Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 59
Indesejado




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O clima era de tensão total, eu estava com Hayley na mansão Mikaelson esperando pelo restante do grupo. Acreditamos que esse seria o tipo de conversa que ninguém do reino deveria saber ainda, afinal poderíamos ter inimigos no local e não seria nada legal expor que estávamos receosos e nem que havíamos descoberto sobre Mikael. Isso nos daria uma vantagem já que era claro que eu não conhecia ele e ele ainda me seguia sempre que eu estava desacompanhada.

— O que vamos fazer? – ela me questionou me olhado atentamente enquanto esticava as pernas.

— Hayley você comeu? – a encarei séria.

— Ainda não Sage. – a olhei de cara feia.

— Vou pegar algo. – avisei indo em direção a cozinha.

Juntei alguns sanduiches naturais que já estavam prontos e fui pegar um pouco de suco quando ouvi a porta da sala abrir, eu não conhecia. Corri até a sala como um raio e dei um empurrão no invasor o lançando contra a parede com força, o corpo bateu e caiu no chão e o vampiro logo se levantou me olhando com um sorriso, ele abriu os braços e me encarou com ferocidade, embora sua expressão fosse amigável.

— Você deve ser minha nova nora, Sage. – ele sorria me olhando.

— Infelizmente não se escolhe os sogros não é? – olhei para Mikael mais do que incomodada com a sua presença.

— Não seja antipática, por que está com medo?- debochou.

Medo? Eu com medo dele? De forma alguma, se tinha uma coisa que eu sentia por ele era ódio.

— Você me lembra meu pai, ele não era uma pessoa muito boa. – o encarei séria e o sorriso dele se alargou.

— E onde ele está?

— Eu o matei. – ele me encarava sério devido a minha frieza – O que quer aqui? Espero que não esteja procurando por encrencas, se está... veio até a pessoa certa meu querido. Eu posso resolver isso.

— É minha casa.

— Você morreu, a casa não é sua. Eu sou dona disso agora, palavra de Niklaus.

— Niklaus é apenas... um pequeno bastardo minha querida. Ele não tem poder algum sobre essa família. – me contrariou e eu bufei irritada, me incomodava profundamente que Niklaus pagasse pelo erro de outras pessoas.

— Parece que teve por 1200 anos Mikael, você parece um pouco atrasado. – notei que o irritava profundamente.

— Era algo que eu esperaria de Niklaus, nunca imaginei que ele conseguiria algo melhor. É o que ele merece.- ele me olhou de cima a baixo q olhou ao redor também.

— Por que não vai atrás da sua esposa meu querido? Pelo que eu sei Niklaus não foi o culpado pela sua esposa ter preferido ir atrás de um lobo, não é Mikael? Se conforme, se você vier a minha casa, no meu território ofender o meu marido vai ter que lidar as consequências. Eu não sou obrigada a te aguentar e eu não acho que alguém vá se chatear com a sua morte, é o que eu espero. – pisquei para ele me mantendo na frente de Hayley evitando que ele tivesse contato visual.

— Não entendo o motivo para tal hostilidade, não te fiz nada ainda. – ele sorria olhando para mim – Acreditei que teríamos uma convivência boa, mas acredito que me enganei.

— Eu nunca esperei muito dos pais de Niklaus, devo confessar, mas eu duvido muito que teremos algo bom. Se é que teremos uma convivência. – ele parecia se divertir, mas ficava cada vez mais sério a medida que o tempo passava – O que quer aqui?

— Ver meus filhos.

— Não tem ninguém em casa, volte mais tarde.

— Estou sendo expulso da casa dos meus filhos?

— Está sendo expulso da minha casa por mim, se eles quiserem te ver eles vão atrás de você. Como eu disse eu não sou obrigada a te aturar. – cruzei os braços.

— E por que eu deveria te ouvir?

— Eu sou a rainha de New Orleans, eu dou as ordens em cada camada de poeira dessa lugar... – suspirei – É melhor você ir embora.

— Não pode me matar.- ele sorriu debochado.

— Tente a sorte sogrinho. – sorri para ele.

Eu sinceramente achei que ele iria dar a volta e ir embora, mas não ele não fez isso. Ele tentou me bater, mas teve seu braço segurado com força. Ele desviou os olhos o cravando em Niklaus que estava extremamente sério o encarando de forma gélida, o maxilar estava trincado e as narinas infladas, ele estava mais do que desconfortável em ter  Mikael por perto.

