Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 34
Combustão




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Olhei para Caroline irritada, é Caroline. Eu havia feito um mural enorme com fotos de todos em minha parede com seu nome escrito bem na testa. Na realidade eu lia um diário todos os dias que detalhavam como era meu relacionamento com cada um deles e era bem estranho eu diria. Eu só me lembrava dos fatos recentes, pouca coisa do início de ano, os Salvatores eram os que mais apareciam em minha mente, eles e Nik. Eu achava tudo muito estranho já que não esquecia de Katherine e nem de Nataniel já que estavam fora do elo.

– Vai a merda Caroline! - gritei quando ela me impediu de ir para meu quarto - Eu vou te dar uma surra! – ameacei já indo para cima dela, Enzo me puxou para trás.

– É uma intervenção para o seu bem! - ela gritou – Estamos tentando resolver o seu problema! Eu te vi hoje e você mal me reconheceu!

– Você não sabe de nada! - olhei todos os presentes na casa e controlei o ódio o máximo que consegui.

Eu estava furiosa com Anellise, desde que eu ataquei a maldita da Anellise eles resolveram me infernizar. A maluca tinha dado um piti universal que envolveu até Liz no meio de tudo que por muito pouco não me prendeu. Eu me sentia em fúria e a única pessoa que aparecia em minha mente é essa filha da puta.

– Sabemos que você está louca, com medo de ser substituída pela Anellise. É isso que nós sabemos! - Elena começou – Katherine fica te apoiando nessas suas ideias malucas, Sage por favor você está entendendo sobre o que estamos falando aqui! Você está se tornando um risco para todos nós!

– Katerina não tem nada a ver com isso. Eu escolho quem vou odiar! Quem eu vou matar, fazer sofrer e toda a merda que eu poder fazer. Eu sou tudo Elena, menos mentirosa. Eu não sou manipulável. Os cegos são vocês, não eu! – gritei – Aquela garota não é Anellise.

– E você está errada... - Stefan começou, e eu interrompi quebrando uma de minhas janelas, eu tremia descontrolada.

– Diz alguma vez que eu errei. Eu não errei com Tyler, eu não errei com o corpo dessa maluca, eu não errei com Klaus, nem com o contrato, mas sabe onde eu acho que errei? Em ter vocês como amigos, sempre duvidando de mim. Caralho eu já disso incontáveis vezes, eu não tenho motivos para mentir! - berrei quebrando minha mesinha e chutando o sofá.

Parecia que o que eu tinha falado nem tinha sido ouvido, eles continuavam a mesma expressão até Damon estava sério. Matt estava muito sério, algo que não era típico dele. Eu nem sabia o motivo da discussão, um brigava por causa das minhas memórias e outros brigavam por causa de Anellise, eu estava enlouquecendo.

– E se não acreditam, saiam da minha casa e vão encher o saco de outra! Eu não sou obrigada a ficar ouvindo esse monte de julgamentos sobre mim. - puxei o cabelo nervosa.

– Estamos tentando te ajudar, se deixasse o ciúmes de lado um pouco e passasse cinco minutos com ela veria que nada disso está acontecendo! É tudo coisa da sua cabeça, está desse jeito porque ninguém que tenha perfeito juízo jamais seria sua amiga. Afinal você é completamente louca, quem quer um problema na vida? - a sala ficou em silêncio absoluto com as palavras de Caroline.

Ninguém ousava dizer nada. Eu cheguei em meu limite. E então eu soube que sim. Eu era uma substituta. Eu era apenas um rosto.

Traição. Era a palavra que definia muito bem o que eu sentia no momento, uma de minhas melhores amigas havia me trocado por uma vampira que ela conhecia a apenas duas semanas. Stefan e Damon eu até entendia, afinal era sua “irmã”. Vi Elena se balançar desconfortável, não era difícil pensar que ela se sentia desconfortável com um assunto, era pedir demais para ela escolher um lado. Bonnie sorriu tristemente tentando me passar apoio. E então eu fiquei cega de ódio, de dor e desprezo. Eu estava em cólera sentindo uma dor insuportável no peito.

