Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 52
Em família




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— Então é só isso por hoje alunos. – o professor de cabelo azul e óculos imenso apenas sorriu para nós nos dispensando.

Levantei de minha cadeira e Katherine fez o mesmo ao meu lado, dei um aceno para Caroline que vinha em nossa direção passando por todos os alunos.

— As aulas daqui são incríveis, os professores são maravilhosos. Confesso que fiquei com o pé atrás quando Niklaus me aconselhou a fazer um curso por aqui. – a loira sorriu grudando seu braço no meu e Katherine bufou.

— Eu nunca acreditei que um dia teria que fazer um curso ou uma faculdade para sobreviver, chega a ser irônico que eu tenha fugido disso por anos pra no fim acabar aqui, eu tiro fotos maravilhosamente bem. – resmungou emburrada e nós rimos da feição insatisfeita dela.

— Não se acha tanto assim Katherine, Nataniel é um cavalheiro e só queria te ver feliz. – fui acida e ela me olhou de cara feia me empurrando.

— Você também não é lá grandes coisas Sage.

— Não sou por não querer, eu serei uma imortal, acho que seria estranho aparecer tanto na mídia sem nunca envelhecer.

— Na mídia. – ironizou.

Bati na cabeça dela a fazendo tropeçar e ela riu agarrando a própria bolsa enquanto ia em direção ao carro de Elijah, abri a porta de trás e entrei encarando Natalie e Hayley em confusão.

— Elijah? – questionei.

— Ele estava ocupando fazendo planos com Finn e me pediu para vir buscar vocês. – Natalie explicou e olhei para Hayley.

— Ei Hayley, Finn ainda não sabe sobre você não é? Nem a Sage? – perguntei.

— Não sabem, Klaus e Elijah estão me escondendo de todo mundo. Sinceramente eu passou bastante tempo no meu apartamento com Kol. – revirou o olhos – Por que tanta implicância com os dois?

— Nenhum Mikaelson é muito confiável Hayley, prefiro ficar com um pé atrás em relação a eles, no momento eu estou apenas confiando em Elijah e Klaus.

— Eu te entendo perfeitamente.

— Eu estou curiosa... como Niklaus reagiu quando te viu grávida dele. – ela respirou fundo.

— Da pior maneira possível. Agradeci por Kol e Rebekah estarem próximos na hora, ou ele teria me matado. Ele ficou muito preocupado que o deixasse.

— Eu pensei nisso, mas foi por pouco tempo. É algo difícil de se fazer.

— Eu sei que é, dá pra ver que precisaria de muito mais para acabar com vocês. Você morreu e mesmo assim ele ainda estava te sentindo, mesmo assim estavam conectados. Isso quebrou todo mundo, mas nada se compara ao quanto ele ficou ferido. Ninguém conseguiu ter duvidas a respeito do que vocês sentiam um pelo outro, ficou muito claro ali. Eu vi Niklaus vulnerável... e não é algo bonito de se ver. – ela tremeu e olhou pela janela.

— Eu imagino. Para onde vamos?

— Vamos deixar Hayley aos cuidados de Nataniel e Stefan e vamos treinar você Sage. Como uma vampira. – sorri para Natalie.

Eu queria treinar como uma vampira. Isso seria muito divertido.

~º~

— Ok, o que realmente nós estamos fazendo aqui? – Elena passou pela porta da casa abandonada com nós atrás.

— Estamos em treinamento, nos preparando para a guerra. Eu tenho vergonha de te ter como minha duplicata. – Katherine resmungou se jogando em cima do sofá empoeirado.

— Katherine é melhor você se comportar, a minha festa foi estragada por você e eu não estou com um humor muito bom. – Rebekah resmungou – Eu nem me lembro de ter te convidado.

— Eu não acho que ela estragou a festa, na realidade acho que ela só melhorou mais ainda. – Natalie andou pela sala mexendo nas coisas.

— Se você considera vampiros completamente bêbados e descontrolados algo bom... então foi uma festa de arrasar, não irei nem comentar sobre a briga de Kol e Enzo. – Caroline olhou tudo com uma careta.