— O que quer aqui? – sua voz saiu dura e eu relaxei ainda mantendo-a atrás de mim, Elijah apareceu e ficou ao meu lado impedindo que Hayley fosse vista, era possível notar que ela mal respirava.

— Apenas uma visita. – se soltou dele abrindo os braços e voltando para o meio da sala..

— E precisava atacar a minha esposa?

— Ela não tem uma personalidade fácil.

— Ainda bem que não, me pareça que você a mataria se ela tivesse, nada te dá esse direito de invadir a minha casa e tentar agredir ela. – ok isso era muito estranho, eu nunca havia sido protegida dessa forma por Niklaus – Se tem algo pra resolver querido pai, resolva comigo. – abriu os braços expondo o peito e eu o puxei dando um olhar repreensor.

— Sem problemas. – pediu sorrindo de forma pacificamente.

— O que quer aqui?

— Já disse que vim fazer uma visita. – ele sorria. – Não estou com Esther se é isso que quer saber.

— Não me interessa se está ou não com Esther. – eu estava exaltada e o meu sotaque voltava com força – Não quer dizer que seja seguro ter você por perto.

— Entendo o seu receio minha querida nora, mas garanto que não estou aqui para causar problemas a você e nem a sua família,

— Motivo pelo qual você estava me perseguindo? Muito amigável, nem parece que estava mesmo procurando por problemas. – ri sarcasticamente – Eu sinto muito Mikael, mas eu não quero você perto de mim.

Todos estavam muito tensos, Rebekah estava encostada em uma parede assim como Kol o encarando atentamente. Elena, Damon, Stefan e Caroline estavam mais afastados, olhei para o homem de cara feia e ajeitei meu cabelo batendo os saltos contra o piso de madeira. Ele estava me incomodando muito e eu queria que ele fosse embora logo, será que eu poderia finalmente comer?

— Como saiu de lá? – o questionei.

— É algo que nem eu mesmo sei te dizer, eu esperava que alguém tivesse uma resposta para isso. – ele parecia confuso – Não sei como voltei para o mundo dos vivos.

Isso era um problema, seria Uri? O encarei desconfiada, isso era muito medonho. Quem o traria de volta e qual o motivo para ele não tentar nos matar? Seria algum truque? Quando ele atacaria e o que faria? E o mais importante... o quanto ele sabia? Talvez mais do que gostaríamos que ele soubesse.

— E meu neto? – eu sentia meu corpo ser possuído por algum tipo de demônio muito irritado, o olhei com a minha pior feição possível e ele me olhou sorrindo como se procurasse algo no meu corpo.

— Não tem nada aqui. – coloquei a mão sobre minha barriga e senti o braço de Nik em minha cintura.

— Me garantiram que Niklaus teria um filho. – me olhou de novo – E que estava perto de nascer. Mas parece que é...

— Está aqui. – Finn surgiu sorrindo com um enorme sorriso apontando para Hayley que ainda estava atrás de mim – Olá pai. – o abraçou.

Como ele sabia? Nós escondemos Hayley de seus olhos e nos escondemos de seus ouvidos.

— Finn. – sorriu animado correspondendo o abraço – A família cresceu. – ele me olhou e tentou ver Hayley que estava atrás de mim – Que situação hein? – me olhou sorrindo.

— Vai piorar quando eu me irritar com você, eu posso lidar com você Mikael. Não jogue comigo, eu sou a rainha desse jogo.

— Sage. – Finn me repreendeu.

— Eu estou quieta.

— Então relaxe. – bufei indo me sentar em um sofá e joguei as pernas para cima.

Olhei entediada para o imenso grupo e foquei meus olhos em Niklaus que se encontrava completamente sério, era notável seu incomodo. Ele suspirou me olhando e acenou com a cabeça em direção a saída da mansão, sai do local sendo acompanhada por ele e parei de frente ao seu carro, ele me analisou atentamente. Nunca na vida que ele pediria minha opinião em algo, ele simplesmente faria sem me informar, contudo ele parecia estar levando bem a sério essa coisa de reinado e casamento. Ou talvez ele só acreditasse que eu poderia resolver os problemas rapidamente sem o dizer como eu vinha fazendo.

