Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 51
Montando estratégias




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Ergui a cabeça e abri os braços enquanto sorria para Damon ao meu lado, ele balançou a cabeça em negação e me puxou pelo pescoço passando seu braço por cima dos meus ombros enquanto ria animado. Encostou sua cabeça na minha e apontou para um letreiro de um sex shop, ri ajeitando meus fios úmidos graças a fina chuva que caia sobre a cidade. Entramos na loja com Elena atrás de nós que ria observando todo o local, mordi os lábios evitando dar uma gargalhada e acompanhei Damon até o balcão.

— O que vão querer?– a mulher perguntou e Damon me empurrou.

— Eu não vou dizer. – neguei com a cabeça.

— Desde quando você começou a ser sensata? – Elena me questionou.

Eu não estava sendo sensata, eu estava com vergonha.

— Queremos um consolo. O maior que tiver. – Damon se pronunciou e a mulher o olhou em choque – E se for daqueles de gel que balança é melhor ainda.

— Você concorda com isso? – Elena me olhou em choque.

— Que outro presente você acha que combina com Rebekah Mikaelson? – ri baixo – Coloca em uma caixa pra presente moça.

— Sim senhora. – ela riu negando com a cabeça e vi que Damon mexia em algumas calcinhas espalhadas pela loja.

O moreno as encarou com curiosidade e pegou várias jogando em cima do balcão, ele nos deu um sorriso malicioso e me chamou com um dedo, me aproximei com Elena.

— Diz aqui que é confortável. – passei rapidamente os olhos vendo uma peça de um tom rosa escuro.

Quero.

Ele sorriu para a vendedora e pagou tudo ganhando olhares desconfiados de mim e de Elena e então nos arrastou para fora. Me entregou um pacote mostrando a lingerie que eu tinha gostado e passou outra para Elena enquanto carregava algumas sacolas com os outros.

— Eu sei que todas vocês vão usar no mesmo dia. – deu um sorriso malicioso e eu olhei confusa para Elena – Afinal o aniversário de Rebekah é amanhã e vocês não vão ficar lá para ver não é? – moveu as sobrancelhas sugestivamente carregando uma caixa que deveria ser quase do comprimento do meu braço.

~º~

Dancei agitada pelo quarto ainda de toalha enquanto procurava uma roupa para usar, mas obviamente eu não acharia afinal eu estava no apartamento de Nataniel com Caroline e Stefan. Joguei a toalha pro alto e subi em cima da cama enquanto dançava e cantava com a loira, saltei agitada gritando o refrão da música e Caroline começou a aparecer em várias locais do quarto rindo e jogando objetos para cima.

— Moças. – paramos e vimos Stefan encostado na porta do quarto balançando a cabeça em negação.

— O que?

— Já está quase na hora da festa e vocês ainda não estão arrumadas. – resmungou rindo enquanto nos dava a mãos nos ajudando a descer.

Abracei Stefan e apoiei a cabeça em seu ombro sentido falta de sentir o abraço carinhoso que ele costumava me dar todos os dias, ele beijou minha testa e Caroline se aproximou o abraçando com um sorriso enorme.

— Ok isso está muito estranho. – Stefan no olhou confuso.

— Tem duas mulheres seminuas abraçando um cara gostoso e eles não estão transando. – me afastei rindo e fui em direção a saída do apartamento.

Esbarrei em Nataniel que apenas me olhou de cima abaixo e arqueou uma sobrancelha e por fim decidiu ir pro próprio quarto, dei de ombros e segui em direção ao meu próprio apartamento, fui pelas escadas do lado de elevador e logo cheguei ao local fazendo uma careta.

— Ih... o que foi hein? – cruzei os braços vendo Marcel e Camille.

— O que foi digo eu. – ela cruzou os braços e eu revirei os olhos.

— Você está no meu apartamento sua vadia. O que faz aqui? – a olhei de cara feia.

— Vim falar com Niklaus.

— Ele está ocupado. Tenta o celular dele. – cruzei os braços.

— Ele não atende.

— Então ele não quer falar com você. – bati os pés impaciente, será que dá pra sumir do meu apartamento agora?

— Você é muito petulante garota. – ela colocou as mãos nos quadris.