— Algo que eu gostaria de ter visto. – resmunguei me encostando em uma mesa.

— Ninguém mandou sair correndo da festa atrás daquele seu híbrido maluco. – Bonnie entrou junto de Davina.

— Eu sinceramente não me lembro de ter convidado nenhuma de vocês. – Rebekah se irritou batendo o pé.

— Klaus nos convidou. – Caroline cruzou os braços – E nós sabemos que quem manda lá é ele e não você, por mais que você queira.

— Pode chorar. – Katherine zombou.

— Se esqueceram que eu sou a original aqui?- abriu um sorriso malicioso.

— Se esqueceu que tem uma psicótica aqui louca morrendo de raiva de você, por algum motivo eu acho que isso te impede de fazer algo. – Elena se aproveitou da situação, mas mandou um sorriso amigável para Rebekah que decidiu apenas abrir um sorriso para nós.

— Não precisamos de mel nessa amizade. – pegou um vaso e o jogou no chão.

— Mas alguma de nós merece uma boa de uma ferroada. – sugeri e ela riu.

— Você não me intimida Sage. – apenas dei de ombros , eu realmente não me importava com isso.

— Não é minha intenção.

— Olha só vocês já estão me irritando, eu realmente não sei como funciona essa amizade de vocês, mas isso aqui já está me irritando profundamente. – olhamos surpresa para Natalie que começou a andar irritada pela sala segurando um vaso o apertando com força – Eu estou enlouquecendo com tudo isso, eu juro que estou tentando ser sensata, mas é impossível. – ela riu jogando o vaso no chão e pisando nele o estraçalhando em migalhas – Se resolvam logo eu não aguento mais essa mudança de humor de vocês, seja lá o que aconteceu entre todas vocês já é hora de resolver, todas nós temos um objetivo em comum.... parar Esther! Parem com isso ou eu juro que vou estraçalhar cada uma de vocês. – ela gritou enquanto ria ao mesmo tempo e quebrava a sala e então parou sorrindo para nós – Assustei?

Dei de ombros sem me importar enquanto as outras a olhavam intrigadas, Katherine sorriu.

— Por mais que eu ache que você precise de uma surra, nós temos mesmo que resolver nossas diferenças. Antes que isso fique maior do que está é acabe nos dando problemas para conseguirmos o que queremos. – Rebekah nos olhou em desafio – Eu realmente não gosto dessa situação.

— Não estamos esperando nenhuma ação estilo Friends Forever de um grupo que tem Sage como líder.

— Qual o problema com minha liderança? – me virei encarando Katherine.

Qual a porra do problema com a minha liderança?

— Sage se depender de você nós todas morremos, cadê as estratégias?

— A estratégia é essa. – mostrei minha mão – Junto dessa. – mostrei meu pé.

— Isso não é estratégia, você simplesmente se joga no problema.

— Eu sou uma sobrevivente Katherine, eu aprendo a lidar com as coisas no processo. – dei de ombros – Funcionou até agora.

— Por que tem sempre alguém pra te salvar.

A olhei em fúria e chutei o sofá arremessando os dois para longe.

— Repete sua vadia. – Katherine riu e Natalie se meteu entre nos duas, mas Caroline a puxou enquanto ria.

— Nós precisamos ver isso.

— Você sempre precisa de alguém pra te salvar.

Estreitei os olhos e joguei Katherine na parede enquanto segurava seu pescoço com força, ela começou a ficar vermelha.

— Quem precisa ser salva?

Reparei que todo mundo havia prendido o ar e então eu comecei a rir junto de Katherine e a soltei deixando ela cair no chão, me afastei e me joguei no sofá fazendo uma gorra camada de poeira subir. Natalie negou com a cabeça e nós olhamos para o fundo da casa quando ouvimos o barulho.

— Chegaram. – avisou e nós levantamos correndo até o local.

Abri a porta dando de cara com um jardim imenso e observei o imenso grupo se aproximar.

— Temos dois para cada. – sorriu piscando para mim – Sejam rápida e por favor não vacilem, eles são do grupo de Uri, foi muito difícil atrair eles para cá.