— Eu não faço ideia de quem o ajudou. – sussurrei – As bruxas daqui não tem esse poder todo, Ibis jamais faria isso e Esther estava juntando poder pra quando viesse para cá. Não tem sentido algum. Fora que Ibis não nos avisou sobre nada disso, tiraram ele de lá sem chamar atenção Nik. – sussurrei.

— Acha que pode ter outra bruxa o ajudando? – me analisou.

— Acho que talvez... Uri o tenha trago até aqui.- o olhe atentamente – Quem sabia sobre Hayley que poderia ter o contado? Finn? Eu sei que o restante não faria isso. E não sabemos exatamente do que o reino de Uri pode ser formado. Lobisomens? Híbridos? Bruxas? Não sabemos qual é a dimensão do poder dele. Eu tenho certeza de que Uri está metido nisso.

— Finn não faria isso Sage.

— Eu não o conheço, o que importa é que temos que descobrir quem o ajudou e qual é a intenção. – ele cruzou os braços e mexeu o pé de maneira impaciente – Ficaremos longe dele e não deixaremos que nada caia nos ouvidos dele, não sabemos o que ele quer aqui. Eu fui treinada para lutar contra esse homem e agora sou obrigada a dividir a mesa com ele na hora do café da manhã? – questionei irritada.

— Sage não seja exagerada. – ele riu – Não vamos fazer nada se ele não representar uma ameaça.

Niklaus está brincando comigo não é? Ele está mesmo pensando m deixar esse louco vivo convivendo com nós? Ele só pode estar de palhaçada comigo, eu ouvi que o cara era um capeta de homem e agora eu tenho que ficar com ele como se não tivesse me preparado para matar ele?

Ele entendeu minha expressão e eu entendi suas intenções, Niklaus queria ser aceito por Mikael e só o eliminaria se ele se tornasse uma verdadeira ameaça. Eu começava a ter um certo receio relacionado ao seu relacionamento familiar depois do ataque de Rebekah, eu tenho toda certeza que eu não estou preparada para lidar com isso. Eu já matei a esposa do irmão dele e ele nem sabe ainda e estou morrendo de vontade de matar seu pai. Eu nunca entenderia a família Mikaelson.

— Você se arrependeu. – se referiu ao casamento e eu suspirei.

Se eu soubesse como a sua família era problemática eu teria ficado em Mystic Falls sendo um casinho qualquer dele e não sua esposa fazendo parte da sua família louca, mas eu não tinha  muito do que reclamar, a minha também era muito estranha e imperfeita. Digna de dor de cabeça, mas era algo diferente dessa vez... ninguém da minha família estava ameaçando a vida dele ou o filho dele.

— É muito cedo para dizer, mas nesse momento agora eu preferia estar na minha antiga casa comendo pizza e tomando sorvete com o meu irmão e não discutindo se eu devo ou não matar o seu pai. – o olhei entristecida – Eu não vou me meter na sua família Niklaus, eu não aguento mais... eu vou fazer o que tiver que fazer, mas não vou me meter nas suas decisões assim como você não se meteu nas minhas. Eu não o conheço. Minhas mãos ficarão limpas até o momento em que alguém se tornar uma ameaça.

Eu queria falar e fazer merdas, mas a minha cabeça parecia estar prestes a explodir.

— É a nossa família, sua opinião é fundamental.

— Eu não os conheço, e já estou cuidando de uma família de mais de 300 pessoas, eu não tenho mais saco pra drama familiar. – me virei em direção a trilha – Agora licença... eu tenho um ataque para organizar.

~º~

Suspirei com irritação e soquei o para-brisa e então gritei de ódio chocalhando o volante enquanto chutava o pedal.

— Eu definitivamente não sei dirigir essa merda. – Caroline me olhou assustada no banco ao lado, ela segurava o banco com força enquanto saltava comigo.

— Então teríamos que ter pegado algo que você soubesse dirigir não é Sage?- ela gritou prendendo o cabelo e segurando o fuzil o olhando assustada.

— Não.- sussurrei sádica.

— Não? Por favor, me diz que não é uma crise suicida, por favor Sage eu vou morrer! – ela gritou histérica.