— Você vai ser o primeiro humano em que terei o prazer de drenar. – me transformei apenas para a assustar e vi que Marcel me olhou curioso.

— Sage o que é isso?

— Ibis. – ele deu de ombros e eu finalmente vi uma garota sair de trás dele me olhando extremamente curiosa.

— Davina. – a encarei séria.

— Sage. – falei baixo.

— Ibis... você é uma vampira criada a partir de Ibis?- Marcel continuava com desconfiança.

— E de Niklaus.

— Mas se você é uma duplicata de Ibis... provavelmente você é...

— Uma bruxa.

— Tem como ficar pior. – ele deu uma risada de desespero.- Niklaus ultrapassou o nível de bizarrice do mundo sobrenatural. Como está viva? Não preciso de contato com você para saber que  abusou da transição. – me olhou atentamente.

— O sangue de Niklaus é o que me impede de morrer, ele me mantem viva quando eu ultrapasso os limites do meu corpo. – expliquei resumidamente e ele acenou com a cabeça.

— Acreditamos que seria bom ter bruxas ao nosso lado na guerra. – dei uma olhada para a garota que ainda me olhava com interessa.

— Sim, desde que não estejam ao lado de Esther.

— Eu jamais ficaria ao lado daquela maldita. – sorri para ela.

— Perfeito. – dei de ombros.

— Sage por favor... – ouvi a voz baixa de Niklaus – Se vista.

Dei de ombros e entrei no apartamento, convidei Marcel e chamei as duas sombras dele. Acendi a luz e saltei para trás quase derrubando Niklaus, coloquei a mão no peito e evitei chorar. Puta merda, Niklaus não tem juízo mesmo. Olhei a maldita armadura e olhei para Cosmo que apenas me encarava em fúria como se eu fosse a culpada, ele desviou os olhos para Niklaus que apenas riu. O gato chiou e saltou sobre o balcão, mas ao invés de pular em Klaus ele saltou em Camille.

A loira gritou e eu gargalhei indo em direção ao meu quarto. Coloquei o vestido perolado curto e rodado e calcei o salto preto, Rebekah foi enfática ao dizer que não deveríamos ir de traje de gala, ela queria algo comum. Típico do nosso século. Ajeitei meu cabelo e passei uma maquiagem básica e logo segui em direção a sala onde o quarteto conversava de maneira tensa, eu sabia que Marcel ainda estava extremamente chateado e sabia que Camille não aceitava que eu estivesse com Niklaus. Eu imaginava o motivo.

— Pronto? – bati os pés impaciente.

— Vá na frente com Marcel e Camille amor... eu tenho que resolver algo com essa bruxinha.

Dei um olhar duro para Klaus tentando impor minha autoridade acima da dele, que Davina o que? Eu já estou sendo obrigada a ir na festa da irmã vadia dele e ainda tenho que ir pra lá com o Marcel e a Camille?

— Mas não vai mesmo! Vamos embora agora. – Klaus ficou parado me olhando em fúria – Niklaus não teste minha paciência. – ele continuou imóvel – Pois bem, fica ai. Eu vou explodir a sua mansão com a minha mente e de quebra ainda morro junto.

Sai do local extremamente emburrada e desci as escadas rapidamente caindo no processo, eu teria mesmo que aguentar Rebekah e sua chatice sozinha? Pior... ao lado do ex-rei e da vadia intrometida? Bufei levantando e ao invés de ir de carro usei minha velocidade vampírica por pura teimosia, senti Stefan vindo atrás junto de Care e agradeci por Marcel não vir junto com a biscate, mas alias... Camille é humana?

Cheguei rapidamente na mansão, mas como sou propensa a falhas tropecei em minhas próprias pernas e fui lançada para frente, senti os braços de Stefan rodearem minha cintura então caímos dentro de um arbusto fazendo Caroline esbarrar em nós e bater o rosto contra uma árvore.

— Em anos isso nunca me aconteceu. – Stefan me ajudou a me levantar.

— Credo Sage, você é terrível. – olhei a boca ensanguentada de Care e reprimi uma risada.

— Desculpe. – gargalhei me ajeitando e seguindo em direção a entrada.

Esbarrei em Katherine que ficou ao meu lado direito olhando tudo entediada, ela olhou para as unhas e fez uma careta pegando um copo descartável e bebendo o liquido.

