Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 35
Festival de duplicatas


Notas iniciais do capítulo

Geeente babado, banquei o Einstein do pc e dei a volta no problema, espero que tenha sido permanente. Quebrei muito a cabeça pois sabia que o dinheiro iria falar mais alto e iriam querer formatar o pc e NÃO poderia deixar isso acontecer. Então aqui estamos nós!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662114/chapter/35

Ouvi a voz de Elijah vindo da porta e me levantei seguindo até lá.

– Eu não tinha ideia que aquele psicopata poderia ser romântico. - olhei atravessado para Katherine.

– Dá um tempo Katherine. - abri espaço para Elijah.

– Entra Mikaelson. - Nataniel se espremeu entre nós e nos empurrou para dentro.

Segurei o cordão que Klaus havia me dado e pedido para Elijah - ordenado - entregar. Ele era bem fino e em forma de uma gota lapidado de um dos lados por um lápis lazuli, a parte traseira era de ouro branco e se abrisse a joia veria uma foto minha e de Klaus que ele tirara durante a "viagem". Sinceramente, eu adorei.

– Klaus me deixou um pouco informado sobre o assunto. - Elijah se sentou no sofá - Na realidade estou surpreso que ele não tenha me falado sobre isso antes, fui pego de surpresa pela informação.

– Eu esperava que sim, também estou surpresa que ele tenha esperado um dia pra te falar sobre isso.

– E então, o que estamos esperando?- questionou.

– Queremos descobrir como ela vai abrir o portal. Temos uma ideia do motivo para ter lobisomens e vampiros, mas ainda nem sabemos quem é Estella. E ela querer abrir o portal. - eu tentava ser coerente, mas minha vontade era de ir para cima dela e a encher de socos.

– Eu te entendo. Acredito que não deveríamos esperar mais tanto tempo. - Elijah.

– Eu concordaria a algum tempo atrás. E me pergunto seriamente o motivo de ela não ter me matado. - girei.

– Como? - Elijah questionou.

– Ele teve motivos e oportunidades, mas não fez nada disso. Ela poderia muito bem me matar e dizer que foi em defesa, ou poderia sumir com meu corpo. Provavelmente ninguém desconfiaria, achariam que eu teria morrido afogada, em um acidente ou assassinada por um vampiro anônimo. Ela quer algo comigo, tenho certeza disso. Todo mundo espera eu morra da maneira mais estúpida possível.

– Não seria difícil imaginar isso. - falou pensativo - Seus amigos estão me importunando procurando por você, da próxima vez direi que está morta. - encostou no sofá e me olhou - Afinal ninguém deve saber que está aqui não é?

– Exatamente. Se precisar pode fazer até uma lápide para mim. - dei de ombros e me sentei no chão.

– Providenciarei. Niklaus te disse quando volta?

– Não. Disse que vai ficar ocupado por lá, ele já chegou a New Orleans e disse que ia procurar o tal de Marcel sei-lá o que.

Assentiu com a cabeça.

– Amanhã passo para te buscar. Continuaremos com o treinamento, leve seu arco. Eu levarei espadas. - se levantou.

– Espadas? - fazia tempo que eu não treinava com espadas, na realidade acho que fiz apenas uma única vez com Niklaus.

– Exatamente. Para ensinar a lutar contra armas de punho, Mikael costuma usa-las. E é muito bom com elas, e com todas as armas e “não-armas” de punho.

Elijah está brincando não é? Em que mundo eu lutaria contra ele? Elijah acredita mesmo que eu posso lutar contra Mikael Mikaelson? Bem, eu teria muito que me acostumar com a ideia afinal estou com Niklaus que ele tanto odeia e isso me tornava um alvo imenso com letreiro e luzes de pisca-pisca.

Ele apenas sorriu e saiu da casa sem me dar a chance de o contrariar.

– Olha só... eu vou dormir na cama hoje. - corri para o quarto sendo seguida e me joguei na cama quase que a ocupando por completo - Não vou dormir em tapete felpudo e nada de sofá por mais que ele seja muito confortável.