— O suicídio só acontece se eu realmente morrer, então torça para que eu não morra. – sorri acelerando mais ainda enquanto sentia o volante vibrar.

— Sage eu quero descer! – ela gritou.

— Sai pela janela, eu não estou te segurando. – comecei a corre enquanto descia pela estrada de terra de maneira descontrolada – Salta dessa merda logo! – quebrei o painel e o retrovisor.

— NIKLAUS. – ela gritou no celular – POR FAVOR FAZ PARAR, SOCORRO. – começou a berrar no meu ouvido.

— O que foi Caroline? – ele gritou exaltado do outro lado.

— A Sage enlouqueceu, ela vai nos queimar vivas! – acelerei mais ainda passando por um buraco e ri quando ela entrou completamente em pânico.

— Ela está usando os poderes? – sua voz saiu irritada.

— Pior... nós... estamos em...

— Cala a boca Caroline! Não estrague os meus planos. – gritei irritada.

— Sage pare com isso agora! – Niklaus gritava irritado – Seja lá o que estiver fazendo pare imediatamente! Isso é uma ordem!

— Eu não estou aqui para receber ordens, foi um dos motivos pelo qual eu me tornei rainha, eu vou fazer o que eu quero e não estou nem ai se você vai ou não aprovar, eu não te perguntei porra nenhuma por que eu não te devo satisfações! – entrei na trilha da floresta com o caminhão de combustível enquanto gritava passando por todos os buracos possíveis e por cima das raízes da árvore.

´- Nós vamos morrer antes mesmo de chegar lá. – Caroline sussurrou e esticou a perna pela minha frente quebrando minha porta e depois fez com o mesmo  com a dela – Boa sorte.

Sorri, eu nunca precisei de sorte.

Vi a imensa cabana de madeira se aproximar e joguei o fuzil roubado para Caroline que o agarrou, Natalie e Elena saíram correndo de dentro de casa e seguraram a porta com força impedindo que os vampiros saíssem. As duas se afastaram ao me ver chegar.

— Burn. – sorri virando o volante bruscamente.

Antes que o caminhão capotasse nós saltamos pelo buraco do meu lado e caímos agilmente sobre a terra seca, Natalie correu e juntou com Elena as duas socaram o imenso tanque de combustível fazendo o tanque descer com mais velocidade acertando a cabana, quando a porta abriu Caroline disparou e tudo voou pelos ares. Olhei entediada e decidi voltar para casa, minha parte havia sido concluída com louvor.

~º~

O olhei atentamente, ele sabia que eu estava ali, sabia que eu estava presente e mesmo assim estava concentrado em pintar, era mais do que nítido que ele estava chateado.

— Eu não me arrependi. – falei baixo me aproximando de Niklaus que pintava um quadro.

— Eu senti Sage.

— Eu sei que sim, me arrependi de muitas coisas, mas não de você.

— Não queria ter se casado. – ele começou a pintar com cores mais fortes, pincelava de forma violenta.

— Não queria que a sua família fosse tão complicada. – ele se virou jogando a aquarela no sofá.

— A sua também não é fácil, estou falando de toda ela... desde Ibis a Elena. – ele cruzou os braços.

— Eu sei que não, mas eu não sei como funciona o seu relacionamento com eles. 1200 anos de ódio e mágoa e você ainda tem esperanças que um dia ele te aceite?

Ele me encarou atentamente.

— Você não queria isso com seu pai?

— Eu tinha tanto ódio dele que nunca quis isso, eu nunca nos enxerguei como uma família feliz, nunca sonhei que um dia isso aconteceria.

— Por que você estava magoada.

— Por que eu era realista. Por que é a verdade. – ele me encarou sério.

— Ele pode mudar, em algum dia.

— Ele nunca vai mudar, mas eu não posso te culpar por pensar dessa forma. Rebekah e Kol mudaram não foi? Você mudou.

— Não mudei...

— Isso se chama medo. – ele ergueu os olhos me avaliando – Estamos com medo, eu estou agindo como alguém normal pela primeira vez em anos. Eu não sou a mesma pessoa, sei que quem eu era estava me atrapalhando nessa nova vida. Eu sou responsável por centenas de vidas aqui, eu nunca na minha vida achei que seria responsável por algo assim. Tudo bem que aqui é legal, mas por algumas vezes eu queria ter uma vida normal. Eu queria estar com meu irmão... sendo presa em alguma festa, ficando em uma delegacia por desacato... essa é a Sage.

