Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 65
Não derrube a rainha




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— Cuide dele ou eu vou te estripar sua vadia. – sussurrei ´para Natalie que apenas me empurrou para longe.

— Até logo amor. – abracei Nik e fui apertar a bochecha de Hope que estava em seu colo, mas levei um tapa de Nik – Ela só tem 3 dias de vida Sage. Espere até os 6 anos pra fazer isso. – ralhou e eu rolei os olhos, essa era  a desculpa que ele dava pra qualquer um que quisesse tocar nela, mas ele tinha uma implicância comigo em especial já que tinha uma plaquinha no berço de Hope escrita “Sage não a pegue se eu não estiver por perto”.

— Tá né, tchau Nik. Tchau titia. – beijei o rosto dela e isso ele não impediu mesmo que me observasse com cautela, sai correndo em direção ao carro e me joguei no banco de trás.

— Cinto. – Stefan pediu e eu o olhei, ele ainda me tratava como se fosse humana, mas para evitar uma multa desnecessária eu coloquei a droga do cinto.

— Então... nós vamos fazer exatamente o que nesse viagem? – questionei a ideia de Damon, ele não conhecia os pontos divertidos de New Orleans e eu muito menos.

— Procurar a estaca, conhecer culturas... dar uma volta. – Stefan queria tirar Matt de minha cabeça e o meu recente ataque, o fato era que... Niklaus havia me induzido a “diminuir” o sentimento de culpa em mim, havia feito com que eu pensasse de maneira racional e percebe-se que eu não tinha culpa, mas a sensação ainda era horrível.

— Você sabe Morce Blair – revirei os olhos – Vamos colocar uma linha bem equilibrada entre trabalho e diversão. 1% trabalho e 100% diversão. – procurei não entender e nem questionar.

Me concentrei em Morce Blair, Damon tinha uma criatividade questionável.

— O que Damon quis dizer é que nós seremos oficialmente o guarda costas de você nessa sua incrível missão de bruxaria e guerra eterna. – Stefan resmungou – Francamente Sage... você não poderia se apaixonar por alguém normal?

— Tipo quem? Kol a Bekah?- ele engasgou – ou Elijah?

— Dá pra imaginar que existe uma família sem ser os Mikaelson? – ele riu.

— Dá até dá né, mas é a família com as pessoas mais gostosas que conheci, exceto vocês é claro. Exceto Stefan, devo frisar. – Damon apenas riu debochando – Damon serviria pra um homem sexy de estepe, você não é bonito. – ele é lindo, mas não precisa ter o ego inflado, isso ele faz sozinho.

— Por favor Morce Blair me poupe do seu amor reprimido por mim, admita logo que me ama. – piscou – E nós vamos daqui para um lugar melhor.

— Tipo um motel na praia? Nós três... em um ménage... – ele parou o carro e me encarou mexendo as sobrancelhas sugestivamente.

— Eu acho que o seu coração não me aguentaria Morce, você poderia voltar a vida.

— Ok será que dá pra parar com esse papo bizarro, eu não estou gostando. – interrompi, aquilo estava mesmo muito estranho.

Ele virou para frente e voltou a dirigir. Stefan ligou o som e começou a se mexer no banco do carro, Damon tirou as mãos do volante enquanto começava a dançar e agarrava uma garrafa de Whisky, rolei os olhos nada surpresa com isso.

— Ei... vocês viram minha filha?- perguntei olhando para fora.

— Klaus não deixou ninguém chegar perto dela. Só Ibis. Nem Rebekah viu... é claro que vimos ela quando você nos deu, mas foi o ultimo contato que tivemos com ela. – Stefan resumiu.

Uau, eu não imaginava isso... quer dizer... imaginava sim, com toda certeza, se eu não fosse quem eu sou, ele jamais me deixaria ter contato com outras pessoas enquanto fosse humana.

— É... estranho. – me lembrei da minha ida ao mundo dos mortos – Eu estive com Anellise, ontem. – anunciei – Eu entrei no mundo dos mortos. – os dois me olharam – Ela disse que ama vocês.

— Ela está bem? – eles me olharam – Achei que não pudesse ter contato com ela.