Respiramos fundo. 24 vampiros, era bom sairmos vivas disso ou Niklaus me caçaria e me mataria.

— E Sage, use bem os seus olhos e ouvidos. Eles são muito rápidos e ágeis, é mais difícil do que parece.

Concordei com um aceno e então o primeiro vampiro nos olhou com escarnio, não e inferiorize seu merdinha. O primeiro ataque veio do nosso lado, e foi muito estranho diga-se de passagem, uma bota sendo arremessada pelo campo até acertar um vampiro distraído que voou para trás. Eu tenho certeza que foi Katherine.

E então eles vieram correndo em nossa direção e eu escolhi os dois vampiros com os quais eu lutaria, corri e peguei um pelo pescoço o jogando com força contra o chão. Girei escapando da mão do moreno e joguei meu tronco para trás apoiando as mãos no chão e erguendo a perna direita e acertando seu rosto com toda a minha força, ouvi seu pescoço quebrar e me abaixei fugindo de um chute enfiando minha mão em seu peito e puxando seu coração, me levantei e fechei a mãos lançando um soco no peito de outro vampiro com tanta força que meu braço passou completamente pelo seu peito lançando o coração para longe.

Agarrei outro vampiro pelo coração e o arranquei acertando outro vampiro no peito. Isso é tão fácil e divertido. Usei meus ouvidos super sensíveis e ouvi dois vampiros se aproximando pelas minhas costas, lancei meu corpo para trás enquanto saltava e enfiei uma mão em cada vampiro arrancando o coração. Me abaixei escapando de um punhal e segurei o braço do maldito arrancando punhal de sua mão e o usando para cortar sua cabeça, lancei a perna para trás acertando outro vampiro e então me transformei completamente, tudo parecia se mover em câmera lenta, um grande grupo de vampiros vinha em minha direção. Contei cerca de seis e rapidamente calculei o que poderia fazer, peguei o arco em minhas costas e disparei nos dois primeiros que foram caindo aos poucos. Corri e pulei sobre o primeiro corpo e o usei para me impulsionar para cima escapando de um golpe, desci rapidamente enfiando uma flecha em seu peito e rolei para o lado me posicionando de baixo do outro corpo que ainda caia, o braço passou me corpo morto dele quase me acertando e ficou preso me dando a chance de rolar e enfiar a flecha em suas costas.

Me abaixei fugindo de outro golpe que passou raspando na pele de minhas costas, agachei e enfiei minha mão no peito do vampiro, vi o outro e enfiei a flecha em seu pescoço e a puxei para o lado vendo sua cabeça cair. E então eu me irritei, eu queria tanto um bolo de chocolate agora. Usei novamente minha visão e foquei em todas as figuras masculinas e deixei a energia fluir completamente pelo meu corpo, a segurei e então a liberei completamente vendo todos eles caírem com as mãos nas cabeças. Um disco de vinil foi lançado em minha direção por Katherine e eu o segurei com força me assegurando de não deixar nenhum vampiro escapar, me lembrei de Klaus matando o grupo de caçadores em minha casa. Repeti o mesmo movimento que ele e lancei o disco com toda a força que eu tinha vendo pelo menos cerca de seis cabeças rolarem.

Senti o sangue escorrer de meu nariz e intensifiquei mais ainda vendo os 4 restantes desacordarem, eu me alimentaria deles e de um outro vampiro que eu havia quebrado o pescoço com um chute. Eu estava com muita sede.

Me virei para meu grupo sorrindo e vi Natalie segurando uma câmera, ela baixou e sorriu para mim assim como o resto do grupo.

— Eu não disse que ia dar certo? – Davina se pronunciou – Eu conheci alguns da família Resh, eles funcionam sob pressão.

— Parabéns Sage. – Elena riu – Você acabou com 24 vampiros sozinha.

Ergui a cabeça sorrindo.