— Sage você não mudou muita coisa, eu realmente estou bem surpreso que você esteja assumindo o controle de tudo tão bem, mas você ainda é a maluca que eu amo. Só que agora você sabe o momento certo de agir, a maneira como deve agir e eu estou amando o seu equilíbrio. Você está certa sobre eu pensar que Mikael um dia vai me considerar um filho, mas eu tenho esse direito de sonhar por algo impossível assim como você está fazendo sonhando em ter uma vida normal... são duas coisas completamente impossíveis de acontecer. O homem não vive se não tiver sonhos.

— Eu não quero que ninguém morra por causa disso.

— Ele está sob minha responsabilidade, eu tomarei as providências necessárias.

Me aproximei dele o abraçando e ele retribuiu me apertando em seus braços.

— Isso é muito estranho. – se referiu a conversa equilibrada.

— Quando vamos começar a discutir? – questionei e ele riu beijando minha testa.

— Eu não estava pensando nisso amor, mandei pintar o quarto da criança de amarelo. – me puxou em direção ao local.

— Niklaus você está de palhaçada com a minha cara não é? – olhei as paredes de um tom amarelo claríssimo, quase branco.

— Sage é um quarto de bebê.

— Idai? Pinta de cinza, ai que agonia, que criança que fica em um quarto amarelo?

— Cinza Sage? De forma alguma.

— Niklaus eu não vou morar em um local com paredes amarelas.

— O que você tem contra amarelo? – vi seus olhos ficarem amarelos.

— Eu não tenho nada, só não acho apropriado para uma criança!

— Ah e cinza é apropriado para uma criança?

— Eu gostava de cinza quando era criança.

— Você nunca foi normal Sage, digo isso pela forma como foi feita. Ibis deve ter colocado alguns poderes demais que fritaram sua cabeça, ou vai ver é mal de família.

O olhei de cara feia.

— Vai falar mal da minha família agora? Será que vou te lembrar todo o seu histórico? – ele saiu indo em direção a sala e eu o segui.

— Não vai e o quarto vai continuar amarelo. Branco é sem graça.

— Azul marinho serve.

— Só me falta você sugerir vermelho. – ele riu da minha cara.

— Pensei em bege, amarelo é uma cor quente, enérgica. – ele arqueou a sobrancelha.

— Crianças são enérgicas.

— Me faz sentir calor. Por que não azul claro? Combina com tudo, refresca o ambiente. – ergui um dedo vendo ele pegar a caixa com o berço desmontado.

— Tudo bem, azul. – concordou colocando a caixa no chão – Me ajude aqui.

— Berço novo? – perguntei ao ver o moveu branco de madeira.

— Sim, Kol me disse que você quebrou o antigo.

— Kol é? – eu teria uma conversa com ele logo, logo.

Peguei as madeiras as olhando e Klaus se sentou no chão, isso sim era uma novidade, pelo que me lembro do outro berço quem o montou foi Elijah e não ele. Talvez ele estivesse mais calmo a ponto de acreditar que era capaz de montar o berço, não que ele não fosse capaz, mas era estranho ver Niklaus emprenhado em algo que não fosse a morte ou o terror psicológico.

— Foi Kol quem quebrou Nik. – ele me olhou atentamente – Ele me empurrou quando eu disse que eu estava na minha casa e não daria satisfações a ele. – a mentira pesava no ar, ele me encarou desconfiado e decidiu não dar muito crédito a nada, era obvio que eu estava mentindo e era mais óbvio ainda que eu tinha certeza de que ele não acreditaria em nada.

— Hum. – resmungou e riu – Cala a boca Sage. – bufei e rolei os olhos segurando uma parte do berço enquanto ele começava a encaixar tudo sem problemas.

— Nik...

— Não. – eu ia pedir por uma nova viagem, estava cansada de ficar no maldito castelo.

— Então...

— Sim. – ótimo.

Dei de ombros ajudando ele a montar o berço e logo fui atrás de Kol.

~º~

— E o que estamos fazendo aqui exatamente? – Kol se equilibrava andando por cima do muro enquanto eu andava no mato ao lado dele.