— Ela me procurou, ela pode ser achada apenas quando quer. É ela quem vai me treinar, para camuflagem. – avisei – Então... se eu disser que te amo em algum momento Damon... não fui eu, caso ela consiga possuir meu corpo ou vai saber não é?

— Uau, quanta consideração comigo Blair. – resmungou baixo e suspirou – Bem... quando a vir de novo diga que a amo.- dei de ombros olhando casualmente para o lado.

— Diz você. – sussurrei.

— O que?- Stefan me olhou.

— Ela está do meu lado. – dei de ombros vendo a loira sorrir e olhei para a janela completamente dispersa, mas ai me toquei que só eu estava vendo ela.

OK, EU NÃO GOSTEI DISSO.

— Ah... Oi Anne. – Stefan sussurrou e Damon me olhou.

— Sage você está brincando comigo? – ele me encarava sério – Anne olha só... me desculpe. – decidiu falar apenas isso.

— Pelo o que Damon? – gritei e ele quase perdeu o controle do carro com o susto.

— Por... não ter percebido que não era mais você. – ele resmungou.

— Sinto muito Anne... – tapei os meus ouvidos.

— Por favor gente... chega... eu não estou em meu estado mental normal... estou triste e não quero mais ouvir essas coisas.

— Você pediu para falarmos.

— Pedi, mas não quero mais. Ela sabe. – eles bufaram.

— E como está com a miniatura Frankenstein? – Damon questionou.

— Damon não se coloca apelidos em recém- nascidos.- Stefan repreendeu.

— Faz parte da família da Sage e Niklaus, já sabemos que será um monstro. Vou esperar pra quê?

Filho da puta.

— Hope vai bem, apear de Klaus ter eu deixado segurar ela apenas uma única vez por pouco tempo.

— Esperto. – Stefan falou baixo – Você quebrou vasos, quadros, mesas, cadeiras.. janelas... tudo isso dando dois passos e sendo um ser sobrenatural com ótima velocidade e reflexos. Imagina o que faria com um bebê.

— Olha só, não duvide das minhas capacidades maternas Stefan!

— Ele não está duvidando das maternas Morce, ele está duvidando de todas. – Damon gargalhou e Stefan o acompanhou.

— Quer dizer que me trouxeram nessa merda de viagem só pra me difamar e atormentar? Uau, eu estou mesmo em boas mãos.- resmunguei.

Os dois continuaram com o insultos, mas passaram a trocar entre eles mesmos ao invés de mim. Fechei os olhos por um breve momento e pensei em o que eu faria de bom da minha vida, eu precisava aprender o tele transporte e logo. Fora que eu tinha que aprender a controlar a minha sede voraz, fora que... eu virei uma híbrida meio gordinha ne? Confesso que eu estava comendo bastante antes de virar uma e confesso que como cinco vezes mais depois de virar uma, mesmo sabendo que eu não preciso, mas eu quero.

— Onde exatamente Damon está nos levando?- a loira perguntou do meu lado.

— Eu não faço ideia. Por que posso te ver e não posso ver os outros mortos? – os dois se viraram para mim.

— Canalizei minha energia em você e estou te seguindo Sage, não é fácil, mas é melhor do que fazer você entrar e sair toda hora do mundo dos mortos. Então estamos conectadas pelo tempo que eu quiser ou aguentar.

— Entendi. – olhei para fora – Mas iai, dá pra fazer uma pizza surgir aqui na mão ou nós vamos mesmo ter que parar?

— São dez horas da manhã Sage, não tem pizza a essa hora. – Stefan resmungou.

— Dá licença, quando foi que vocês aprenderam sobre bruxaria que eu não estou sabendo? Nós temos mais alguma senhora Salém a mais no carro e eu não estou sabendo? – ironizei.

Os dois bufaram descontentes.

— Não tem como fazer surgir uma pizza Sage. – ergui os braços para o teto, me deu poderes pra não servir nem pra sobrevivência básica.

— Bem, então nós vamos fazer. Damon para o carro. – pedi.

— Sage não interrompa a nossa viagem.

— Nem você sabe pra onde estamos indo. – ele deu de ombros e parou o carro no meio da estrada olhando para os lados.

— O que vamos fazer Sage?

— Tem uma casa ali. – apontei para o mato – Casa de luxo, olha só. Vamos cozinhar.

— Você acha que alguém vai nos deixar entrar assim, sem problemas na casa?