– Meu Deus... - Caroline tapou os lábios com as mãos.

Peguei minha mochila e tentei sair da casa. Enzo apareceu como uma bala, tentou me agarrar, minha expressão de ódio foi mais do que suficiente para ele recuar. Descontrole era a palavra que me definia.

– Onde vai? - Alaric perguntou.

– Indo pra nunca mais voltar. Vou pegar minhas coisas na mansão Salvatore e vou sumir da vida de vocês. – avisei com a voz trêmula.

– Não precisa disso... - Caroline iniciou.

Eu estava chorando da raiva e tremia descontrolada. Aquilo doía demais.

– Não precisa? Eu estou sentindo a dor de uma traição Caroline e você não sabe o quanto isso é insuportável. Mas logo vai saber, e vai doer muito mais em você do que em mim. Você fingiu ser minha amiga pra que? Pra brincar com a minha cara? Para ver o meu sofrimento de perto? Pra me ver ser agredida e humilhada? Desprezada? É isso que te diverte?

– Sage... - Stefan estava chocado, vi ele vir até mim e segurar meu braço com força, gritei o empurrando para trás – Não é nada disso, Caroline está nervosa, todos nós estamos. Estamos te perdendo Sage!

– Eu espero muito bem que você saiba o que está fazendo - enxuguei meus olhos com minhas mãos olhando para ela - Eu fiz um acordo com um assassino pra dar um pouco de paz na sua vida. A nossa amizade custa o meu sangue Caroline, a minha vida.

– Não é nada disso! - Elena estava visivelmente nervosa.

Todos estavam tensos. Esperavam que eu reagisse e atacasse algum deles e aquilo acabasse e tudo voltaria ao normal, mas isso não aconteceria. A dor em meu peito era demais para ser suportada.

– Não é o que parece Elena. O que uma amizade com uma problemática descontrolada te trás de bom? Umas aventuras e só isso? Eu espero que quando eu voltar, não tenha mais ninguém aqui. Eu espero realmente que ninguém precise sair mais ferido ainda daqui do eu já vamos sair.

Eles ainda esperavam a agressão, mas ela não veio. Apenas me virei e sai correndo de casa enquanto avançava pela mata, cortei caminho ate chegar na mansão. Eu estava ensandecida quando passei pela porta e dei de cara com a vadia, minha feição foi o suficiente para ela recuar um passo deixando o espaço livre para mim. Parei perto dela e agarrei sua jugular penetrando meus dedos com força em seu pescoço, o sangue começou a escorrer pela meu braço manchando minhas roupas.

– Eu vou voltar. - fui seca deixando um traço de loucura passar por meus olhos – Esteja preparada para isso.

Soltei seu corpo e fui para a biblioteca, peguei vários livros e diários e coloquei em minha mochila. Não me surpreendi ao ver Katherine parar ao meu lado e separar dois livros em particular e o colocar em sua mochila, fui até o quarto de Stefan e peguei meu sapato que estava por ali e mais uma mochila. Estávamos prestes a sair quando ele parou na porta e deu um sorriso triste.

Eu ainda o amava e me perguntava como.

– Não sai daqui enquanto não conversarmos. Por essa porta você não passa.

Eu não poderia iniciar uma luta com ele ali, o cômodo era muito pequeno e eu ficaria em desvantagem. Sem opções lancei minha mochila pela janela quebrando todo o vidro e pulei para fora do quarto, ignorei completamente o fato de estar no segundo andar. Eu estava melhorando minhas habilidades de duplicata, estava retomando as antigas práticas da classe. Eu era uma caçadora, como uma felina. Silenciosa, invisível e letal.