— Estamos procurando algo para o Nik, uma pedra. Eu não posso entrar por não saber nadar e ele não pode por causa da pedra sabe, ele pode se ferir. – menti e ele riu.

— Ah Niklaus, isso não seria um problema para ele antigamente, mas agora... parece que meu irmão está cada vez mais frágil desde que se casou com ele.

— Eu sou a Alfa da família. – resmunguei.

— VocÊ mal entrou para a família.

— Eu vou bater em você é na Rebekah.

— O que a Rebekah tem com isso?

— Ela iria concordar com você, todo mundo aqui sabe que quem manda sou eu agora. – ele riu debochando – Eu fiz você correr, nem adianta tentar m menosprezar. – dei um tapa em sua cabeça e ele me lançou um olhar sombrio, arqueei a sobrancelha e cruzei os braços.

Kol bufou.

— E como estão seus pés?- questionei e ele me olhou de cara feia.

— Ficaram sem pele por um bom tempo, eu não imaginava que você tinha colocado cola até nos chinelos. – resmungou.

— Isso é pra você se lembrar que eu não fui com a sua cara desde sempre. E que eu ainda vou me vingar daquela mordida que você me deu. – vi que ele estremeceu discretamente.

— Não precisa pra tanto, eu não estava em meu juízo perfeito.

— Ninguém pode me julgar, eu nunca estive no meu juízo perfeito. – ri e ele chegou perto do poço empurrando a imensa a tampa com facilidade.

— Ok, serei rápido. Está no fundo?- ele me olhava com aquele rostinho fofo de bebê, contive a vontade de morder as bochechas dele ao ver o sorrisinho lindo dele e quase me amaldiçoei pelo que eu iria fazer.

— Sim. – sorri e ele sorriu entrando e parando encostado nas paredes – Venho logo.

Assim que Kol atingiu a água e afundou joguei minha mochila lotada de verbena e duas bolsas de sangue lá dentro e movi a tampa do poço com dificuldade, assim  que a posicionei corretamente ouvi Kol gritar e uma pancada acertou a tampa.

— Olá irmão.

— Sage! – ele gritou furioso batendo na tampa que não se movia, provavelmente pela posição horrível que ele tinha que ficar já que o poço era muito fundo e não estava muito cheio.

— Torça para alguém sentir a sua falta. – imitei o sotaque de Niklaus que uma hora dessas deveria estar rindo de Kol pela costas – Nunca mais minta para ele. Eu não quebrei berço algum.

— Foi você. – ele gritou irritado.

— Eu disse pra ele que não foi, quando alguém te achar você irá até Niklaus e dirá que foi você. Por que foi você, por que eu quis assim. – avisei e me afastei ao ver uma cobra imensa subir em cima do poço e tentar entrar nele pelo pequeno buraco, olhei para o céu escuro – Bem... talvez você dê conta de sair quando o poço encher. – vi que a cobra se afastou e ele começou a jogar a verbena para fora pelo pequeno buraco – Adeus irmão.

Me afastei ouvindo os gritos dele e fui para um carro que me aguardava pacientemente do outro lado da rua, entrei e sorri para Marcel que retribuiu, ele já se lembrava do episódio do tanque de tubarões e isso somente o deixou mais ainda mais animado.

 - Muito obrigada por indicar o local, não sei como me vingaria de Kol sem isso.

— Por nada. – ele ria de felicidade – A noite mandarei alguém vir tirar ele daqui.

— Tão cedo? – questionei contendo uma risada.

— Sim, ele já vai estar furioso o bastante e vai direto pra você assim que o tirarmos de lá. Não importa a hora que for, ele vai voltar.

— Vou me certificar de me esconder nos braços de Niklaus. – ironizei – Quando é que ele vai aprender que tem que ter medo de mim? Não vejo a hora de completar a transição, os dias de Kol serão mais sangrentos do que ele pode imaginar. – abri um sorriso malicioso.

  Nunca conteste sua rainha. – Marcel ironizou usado uma das novas frases de Niklaus sempre que eu dava ordens para alguma merda.

— Jamais. – concordei.

~º~

— Eu queria me desculpar pelo meu comportamento naquela tarde. – Finn me encarava envergonhado e com as mãos nos bolsos, Niklaus estava ao meu lado sem entender absolutamente nada.