— Eu esperava homens ricos. Não isso, nem imaginava que ela tinha tantos amigos.

— Ela não tem. – olhei o local e estreitei os olhos para a Sage maldita que estava ao lado de Rebekah – Tem, mas vai perder.

— Qual o motivo desse seu ódio?

— Não fui com a cara da Vadia Ruiva.

— Só por que ela tem seu nome Sage? – riu se encostando em mim.

— Katherine se não quiser levar uma mordida sugiro que cale a maldita boca. - ela apenas riu se engasgando com a bebida e se afastou indo atrás de Matt.

— Oi Bird. – Damon passou um braço ao redor de mim enquanto carregava a imensa caixa – Eu esperava algo pior dessa festa, está muito quieta.

— Estamos mesmo em New Orleans? Isso deveria estar fervendo. – Elena cruzou os braços.

— Não seja por isso. – fui até o som e tripliquei o volume do som, troquei para uma musica mais agitada e diminui a intensidade das luzes.

— Precisa de mais! – Caroline gritou em meu ouvido e vi Kol surgir com Natalie com um enorme globo de luzes.

— Sem problemas. Força bebida em todo mundo, Nik vai chorar limpando isso aqui. – dei um sorriso vingativo.

— Vamos. – Damon me puxou em direção a Rebekah e fomos seguidos por Elena – Nosso presente Barbie sádica.

Rebekah nos olhou surpresa abrindo um imenso sorriso, me aproximei da tal Sage e a olhei com a minha pior feição.

— Já foi em uma festa atual?

— Não. – ela me olhava confusa – O que tem demais?

— Beba até desmaiar boneca. – dei um sorriso malicioso me mexendo no ritmo da música, entreguei um copo com veneno sabendo que ela só teria indigestão – Mexa-se!

A tal Sage riu de maneira maliciosa jogando a cabeça para trás e nós vidramos nossos olhos em Rebekah, a loira gritou surpresa ao olhar dentro da caixa e o consolo maldito caiu aos seus pés. Kol saltou do andar de cima e parou aos pés da irmã rindo abertamente do susto que ela havia levado, olhou o objeto e se afastou passando as mãos pelo próprio cabelo. Neguei com a cabeça e o Finn mal humorado se aproximou nos olhando com  uma careta, sorri simpática e me afastei deles com Damon em meu pé.

— Está usando o que te dei?

— A calcinha? – ri – O que você quer Damon? – mexi os quadris de forma incomoda a sentindo.

— Nada Morce, estou me assegurando de que escolhi bem. – deu de ombros e eu o olhei desconfiada – Vamos deixar essa festa mais agitada.

Ri quando ele me rodou com um braço e rodou Elena com outro, ele nos aproximou de seu corpo e começou a rebolar nos forçando a seguir ele. Gargalhei jogando a cabeça para trás e senti um toque em minha costela direita, sorri para Enzo e Alaric e passei a dançar com o moreno, Alaric apenas se mexia de um lado para o outro com os olhos atentos nos outros vampiros que lotavam o local. Enzo me girou e abriu um enorme sorriso e eu correspondi.

— Eu achei que nunca mais veria esse sorriso Dea. – encostei minha bochecha na sua e o abracei.

— Sei que não tivemos tempo o suficiente para isso, mas eu até que gosto de você Enzo. Espero sinceramente que quando a guerra acabar você fique aqui conosco, nada melhor do que mais um pra ajudar na confusão.

— Ótimo! – riu audivelmente.

Girei de novo e cai nos braços de Alaric com o qual eu nem havia tido contato ainda, a musica se tornou mais animada e eu agarrei a mão dele dançando de maneira estranha e ele me acompanhou rindo.

— Obrigada por tudo, não tive muito contato com você, mas agora eu me lembro de muita coisa. Estou realmente feliz que tenha cuidado de mim, que tenha me tratado como um pai trataria uma filha e agradeço por nunca ter desistido de mim ou ter dado um fim em Misael. É algo que eu mesma gostaria de fazer, mais do que nunca eu acredito que ele mereça acabar nas mãos daquilo que ele ajudou a criar. – ele acenou com a cabeça.

