Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 30
Criando pesadelos




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– Sage não é? – a olhei de cara feia – Sei que nos conhecemos de uma forma nada agradável e acredito que você passou por coisas horríveis para me trazer de volta.

Aumentei mais ainda minha carranca e Stefan passou nos olhando e foi em direção a cozinha.

– Por mim você deveria ter continuado morta, não faço questão que de ter você viva só pra você saber. Não sou uma simpatizante sua. E acredite, você não foi um grande desafio assim.

– Se eu fiz algo contra você eu peço que me perdoe, de forma alguma eu gostaria de te colocar em uma posição desfavorável. – está falando bem demais, começou a me irritar.

–Escuta aqui seu projeto de piranha disfarçado – ouvi Caroline me repreender – Controle a sua maldita língua eu não estou gostando nadinha dessa sua interferência na minha vida, não te dei essa intimidade Biscate Salvatore. – rolei os olhos.

– O que eu te fiz? – vi seus olhos marejarem e me aproximei dela segurando minha caneta com força.

– Chora, eu estou louca pra isso. Vou fazer suas lágrimas voltarem para dentro quando enfiar isso no seu olho. – sussurrei me jogando de volta no sofá enquanto Katherine ria.

– Eu espero que sejamos amigas algum dia, afinal você se tornou amiga de uma Pierce. – falou com uma pontada de desprezo na voz.

– Você não morreu pouco tempo depois da Kat chegar? Como pode dizer que Katherine é uma mulher má se não viu com seus próprios olhos? Ou você sabe demais... ou você é uma fofoqueira julgadora e pelo que eu sei isso não condiz em nada com o comportamento natural da doce Anellise Salvatore. – ironizei – Estou errada?

– Conheci o suficiente dela. – me deu um sorriso duro – Gostaria de te convidar para tomar alguma coisa comigo, quem sabe algum dia.

– Não quero.

Ela não vai sair daqui não? Filha da puta. Chutei a perna da mesa de centro em que ela estava, a mesa quebrou e ele caiu junto com ela. Ela me olhou om uma pontada de irritação, mas os o rosto mostrava surpresa. – boa atriz.

– A madeira tem a sua idade, não tenho culpa se seus irmãos gostam de velharia. – fui acida.

Katherine não poupava no quesito escândalo, ela gargalhava ao meu lado quase ao ponto de ficar sem ar, pude ver Elijah em um canto mais afastado nos olhando com curiosidade, sabia que ele estava tão desconfiado quanto nós, mas Klaus parecia estar em um outro mundo. Ele encarava a nós duas com assombro e admiração e eu tive vontade de socar a cara dele até amassar em um ponto em que ele pareceria um lobo feio estripado.

– Agora me diga Anellise, como é aquele mundo e o que você fez de tão especial lá, me fale sobre as suas pesquisas também eu estou muito curiosa. O que te levou a sonhar que deveria selar o portão dos mortos, afinal na época que você morreu você tinha quantos anos fofa? 19? – disparei ganhando um olhar repreensivo de Damon.

– Eu acho que não sou obrigada a responder esse tipo de perguntas vindo de você Sage. – dei um sorriso debochado.

– Não você não é obrigada – ouvi Stefan suspirar aliviado – Mas eu quero saber, e se eu precisar meter a mão na sua barriga e arrancar cada órgão para fazer você me responder.... eu vou fazer. – ameacei de forma sombria e vi o olhar dela vacilar.

– Você é humana. – fez uma voz fofinha – Pode se machucar.

– A única piranha que vai se machucar vai ser você se não me disser agora tudo o que eu quero saber. – sorri maliciosa – Eu sou maluca.

– Hum... – olhou ao redor pedindo ajuda, mas ninguém se pronunciou – Eu prefiro ser interrogada por Klaus.

– Niklaus – frisei – Não está em posição de interrogar ninguém.

– Na realidade amor... – olhei Klaus duramente.

– É melhor você calar a porra da boca se não quiser perder a língua. – vi que ele me encarava divertido – Para de rir de mim. – falei sombria – Ou eu vou me aliar a sua mãe só de raiva e você sabe que eu faço. – ele ficou sério.