— Sim? – avançamos pela mata correndo.

— Me diga como.- chegamos ao local.

— Do meu jeito. – toquei a campainha e um homem bem vestido apareceu – Olá moço, eu estou com fome e vim encarecidamente pedir com toda a minha honestidade que o senhor nos empreste a sua cozinha, para que possamos fazer uma pizza. Apenas umas.

O homem ficou parado me encarando e quando foi fechar a porta eu estiquei o braço e o joguei nas mãos de Stefan que rapidamente o hipnotizou, ele nos deu autorização para entrar na casa e nós fizemos, mesmo que eu não precisasse disso. Avancei dentro do local reparando como ele era bonito, quero pra mim.

Fui para a cozinha sendo seguida pelos três e o homem apenas se sentou nos olhando, dei de ombros enquanto via os dois Salvatores parados me encarando, como se faz uma pizza? Stefan começou a mexer no próprio celular pegando a receita e Damon começou a mexer na adega dele procurando por algum interessante, ele se virou para nós erguendo algumas garrafas e as jogou no balcão. Minutos depois a massa estava estirada sobre o balcão enquanto a olhávamos sem muito interesse, o que colocaríamos como recheio?

— O que acha de frango?- Stefan apoiou a cabeça nos braços a olhando.

— Não tem frango, eu odeio frango. – o homem respondeu enquanto jogava baralho com Damon.

— Hum... bacon? – questionou.

— Enjoativo. – resmunguei ainda olhando a massa.

— Marguerita? – Damon questionou.

— Uma pizza só de tomate? Por favor é uma pizza. – o homem riu – Não tem que ter nada saudável.

— Concordo. – Stefan suspirou.

— Calabresa com muito queijo e orégano é a opção. – olhei os três e eles suspiraram.

— Pelo jeito vai ser isso. – Stefan colocou os ingredientes no balcão e começou a montar, passei a dar uma volta pela casa enquanto o dono me seguia.

— A quanto tempo mora aqui?

— Uns 15 anos. – o olhei atentamente e me virei vendo sua estante cheia de livros.

— Colecionador?

— Sim, a maioria são de poesias, gosta? – ele sorriu.

— Detesto. – ele riu – Meu esposo diz que eu deveria aprender um pouco mais de cultura... mas nem toda cultura é divertida.

— Realmente não tem toda cultura é divertida. – falou pensativo.

Comecei a vasculhar as suas coisas e vi uma bonequinha com uma roupa estranha, ela tinha um pequeno botão na plataforma. Apertei e ela começou a dançar, gostei.

— O que é isso? – questionei.

— Dança do ventre. – guardei na mente, eu pesquisaria depois.

— Onde podemos achar uma madeireira?

— Eu trabalho em uma querida. – o olhei atentamente – Sou dono.

Você acredita em sorte? Eu acredito.

— Incrível, precisamos de madeira de carvalho branco. Só preciso saber de onde consegue a madeira.

— Eu lamento por isso minha querida, mas faz anos que não achamos madeira de carvalho branco. Eu costumava exportar da Ásia, mas você sabe... a guerra e os problemas entre países impediram isso.- se sentou em um sofá e eu o acompanhei – Aconteceu o mesmo com todas as outras madeireiras, tentei comprar delas e não achei nenhuma.

— Acha que na Ásia ainda tem essa madeira?- ele suspirou – Achei que só existissem na Europa.

— Tenho certeza que não, fui para lá no ano passado, rodei a Ásia toda procurando pelos pontos antigos em que essas árvores nasciam e não encontrei absolutamente nada. Tudo completamente limpo, os habitantes disseram que as ultimas foram queimadas completamente, as pessoas que cultivavam conseguiram criar o clima perfeito para a cultivação delas.

Onde Finn estava conseguindo aquelas estacas? Deveria ter em algum lugar.

— Bem... então... vamos procurar.

— Se achar me avise. – dei um aceno e corri para cozinha ao sentir o cheiro da pizza.

Que maravilha.

~º~

Olhei Hope atentamente deitada em seu berço, eu havia acabado de chegar em casa e tinha tomado um banho. Niklaus estava desaparecido, provavelmente vagando pelo reino. Ninguém nem sabia que eu havia chegado, mas provavelmente isso logo aconteceria já que Damon e Stefan estavam vagando por ai.