~º~

Klaus passou os braços pelos meus ombros e segurou o prato com meu bolo enquanto eu me sentava ao lado dele me recostando no sofá, olhei o grupo que conversava animadamente enquanto o loiro olhava para o celular revendo o vídeo centenas vezes, olhei também e fiquei feliz por ver que eu estava evoluindo muito a respeito dos poderes e das habilidades de um vampiro, mas ainda era extremamente difícil para mim controlar a velocidade da corrida, vinha sendo um desafio enorme  e meus reflexos só funcionavam em batalha, prova disso era as dezenas de vasos e estátuas que ainda se quebravam na casa de Niklaus.

— Está muito bem amor. – elogiou e eu peguei um pedaço de bolo – Não estou surpreso Sage, eu já esperava isso.

Finn riu do outro sofá e eu o olhei com uma careta.

— O que foi irmão?- debochei.

— Estou me perguntando com quem aprendeu isso, Niklaus e Elijah não lutam assim. Onde aprendeu isso, com quem aprendeu isso?

— Sage sempre foi muito perspicaz. Tenho certeza que não assistiu o vídeo completo, ela sempre pensa rápido Finn, nessa família não há espaço para fracassos. – Elijah ajeitou o terno e se sentou na poltrona.

— Concordo com Elijah. – Nik comentou com descaso – Você mal conhece minha noiva, não deveria a menosprezar dessa maneira meu querido irmão, ela não é uma qualquer. – vi que focou seus olhos na Sage Ruiva – A minha garota sabe muito bem o que fazer.

Por que ele a olhou daquela maneira? A tal vadia teria falado algo para ele? Ou feito? Bem... eu não duvidava de nada disso.

— Não estou menosprezando a minha nova irmã Niklaus, se ela vai entrar para a família é por que ela tem capacidade para isso. – Finn se sentou de forma ereta – E teria prazer em conhece-la mais, isso se ela permitir.

Niklaus riu abertamente chamando atenção de todos para nós.

— Ai meu caro amigo, já é um problema seu. Eu realmente não me importo se Sage vai querer enfiar um carvalho branco em você ou se ela vai te convidar para assistir um filme com pipoca, ela é livre para escolher o que quer fazer. – deu de ombros.

— Tenho carta branca para matar eles? – perguntei e os dois me encararam.

— Se achar que é necessário... eu é quem não irei me meter. – fechou os olhos.

Saltamos quando um estrondo soou do hall, nos viramos para encarar a figura que ousava destruir a casa inteira, levei um susto ao ver a maldita passar pela porta usando um vestido negro. Eu reconhecia Ibis em qualquer lugar, ela tinha os cabelos longos e pretos e ela era minha versão mais velha. Tinha a aparência de ter pelo menos uns 35 anos quando se transformou.

— Ah olá, Mikaelson. – debochou entrando na sala batendo os pés de maneira impaciente, vi Nataniel arregalar os olhos em empolgação.

— O que? – Finn nos encarou completamente chocado – Niklaus essa é...

— Ibis. – falou sem se importar – Mãe da Sage. – colocou a mão na cabeça e vi Finn engasgar, sorri satisfeita.

— A inimiga da mamãe? Você sabe o que isso significa? – Finn se agitou assim como Sage.

— Que a sua mamãezinha vai ficar mais irritadinha? Pena que eu não me importo. – Ibis sorriu maldosa e disparou um olhar safado para Elijah – Na realidade eu me importo sim.... quando mais furiosa ela ficar, melhor.

— Se controle. – briguei com ela, a ultima coisa que eu precisava era de algum Mikaelson tendo um ataque histérico por causa de minha “mãe”

— Sage você não manda em mim. – ela colocou a mão nos quadris e senti Klaus me segurar com força.

— Eu vou te dar uma surra e nós vamos ver se eu não mando mesmo. – senti minha boca ser tapada e dei um olhar mortal para Gaspar.

— Não fale comigo dessa forma sua maluca, eu sou louca! – ela gritou e as luzes piscaram.

Gaspar quase enfiou o braço em minha garganta para me impedir de falar

— Eu suspeito que ninguém nessa família seja muito normal. – Rebekah riu.