O loiro bufou e saiu da casa e então voltou quebrando a porta e me puxou para fora. Me colocou no banco do passageiro e eu cruzei os braços emburrada, eu tinha carreira para interrogadora. Elijah entrou no banco de trás junto com Rebekah, e Klaus acelerou em direção a sua casa, estacionou o carro e bateu a porta me arrancando de dentro do carro e então me lançou no sofá.

– Sage amor, colabora comigo. Por favor, eu já disse que eu vou resolver tudo. – pediu pacientemente.

– Ok Nik. Eu vou ficar quieta, mas se você não fizer eu mesma vou lá e faço. Faz o que tem que fazer Niklaus, e se controle! Pare de me provocar!

– Niklaus pare de atormentar Sage, pare de implicar com ela. – o encarou seriamente.– Elijah o encarou seriamente, parecia tão irritado quanto eu, talvez até mais do que eu.

– Não se meta nisso.

– A marcação não vai me impedir de eu fazer o que eu quero fazer. – se aproximou perigosamente o encarando de forma dura – É melhor você se comportar Niklaus, você sabe que todos que estão dentro dessa casa inclusive Sage tem capacidade o suficiente para ignorar as suas crises existenciais, não ponha ela a prova, você sabe o que sempre acontece quando faz isso. Já nos perdeu e vai a perder desse jeito. E você sabe de quem estamos falando, acho que não preciso discursar. – foi em direção a biblioteca.

Nos encaramos.

~º~

– Vai se ferrar Caroline! – arremessei todas as porcarias de copo no chão e chutei acertando todos que estavam em meu caminho, dava vontade de pegar aqueles cacos e colocar na bolsa de sangue daquela piranha.

– Sage seja mais paciente.

– Eu já cansei de dizer que eu não vou participar dessa palhaçada.

– Uma festa na piscina. – reclamou e eu soltei faíscas pelos olhos.

– Caroline, eu não sei nadar. – o copo estourou em minha mão.

– Tudo bem, deixem a Sage em paz ok? – Alaric me puxou para longe – Vem Sage.

– Me pinta pelada? – Alaric engasgou ouvi Klaus xingar na sala ao lado – Você é pintor agora, eu sirvo de modelo.

– Não sou profissional Sage. – ele olhava para a parede corado.

– Não importa, é assim que se aprende. – murmurei e segui em direção ao seu quarto.

– Sage isso não me parece uma boa ideia.

– Recusaria se eu não estivesse com Klaus?

– Sim.- bufei contrariada e puxei ele para dentro do quarto.

– Não estou te dando escolha. – tranquei a porta e tirei a blusa – Coloca pra mim. – ele colocou o colar com a pedra de rubi em meu pescoço em formato de coração – Vai pegar a tela Alaric eu vou terminar de tirar o resto da roupa.

Ele bufou irritado e eu saltei de susto quando Klaus apareceu do nada no quarto, vi a janela aberta por onde passava o vento e fiz uma careta. Sempre impaciente, custava bater na porta? É claro que eu não iria abrir.

– Pode ir. – olhou Alaric e voltou a me encarar.

– Nik... vê se me esquece. – vesti a blusa e fui sair do quarto, mas ele me segurou pelo pulso

– Vamos... deite ali. – apontou para a cama retirando minha roupa.

Ele me analisou dos pés a cabeça por um breve momento abrindo um sorriso malicioso e eu sorri, subi na cama e me ajoelhei ficando de lado para Klaus, o tronco levemente virado em sua direção com os braços cruzados sobre os seios, olhei para ele vendo ele morder os lábios.

– Para com isso Niklaus. – reclamei.

– Não é como se eu não tivesse visto centenas de vezes Sage - riu mordendo os lábios - Você sabe o que esperar de mim.

Se aproximou segurando meu queixo e inclinando meu rosto para cima, encostou seus lábios nos meus e me empurrou para trás me forçando a deitar na cama. Trilhou um caminho até meu pescoço senti suas presas rasparem em meu pescoço, mas ele não chegou a me morder. Senti seus lábios tocarem minha clavícula enquanto eu apertava seus braços com força, Klaus desceu com a boca até minha barriga enquanto suas mãos seguiam o mesmo caminho pela lateral de meu corpo.

– Klaus... - gemi baixo e meu coração salto quando ouvi uma batida na porta.