Suspirei e estiquei os braços a pegando com cuidado e fui para a sala me sentando no imenso sofá, coloquei as pernas no apoio e observei Hope que esticava os pequenos braços. Olhei para seus pés e vi uma corrente extremamente fina segunda o pequeno pingente que eu havia dado para Hayley e sorri, talvez tivesse sido Niklaus. Com certeza havia sido Niklaus.

— Oi amor. Chegou cedo. – ele se aproximou sorrindo e se jogou ao meu lado – Achei que aguentaria ficar mais do que 5 horas longe de mim.

— É realmente não deu pra ficar muito tempo longe. – sussurrei, a marca as vezes conseguia ser um tremendo de um porre em relação a isso, era um sufoco ficar longe.

— Estou feliz por isso. – me olhou com um sorriso tranquilo, acho que ele ainda estava em choque pelas novidades.

Finn morto, Hayley morta e agora Camille. Não deveria estar sendo fácil, deveria estar fritando o lado da maldade que agia nele.

— Por quanto tempo eu fiquei presa com Finn?- suspirei.

— Cerca de umas 4 horas por ai. – informou – Conseguimos voltar pra casa no mesmo dia, foi uma viagem longa cheia de multas... mas nós chegamos a tempo.

— Frederich conseguiu o reino dele?

— Sim. Tecnicamente é nosso, dele e nosso. – abriu um pequeno sorriso – Marcel está furioso.

Eu podia imaginar isso muito bem. Eu esperava que ele pudesse se acalmar e ser um pouco mais paciente, mas tudo pra ele tinha que ser feito imediatamente. Obviamente graças a criação de Niklaus, não é de se esperar algo muito diferente.

— E ainda está na procura pela madeira?- debochou e eu o olhei de cara feia.

— Foi a única coisa que fizemos nessa viagem.

Na realidade não foi, talvez tenhamos jogado twister com o dono da casa, golfe, baralho, mímica e tudo que fosse possível. A porta foi aberta e Nataniel entrou no quarto ao lado de Caroline e Cosmo, o moreno se aproximou e encarou Hope tirando uma foto e se afastando, arregalei os olhos ao ver o tamanho que meu “gatinho” estava, definitivamente isso não era um gato. Caroline se sentou ao meu lado e pegou Hope de meus braços enquanto eu avaliava a situação... aquele monstro não é um gato. Definitivamente não.

— Esse gato parece uma pantera. – comentei e Nataniel apenas me olhou sorrindo.

— É uma pantera. – ele riu e eu fechei a cara sentindo Klaus tremer ao meu lado.

Ele claramente estava rindo de mim.

— Você está me dizendo que eu estou dando ração para um animal carnívoro há meses? Um animal carnívoro que dorme na mesma cama que eu? Eu dei o nome de Cosmo para a porra de uma pantera?- me virei para Niklaus entendendo o motivo dele ter zoado com o nome – E você sabia?

— Quem é que não sabe a diferença entre uma pantera e um gato amor?- ele ria – Eu imaginei que você soubesse o que era Sage, eu não estava surpreso por ter uma pantera dentro da sua casa, assim como não estaria se você adotasse um elefante como animal de estimação.

— Ok, o nome dele agora é Hunter. – determinei vendo a criatura me olhar atentamente lambendo o focinho, vou virar janta.

— Por que Hunter? E eu alimentei ele adequadamente só para você saber. – Nataniel informou.

— Você vai ver. – sorri maliciosa – Mas ainda não acredito que me deu uma pantera.

— Achei que fosse obvio, por que eu te daria um gato? Eu mesmo peguei na floresta. – falou orgulhoso.

— Claro, pessoas ganham panteras de presente todos os dias, por eu não pensaria que era uma pantera?

— Estamos falando de um rainha monstro, híbrida e bruxa. Casada com um Mikaelson. – rolei os olhos.

~º~

Corri pela floresta com Hunter atrás de mim, ele me perseguia com agilidade sem se distrair enquanto Nataniel nos seguia de perto tomando cuidado para que o animal não mudasse a rota. Eu ainda não entendia qual era a dessa da pantera, é sério isso? Dei uma olhada no animal que parecia animado com a corrida e então nós demos de cara com um dos antigos grupos de “Uri” que ainda rondavam pelo loca. Hunter virou a orelha me alertando e eu apenas lancei um olhar rápido para o vampiro que corria em nossa direção o arremessando longe.