— Eu entendo, por isso nunca interferi Sage, por mais que soubesse eu preferi nunca ter feito nada, nós a vigiávamos constantemente e teve algumas vezes que chegamos a hipnotizar e até bater um pouco nele. – ri – Mas nunca mudamos a essência verdadeira dele, sabíamos que um dia alguém teria que dar um fim em tudo, e esse alguém tinha que ser você, a mais afetada por tudo.

Dei um sorriso para ele. Eu sempre estive protegida desde que os conheci, eu tinha todas as minhas lembranças de volta, até mesmo as que eles haviam apagado e isso apenas me fazia os amar mais ainda pois eu tive certeza mais do que absoluta que mesmo que agisse de maneira discreta eles ainda estavam ali, mesmo que não tivessem nenhuma obrigação a respeito disso. Eles simplesmente queriam estar. Por que me amavam.

— Não chore. – sussurrou brincando em meu ouvido e foi em direção a Elijah, acenei para ele e fui respondida.

Subi para o andar de cima e me apoiei no corrimão de madeira olhando todos os vampiros que dançavam animados pelo local, eram centenas deles e boa parte era de Frederich que estava jogando no jardim completamente bêbado quando a festa não havia nem começado, neguei com a cabeça e ri baixo. Senti a aproximação e deslizei um pouco para o lado, Finn encostou seu braço no meu e me olhou atentamente por um breve tempo antes de suspirar e olhar para o andar de baixo.

— O que tem contra mim?

— Nunca fui simpática com ninguém e você não seria uma exceção, podemos estar prestes a nos tornar uma famí...

— Nos já somos uma família. – falou baixo .

— Não quer dizer que eu deva confiar cegamente em você, assim como fiz com Rebekah. – o encarei séria – Eu sei que os Mikaelson são propensos a traição Finn e eu não vou deixar nenhuma ameaça próxima da minha família, de Niklaus e nem do reino. Mesmo que essa ameaça venha de alguém do meu lado. Eu realmente espero ser ouvida dessa vez, a imortalidade não é um desafio pra mim. – percebi que ele me encarava com atenção.

— Estou feliz com a sua devoção em relação aos Mikaelson.

— Você não entendeu... eu sou devota a quem e ao o que eu  amo, e o perigo pode existir dentro da minha família, se eu sentir que alguém está ameaçado... eu matarei. Eu espero não precisar repetir isso, Rebekah está viva por um caso isolado.

— Caso isolado?

— É. – se eu matar Rebekah é provável que Niklaus mate Stefan.

Se bem que eu não queria Rebekah morta, eu queria ver ela sofrendo.

— Dispenso você por essa noite.

— Começamos com o pé esquerdo.

— Claro que sim, a culpa não foi minha, foi você que me enforcou. – sai do local e comecei a descer as escadas, mas parei no meio do caminho sentindo um formigamento no meio das pernas.

Esfreguei uma perna na outra sentindo um calor me invadir, me agitei e derrubei alguém da escada enquanto tentava descer apressadamente. Fiquei saltitando pelo lugar em busca de alívio e agarrei a mão de Elijah que parou de falar com Rebekah para fixar seus olhos em mim, eles me olharam preocupados enquanto eu ofegava.

— Vocês estão sentindo algo vibrar? – saltitei e eles me olharam atentamente

— Sage você está vermelha.

— E suando. – Rebekah complementou.

— Ah meu... – gemi me arrepiando.

— Alguém mais está sentindo isso? – Caroline me apertou trazendo Stefan em sua cola.

— As coisas tremerem? – me abanei indo para fora, o ambiente estava quente e sufocante demais.

— Achei que eu era a única. – Elena surgiu com Damon ao seu lado pulando no mesmo lugar.

— O que foi? – Katherine nos olhou confusa.

— Algo está vibrando. – ela riu e arqueou a sobrancelha.

— Não aceitem presentes de pervertidos.

Olhamos para Damon que ria de uma maneira nada discreta, bufamos, retirei a calcinha e a joguei para trás por cima do ombro. Ouvi alguém resmungar e vi Nataniel tirar uma foto dela jogada  chão, então ele nos olhou e sorriu se despedindo com um acendo. Rolei os olhos.