– Não vou dormir no sofá e nem no chão. - Nataniel se jogou do meu lado direito.

– Tem espaço para quatro pessoas. - Katherine se jogou do lado esquerdo - Podemos colocar mais uma aqui. - sorriu maliciosa.

– Ok... boa noite. - me aconcheguei e passei as pernas por cima de Katherine.

Katherine me deu um chute eu empurrei ela com força esbarrando em Nataniel e o jogando no chão também. Dei uma risada baixa e roubei um travesseiro o abraçando, alguém ficaria sem o prazer de ter um. Isso me lembrava que Klaus tinha um travesseiro meu em sua casa e eu tinha que o pegar de volta.

– Como pode... Eu não estava pronto para receber moradoras. - o moreno bagunçou o cabelo rindo - Se eu soubesse teria providenciado mais um quarto, o mais rápido possível. Não estou reclamando, adoro ter vocês aqui em casa. - abriu um sorriso - Ainda mais quando uma de vocês é de um Mikaelson, duplicata de uma bruxa poderosa.

– Você se acostuma com duas esposas. - Katherine deu em cima descaradamente passando o braço por cima de mim e tocando o peito dele.

Engasguei retirando o braço dela e a olhei de cara feia.

– Katherine não fala merda.

– Vou anotar isso para jogar na cara do híbrido que a mulher dele está dormindo na minha cama e agora pelas regras da casa é minha esposa. - dei o dedo e ele se jogou do meu lado - Se não vai deixar acontecer nada é melhor deixar a outra morena no meio.

– Mas nem fudendo que eu vou ficar na mesma cama que você e essa maldita enquanto se pegam. - virei de costas para ele.

O ouvir bufar e senti que ele também virava de costas para mim.

~º~

– Não Klaus. -rolei os olhos - Ele está quieto.

Gostou do quarto?– reprimi um riso e o celular foi tomado da minha mão.

– Oi Nicolas? Como vai? Ah é? Está sim. Minhas mãos estão longe dela, quer dizer... eu tento... mas dormir na mesma cama é difícil. Sim... pois é né, um beijo amigo.

Ele me passou o celular de volta, tentei lhe socar e ameacei jogar um de seus vasos no chão. Ele ficou sério.

– Oi Nik. Escuta ele não ok? Você sabe como o Nataniel é. - revirei os olhos.

Eu acredito mais nele do que em você. - sua voz estava arrastada.

– Poxa Nik... não é com ele você vai pra cama.

Mas parece que é você que está indo. – ele estava irritado – Eu estou louco de raiva, espero que vá dormir no sótão.

– Já estamos providenciando isso. Não dá para dormir na mesma cama que ele e Katherine. - ouvi ele rir.

Isso deveria me deixar aliviado, mas na realidade só me assusta mais ainda.

– É. Tem razão. Katherine é terrível. E como estão as coisas por ai? - ouvi ele suspirar e corri até a geladeira.

Na medida do possível, Marcel com o seu caráter de príncipe da Pérsia resolveu não colaborar muito comigo, eu queria dizer que estou chateado, mas fui eu quem o criou, já era esperado que ele não reagisse bem... de novo.

– Que lindo, seguindo os passos do papai. Não deveria ser motivo de orgulho? - pude imaginar que ele revirava os olhos.

Eu deveria sentir orgulho se eu não quisesse o que é meu de volta. - ele aumentou o tom de voz e eu imaginei que ele estava sorrindo, senti sua animação - Admito que fez um bom trabalho. E estou feliz por ele não se acovardar e entregar o reino de forma tão fácil.

– Tenho que desligar, Elijah já deve estar chegando. Vamos treinar. - avisei quando vi o horário.

Ele bufou.

Cuidado.- não era um aviso de "não se machuque", mas sim um de "ele vai tentar algo".

– Ok rei.