A pantera pulou nas costas do primeiro vampiro o distraindo e eu saltei o muro do cemitério correndo por ele, quebrei a porta e chutei a cabeça de um deles, Niklaus apareceu do meu lado e enfiou a mão no peito de outro deles e então olhou para o grupo de bruxas que estavam sentadas com as pernas cruzadas, a bruxas que ajudaram a trazer Mikael de volta.

— Olha só o que temos aqui, uma pequena reunião entre velhos amigo. – Klaus sorriu pegando uma taça que estava exposta sobre um tumulo – Fico ofendido de não ter sido chamado, ainda mais se tratando de que esse inusitado evento está ocorrendo na minha cidade. Eu e minha rainha estamos... – ele me olhou.

— Chateados. – completei e ele estalou os dedos sorrindo.

— Extremamente chateados com toda essa situação. Nós gostamos de regras.

— Na realidade não Nik. – ele me lançou um olhar curioso – Não criamos regras, apenas punimos os traidores. – sorri para que retribuiu enquanto avançávamos pelo local.

Elijah surgiu pela janela de trás delas, Natalie surgiu por outra e Kol entrou pela porta atrás de nós.

— Que tipo de punição costumamos dar Sage?- Natalie perguntou.

— Bem. O original é a morte, mas podemos tentar torturas novas. – Niklaus sorriu.

— Eu tenho tempo de sobra. O que me faz lembrar que... Vocês vieram até o meu reino tentar roubar minha filha de mim pra matar ela no meu território?- perguntou com sarcasmo – Parece que elevamos o nível de estupidez por aqui. Não vão dizer nada? – ele gritou e elas continuaram calada apenas nos encarando – Sage...

— Sim Nik. – sorri para ele que sorriu em resposta.

— Mate todas.

Sorri maliciosa. Me movi para perto delas sentindo seus ataques mentais e fiquei surpresa em como Finn havia conseguido bruxas tão fracas, dei um suspiro e puxei uma delas em minha direção cravando meus dentes e a drenando completamente, quebrei seu pescoço e a joguei no chão.

— Quero testar algo. – sussurrei olhando as três.

Coloquei a mão sobre a cabeça de uma delas e senti minha energia correr para o corpo dela e voltar para o meu enquanto puxava a dela com dificuldade, meus olhos reviraram e um vento intenso surgiu no local derrubando todas as velas, senti a carga de energia penetrar completamente em cada pedaço do meu corpo que se arrepiou completamente. Senti o corpo da bruxa esfriar e amolecer e então ela caiu, isso era o bastante, eu não sabia o que poderia acontecer se eu pegasse poderes demais. Olhei as outras duas que me encaravam com horror e me lancei contra elas.

~º~

Eu estava exausta, havia passado horas com Anellise e meu treinamento estava quase que completamente concluído, eu ainda tinha que aprender o tele porte e seria uma bruxa completa. Uma bruxa sabe tudo. Isso me animava bastante. Quer dizer... não foi nada rápido, afinal já haviam se passado três meses desde a minha transformação em híbrida. Eu havia completado os meus 19 anos e reparei tristemente que não estava mais envelhecendo, eu teria pra sempre esse rosto de garotinha e isso me frustrava demais.

Olhei Niklaus trocando a fralda de Hope com uma expressão de desagrado e me movi para seu lado olhando o seu trabalho, parece ter algo de errado. Eu sei de tudo, claramente tem algo de errado.

— Nik está errado. – avisei e ele me olhou com curiosidade averiguando o bebê.

— Não está Sage, você nunca trocou uma fralda na vida. – resmungou.

— Esse preguinho de cola deveria estar aqui?- puxei o adesivo e ele bufou rolando os olhos, fiz pra irritar mesmo, mesmo que eu acreditasse que realmente havia algo de errado.

 - Agora eu vou ter que colocar outra fralda Sage, você estragou o adesivo.- reclamou vasculhando as gavetas enquanto eu cutucava o pé de Hope.

— Ah senhor correto “eu nunca erro” Como é que eu vou saber?- cruzei os braços e ele voltou com a fralda e foi a colocar de novo.