MAS SERÁ QUE NÃO SE TEM PAZ NESSE INFERNO?

Chutei Klaus para longe e me enrolei no lençol, abri a porta quase a quebrando e vi vermelho quando enxerguei aquela criaturinha assanhada me encarando sorridente, vi que ela tentou olhar para dentro do quarto e fechei a porta.

– Stefan chamou para almoçar. - abri um sorriso enorme sentindo o ódio me atingir.

– Se tivesse ele teria vindo, ou você se ofereceu? Ninguém come nessa maldita casa. – eu sabia que não tinha comida, afinal não fazia nem 20 minutos eu havia saído da cozinha.

– Só vim prestar um favor. - ergueu as duas mãos olhando em direção a porta, o odio me atingiu com tanta força que chegou ao ponto de me sufocar.

– Nem pense nisso. -retirei o lençol de meu corpo e enrolei no pescoço dela a puxando para baixo.

A vadia começou a se debater fazendo barulho e eu chutei as pernas dela com raiva, senti as mãos de Klaus me puxando e ele me colocou atrás de seu corpo quando Jeremy surgiu correndo junto com Matt. Klaus me passou sua jaqueta e eu a vesti mesmo que não cobrisse muita coisa.

– O que foi? - Jeremy pegou o lençol do chão.

– Essa louca... - ela começou a gritar e eu gritei mais alto ainda.

–Ela me mordeu! - passei a mão pelo pescoço o cortando com a unha apenas para sujar de sangue - Stefan ela não pode ficar com humanos sozinha, o corpo dela ficou sem alimento por muito tempo. - inventei me agarrando a Klaus que me olhou de lado dando um sorriso divertido.

– Sage tem razão. - Stefan cruzou os braços - Talvez seja bom manter Anne trancada até que esteja bem.

Mexi os pés impaciente com a interrupção.

–Sage por que está nua? - olhei para aquela piranha e fervilhei de ódio.

– Por que eu ia transar! E a sua irmã maldita me interrompeu. - gritei com ele descendo as escadas.

– Ainda bem, ninguém merece ouvir você bird. E fecha a jaqueta. - dei o dedo do meio e sai para a rua - Fecha a jaqueta! - Damon gritou.

Olhei na direção dele e mostrei meu dedo novamente, bufei irritada e segui em direção a casa. Elena parou a minha frente e fechou a jaqueta enquanto olhava minhas pernas, balançou a cabeça indo e me guiou até seu carro. Eu estava uma fera.

~º~

– Pega leve garota. – Nataniel reclamou massageando a mandíbula.

– Eu estou. – murmurei acertando outro soco nele.

– Você mal respira. – tentei o socar de novo e dessa vez e ele segurou meu braço e veio para trás de mim me segurando com força – Que tal você descansar hein Sage?

– Não quero. – ele me apertou com força e eu percebi que estava tão ofegante quanto eu.

– Atrapalho? – olhei para o lado e vi Nik nos olhando com indiferença.

– Não – respondi me afastando.

– Atrapalha, sempre atrapalha. – Nataniel sorriu malicioso indo em direção a estrada.

– Falou com a garotinha? – perguntei sem realmente estar interessada enquanto chutava a árvore mais próxima.

– Falei, ate agora não disse nada de relevante.

– E por qual motivo ela ainda não foi torturada? – reclamei.

– Talvez não precise Sage. – iniciei uma sequência de socos.

– Talvez você não mereça ser um rei, talvez você não mereça a posição do ser mais temido do mundo. Talvez você mereça uma surra pra voltar ao normal. – resmunguei quase quebrando a árvore.

Ele arqueou a sobrancelha.

– Isso tudo é tensão sexual? – ele riu se aproximando – Se você não fosse minha companheira eu te surraria. – fez um barulho com os lábios – Não há necessidade de sentir ciúmes.

– Você sentiu que eu senti ciúmes? – ele rolou os olhos percebendo que eu me concentrava mais em odiar a vadia por nada.

– A questão Sage, é que você não tem que se preocupar comigo interessado no seu clone, ela é boazinha demais. – segurou minhas mãos e me empurrou até eu encostar na árvore.

– O oposto não te atrai?