Cai com as pernas levemente arqueadas absorvendo o impacto, Katerina fez o mesmo ao meu lado. Peguei as mochilas e saímos andando pelo quintal, meus antigos amigos estavam todos na frente da mansão. Me observavam passar enquanto eu mantinha meus olhos focados na frente. Ergui a cabeça. Eu tinha um objetivo. Nada me pararia.

Eu finalmente estou viva mais do que nunca.

~º~

– Eu estou querendo que você vá comigo! - Klaus estava muito nervosa.

– Não posso ir. E você sabe muito bem o porque disso Niklaus. - estava sentada em sua cama embolada nos edredom tentando me aquecer.

– Não posso ficar. – avisou me olhando intensamente.

– Não vai me ajudar?

– Eu não posso. - bufou me olhando – Eu quero Sage, eu quero matar ela... mas você sabe que ainda precisamos descobrir o que ela sabe, mas isso pode esperar. Eu vou e você vem comigo, depois nós voltamos.

Eu estava extremamente triste. Pude ver que ele sentia exatamente o que eu sentia e me perguntei se a dor que eu via em seus olhos era um reflexo dos meus. Ele passou a mão pelo meu rosto carinhosamente.

– Não vamos brigar por favor.

– Não posso ir. - falei.

– Você se sente traída. Por que ficaria? – ele me olhava confuso

– E se o que ela dizer nos interessar Klaus? Os lobisomens, os vampiros... Eu tenho que descobrir o motivo disso tudo. E... pelo mesmo motivo que você sempre ficou com Rebekah, Kol e Elijah.

Ele suspirou sabendo que eu tinha razão.

– Eu vou deixar Elijah cuidando de tudo por aqui, qualquer coisa peça ajuda a ele. Ele fará tudo por você, Elijah irá te defender com a própria vida. - me reconfortou – Se eu não precisasse mesmo ir embora eu não iria.

– Eu não confio mais em ninguém.

– Ele é confiável. - sorriu triste - Se estiver sendo doloroso demais manter o elo, deveríamos arrumar uma forma de o romper.

Eu sabia exatamente para o que ele queria ter esse elo rompido, ele estava louco para matar todos eles. Queria um verdadeiro banho de sangue, mas para isso teria que me matar. Só assim não morreria. Eu sentia seu desejo assassino pelo meu corpo, Klaus estava furioso.

– Não há como.

– Eu preciso ir. - beijou minha testa - Eu sei que você vai dar conta de tudo. Elijah vai te ajudar e Katherine também. Se eu sentir que preciso voltar, eu voltarei. Fique aqui se quiser, mas tenha cuidado. - me abraçou forte - Logo eu virei para te levar comigo. Eu sei que não adianta te forçar pois isso só vai piorar as coisas entre nós, e eu tenho mais do que certeza que você pode lidar com isso sozinha. Tenha cuidado querida. Eu estarei te sentindo.

Agarrei seu rosto e o beijei calmamente enquanto lágrimas inundavam meus olhos, eu nunca choraria assim na frente dele. Ninguém precisava sair mais quebrado ainda dessa situação. Eu sentia tudo o que ele sentia e isso era mais do que suficiente, mas eu achei necessário verbalizar isso. Mesmo que talvez fosse pela última vez, ele tinha que ouvir.

– Você é meu primeiro, único e eterno amor Niklaus Mikaelson.

Seus olhos ficaram vermelhos, os lábios tremeram visivelmente e então ele me deu um beijo apaixonado transmitindo tudo o que estava sentindo. Amor, medo, tristeza, perda, admiração e carinho.

– Cuide de casa enquanto eu não estiver. Eu estarei te esperando, você irá para New Orleans como minha rainha.- então me deu um beijo na testa e saiu em meio a chuva torrencial que representa muito bem como eu me sentia no momento.

~º~

Meu coração apertava de dor. Eu estava morrendo de saudades, e podia sentir que ele também. Mesmo que ele ainda estivesse no aeroporto a pouco minutos de distância.