— Você acabou de dizer que eu fiz um trabalho mal feito senhora gênio. – parou me olhando.

— Ela não deveria tomar banho antes?- ele rolou os olhos olhando as paredes azuis claro em desagrado.

Eu estava o irritando maravilhosamente bem.

— Sage eu sei cuidar da minha filha. – ele reclamou – Eu já troquei a fralda dela centenas de vezes, desde que a tive em meus braços. – tirei meu vestido e meus chinelos – Eu sempre cuidei muito bem de Hope, eu não tenho culpa se você só sabe colocar a mamadeira na mão dela.

— Eu tenho sérias duvidas em relação a isso visto que você está colocando a fralda dela do lado errado. – a peguei no colo e fui em direção ao banheiro passando por ele que deixou os braços caírem.

— O que vai fazer? – ele veio atrás e eu comecei a encher a banheira.

— Tomar banho. – chequei a temperatura.

— Sage ela não precisa de banho agora. – ele resmungou entrando no banheiro.

— Vai esperar anoitecer hein? E depois como nossa menina fica? Gripada? – entrei na banheira com Hope.

— Ainda é meio dia.

— Não trate ela como se ela já rolasse pela lama Niklaus.- ele bufou jogando o sabonete liquido dentro da banheira e se sentou sobre o tapete que havia no banheiro.

Não sei quem limpa esse castelo, mas merece meus agradecimentos eternos. Se fosse depender de mim ele viveria de baixo de lama.

Segurei Hope com cuidado e limpei seu cabelo, ela tinha um sorriso pequeno enquanto gritava, lavei seu corpo rapidamente já que eu não era muito segura com meus braços. Depois que me tornei híbrida tudo parecia mais difícil de se fazer, eu havia ficado bem mais desastrada que o normal e me perguntei por que só eu tinha esse defeito. Colocarei culpa no trauma infantil.

Peguei Hope e a enrolei na toalha dela e notei que Niklaus ainda me seguia, sorri para ele e comecei a colocar a fralda e então parei notando que havia algo errado, ele apenas gargalhou e eu o olhei sem entender.

— Você quer mesmo colocar uma fralda pelo braço dela? Sage. – ele colocou um monte de coisas sobre o trocador, eu não fazia ideia de que merdas eram aquelas.

— E como é que usa esses negócios?- peguei um tubinho – Creme de cabelo. – ele o retirou da minha mão.

— Pomada. Talco. Só isso. – o olhei sem entender nada, e o que são essas coisas?

 Eu definitivamente desconheço a necessidade dessas coisas. Ele apenas suspirou e veio para trás de mim apoiando o queixo em meu ombro enquanto me ensinava a usar as tais coisas, vi com alegria que talco era bem divertido, tanto quanto farinha de trigo. E finalmente eu notei que... Eu nunca daria certo como mãe, definitivamente essa seria a única “liderança” que eu nunca seria capaz de ter. Crianças são fofas, mas muito difíceis de cuidar, olha esses olhinhos verdes lindos brilhantes que um dia terão que ser repreendidos.

Vai ter que aprender desde cedo a assustar Niklaus... não tem meus genes, mas... bem... a criação está em minhas mãos.

~º~

AH SOCORRO. Espirrei afastando Hope de mim e deixei minha toalha cair de minhas mãos, ajeitei a camiseta cinza que eu vestia e olhei entretida para a televisão enquanto dobrava minha perna formando o número quatro já que estava de pé. Joguei a toalhinha em meu ombro a deixando apoiada nele e mexi em meus cabelos os ajeitando já que estava tão bagunçado que toda a minha cabeça coçava terrivelmente. ONDE ESTÁ NIKLAUS? Eu estava enlouquecendo, era dia de limpeza geral no reino, de distribuir funções aos vampiros, de treinamentos, de eliminação dos grupos de Uri que estavam completamente divididos, dia de aguentar Caroline que não me ajudava com absolutamente nada, e dia de cuidar de Hope, isso sim era um desafio. Nik desapareceu com Gaspar e eu fiquei aqui com Hope por acreditar e garantir a ele que eu seria muito capaz de cuidar do bebê, mas eu não era. Doía admitir isso, mas era a cruel realidade.