Me sentei no sofá enquanto esperava o moreno chegar enquanto cravava meus olhos em um porta retrato que estava no rack, uma foto minha em uma sorveteria com Niklaus, Rebekah e Nataniel, olhei o arco que Nataniel me dera. Ele era bem leve, e super colorido. Era imenso, praticamente tinha o dobro de massa que o meu antigo tinha, eu levei um certo tempo para me adaptar a ele e senti um pouco de inveja quando vi que Niklaus havia o dominado com uma facilidade imensa sem nunca ter tocado em um deles. Tive a impressão que lutar contra Mikael era bem difícil. Nataniel me garantiu que eu teria sucesso com esse arco.

Ele apareceu na minha frente carregando uma boa quantidade de lavanda e abriu um imenso sorriso, estreitei os olhos. Nataniel era assustador em relação a plantas, era pior do que Stefan e eu tinha até um certo receio de confiar nele. Apesar de que ele nunca falhou.

– Coloca isso ai. - pegou a planta e apontou para meus seios.

– Pra que serve? - fiz o que ele pediu e a coloquei dentro do meu sutiã.

– Vai te camuflar. Seu híbrido vai te sentir, mas seus amigos não vão saber quando você estiver por perto.

Nataniel era o rei da camuflagem. E um vampiro muito inteligente, devo me lembrar. Talvez fosse esse um dos motivos que ele tanto provocava Niklaus, ele sabia se esconder e suspeito que era tão bom em uma fuga quanto Katherine.

~º~

Levei outra queda, dessa vez eu havia tropeçado em minhas próprias pernas que já estavam dormentes devido ao cansaço. Elijah era terrivelmente bom com a espada, eu mal conseguia desviar dele e se estivéssemos em uma batalha real eu já teria morrido a tempos. Havíamos começado o treino a quatro horas e não houve uma única vez em que eu o tenha acertado, ao contrário dele que agia rápido demais mal me dando tempo para fazer algo. Originais são dureza.

– Sage... você é bem rápida, mas seus reflexos não são bons. - me ajudou a me levantar.

– Ainda sou humana. Não acho que possa melhorar mais do que isso. - reclamei.

– Você disse o mesmo do arco e agora dispara 3 flechas em dois segundos. Sem errar. - de um sorriso pequeno e se aproximou.

– Niklaus me ensinou muito bem. - dei de ombros.

– Ele sempre teve facilidade em aprender, Mikael o forçava ao máximo e isso fez com que Niklaus se tornasse melhor do que todos em tudo. - as pontas de seu dedo roçaram meu quadril e eu fingi tombar para o lado tentando fugir discretamente de seu toque.

– É bom saber que ele pode se livrar de problemas sozinho. - me afastei alguns passos com a intenção de voltar para o carro.

– E será que a marcada dele consegue o mesmo feitio?

Elijah se lançou contra mim, dessa vez sem a espada e sim com um galho que se me acertasse doeria da mesma forma. Me lancei para o lado tendo apenas um pequeno vislumbre de um borrão, peguei outro galho e prestei atenção ao redor me guiando pelos meus ouvidos, eles eram mais eficazes do que meus olhos. Ouvi ele de aproximar muito rápido por trás de mim, me abaixei levemente e lancei o corpo para o lado, o virei levemente para onde eu estava anteriormente e então bati com o galho em suas costas. Ele se virou, puxou o galho me levando junto e então sorriu quando parei a sua frente.

Me concentrei em deixar o rosto de Niklaus dominar minha mente, eu tinha que manter sua lembrança por perto. Elijah estava se esforçando ao máximo para me mostrar o quão bom ele poderia ser para mim.

– Sem isso agora.

Sua mão subiu como um borrão na direção de meu rosto, usei meu braço para parar o movimento e o acertei com meu punho esquerdo, ergui o meu joelho direito o mais alto que consegui e o acertei nas costelas, passei minha perna esquerda por entre as suas e a estiquei, o empurrei para trás e cai sobre ele dando um soco em seu peito afundado minha mão levemente. Apenas para mostrar que eu havia conseguido, afinal eu não conseguiria alcançar eu coração, eu precisaria de muito mais força do que a que eu tinha no momento. Retirei a mão e a mexi sentindo meus dedos quebrados se regenerarem.