— Foi só um presente Morce. - Damon riu puxando Elena para seu peito que ainda saltitava como louca.

— Sei. Um presente para si mesmo. - rolei os olhos incomodada e ele gargalhou se afastando.

Caroline fez o mesmo que eu e suspirou de alívio se escorando em Stefan, então abriu um sorriso para mim e acenou desaparecendo dentro da mansão. Dei de ombros e me virei me preparando para ir embora, mas Klaus estava ali parado com as mãos nos bolsos me olhando atentamente.

— Por que vivemos de briga? - se aproximou.

— Vivemos de desafios. É bom. - o encarei.

— Quem vive passando raiva sou eu amor. - me olhou atentamente.

— Como se você não descontasse a raiva depois. - sorri maliciosa e ele riu - É como nós funcionamos, se ficamos em paz o tempo inteiro acaba ficando meloso, não acha não? - cutuquei ele e avancei pela floresta com a intenção de voltar para casa.

Ele passou a seguir ao meu lado ainda com as mãos nos bolsos, provavelmente tentando não me enforcar.

— Admito que gosto de uma aventura de vez em quando amor, mas todo dia não. - reclamou - Eu fico azul e provavelmente serei o primeiro imortal que vai envelhecer.

— Ai meu Deus Niklaus! - gritei o repreendendo, azul... de bolas azuis.

Reprimi a risada por ouvir esse tipo de absurdo sair de sua boca, ele riu um pouco constrangido e veio para o meu lado passando um braço pela cintura e me puxando para ele, tropecei e ele me segurou com mais firmeza deixando suas mãos escorregarem para dentro de meu vestido.

— O que? - me olhou confuso quando me afastei dele.

— Nik olha. - apontei.

— Uma piscina Sage. - passou a mão pelo cabelo.

— Vamos nadar. - tirei o sapato.

— Não vamos Sage. Está frio. - resmungou tentando me segurar.

— É você quem vai me parar? - ri da sua cara indignada - Nik você tem 1200 anos, a sua vida é um tédio... o que custa? - ri e ele revirou os olhos.

— Eu não vou entrar ai Sage. - resmungou.

— Eu não sei nadar. - rasguei o vestido ficando completamente nua e me joguei na água gelada afundando, eu sabia que ele viria.

Em poucos segundos Klaus me puxava para cima e me empurrava para a borda, me agarrei em seu pescoço e recebi um olhar irritado.

— Não me olhe assim, é o tipo de coisa que você espera vindo de mim. - cutuquei sua bochecha e ele me encarou intensamente.

— Você sem calcinha em uma festa?

— Culpa de Damon. - ele arqueou uma sobrancelha - A calcinha vibrava.

— Obrigado pela informação. - falou alto rindo do meu constrangimento - O que foi Sage? Não consegue lidar com uma calcinha que vibra? - gargalhei agarrando seu cabelo.

— Será que não Nik? - ri - A única coisa que eu quero nesse momento é o meu híbrido babaca.

Ele rolou os olhos e eu enrosquei minhas pernas ao redor de seu corpo sentindo a textura de sua calça, Klaus desceu com o nariz até o meu pescoço e beijou o local.

— Pare de acabar com a minha moral amor, que tipo de rei serei aos olhos do meu povo.

— O tipo de rei que é devoto ao que ama. - sussurrei em sua orelha vendo-o se arrepiar.

— Bom ponto. Mas ainda estou frisando que eu sou o malvado da família. - apertou minha coxa com força e me encostou na borda da piscina onde apoiei meus braços enquanto ele distribuía beijo pelo meu busto.

Com certeza ele ainda era o malvado da família.

~°~

— A culpa é inteiramente sua Sage. - ele corria ao meu lado na velocidade “humana” enquanto eu ria.

— Como eu ia saber que alguém ia pra piscina aquela hora? - aumentei os passos fugindo da lanterna do policial.

— Bastava ter sido mais silenciosa. - sussurrou me puxando para trás de uma imensa pedra - Não que eu não goste de ouvir.

Ouvimos um latido próximo a nós e Nik se transformou grunhindo para o cachorro que imediatamente ganiu e saiu correndo de volta para o seu policial, ouvimos eles gritarem entre si achando que algum animal selvagem havia assustado o pobre do cachorro.