– E não somos opostos? Temos muita coisa em comum. – me olhou firmemente – Mas somos completamente diferentes, você vai muito além do que eu. – encostou o nariz em minha bochecha – Você é insana Sage, não tem medo de nada, adora um desafio.

– Você não é um desafio Nik. – revirei os olhos.

Nunca o vi como um desafio.

– Então se solte de mim, lute comigo. – ele riu.

Movi minhas mãos tentando me soltar dele e não conseguiu, Klaus riu novamente e eu revirei os olhos e lhe dei uma cabeçada, ele me soltou surpreso e eu tentei socar seu rosto, mas ele foi mais rápido e desapareceu, ouvi um zunido perto de minha cabeça e me abaixei me lançando para trás. Era impossível lutar contra Klaus, eu jamais o acertaria lutando de forma justa, na verdade foi uma novidade ter conseguido acertar aquela cabeçada nele.

Ele se materializou na minha frente e eu saltei para trás fugindo de seu braço, mas não adiantou, antes mesmo que eu conseguisse piscar sua mão já estava em meu pescoço e meu corpo já estava no chão com ele ajoelhado no chão segurando meu pescoço sem o apertar, ele abriu um sorriso divertido.

– E eu não precisei me transformar. – o fitei irritada.

Com uma elasticidade desconhecida por mim eu movi minha perna em nossa direção e o chutei no rosto em cheio o fazendo me libertar, quando olhei ele já estava de pé me encarando com um largo sorriso. Mas que inferno. O pior era sentir a onda de excitação que me atingia toda vez que olhava para ele, balancei a cabeça. Eu precisava me controlar, mas era difícil. Vi ele rir quando percebeu o meu estado.

– Você realmente não me leva a sério amor. – reclamou com diversão.

Rolei os olhos e ele correu em minha direção segurando meus dois braços enquanto se colocava atrás de mim fazendo com que eu abraçasse a mim mesma, usou apenas uma mão para prender os dois juntos e então desceu a mão livre pela lateral do meu corpo enquanto beijava meu pescoço. Mikaelson maldito.

Senti suas presas perfurarem meu pescoço enquanto ele levantava a barra de meu vestido, fechei os olhos e tentei me soltar. Isso ainda era um desafio não era? Me soltei do loiro, mas não consegui fugir, ele me derrubou no chão e eu senti a grama molhada ser esmagada pelo meu rosto. A mão direita de Klaus prendeu minhas duas mãos acima de minha cabeça e eu ri contra o chão quando ele beijou minha nuca e depois encostou os lábios em mina orelha.

– Parece que eu ganhei. – murmurou com aquele sotaque maravilhoso.

Só deixo dessa vez, babaca. Ri de novo.

~º~

Entrei na mansão derrubando dezenas de folhas de árvores por todo o canto, bufei irritada e joguei os coelhos no chão da sala aos pés de Elijah. Sem me importar de estar completamente suja de terra me joguei ao lado dele no sofá e coloquei meus pés em seu colo, o moreno focou os olhos neles e retirou meus tênis e minhas meias começando a massagear, agradeci ao mundo por não ter chulé ou seria vergonhoso.

– Catei os bichos, acho desnecessário que eu precise de um treinamento desses Elijah. – reclamei – Uma merda dessa. – apontei para os coelhos que saltavam pela casa.

– Foram fáceis de pegar? – ele me olhou e retirou um galho de meu cabelo.

– Não. – bufei.

– Então deu certo. – riu e passou a mão sobre um corte em minha perna – É um bom treinamento para seus reflexos.

– Coelhos não são rápidos assim.

– Quando nascemos as nossas habilidades visuais, olfativas e auditivas melhoram não por que evoluímos, mas sim por que aperfeiçoamos. É a mesma coisa no seu caso Sage, se preocupe com isso agora. Você já pode ver um vampiro correr, o caso de Niklaus é isolado. É difícil até para mim. – admitiu voltando a ler seu livro.

– Você acha que estou certa sobre Anellise? – ele fechou o livro e se endireitou.

– Sage eu não posso te dar certeza sobre isso, quando vocês voltaram todo mundo sentiu aquela energia, mas podemos dizer que seja um efeito devido ao local de onde vocês vieram. Anellise não ficou presa entre dois mundos, ela estava no mundo dos mortos. É previsível que se tenha uma sensação ruim lá dentro e na volta.

