir seus poderes para que eu não os pegasse que ficou frágil, exausta. Você não merece o posto de rainha.

— A rainha sou eu. – contestei – Você querendo ou não, sou eu quem você vai enfrentar.

Caímos no chão aos berros sentindo a dor intensa, eu sabia que os guardiões tentavam entrar a todo custo, porém era impossível devido a força dela que os bloqueava. Era impossível que um de nós sozinho fosse capaz de derrotar Esther, até mesmo eu. Mikael, Esther e Sage eram poderosos demais.

Senti a mão de Eleonor em minha perna e a energia de seu corpo fluiu para o meu, Gaspar tocou minha mão direita me ligando a ele e Ibis fez o mesmo com a esquerda, Theodore, Elliot, Akio e Scarlet também fizeram o mesmo deixando toda sua energia fluir para o meu corpo, eles queriam que eu os absorvesse e isso me matou por dentro, me dilacerou. Eu sentia Akio morrendo e sabia que ela não resistiria por muito tempo, por isso eu agi.

— É poder que você quer? Eu te darei todo ele. – ela sorriu para mim e eu me levantei indo com firmeza em sua direção.

Joguei seu corpo no chão e passei a transferir todo o meu poder para seu corpo enquanto ouvia Ibis chorar, eu havia perdido um dos laços. Akio já não existia mais e logo outro corpo ocupou seu lugar e eu reconheci a energia de Anellise a substituindo. Esther apenas sorria para nós sem saber o que a aguardava.

— Não fique tão feliz, poder em excesso nos sobe a cabeça e fogem do nosso controle com uma facilidade que você não tem ideia. – ela apenas me olhou sorrindo enquanto eu avançava.

— Desistiu tão fácil assim? Que tipo de rainha você é?

— Eu sou o tipo de rainha, que vale o que é. Que merece o título que tem. – sussurrei cambaleando sentindo todas as minhas energias sumirem enquanto sentia outras chegarem com mais intensidade ainda provando que Esther perdia o controle, a energia dos guardiões chegavam em massa mostrando que a barreira que ela criou estava rompida.

E então ela finalmente percebeu que ela não estava no controle. Esther caiu a minha frente enquanto todo o local incendiava e ela iniciava um ataque mental contra ela mesma, eu apenas o intensifiquei mais ainda vendo seus olhos ficarem completamente brancos enquanto o sangue escorria dele assim como se seus lábios, ouvidos e narizes, seu rosto ficou vermelho e eu cheguei a acreditar que ela explodiria. Seria legal.

— Uma boa líder, conhece os seus limites Esther, não pegue mais poder quando não sabe lidar com o pouco que tem. – sussurrei e respirei fundo me erguendo – Tome tudo de volta. – ergui o braço a jogando contra o portal ainda sólido e ouvi o grito mais doloroso que já pude presenciar em toda minha vida.

Ester se fundiu ao portal enquanto seus ossos se quebravam completamente ficando expostos em cada centímetro de seu corpo a medida que ela se tornava um bola de carne enquanto tentava passar pelo pequeno buraco, seus poderes se manifestando em um ataque contra ela mesma devolvendo um pouco de nossas energias e se perdendo completamente dentro da própria Esther enquanto a matava lentamente, ela estava se incendiando sozinha sem que eu precisasse fazer algo mais e então eu toquei o portal e ela caiu para dentro dele comigo atrás. Entrei sentindo o toque gelado da morte e me agachei a sua frente vendo o horror estampado em seu rosto.

Eu sentia uma energia mínima em seu corpo, quase inexistente e sabia que infelizmente não poderia absorver isso já que essa energia poderia implodir e me matar no processo, Esther sempre estaria a beira do nada com isso. Nunca poderia usar seus poderes novamente por nunca saber no que isso resultaria, isso já era um castigo que eu tentaria deixar pior ainda. Ela ergueu os olhos confusa enquanto seu corpo infelizmente se recuperava, o local era bem antigo, casas de madeira, telhados de palha... fogueiras, forcas... o pesadelo das bruxas de volta a vida dela.

— Graças a sua burrice esse plano é um local limitado, não importa o quanto rode você ficara presa aqui, sempre vai voltar a esse mesmo ponto, as mesmas pessoas com ideias diferentes todos os dias. Eu não vou te prender em meio ao nada pois quero que você sofra a pior punição possível que poderia ter, pelas mãos de quem você causou dor.

Criei os corpos ilusórios que solidificaram imediatamente a deixando em puro terror, Mikael, Sage, Finn, Niklaus, Elijah, Rebekah, Kol surgiram ao meu lado assim como centenas de aldeões. Nenhum de sua família a reconhecia, afinal eram ilusões controladas por mim mesma com o resto de meus poderes.

— Bem vinda a era da caça as bruxas. – sussurrei para ela e ergui minha mão apontando o indicador – Bruxa! – gritei e os rostos se encheram de terror – Ela é uma bruxa!

— Bruxa! – eles gritaram em coro avançando contra Esther que se levantou desesperada gritando.

Sai imediatamente e parei diante do portal colocando minhas mãos nele e o solidificando completamente o deixando negro e parado, ele ficaria assim pela eternidade, eu não queria liberar o poder que estava com Esther dele, não poderia prever o que aconteceria. Ela estava finalmente, completamente selada. Sua maior condenação era sofrer pelas mãos do que sofreram devido a ela, ela seria perseguida todos os dias da sua insignificante eternidade. Morrendo e ressurgindo todos os dias sem nunca ter a oportunidade de fugir.

— Parabéns Sage. – Ibis e Gaspar me apertaram – Estamos sem nenhum poder aqui... Mas nosso dever foi cumprido com louvor.

Eleonor se aproximou com o grupo enorme de guardiões em suas costas que sorriam, eu nunca havia visto tantos clones assim. Tão juntos. Suspirei, estávamos sem forças, e não tínhamos como voltar tão cedo, provavelmente precisaríamos de alguns meses para nos recuperarmos.

— Quando vamos para casa?

Ibis me olhou e seu rosto caiu completamente, ela tocou meu rosto enquanto lágrimas inundavam seus olhos.

— Você acabou se selando aqui Sage, você fez esse sacrifício para prender Esther e não deixar que nenhum outro bruxo tivesse capacidade de entrar e sair daqui sem ter o devido poder. Você é uma guardiã agora. Eu sinto muito minha querida. – ela fechou os olhos – Você não controla mais isso aqui... nenhum de nós.


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Notas finais do capítulo

Pessoas esse é o penúltimo capítulo dessa temporada!
Sei que não respondi alguns comentários do capítulo anterior e o farei depois já que passarei o dia inteiro fora de casa!
Algumas cenas se perderam diante dos olhos da Sage devido ao fato dela ter se focado mais na bruxaria, então o lado brutal vai aparecer na visão do Nik, digamos que a parte mais corpo a corpo mesmo, ele será o responsável por ter uma visão ampla dos personagens!
Beijos, beijos!



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