Coloquei algumas roupas na mochila com a ajuda de Katherine, peguei meu coelho, alguns pertences que Klaus havia me dado e os coloquei em minha bolsa. Dei uma olhada na casa e pensei em levar a televisão, havia sido muito cara. Dei de ombros e ajudei Kath a colocar os pertences no carro roubado que estava estacionado na rua de trás, voltei para casa e dei uma olhada em tudo me despedindo da casa que eu tanto destruí. Suspirei e fui até a cozinha soltei a válvula do gás e fui para fora, escalei uma árvore mais distante e peguei meu arco e uma flecha de madeira, coloquei fogo na ponta e esperei ele aumentar. Dessa forma a flecha se queimaria por completo e eu poderia dar entrada no seguro. Afinal, seria um acidente. Soltei a flecha e vi com certa tristeza quando a casa explodiu, o teto subiu e então desceu de uma vez enquanto ela era tomada pelas chamas.

Corri para o carro e Kath já me esperava, ela deu a partida e me levou para o canto mais afastado de cidade. E sem nenhuma vergonha na cara nós batemos na porta de um lindo moreno torcendo para que ele fosse receptivo a duas mendigas.

– Você aceitaria duas desabrigadas na sua casa? - fiz minha expressão mais fofa.

– Duas desabrigadas lindas e gostosas para eu ver todos os dias? Como eu diria não? - Nataniel sorriu abrindo passagem e nos ajudando com as mochilas.

Nataniel morava um pouco afastado da cidade, o que nos dava uma certa liberdade pelos arredores. Era bem difícil que alguém nos visse, meus antigos amigos a essa altura já deveriam achar que eu estava morta no incêndio ou que eu já estava em outra cidade com Niklaus, ou simplesmente no mundo por ai.

Sorri agradecida quando ele me passou o chocolate quente. Ele amava chocolate e doces. Assim como Nik. Balancei a cabeça e olhei ao redor esticando minhas pernas enquanto encostava a cabeça na almofado.

– Assim que perceberem que não tem corpos viram nos procurar. - Kath falou.

– Estarão seguras nessa casa. Mesmo eu sendo dono daqui, vampiros só entram se convidados.

– Como assim? - questionei.

– Nunca se perguntou o porque de eu não correr aqui de um lado para o outro? - o olhei.

– Digamos que eu saiba um pouco sobre bruxaria. - apontou para uma pedra que estava na parede perto da porta - Impede que entrem sem meu convite. Na realidade impede qualquer manifestação de magia na casa, feitiços de localização não funcionam para quem os faz de fora, não da pra usar a velocidade e força vampírica dentro de casa, os vampiros não podem ouvir nada do que falamos aqui dentro mesmo que eles estejam lá fora. A casa está totalmente selada. Estamos completamente camuflados, o que significa que... seu híbrido deve estar enlouquecendo a essa altura por não te sentir. – sorriu animado.

– Ótimo. – sorri com a possibilidade de dar continuidade aos meu planos sem problema.

– E onde ele está nesse momento? - o moreno perguntou se sentando ao lado de Kath.

– Provavelmente já deve estar no avião. – dei de ombros tocando no anel eu ele havia me dado.

– Ele vai enlouquecer.

Meu celular tocou e eu vi o numero de Klaus. Ele é louco? Claro que sim.

– Não me diga que está usando um celular dentro de um avião. - briguei.

O voo atrasou.– respirou aliviado – Que bom que atendeu o celular. Elena me ligou perguntando se eu sabia de você. Ao que parece sua casa "misteriosamente" explodiu, e eu não consigo te sentir.

– Oh sim. Explodi mesmo Klaus. Espero que todas minhas lembranças horríveis fiquem por lá. Não está me sentindo pois Nataniel é um homem muito esperto e está me escondendo deles.

Vai ficar ai? Eu disse que podia ficar com Elijah. E até levar Katherine. - ciúmes. - Na realidade até essa opção é terrível.