— Não sei do que tanto reclama, se eles nos pegassem era só matar. Ué. - ele riu negando com a cabeça.

— Embora eu seja um grande defensor da morte, nem todos devem morrer Sage. Não queremos chamar uma atenção desnecessária ainda mais com a volta de Esther tão perto.

—Uhum. - concordei silenciosamente me perdendo em seus olhos.

Beijei Nik calmamente enquanto sentia um turbilhões de sensações me atingir, e a de sempre estava ali... gratidão. Puxei seus cabelos e colei seu corpo ao meu, era incrível como nos conectávamos com tanta facilidade, era incrível como parecia que realmente deveríamos estar juntos, eu não enxergava uma vida sem Niklaus, eu não teria rumo algum sem ele. Eu seria eternamente grata e hoje sim eu mais do que nunca queria ser imortal, pois eu queria que esse amor intenso e quente fosse levado pela eternidade, pois nós éramos completamente compatíveis e um devotos um ao outro.

Eu jamais esqueceria de minha vida novamente, era graças aos meus amigos e a Klaus que eu não havia morrido nas mãos de Misael. Fora graças a eles que eu não fora lançada ao mundo dos mortos como uma guardiã, foi graças a eles que eu nunca estive sozinha, que eu nunca estive com medo, que eu tenha sobrevivido. E era graças a Klaus que eu vivia, vivia de verdade o mais intensamente possível. Eu é quem deveria ser grata a ele, a todos.

~°~

— Mais rápido. - acelerei o ritmo das pedaladas ultrapassando Caroline e Elena - Sage não tanto.

Pedalávamos pelo terreno irregular da floresta, eu temia que em algum momento eu iria cair e quebrar o pescoço, coisa que era muito fácil ali. Olhei para trás e vi as duas paradas bebendo água, parei e fiz o mesmo enquanto olhava ao redor procurando por Matt e Jeremy que deveriam estar atrás da gente. Dei de ombros, eles se viravam melhor sozinho do que nós que estávamos em grupo.

Passei a mão na testa limpando o suor e foquei meus olhos nas duas figuras que pedalavam rapidamente em nossa direção, ouvi o grunhido e nós começamos a pedalar rapidamente ouvindo o imenso urso se aproximar.

— Quem é que quer passar o aniversário no mato, hein Elena! - gritei rindo vendo ela me olhar raivosa.

— Eu não ia adivinhar que um urso viria na minha festa particular de 17 anos Sage! - ela gritou de volta.

Eu ria apenas de nervoso, Jeremy passou como uma bala por nós descendo a trilha assim como Matt. Os dois seguiam em direção ao lago, dei uma rápida olhada para trás e Caroline e Elena me ultrapassaram. Teria tudo corrido bem se o urso maldito não tivesse acertado meu pneu e tivesse me provocado uma queda feia. Gemi de dor e ergui os olhos para o imenso bicho que se aproximava, arregalei os olhos e ele ficou de pé descendo um de seus braços em minha direção, mas não chegou a me acertar. Um homem alto vestido de preto segurava a pata do animal para cima, ele segurou o bicho pela pata e o arremessou para longe. Ele me olhou atentamente e fez uma careta ao ver meu estado.

— Rose hipnotize essa criança e a mande para seus amigos. - Elijah apontou em minha direção.

~°~

Acordei surpresa com a minha pequena lembrança, será que Elijah se lembrava disso? Balancei a cabeça em negação e ajeitei meu cabelo cheio de galhos, toquei o rosto de Nik que abriu os olhos vendo que ainda estávamos na floresta, nos levantamos e eu me ajeitei enquanto caminhava em direção ao meu prédio que já podia ser visto de longe.

Caminhamos sem falar absolutamente nada, cada um perdido em seus pensamento. Me lembrei que ainda havia um casamento para ser organizado, provavelmente seria em nosso novo reino. Chegamos em casa rapidamente recebendo olhares desconfiados. Damon sorriu discretamente assim como Elena e eu apenas dei de ombros indo em direção ao meu quarto, tomei um banho rápido e me vesti de maneira decente. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e fui em direção a cozinha me sentando na cadeira e olhando para o casal agradecendo internamente por ter seguido o conselho de Nataniel ao colocar uma mesa de jantar.