Espirrei de novo e me perguntei o motivo disse já que eu não ficava doente e o quarto estava impecavelmente limpo e terrivelmente bagunçado com os brinquedos e roupas de Hope e eu me questionei como havia conseguido fazer algo assim já que ela não sentava, não andava e não fazia nada. Céus.

Peguei a mamadeira e entrei para ela, desliguei a televisão e suspirei. Eu não aguentava mais ficar trancada naquele quarto, eu me sentia sufocada mesmo com todas aquelas janelas abertas, deveria estar sendo um dia infernal de quente e abafado. Sai do local e comecei a andar pelo reino derrubando uma armadura no corredor, escorregando no piso e me equilibrando a tempo e deixando um chocalho e a toalha cair no chão. Avancei pelo local e as pessoas passaram a me olhar de modo estranho enquanto eu caminhava pelos corredores, lançaram olhares divertidos e incrédulos e eu apenas suspirei sem realmente me importar e então notei que a maioria deles usavam roupas soltas, curtas e frescas. O dia realmente estava quente e eu não me senti tão mal por Hope usar roupas finas.

— Ai que horror Sage, você parece uma mãe que não dorme tem dias e cuida de gêmeos quíntuplos. – Katherine se aproximou com um sorriso amargo e tentou a arrancar de mim, bati nela.

Eu não confiava em Katherine quando se tratava com algo relacionado a Niklaus. Ainda mais quando esse algo estava vivo.

— Eu pego e se arrume por favor, não dê um motivo para Niklaus te infernizar mais ainda do que ele já faz. – Natalie a pegou e eu entreguei prontamente.

Sai do local e rapidamente fui ao banheiro, penteei meu cabelo e o prendi em um rabo de cavalo perfeito, lavei o rosto e retirei a camisa cinza de Niklaus que eu usava trocando por um vestido preto e colocando meu salto. Eu tinha que me vestir como uma rainha! Voltei ao local e peguei Hope de volta deixando sua mamadeira na cozinha do reino, todos sabiam muito bem de quem era e devolveriam a dona.

— Oi Sage. – todos passaram me cumprimentando.

— Sage! – Marcel acenou de longe e se aproximou de mim – Mikael estava te procurando. – informou.

— O que aquele maldito quer comigo?- ele deu de ombros se afastando e antes que eu fosse para muito longe o loiro me interceptou – O que foi estorvo maldito?

Ele riu.

— Minha querida nora. Eu queria saber se poderia pegar minha neta um pouco. – ele a encarava vidrado.

— Niklaus não é seu filho, a neta não é sua seu maldito. Vai de fuder. – me afastei e ele veio parar em minha frente de novo, nunca nessa vida que eu deixaria ele encostar nela e se Niklaus um dia me contrariasse em reação a isso eu o estriparia.

— Ela não é sua filha.

— Sou casada com Niklaus, responsável pelo reino e por tudo que o faz parte dele. Sou responsável por Niklaus e por tudo que faz parte dele... – o encarei séria e Mikael parecia não entender o motivo de eu aceitar Hope – A mãe dela era próxima a mim, ela morreu e eu sou responsável por ela assim como sou por todas essas pessoas.

Não era mentira, mas eu escondia dele o fato de que eu já amava Hope e que eu cuidava dela tanto por Niklaus quanto por Hayley. E principalmente por que eu QUERIA. Ele não parecia entender isso.

— Me deixe a pegar? – ele esticou o braço em minha direção e seu nariz sangrou o deixando surpreso embora sua cabeça não doesse, eu quis mostrar que poderia o matar facilmente sem ele ver ou sentir.

— Eu vou avisar uma única vez e eu espero que você me escute muito bem, pois não irei repetir e se eu achar que não fui ouvida eu irei agir. – minha voz saiu sombria – Nunca na sua vida sonhe que você vai ter algum tipo de ligação comigo e muito menos com Hope, eu sugiro que recolha as suas mãos e a sua cara de pau e desaparece para bem longe de nós pela eternidade, eu já fiz mais do que suficiente deixando que você se aproxime dos seus filhos e do meu reino. – o encarei seriamente me aproximando dele – Mas comigo e com a minha filha— frisei – Você não vai mexer, escute aqui Mikael... isso já não é mais um jogo, é uma guerra. E eu já a venci.

 


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