– Vou. A casa dele é a prova de magia, meio que limita ela. Não irei para lá pois qualquer um pode entrar. Quero que Estella se sinta segura achando que não estou mais aqui, eles provavelmente tentariam me localizar pela marca. Aqui é seguro.

Niklaus bufou contrariado, mas ele sabia que eu tinha razão.

– Só continue atendendo o celular.

– Não diga a ninguém que estou em Mystic. Diga que não sabe de mim, sumi sem deixar rastros. - ergui as mãos - E vou continuar fazendo os híbridos aqui por perto. Afinal... se você me deu esse anel com pedra de “transformes” é por que quer que eu use correto?

Ele riu e falou daquele jeitinho arrastado e cheio de sotaque que eu adoro.

Fiquei imaginando quanto tempo levaria para você descobrir amor.

– Está criando um monstro.

– Um monstrinho muito esperto eu diria. Eu queria muito te levar. – ficou melancólico, eu sentia que ele temia por mim, algo em Niklaus deveria estar apitando que alguma coisa daria errado, ele não é do tipo que se intimida fácil.

– Eu queria ir. Mas vai demorar um pouco.

Sei que vai manter tudo em ordem. Minha futura rainha vai conseguir lidar com esse pequeno problema. – me confortou mesmo que ele não acreditasse nisso.

– Achei que eu já fosse.

Ainda não peguei o reino de volta. E você ainda não ouviu um pedido de casamento.

Eu ri. Casamento? Ele é louco?

– Esperou 1200 anos pela rainha, pode esperar mais uns 30 para tornar oficial.

– Assim me chateia amor. – reclamou se divertindo.

Niklaus se acha mesmo o ultimo doce da banquinha.

Eu ri mais ainda.

– Até parece - fiquei séria - Eu sei que não é só pelo reino Nik. Você não me deixaria aqui só por isso, Kol e Rebekah também não sumiriam assim do nada.

Prefiro mostrar quando você chegar aqui. Eu espero que você me escute. - suspirou cansado.

– Escutarei. Preciso desligar rei, vou fazer pesquisas sobre a maldita.

Boa sorte. E cuidado.

– Eu te amo. - sussurrei.

Você não tem noção do quanto é reciproco. - usou a voz debochada.

– Vai se fuder Niklaus. - desliguei ouvindo ele rir.

~º~

– Biquinho! – Katherine brincou e Nataniel fez o maldito biquinho enquanto apertava meus lábios com minhas mãos fazendo um bico.

A vadia fotografou rindo da minha cara emburrada e ajeitou o equipamento, Nataniel se ajeitou usando sua vestimenta meio “troço” daquela época antiga, eu estava com o maldito vestido vitoriano, ele se afastou de mim cruzou levemente a perna esquerda e esticou uma sombrinha antiga acima de minha cabeça me protegendo do sol e então me olhou carinhosamente.

– Perfeito! – Katherine saltou animada batendo mais fotos – Agora se beijem! – neguei com a cabeça.

– Não exagera Katherine. – me sentei no chão com a ajuda de Nataniel e coloquei os pés dentro do pequeno riacho que passava por debaixo da ponte.

– Sage você não está me deixando orgulhosa. – a morena reclamou.

– Deveria estar Katherine. Ela está se saindo uma ótima modelo aguentando os seus ataques narcisistas. – Elijah surgiu com as mãos nos bolsos.

– Elijah faça um favor para a humanidade e se mantenha quieto. Você é mais útil assim. – reclamou batendo fotos.

– Deixe a minha criança se divertir Elijah. – Nataniel brincou – Ela está segurando a minha câmera de oito mil e você não me vê reclamar.

– Eu aprendi a manusear. – vi que ela se divertia aos montes tirando foto de tudo, a câmera realmente deveria ser muito boa.

– Acho que Sage deveria esquecer a carreira de fotógrafa e seguir a de modelo fotográfica, nunca vi tanta empolgação. – Elijah zombou da minha cara revoltada – Como você se sente a respeito disso minha irmã?