– Bom. Muito bom. - elogiou e então em um movimento rápido eu estava por baixo dele.

E como sair? Elijah era terrivelmente pesado.

Ele pegou minhas duas mãos e as ergueu acima de minha cabeça as apertando fortemente, suspirei e tentei me mover, mas ele estava apenas apertando mais ainda evitando minha fuga. Notei que ele me analisou completamente e então seus olhos mudaram assim como sua expressão.

– Por que Klaus? Porque ele? - perguntava chateado.

– Eu o amo.

– Como?

– Eu conheci o Nik de quem a Rebekah falava. Eu conheci o Niklaus homem e não o Niklaus sobrenatural. Ele ainda é a mesma pessoa, e só quem o ama de verdade consegue ter um pouco disso. Ele está permitindo, se você observasse mais, poderia muito bem ver isso.

– Klaus é cruel. Manipulador. Oportunista. - e ele também não está sendo?

Klaus se apagava aos poucos de minha memória e eu me questionei novamente querendo saber quem havia me hipnotizado e porque fizera isso? Eu não me preocupava com a segurança de Nik pois sabia que ele era o que mais se virava sozinho, era praticamente impossível algo de ruim acontecer com ele.

– E eu não sou? Você não é? Não sejamos hipócritas, não há uma alma pura nesse mundo sobrenatural. Não há ninguém livre de culpa. - pisquei lentamente - Não há santos entre nós. Fazemos o que a sobrevivência manda, mesmo que precisemos torturar, matar ou seja lá o que mais fizermos.

– Ele gosta de fazer aquelas coisas...

– Todo vampiro gosta de matar no momento, mas não quer dizer que eles não sintam remorso com isso. Esse tipo de coisa passa quando só se pensa em sobreviver. Quando pensa em ficar maior que seus problemas para poder suportar a carga. Se falar mal de Klaus, estará falando mal de mim. Aqui estou eu matando vampiros, bruxas e até humanos. Seja para ficar em segurança ou seja para me vingar e me tornar maior que aquilo que me causou dor. Eu não tenho remorsos. E sei que você também não, pois nós sabemos que isso é sobreviver e que isso é ser forte em um mundo onde ninguém teme mais a morte.

Elijah me olhava em silêncio absorvendo as palavras.

– Acredite, teve um momento que eu pedi para gostar de você. Seria muito mais fácil, mas eu não consegui. Eu amo Niklaus insanamente por tudo o que ele é, por cada pedaço e finalmente. E o que me faz o amar mais ainda é saber que ele se entregou totalmente a mim. Mesmo que tenha relutado. Você é um homem maravilhoso Elijah, em todos os sentidos... Mas foi Niklaus com sua personalidade terrível que me conquistou. Eu espero sinceramente, de todo coração que você encontre alguém que te ame com todas as forças. Você merece.- eu esperava nunca mais tocar nesse assunto, pela sua feição eu notei que ele não o faria mais.

Mas ele ainda agiria em silêncio.

Dei um sorriso malicioso e decidi terminar a conversa lhe dando uma cabeçada. Elijah me soltou surpreso pelo ato e eu impulsionei meu corpo para cima me livrando dele, eu estava muito animada. Estiquei a mão para ele que pegou e se levantou, eu respirava ofegante e Elijah apenas sorria surpreso.

– Eu tinha me esquecido da sua luta personalizada.

– É bom que não se esqueça mais. - sorri - O que Niklaus está escondendo em New Orleans? - perguntei irritada com as esquivas do híbrido, sabia que ele estava aprontando alguma merda.

Elijah ficou sério, mas seus olhos mostravam que ele se divertia.

– Digamos que... talvez ele perca o crédito.

– Hum?