— Você está... diferente. - Elena me deu um olhar rápido.

— Não acho. - dei de ombros.

— Ela quis dizer que você está vestida como uma pessoa normal Sage. Não como uma mendiga e ou uma criança na Disney que nem te vimos nos últimos dias. - fechei a cara olhando mortalmente para Damon - Não me olhe assim, não era eu quem estava fantasiado de Pocahontas ontem mesmo. E de zorro uns dois dias atrás. - bufei de novo - Fora a imitação fajuta do Pikachu, ouvi dizer até que virou um elfo assim que chegou.

Ai não.

— Hoje eu estou normal. - sorri com sarcasmo - Amanhã eu estarei de Jack Sparrow.

Olhei meu coturno limpo sem nem saber quem o limpou, claramente não fui eu. A calça legging preta que eu usava exalava um cheiro maravilhoso assim como a baby look cinza escuro. Talvez tivesse sido Elena, ou até mesmo um Damon mal humorado. Olhei para o moreno que levava a xícara de café aos lábios e me inclinei vendo chocolate quente no copo de Elena. Quero. Tomei a xicara das mãos dela e bebi o líquido me engasgando no processo.

— Quer dizer que você é uma Resh?

— Pelo jeito sou. Parece nome de suco.- fiz uma careta.

— Vai mudar o nome?

— O único sobrenome que vai ocupar o lugar do Verona é o Mikaelson e apenas. - dei de ombros.

— Aprendeu a valorizar a marca?- debochou.

— Talvez. - dei uma risada.

A campainha tocou e eu me levantei para atender e dei de cara com Marcel, o olhei confusa e ele apenas sorriu.

— Preciso te mostrar algo Sage. - acenei para os dois e segui Marcel - Sei que anda muito ocupada e não teve muito tempo para ir até o reino.

— Realmente não tive, mas achei que Klaus estivesse resolvendo isso. - o olhei confusa enquanto íamos para o estacionamento.

— Estava.... mas a volta de Finn o deixou meio disperso, assim como a sua transição e o bebê.

— Claro. - franzi a testa.

— Como não consegue ver essa criança como obstáculo?- perguntou com curiosidade.

— Estamos falando de Mikaelson. Desde quando há obstáculos? - entrei em seu carro - Estou surpresa que venha falando comigo.

— Eu estou muito preocupado com o reino Sage, tive muitas e reparei que... talvez eu não estivesse preocupado o suficiente com o reino a ponto de deixar tão vulnerável.

— Do que aquela menina nos pode ser útil?

Ele respirou fundo.

— Todo mundo é útil Sage.

— Ela não pode ir para a guerra, vai morrer.

— Não duvide da capacidade de Davina, ela pode fazer muita coisa. Mais do que você no momento.

Me queixei baixo e o olhei atentamente.

— Tudo bem. Tudo bem. Sem insultos e humilhações, já chega. - encostei a cabeça no banco fechando os olhos.

— Como consegue ficar tão relaxada ao lado de um inimigo?

— Eu te mato antes que você pense em fazer algo comigo. - murmurei me ajeitando no banco - Agora cala a boca que eu quero dormir.

Algum tempo depois eu acordei sendo cutucada por ele, saímos do carro e andamos pelo reino antigo vendo o local completamente em ruinas, subimos para o terceiro andar e fomos até o outro lado de frente para um imenso jardim.

— Não reparou muito durante a festa não é? Lá parecia ter muitos, mas... nós temos apenas isso. - apontou para alguns vampiros e híbridos - 30 vampiros meus, 13 híbridos e 120 vampiros de Frederich.

Olhei o amontoado de pessoas que nos encaravam lá de baixo, eu sabia que eles poderiam nos ouvir muito bem sem o menor esforço.

— O quanto você conhece sobre esse reino de Uri?

— Não muita coisa. Sei que são muitos e são extremamente poderosos e bem treinados.

— Então vamos invadir, matar todos e os que não quiserem morrer hipnotizamos e colocamos do nosso lado. - ele me olhou chocado.

— É impossível de fazer algo assim, uma coisa é lutarmos em casa em um terreno que conhecemos e outra bem diferente é irmos para lá.