– Uma merda, até que eu gosto. – sorri para ele – Me faz passar um bom tempo distraída a respeito da vadia Anellise e dos Salvatores.

– E Caroline e Elena? Bonnie? Jeremy? Matt? – Katherine perguntou e eu dei uma risada.

– Sei que por algum motivo eles não devem me ver, mas... Não me lembro de muita coisa. Caroline fez aniversário, disso eu me lembro... Bonnie saiu comigo para jantar a alguns dias...

– Tem um mês. – Katherine avisou – Faz um mês que isso aconteceu... então sabemos que ainda temos um determinado tempo de vantagem.

– Eu não sei como te ajudar Sage. – Nataniel confidenciou.

– Espera... a sua casa é contra magia, então... se eu estou sob hipnose... o poder de quem me hipnotizou não some lá dentro?

– Pelo que reparei mantém as suas memórias, mas não te faz lembrar daquelas que já esqueceu. – Katherine concordou – Vamos voltar para dentro e repassar tudo desde que conheceu Niklaus – franzi a testa – Droga, desde o quanto você conseguir se lembrar de cada um. Vamos gravar os relatos. Não me agradeça agora. – correu para casa e eu a segui.

Elijah se despediu brevemente dizendo que estava prestando um favor a Niklaus, entendi imediatamente. Nik o mandou até aqui para ver se Nataniel não estava se aproveitando de mim, o que seria difícil. Nataniel respeitava e muito Niklaus, mas adorava o provocar tanto quanto eu, era maravilhoso ver Nik enlouquecendo.

Entrei na casa e retirei o vestido, Katherine já tinha um gravador e Nataniel estava jogado no sofá apenas de box, rolei os olhos e me sentei ao lado dele usando uma de suas camisetas.

– Ok, vamos lá! – começou a gravar – Aqui é a linda, sensual e deliciosa amiga de Sage Verona. Katherine Pierce, conselheira, psicóloga, versátil, inteligente, fotógrafa e lutadora. E sou humana. – colocou um dedo nós lábios e sorriu – Aqui está Nataniel gostoso, lindo, esperto, rico e fotógrafo e o nosso demônio prestes a ser exorcizado Sage Verona, vadia, louca, psicótica, paranoica, gostosa, namora com Klaus, não tem dinheiro, explodiu a própria casa. E o ponto importante, nós vamos matar uma vadia.

Rolei os olhos para a introdução da maluca.

– Vamos Sage, fale comigo. – suspirei.

– Sou Sage e tenho 18 anos... vivi com meu pai e meus três irmãos... ele nos batia. E só eu acho. Ele foi embora.

– Ok, por que ele foi embora?- Nataniel questionou.

– Ele apenas foi. – dei de ombros me lembrando de ver ele entrando em seu carro.

– Seus irmãos foram com ele?

– Não. – me agitei – Foram depois, Oliver foi depois da formatura eu lembro de ter ido com Stefan no dia do natal. Véspera. – corrigi – Eu passei o natal com Katherine.

– Só comigo? – questionou.

– Sim.

– Você passou com todos os seus amigos Sage. – acenei com a cabeça, eu não me lembrava disso.

– Como conheceu Caroline, Elena e Bonnie?- neguei com a cabeça.

– Eu só conheço.

– Kol e Rebekah? – tentou e eu neguei com a cabeça.

– Mas e Damon e Stefan?

– Conheci Damon e Stefan em um jogo. Stefan estava jogando no dia, eu assisti e Elena me apresentou a ele e Damon apareceu horas mais tarde e se apresentou a mim. Foi assim.

– Você não se esquece deles? – desligou o gravador.

– Não.

– Você é psicótica. – Katherine sorriu se ajeitando no sofá, fiquei confusa – É óbvio que é Sage, você só se lembra dos dois por que está completamente obcecada pela segurança deles acreditando que Anellise é mesmo uma ameaça.