— Eu já tenho certeza. – ouvi Kol resmungar – Será que Sage tem alguma irmã?

Todos da família Resh o encarou em fúria, o moreno apenas ergueu as mãos e riu desaparecendo em direção aos quartos.

— A que devo a honra minha querida sogra?- Niklaus debochou.

— Vim buscar a Sage para uma volta. Posso? – arrumou o cabelo.

— Se eu disser que não adianta?

— Mas é claro que não, não te devo nada. Está achando que intimida Niklaus? Por favor. – resmungou rolando os olhos.

— Só pode ser um inferno. Eu devo ter morrido. – ouvi Damon reclamar.

— Então vamos.- levantamos indo em direção ao carro.

— O que exatamente estamos indo fazer? – entrei no lado do passageiro e Klaus entrou atrás com Gaspar.

— As paredes tem ouvidos e existem dezenas de homens do exercito de Uri por aqui. Em movimento é mais difícil de nos ouvirem. – ela olhou para o retrovisor.

— O que foi Ibis?

— Acho que Klaus nunca te contou sofre Freya e o que pode acontecer com o filho dele.

— Esther?

— Sim.

— Não me conte muito, apenas diga o que temos que fazer. – implorei, quanto menos soubesse melhor.

— É bom que cuide de Hayley, a deixe segura e de forma alguma deixe que Uri pegue ela Sage – ela me olhou com cuidado – Você precisa ser forte e inteligente para lidar com isso Sage.

— Mais essa agora. – bufei irritada.

— Não deixe que seus planos sejam espalhados por ai.

— Já não acha que está na hora de me contar sobre você? – ela me olhou atentamente.

— Sim. Esqueça tudo que te contaram ou que leu sobre mim Sage, é tudo mentira. Eu cresci em uma colônia e sim eu era uma bruxa, minha mãe quase me matou quando descobriu isso devo confessar. Então eu conheci Gaspar e nos apaixonamos, teve uma época em que as pessoas passaram a morrer com algumas doenças misteriosas e então eu tive uma ideia de tentar encontrar uma cura.

— Fui eu quem fiz o ritual. Sangue puro de alguém ainda vivo, de uma duplicata, mexemos com magia branca. – respirei aliviada vendo que não havia uma história excessivamente cruel por parte disso – Era nossa primeira filha. Eu fui o primeiro a ser transformado, eu tive facilidade em me controlar, eu usava meus poderes para evitar beber o sangue de humanos e acabei bebendo o sangue de animais pois tinha medo de alguém estar doente e eu acabar me contaminando, a minha transição durou cerca dois anos até eu me tornar completamente vampiro.

— Eu me transformei logo depois, cerca de alguns meses depois de Gaspar. No inicio foi tudo tranquilo durante a transição, eu bebia o sangue de Gaspar e ele bebia o meu já que a transição se tornava mais rápida dessa forma e nos dávamos bem assim... até que um dia convocaram Gaspar para uma viagem já que ele mexia com ervas e era um dos “médicos” da cidade assim como eu. – riu baixo.

— Eu imagino o que aconteceu. – olhei para fora.

— Foi bem pior do que parece Sage. – Gaspar falou baixo e eu me virei vendo que ele olhava para Ibis com extrema dor.

— Eu usava muito de meus poderes para curar as pessoas, e então sentia mais sede já que a transição retrocedia, o sangue humano a deixava mais rápida. Eu fiz incontáveis amuletos, feitiços e muitas outras coisas, eu aguentei por duas semanas. Antes de matar a primeira pessoa, a minha filha.- olhou para o lados.

— Eu senti imediatamente, pois éramos marcados. Eu senti a briga interna que ela passava e voltei imediatamente para a colônia, é a pior sensação que se pode ter.- Gaspar olhou para fora.

— Eu juro por tudo Sage, que eu tentei parar, eu tentei mesmo. Eu tinha completa consciência do que fazia e queria parar, mas eu não conseguia. Eu não tinha controle do que fazia e a cada pessoa que eu matava eu sentia dor, eu nunca prezei pela vida de ninguém, mas aquilo que eu fiz era terrivelmente cruel. Eu matei toda a minha família.