— Sabe por que isso dá certo? Não somos um grupo muito grande, da pra entrar na cidade sem chamar atenção, como uma caravana ou sei-lá o que. Podemos entrar no reino e os dominar com facilidade, um reino desse porte não espera ser atacado, ainda mais por dentro dele.

— Devo dizer que é algo inteligente, mas não tem como dá certo. Tudo acabaria em minutos. - Frederic se aproximou e reparei que os vampiros pareciam mais entretidos ainda em nossa conversa.

— Bem... eu acredito que Niklaus não se importará se eu der algumas ordens a vocês. - os dois cruzaram os braços me olhando atentamente - Vamos tentar construir o nosso novo reino o mais rápido possível com o maior porte que conseguirmos, pode chamar a atenção do mundo inteiro que eu não estou nem ai. Vamos botar nossos sangues para funcionar. De quanto precisamos especificamente para vencer Uri? - coloquei um dedo sobre o queixo.

Eu não sabia se minha "família" Resh ajudaria com isso, se eles forem como eu provavelmente ajudariam com o maior prazer.

— Cerca de 1000 homens ou mais, na realidade bem mais. O reino dele tem pelo menos 1500 homens, isso segundo nossas contas nos últimos dois anos, podem ter aumentado para 2000.

— Perfeito. - olhei para trás vendo Niklaus - Faça as honras.

— Precisaremos apenas de 1000. - os dois riram - Talvez menos.

— Não seja louca minha rainha. - olhei para Marcel de maneira mortal.

— Me dá o megafone.

— O que?

— O megafone.

— Não precisa disso. - me olhou com uma careta.

Rolei os olhos, eu não discutiria com ele. Bati palmas chamando a atenção de todos.

— É o seguinte, dividiremos você em até 5 grupos de acordo com a habilidade de cada um.

— 5?

— Sim. Seus tutores serão Marcel, Elijah, Kol, Eu e Niklaus. O primeiro grupo será o de Marcel e será responsável por buscar os híbridos que deixamos por Mystic Falls, junto de Enzo. O segundo grupo será o de Niklaus que irá trazer o máximo de vampiros jovens que conseguir, que de preferência nunca tenham tido contato com Uri assim não teremos problemas com traição, junto de Nataniel que é um ótimo rastreador. Elijah será o responsável pelo treinamento dos vampiros e híbridos sejam eles velhos ou novos, ele terá auxílio de um outro vampiro chamado Alaric. Kol, Katherine e Natalie serão responsáveis por trazer lobisomens até nós. Eles não devem ser mortos. Eu, Damon, Frederic e Stefan seremos os responsáveis por atrair e eliminar os grupos de Uri.

— Como assim Sage? Como atrair? - ouvi a voz baixa de Niklaus.

— Vai ser o nosso método para acabar com Uri. Eu e um pequeno grupo com os melhores lutadores estaremos atraindo pequenos grupos de Uri acabando com eles enquanto recrutamos mais vampiros e híbridos, quando achar que temos o suficiente nós atacamos todos juntos. - ele acenou concordando, mas não parecia satisfeito que justamente eu estivesse indo para a luta.

Todos acenaram em concordância e Frederic e Marcel se disponibilizaram para escolher os grupos já que os conheciam melhor que eu.

— Eu estou surpreso. - Nik se aproximou.

— Que eu seja capaz de montar uma estratégia?

Ele riu confirmando.

— Você sempre preferiu socos. - ironizou - Eu prefiro ir com você Sage. Acho que posso passar esse rastreamento para outra pessoa, eu não tenho paciência para isso.

Ele queria me vigiar, eu não o culpava. Se a transição retrocedesse em batalha eu estaria morta.

— Quem você acredita que pode ir?

— Katherine com certeza. - ri.

E ela poderia.

— Por que Elena, Bonnie, Caroline e Davina não foram escaladas?

— Alguém precisa ficar com Hayley.

— Duvida da capacidade delas? - me questionou.

— É justamente por eu confiar completamente na capacidade delas que estou deixando o seu filho nas mãos delas. - cutuquei seu peito - Ou você confiaria em outros?

Ele fez uma careta e pareceu concordar com minha linha de raciocínio. Era meio óbvio que nenhuma delas deixaria um bebê inseguro... e ainda havia Rebekah.


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