– A sua loucura não te deixa esquecer deles. Caroline, Elena e Bonnie também estão em perigo. – meus ouvidos zuniram.

– Acredita mesmo que está só atrás de Stefan e Damon? Se estivessem qual seria o motivo para se aproximar do restante deles? – fazia sentido, fazia muito sentido.

Percebi que eles tentavam me preocupar para que eu não esquecesse de meus amigos, por um momento senti orgulho de Katherine por não estar me sacaneando e sim me ajudando de verdade. Sorri para ela, agora não era mais necessário isso, eu realmente estava muito preocupada com isso.

O que Estella queria com os meus amigos? Ela estava tramando algo grande e merecia uma surra por isso.

~º~

Estávamos os três sentados no tapete felpudo de Nataniel, os livros que eu roubara de Stefan estavam espalhados por todo o chão enquanto liamos alguns deles, mas não encontrávamos na de relevante. Me virei para Nataniel bebendo mais um pouco de café e comendo um pedaço de waffles.

– Você disse que iria me falar sobre Ibis. – o lembrei.

Ele abriu um sorriso imenso.

– Claro.

Saiu em direção ao quarto e voltou com um livro imenso e velhos, jogou na mesinha do centro e se sentou próximo a ele, mas não o abriu.

– Ibis nasceu no ano 1100. Era uma bruxa, mas não só isso. Era bruxa e híbrida - entrei em choque - Ibis era a mulher mais bonita que existia, naquela época ela era extremamente cobiçada por todos. Era uma mulher extremamente avançada para aquela época, quando seu irmão morreu ela ficou completamente sem proteção alguma e foi estuprada por todos os homens da vila. Ela era uma mulher extremamente inteligente, decidiu que iria tentar a ressurreição em seu irmão através de uma magia extremamente poderosa e assim ela o fez. Metade de seus poderosa foram transmitidos para a pedra de Ibis e se mantiveram nela, era uma magia que poderia tê-la matado, mas isso foi o suficiente.

– E então ela o reviveu?

– Sim. Mas isso tinha um custo muito alto, ele definharia aos poucos. Seu corpo humano não conseguia acompanhar a magia, então... ela o fez imortal.

– Mas... - interrompeu Katerina.

– As pessoas da vila ficaram muito assustadas por causa do bebedor de sangue, ele se transformou de forma gradativa até virar totalmente um vampiro. E então tentaram matar ele, não tiveram problemas quanto a isso, enfiaram lanças de madeira nele e o deixaram queimando no sol. Então novamente ela estava só. Ela caçou alguns homens e fez um ritual os transformando em homens da lua, lobisomens. Não se sabe até hoje como aconteceu esse ritual, muitos acham que ela os forçou a beber sangue de lobo outros acreditavam que ela fez sacrifícios com crianças. Talvez seja os dois. – passou a mão nos cabelos com um sorriso orgulhoso.

Ele é obcecado por ela.

– Uau. E os vampiros?

– Isso é que foi o pior. Acredite. Ela fez poucos vampiros, e a linhagem deles acabou muito rápido.

– Como ela fez? - perguntei curiosa.

– Sangue de virgem. Sangue de 3 almas puras. E um coração jovem com relação sanguínea. Ela estava gravida, assim que o bebê estava com 6 meses ela o arrancou da barriga e arrancou seu coração, sacrificou 3 crianças e 30 virgens.

Eu estava horrorizada e Katerina estava da mesma forma. Havia sido demais até para ela.

– Ela fez o feitiço usando a pedra de Ibis. Bebeu a mistura e morreu devido ao sangramento causado por ter arrancado o bebê, e quando acordou era uma vampira. As pessoas logo suspeitaram dela e tentaram a matar, ela transformou outros homens usando o próprio sangue. Os poucos lobos que não fugiram ficaram trancados com ela e todos os vampiros em uma espécie de galpão, eles não saiam por causa do sol. Ibis ficou irritada pela traição e matou todos que estavam no galpão, ela ficou cansada por uma luta mental e enfraqueceu. - folheou o livro - Em uma parte do seu diário diz que ela bebeu o sangue de vampiro e lobisomem morto que é altamente tóxico, mas sobreviveu, mesmo ficando com a vida por um fio.