— Quando eu cheguei, toda a colônia estava morta. – Gaspar me olhou atentamente.

— Mais de cinco mil pessoas mortas em menos de 24 horas. Eu me tornei uma vampira no mesmo dia. – suspirei – Por isso estou pedindo que não abuse de seus poderes Sage, por isso quero que Niklaus cuide de você, é uma dor imensa.

Acenei com a cabeça e senti que Klaus havia ficado satisfeito por eu concordar.

— Como se tornou híbrida?

— Nos fugimos de lá e fomos para uma nova colônia, passamos meses sem problemas algum, mas precisaram de Gaspar novamente graças a uma guerra entre colônias que deixou centenas de feridos. Um antigo morador de outra colônia que havia sobrevivido ao massacre me reconheceu e contou tudo. Eu era muito boba na época e fui capturada muito fácil, me trancaram em um galpão e eu me deparei com um vampiro e um lobisomem.

— Como? Não foi você que os criou?

— Eu criei. Para proteger a colônia já que era tradição sermos atacados em noite de lua cheia, o outro vampiro havia sido feito de meu próprio sangue, era meu irmão mais velho. O único que tinha escapado com vida do meu primeiro ataque. – suspirei olhando para fora – Eu o tinha transformado antes de acabar com a primeira colônia.

Ibis acelerou o carro.

— Eles me deixaram trancada por dias, o lobo se transformou e nós o matamos e o vampiro enlouqueceu de sede e eu o matei. E então fiquei com sede e bebi o sangue deles, eu achei que iria morrer... mas eu acordei depois de muita dor e então eu estava com muita sede de novo e essa foi outra vila a ser dizimada.

— Ibis sentia culpa pela morte de seus filhos e aperfeiçoou seus poderes conseguindo entrar e sair do mundo dos mortos com facilidade, eu consegui o mesmo, mas não sou tão forte quanto ela. Eu sempre preciso de ajuda para entrar... e o resto da história eu já te contei, sobre Esther, a busca pelo poder e...

Levamos um susto quando um carro surgiu a nossa frente quase nos acertando, Ibis acelerou o carro e me passou algumas moedas abrindo um sorriso.

— Que tal o nosso primeiro momento em família juntas?

— Ai que horror. – ouvi Klaus sussurrar.

Abri a janela e coloquei o tronco para fora, peguei as moedas e lancei com força contra o carro. O pneu explodiu e eu senti Gaspar erguer a parte traseira do carro e Ibis o deixou em chamas o explodindo, Ibis passou correndo pelo carro que ainda explodia no ar e sorriu assim que viramos uma rua.

— Era um grupo de Uri. – deu de ombros – Agora vamos comer um bolo de chocolate com sorvete.

— Sorvete no copo. – complementei.

— Mas não vamos esperar até de madrugada? – Gaspar perguntou.

— Vou adivinhar que é no Mc Donalds. – Klaus zombou e nós olhamos para ele.

— Mas é claro.

— Você paga a conta. – falamos ao mesmo tempo.

~º~

Olhei a vadia ruiva na minha frente com uma careta e ela fez o mesmo, estávamos na mansão Mikaelson... sozinhas. Ela me analisava completamente com uma careta e eu me perguntava se era por causa da roupa que eu usava, eu estava decente isso sim. Usava até um vestido rosa e um salto que apareceu no meu closet, obviamente uma obra de Niklaus. Eu até gostei, estava bem confortável para falar a verdade. Ela lançou um olhar duro em direção a minha mochila e sorriu maliciosa.

— O que você faz da vida Sage? – pronunciou meu nome com deboche.

— E no que isso te interessa? Não é com você que eu vou casar. – cruzei as pernas sorrindo.

— Quero saber que tipo de pessoa entra na minha família.

— Quer dizer que você é a chefe da família? Você trabalha por acaso? É formada ou coisa do tipo?- ela me olhou com uma careta – Então não tem que se preocupar comigo fofa. Eu sei muito bem quais são os meus deveres dentro dessa família.

— E quais são?