– Ele vai te explicar. Ou mostrar, que seja. Meu irmão tem um sério problema em não se afetar com nada, mas garanto que você está o assustando agora.

Hã? Eu? O que eu fiz?

– Niklaus está com medo de mim?

– Sim. E com medo de te perder.

– Mas isso não é possível.- contestei.

– É o que iremos ver quando você for para New Orleans.

– Hum. - resmunguei desconfiada - Vamos.

~º~

– Eu não esperava te ver aqui. Então você foi mesmo embora de Mystic, mas está aqui perto e me pergunto o motivo. - Elena estava emburrada ao meu lado - Ainda consegue se lembrar de mim?

Quem tinha que estar de cara feia era eu e não ela. Não que eu não esteja.

– Talvez eu goste dessa cidade. Já observou que aqui é bastante quieto? Sem monstros. - fui seca - Consigo não é? Afinal não estaríamos tendo essa conversa agradável se eu não me lembrasse.

– Engraçado desprezar monstros. Você namora um. - zombou.

– Klaus não é um monstro para mim. Ele não mentiu a respeito do que sente.

– E como sabe disso? - cínica maldita.

– Eu sou marcada. Sinto tudo o que ele sente e ele sente tudo que eu sinto. Inclusive esse ódio que estou sentindo no momento Gilbert. - falei com desprezo, mesmo que eu não sentisse isso no momento, eu estava jogando e ela jogava comigo.

Quem cederia e pediria ajuda ou desculpas?

– E ele vai fazer o que? Não pode nos tocar. - zombou.

– É o que você pensa. Existe um jeito de acabar com o elo. E nós sabemos como. - Elena ficou surpresa e eu percebi que ela havia cansado dos jogos, ela estava me tratando como eu a tratava, como uma desconhecida e eu sabia que a nossa relação não era assim, mas era muito difícil para mim ter que lidar com os furos em minhas memórias.

É claro que eu sei que a amo Elena, mas não consigo encontrar uma forma de conexão entre nós duas devido a quase não me lembrar dela. E era óbvio que eu não iria me matar só para Klaus ter o gostinho de acabar com ela.

– Bem... e por que ainda não fez?

– Ainda estou ocupada demais para me preocupar com vocês, estou eliminando as ameaças.

Tortura psicológica é até bom.

– Olha... sei que o que Caroline disse foi cruel, mas não é verdade. Gostamos muito de você, sua dor nunca foi divertida de se ver, eu tenho você como uma grande amiga. - percebi que ela era sincera, talvez Elena estivesse presa sob uma chantagem de Estella, eu não duvidava sobre isso, sabia que o meu comportamento estranho estava dando crédito em suas mentiras relacionadas a mim.

– Eu tinha vocês como minhas irmãs. Eu não suporto traição.

– Eu não te trai, somos amigas a anos. Eu não quero escolher um lado Sage, eu tenho vocês como irmãs e não quero dar a impressão de que estou deixando uma de vocês de lado.- falou em voz baixa e eu olhei em seus olhos vendo o medo estampado.

Perdi a paciência sabendo que ela não me contaria nada. Era certo que ela não sabia nada sobre Estella, mas ela sabia que havia algo errado com ela e mesmo assim preferia não me contar ao invés de me dar apoio, Elena continuava com sua bondade sufocante tentando proteger todo mundo e agindo pelas costas achando que somente ela corria perigo. Coitada, ela não sabe a dimensão do problema em que estamos.

– Elena só não te encho de porrada pois estamos nesse shopping cheíssimo. Se não fosse por isso eu te matava. - sussurrei, eu precisava me afastar dela ou Estella nos veria e a atormentaria mais.

Eu sabia que a vadia estava por perto, eu quase podia sentir a sua energia ridícula zanzando por ai.

– Ótimo. Vou encher seus ouvidos até ficarmos sozinhas.