– Como ela morreu? - perguntei.

– Décadas depois. No meio do oceano. Habitantes a pegaram e a levaram até o oceano, desmembraram todo o seu corpo e deram para os tubarões.

– Merecido. - falei - Então existe um novo método para fazer híbridos?

– Altamente tóxico. Mortal. As chances de sobreviver é zero, já vi muitas pessoas tentarem isso, mas vi apenas um ou dois saírem vivos.

– Bem. Uau. Deve ser muito complicado.

– Ibis sobreviveu por ser muito forte, talvez por ser uma bruxa muito poderosa. Ou por ser teimosa demais. Dizem que ela tem uma mente muito poderosa, alias que foi ela quem criou o contrato de sangue e o elo.

Gelei.

– Elo?

– Sim. O elo. Ela tinha feito um elo com dois homens na vila antes de se tornar uma vampira, ela os considerava muito amigos dela. Ela sofreu uma tortura mental muito grande por conta da traição deles, mas ela tinha uma mente muito forte e conseguiu passar por tudo sozinha. Esses dois foram os responsáveis por entregarem ela para a tribo que fez tudo aquilo com ela. Ela passou dias agonizando no galpão devido a isso, por isso demorou exatos quinze dias para ceder e se alimentar dos corpos no galpão. Por isso não saiu de lá durante a noite e matou todos. Ela estava sendo atormentada, e só sobreviveu a transformação pois sua mente estava forte e seu corpo trabalhava incansavelmente para a manter viva. A carga de emoções pode comprometer uma transformação a esse nível.

Ofeguei me abanando.

– Não pode ser... de alguma forma Estella sabe dessa transformação. Ela não tem a pedra para fazer da mesma forma com que eu e Klaus fazemos.

– Isso explica os lobisomens e vampiros que estão vindo. - Nataniel concordou.

– Como é o ataque mental ao elo? - Katherine me olhou enquanto fazia a pergunta.

– É uma maneira de testar sua resistência. As piores memórias são trazidas de volta a tona, relembradas em cada detalhe, várias e várias vezes. O sentimento de culpa aparece e tudo que um dia pareceu ser seguro, bonito e alegre passa a ser doloroso. As forças de fora trabalham para criar uma mente perversa, cheia de dúvidas, confusões. Se você acreditava que alguém te amava, não vai acreditar mais. Se achava que tinha amigos, vai achar que não tem mais. Vai criar falsas suposições. E pra sobreviver a tudo isso, você tem que ser muito forte.

– Meio caminho andado. -resmunguei.

– Hum? - me olhou.

Baixei apenas uma parte da blusa.

– Garota... você tem sérios problemas. - balançou a cabeça em negação.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Pois é! Problemas e mais problemas, como assim?
Eu estava viajando e editei todos os capítulos restantes no meu netbook, e editei no modo offline pois a internet lá era muuuito horrível. Infelizmente cheguei muito tarde dessa viajem ontem a noite devido a um acidente e não tive tempo de passar o trabalho offline para um aplicativo. Resumindo, todo o resto da fanfic está no meu netbook que graças a merda do windows 10 deu "pau", então não sei quando estarei postando novamente. Esse é o último capítulo atualizado que está salvo online, não tenho previsão de quando estarei postando novamente e espero que seja logo até por que deu muuuuito trabalho e levou muuuito tempo para poder fazer as edições e esses dois últimos capítulos dessa temporada.
Sim, faltam apenas dois capítulos para acabar essa temporada e começar uma nova. Mil perdões, tentarei resolver esse problema o mais rápido possível torcendo para não perder os trabalhos!
Beijos!



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