— Matar quem os incomoda é bem típico deles não é? – sorri amarga – Você deve saber disso já que é uma Mikaelson.

— Você é muito nova.

— Ainda tenho mil anos pra envelhecer.

— Você é muito nova. – repetiu cruzando os braços e se jogando no sofá.

— E sou rainha. Não por Niklaus... mas sim por mim mesma. Eu não estou me apoiando nas costas da família. – ela deu um sorriso debochado.

— Eu duvido muito disso. Eram vampiros novos, jovens... sem experiência e com o “treinamento de Marcel”, não esperava muita coisa deles.

— Você por acaso já lutou contra um deles? – questionei rindo – Então você está a minha altura? – me levantei e ela também.

Damon foi bem claro ao dizer que eu não deveria de forma alguma inventar de bater nessa biscate, mas quem disse que eu vou ouvir ele? Por favor eu brigava com Mikaelson o tempo inteiro, por que eu me intimidaria com essa criatura? Eu tenho total confiança no que me ensinaram.

— Eu estou além de você garotinha. Niklaus não precisa de um ser tão frágil do lado dele.

— Não vai me dizer que você quer ocupar o meu lugar?

— É claro que não. Só não te acho forte o bastante para essa família.

— É o que vamos ver.

Dei um tapa no seu rosto com força e ela foi arremessada para longe, Sage veio para cima de mim e apertou o meu pescoço sorrindo me erguendo do chão. A chutei com força no peito enfiando meu salto no local e ela se afastou gritando e puxando o objeto para fora de se corpo, quebrei o pé de madeira da mesa nova de Nik e bati nela com força vendo ela voar para o outro lado da casa indo parar na sala de jantar.

— Eu espero não ser nunca mais desafiada dentro da minha casa.

— A casa é dos Mikaelson. – ela se levantou me olhando.

— A casa é do Niklaus e portanto minha, quando ele não está quem manda sou eu. – sussurrei e ela riu vindo para cima de mim de novo.

Enfiei a madeira em seu estômago e puxei batendo no rosto dela novamente, ela se levantou do chão e quando estávamos prestes a nos socar Elijah e Finn aparecem nos segurando.

— Parem com isso. – Elijah pediu e nos aquietamos.

— É claro que vou parar, não vou sujar meu vestido novo. – rodei mostrando que não havia nada fora do lugar, exceto meu sapato e olhei para Sage vendo ela completamente suja de sangue – Você precisa de um banho. Mikaelson. – debochei saindo da casa.

~º~

— Que merda música é essa que você tá ouvindo?- entrei no quarto de Natalie e vi ela jogada no divã olhando para o teto enquanto uma musica soava.

— Ed Sheraan. – um clone feminino de Stefan, nossa quanto sofrimento e sentimentos tristes.

— Isso não é música. – ela me olhou arqueando a sobrancelha.

— O que é música pra você? – peguei meu celular e fui até o som retirando o celular dela do cabo e colocando o meu -  Move bitch get ou the way. – cantei e dancei no ritmo da música.

— Sage eu espero que isso seja o Kol e não você. – fechei a porta na cara de Niklaus quando ele apareceu.

— Ah Klaus me poupe daquilo que você chama de cultura, por favor. Não sou obrigada a ficar ouvindo aquela coisa gospel.

— É musica clássica Sage! Você não sabe mesmo qual é a diferença? – ele estava irritado.

— Foda-se.- resmunguei subindo em cima da cama dela e pulando lá – Por que é que a minha não é assim?

Ela subiu na cama e se pendurou no dossel e então se jogou para trás me acertando e me amassando no colchão, a chutei para longe ouvindo ela rir e rolei o olhos.

— Só assim pra te fazer calar a boca. – bufei e olhei para o teto – E como vai seu desenvolvimento bruxo bizarro?

— Bem lento, mas é melhor do que nada né. Coloquei até fogo em uma das armaduras do Nik.

— Está falando daquela que você queimou com gasolina e um fósforo?

— A você viu?- fui discreta.