A encarei em fúria e a rodei forçando ela a virar o corpo em minha direção e ficar de costas para a loja, então olhei para os lado conferindo o ambiente e sem nenhuma discrição dei um empurrão com força em seu corpo a lançando na imensa parede de vidro da loja que se espatifou quando o corpo dela a atravessou, Elena desabou aos pés dos televisores que caíram sobre ela e eu comecei a correr para fora, logo Nataniel estava ao meu lado com seu copo de Milk Shake.

– Vamos. Ela não está sozinha.

Nataniel agarrou minha mão e me puxou para fora, ele corria o máximo que conseguia. Não poderíamos pegar o carro pois algum deles poderia vir atrás de nós a pé e nos alcançar no caminho, ou até mesmo nos seguir. Exatos 25 minutos depois estávamos em sua casa, ele me olhou e apontou em direção ao sótão e eu subi rapidamente, mas Katherine ficou lá embaixo com ele. Puxei a escada e fechei a portinha me encostando na parede ao lado da janela, havia um estúdio inteiro de fotografia montado no local.

O sótão era um dos locais mais barulhentos da casa, era possível ficar nele e conversar com pessoas de todos os cômodos. Mesmo que Nataniel tenha dito que eu poderia falar dentro de casa se não estivesse próxima a porta de entrada, eu preferi ficar calada, achei melhor não dizer nada.

Encolhi as pernas contra o peito e respirei fundo quando a campainha tocou cerca de 30 minutos depois, ouvi a voz de Stefan e Damon no andar de baixo.

– Onde está a nossa Bird? - nem preciso dizer quem foi não é?

– Ah... a Sage? Ficou por lá, na nova casa dela. - falou com cinismo - Hei garotão, não pode entrar.- imaginei que fosse Damon.

– E porque não?

– Por que eu não quero. - a voz de Katherine soou.

– O que faz aqui? Decidiu virar dona de casa? Isso não faz muito o seu estilo Katherine.

– Eu moro aqui com Natie agora. Ele não liga para o meu passado imundo. - ela provavelmente deveria ter alisado ele.

– Gosto é gosto. Onde ela está? -a voz de Stefan era ameaçadora.

– Sinceramente eu não sei. A louca me deu uma surra e me deixou na estrada e ligou para Nataniel vir me buscar. Não tive mais contato com ela. - eles acreditaram, isso era mesmo algo que eu faria.

– Mas Nataniel sabe onde ela está, não é? - Damon perdia a paciência.

– Não sei, ela apenas me pediu para eu a encontrar. Agora se me dão licença, vou transar. - bateu a porta.

Me mantive imóvel quando os ouvi ir para o quarto, isso era um sinal de que havia alguém rondando a casa. Me mantive imóvel enquanto mantínhamos uma conversa sabendo que não nos ouviriam do lado de fora.

– Aquele chatinho Lorenzo está de olho junto com a loirinha. - fiquei quieta quando vi a sombra refletida no chão do sótão.

– Já foram. - afirmei quando ela sumiu.

– Hum... ei bonitinha, vai pra sala onde você não possa nos ouvir, ok?

Desci as escadas e fui para o sofá, puxei uma parte dele abrindo o puxadinho e deitei esticando as pernas. Levantei e fechei as cortinas, voltei para o sofá e fui dormir.

~º~

Katherine e Nataniel haviam saído da casa enquanto eu estava jogada no sofá, haviam 12 chamadas não atendidas. E eu ligo? Bufei e voltei a ler o livro, meus olhos dispararam para a mochila de Katherine e me lembrei dos livros que ela havia pegado, nem havíamos tido tempo para lê-los.

Fui até a bolsa e peguei um deles, tinha a capa bem grossa de couro branco e já estava extremamente velho, o abri e vi as folhas encardidas, estava bem velho. Passei os olhos por ele e vi que não se tratava de um livro antigo, mas sim de um diário. O diário de Anellise.