— Não faça mais isso e continuaremos bem, eu realmente gostaria de dizer que eu sinto pela sua esposa, mas não direi por não conhecer ela direito e por realmente não me importar com a falta dela, então eu vou dizer que eu sinto muito pelo estado lamentável em que você está no momento, por você ser parte da minha família agora. – ele me encarou com compreensão mesmo que minha resposta o incomodasse, ele não poderia esperar nada de muito diferente vindo de mim.

— Vocês brigaram? – Niklaus estava sério e de braços cruzados – Por causa da Sage?

Finn ficou extremamente sério e bem tenso, mas vi que ele não estava muito preocupado com isso, talvez ele quisesse mostrar para Niklaus que o temia ou respeitava e que o evento fora um simples “desencontro” de sentimentos. O que realmente foi, Finn estava forçando uma amizade comigo com medo de que uma briga entre nós tirasse Niklaus de seu caminho. Eu realmente não me importava com isso.

— Na realidade apenas nos desentendemos depois da morte de Sage, não chegou a ser uma briga... talvez eu tenha assediado um pouco a sua esposa irmão.- ele admitiu.

— E eu tenho que entender esse assédio de que forma? – Niklaus ficava vermelho a cada segundo que passava – De a perseguir, de ajudar a sua esposa a voltar? Ou é de uma forma que vai trazer sérios problemas a você? – sua voz saiu sombria e Finn optou pelo silencio provocando ira em Niklaus – Mas é claro! – ele gritou.

— Eu sinto muito Niklaus, se te conforta ela me trouce pra realidade logo! Em meu juízo perfeito eu nunca teria feito isso, eu nunca desrespeitaria você e ela! Somos irmãos.

— Você não se lembrou disso quando tentou atacar a minha esposa – ele gritava e se revezava entre rir de maneira sádica e encarar Finn de um jeito mortal e isso me deixou levemente preocupada com a sanidade frágil de Niklaus. – Existem centenas de vampiras nesse castelo, por que logo ela?- ele ainda tinha os braços cruzados e eu vi que o sangue mal circulava nos dedos que ele mantinha agarrando a própria blusa.

— Nós ficamos mais próximos depois que minha esposa morreu, Sage estava me ajudando a procurar por ela e foi o meu apoio quando eu descobri, é natural que isso tenha acontecido, mas não estou apaixonado, foi um momento de confusão. Apenas isso.- justificou – Não aconteceu nada. – Niklaus me olhou e eu confirmei com a cabeça. 

— Que fiquei claro que eu ainda não gosto de você. – me intrometi.

— Saia daqui. – ele foi sombrio apontando para a porta e imediatamente Finn sumiu – Sage por que não me contou?

— Não era importante. – ele tinha os braços cruzados – Qual é Nik, eu realmente não vi nada de importante nisso, se ele tivesse me agarrado a força ou tivesse dito que me ama era bem diferente. Ai sim eu te diria, mas foi algo ocasionado pela perda da esposa, apenas isso. – dei de ombros sem me importar – No fim estamos todos bem.

Ele me encarava com uma seriedade assustadora, nada típico dele. E isso me enchia de medo, o que Niklaus faria comigo? Ele me olhou mortificado e então se levantou rapidamente e foi em direção a porta a brindo com força e saindo do quarto gritando logo em seguida para todo o castelo ouvir.

— Finn!

Oh merda.


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Notas finais do capítulo

Oi e perdão pela demora, tive alguns problemas om minha avó que precisou ser internada, mas já estou de volta.
Algumas coisas vão mudar em relação as postagens, não garanto que irei postar todos os dias por ser a última temporada, fiz capítulos pequenos que irei detalhar com o decorrer das edições e estarei postando eles quando achar que foi o suficiente, pode ser que a maioria deles acabe com cerca de 4000 palavras diferente das temporadas anteriores. Quanto aos capítulos... acredito que terá dois a menos do que as anteriores que sempre acabavam com 18 capítulos. Essa pode ter 16 ou 17, e pode ocorrer o fato de que eu possa acrescentar mais capítulos ou coisa parecida, o que aconteceu muito nessa fanfic. Vou estudar um pouco a narrativa do Nik pra ver se farei o máximo de 8 também. E é só isso, eu acho!



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