— Difícil não ver, você queimou de baixo da janela do meu quarto. – reparei que as paredes estavam um pouco mais escuras que o do resto da casa – Se queria que ninguém visse era melhor não ter queimado de frente para a casa.

— É sempre tão entediante ficar assim com você? – ela virou a cabeça em minha direção como um raio.

— É o que? – sussurrou e me jogou com violência dentro do closet – Veste! – me jogou um macacão de couro completamente colocado e uma máscara.

— Vamos caçar vampiros? – ri e rasgou minha roupa.

— Coloca essa merda. – vesti a porcaria do macacão com extrema dificuldade e ela colocou a mascara e passou um batom vermelho em mim, depois colocou duas orelhas de gato falsas.

 Sai do closet e ela saiu logo depois em um macacão vermelho com rabinho e chifres. Eu queria ser o demônio.

— Não vou trocar. – revirei os olhos e calcei uma bota e ela fez o mesmo.

Saímos do quarto e descemos as escadas dando de cara com toda família, Klaus me olhou de cima a baixo e suspirou irritado, vi que Elijah nos olhava com assombro e Kol sorriu vindo para o nosso lado dando um tapa na minha bunda e desaparecendo. Rebekah apenas voltou a beber e nos ignorou por completo assim como uma Sage e um Finn mal humorado.

— Nós estamos indo no festival do pecado. – engasgamos – Adeus.

— O que tem demais lá? – a segui para fora e ela apenas sorriu.

Algum tempo depois eu entendi, tinha muito couro, muita gente gostosa, mas todo mundo parecia meio fora de si. Sei-lá. Lugar de gente meio estranha e bizarra e confesso que não fiquei nenhum um pouco surpresa de ver Nataniel fantasiado de policial vagando por lá e Katherine jogada em algum canto bebendo.

— O que justamente nós viemos fazer aqui?

— Nos camuflar entre eles. Eu vou dizer que pelo menos 90% desse local está cheio de criminosos, inclusive nós duas, mas a diferença entre nós e eles... é que esse é a ultima noite deles.

— Então você é uma justiceira?

— Não... só quero matar sem sentir o coração pesar. – começou a vagar por eles.

— Mas como sabe disso?

— Eu vejo o canal dos procurados Sage, gravei o rosto de centena deles e os vejo aqui. Eu tenho uma ótima memória. – colocou um dedo na testa – Fora que aqui existem alguns vampiros de Uri. Todo o tipo de gente que não presta vem aqui.

— Isso explica a presença de Katherine.- ela gargalhou se engasgando.

— Ok, vamos.

Avançamos pelo local apertado e senti alguém me puxar com força apertando os meus seios, gritei, as pessoas olharam, mas ninguém veio. É... eu vou matar todos. Joguei o braço para trás e puxei o corpo do individuo o jogando para frente e quebrando o seu pescoço.

— Katherine tranque a porta e saia por trás. – ela pediu e a louca fez e saiu do local por trás.

Natalie barrou a porta de saída e Nataniel subiu em cima do balcão começando a fotografar. A loira apontou para duas pequenas janelas perto do teto e eu compreendi. Ela pegou várias garrafas do balcão após quebrar o pescoço do bar man e as lançou para o alto fazendo elas caírem no meio das pessoas que continuavam dançando sem nenhum problema, fiz o mesmo e percebi que eles apenas se arrastavam se um lado para o outro facilitando que a bebida se espalhasse.

— Sage toma. – ela me passou uma garrafa de ... champanhe?

Subi e agitei a garrafa estourando a rolha, apertei o bocal enquanto a sacudia fazendo uma grande quantidade de champanhe ser lançado nas pessoas que dançavam animadamente, então um fósforo surgiu próximo as minhas mãos e uma imensa bola fogo se formou sobre todos, joguei a garrafa longe vendo ela explodir e aumentar mais ainda as chamas, os corpos começaram a serem queimados e eu me sentei no balcão pegando um pouco de vinho e bebendo enquanto assistia o show.

— Um ótimo programa para sexta a noite.


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Notas finais do capítulo

Eee, faltam apenas dois capítulos para o fim dessa temporada



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