Ele iniciava de maneira simples, ela tinha cerca de dez anos quando começou a escrever nele. A jovem falava sobre seu relacionamento com Damon e Stefan, eles sempre eram o foco de suas histórias relatadas. Pela escrita eu poderia muito bem ver que ela os amava intensamente e que os dois tinham personalidades completamente diferentes da de hoje, dei risada ao sabor que Damon já foi um bobo apaixonado. Agora ele é só um idiota. Ela falava das pessoas que trabalhavam para ela, dos vestidos e dos bailes e então quando chegou aos 16 o foco mudou e se concentrou em sua nova amiga.

Comecei a ler em voz alta.

Deus... ela é muito parecida comigo, só que mais velha. Seu nome é Estella, e eu realmente fico assustada quando a vejo. Ela é como se fosse uma versão mais velha minha, só que com os cabelos mais claros. Ela achou melhor que eu não contasse a ninguém sobre ela, pois se a vissem poderiam suspeitar da fidelidade de meu pai. O que seria errado já que ela não era filha dele, se quer morava nesse país. Pude perceber pelo seu sotaque. Eu fiquei encantada, Estella conhecia muitas culturas diferentes e logo passou a me entreter falando sobre elas. Mas nem tudo eram flores... ela me contou que havia perdido um de seus irmãos em um ataque a uma vila. Fora um verdadeiro massacre, ela teve muita sorte em conseguir fugir, eu não sei como agiria.

Passei os olhos vendo que ela mudara de assunto, procurei mais sobre Estella.

Eu adoro a Estella, ela é uma grande amiga. Hoje é meu aniversário de 18 anos, Damon e Stefan conheceram uma mulher chamada Katherine já faz algum tempo e nossa a casa virou um inferno. Eles estão obcecados, Estella disse que isso é normal. É coisa de homem, então não dei muita importância, um dia eles se resolvem. Mas o que importa é que notei o quanto Estella é diferente, eu já estou quase com a mesma aparência que ela, mas Estella não mudou absolutamente nada. Isso porque ela dizia que tinha 25 anos, mas não parecia. Eu estava um pouco triste, devo dizer... pois bem... meus irmão estavam tão entretidos com a nova mulher que nem percebiam que eu havia mudado. Que nem percebiam que eu já não era mais a mesma, eles simplesmente nem me olhavam mais no rosto. Estella brincou dizendo que poderia facilmente tomar o meu lugar e eles nunca perceberiam, bem.. talvez fosse verdade. Tenho que ir, irei sair com Estella hoje. Espero ver meus irmãos hoje de novo, tiramos uma foto pela manhã e eu já estou morta de saudades.

E então as folhas ficaram completamente brancas. Eu já havia lido os dois diários e não demorei para perceber que essas foram as ultimas palavras que Anellise escreveu antes de morrer. A sensação era terrível quando se pensava que provavelmente esses foram seus últimos momentos e que a foto que eu vi dela havia sido retirada pouco tempo antes de sua morte, suas ultimas recordações.

– Oi Elijah. - atendi o celular.

Hei. Bem.. eu não queria te deixar nesse momento... Klaus precisa de mim em New Orleans. Disse que está tento problemas e me convenceu a ir, parece que você consegue se virar sozinha.

– Tudo bem Elijah... - eu ainda estava em estado de choque.

Tudo bem?– preocupou-se

– Sim... tudo. Bem... pode ir, irei fazer uma caça as bruxas. Nataniel vai comigo. - avisei me levantando.

Tenha cuidado. Devo voltar em menos de um mês, e quando eu voltar nós atacaremos ok?

– Sim senhor.

Se cuide.

– Você também.

Qual será a merda que Niklaus fez dessa vez? Bufei e fui até o quarto, peguei uma arma de Nataniel que era bem desnecessária devo dizer e escondi no bolso do meu casaco imenso. Sai da casa e pisei na rua gelada... estava na hora de caçar bruxas. E dessa vez eu iria sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acham que vai acontecer com o casal Klage? Merda e merdas, eu prevejo e já aproveito para avisar que esse é o penúltimo capítulo dessa temporada! Passou super rápido!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu sou o inverno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.