– Tudo estava normal, eu não senti nada, mas foi só ela aparecer que isso mudou completamente. Eu entrei em pânico, aquilo era algo de outro mundo Elijah. A Anellise deveria ter ficado com medo, surpresa ou algo assim, mas não ficou. Ela simplesmente correu e me agarrou sabendo que eu sumiria. Como ela poderia fazer algo assim se eu provavelmente sou a primeira pessoa que ela via naquele mundo?

– E u não disse que não tem nada errado com ela, mas se vamos fazer algo, é melhor que seja com discrição... Não podemos deixar que nem ela e seus amigos suspeitem de nada, ou isso vai se tornar uma tarefa impossível. – virou a cabeça em direção a escada e suspirou, segundos depois Klaus desci por ela vagarosamente com o olhar perdido, ele nos olhou e deu de ombros e então sumiu pela casa.

– O que ele tem? – me olhou por um longo tempo.

– Coisas de Mikaelson. – sorrimos e eu me levantei ajeitando minha roupa.

~º~

– Sage eu já disse que eu sei fazer. – Katherine reclamou pela enésima vez colocando o líquido na panela.

– Katherine você viveu 500 anos sem precisar encostar em um fogão, acha mesmo eu vou te deixar sozinha na minha casa? – Enzo riu ao meu lado passando uma porção de bacon fatiado para ela.

Matt parou de cortar os legumes em expectativa vendo Katherine se aproximar do fogão e despejar o bacon na panela enquanto se afastava correndo devido ao óleo quente, corri para o fogão para tampar a panela com medo de que sujasse toda a minha cozinha. Infelizmente escorreguei nos respingos de óleo e bati a bunda no chão com força derrubando o faqueiro.

– Droga. – reclamei sendo levantada por Jeremy e Bonnie.

– Ah eu não acredito em como você consegue ser tão patética Sage. – peguei o pano de prato e bati na vadia – Eu não tenho culpa se você é distraída.

Peguei meu copo de coca e joguei na cara dela.

– Não desviou? Não tenho culpa se você é tão patética. – ri pegando um copo e bebendo o líquido para logo cuspir na pia – Que merda...

– É o meu vinagre Sage. – Katherine o arrancou de minhas mãos – Qual é o nome disso? Como faz? – olhou o pacote de mistura de bolo.

Engoli uma risada me lembrando que ela havia usado pó de café para fazer um bolo de chocolate, havia sido algo realmente ridículo até mesmo para um vampiro que não se alimentava de comida humana a pelo menos mil anos. Balancei a cabeça em negação e remexi os quadris no ritmo da música junto com o restante do grupo, Katherine agarrou a garrafa de bebida a usando como microfone dançando pela cozinha e jogando dezenas de coisas dentro da panela junto com o bacon. Nos olhamos fazendo uma careta, não parecia que iria sair nada de bom daquilo, duvidei até que tivesse veneno. O que é bem provável.

– Sobremesa? – Matt arqueou uma sobrancelha em minha direção e Alaric entrou na cozinha.

– Olá crianças. Obrigado pelo convite. – pisquei um olho para ele que se apoiou no balcão.

– Olá vampirão delícia. – cumprimentei junto com Katherine e coloquei a mistura de chocolate na batedeira.

– Caroline e Elena não irão vir? – olhei para a parede antes de responder.

– Saíram com Anellise e os Salvatores.

– Klaus vai vir? – Enzo perguntou com um tom de malícia, nunca vi gostar tanto de encrenca.

– Não nasci grudada em Klaus Enzo, se ele vir é coincidência. – voltei a bater a mistura.

– Bem isso sim é uma novidade, parece que ele realmente deixou de te vigiar. – Alaric comentou.

– Talvez eu não precise de tanta proteção como ele deseja. Vai ver ele se tocou que precisa treinar mais já que está caminhando para a posição de moça da relação. – resmunguei maldosa.

Niklaus já foi muito mais emocionante, ultimamente só anda trancado no maldito ateliê olhando para o nada, sem se preocupar com absolutamente nada. É como se tudo estivesse completamente normal, como se ele fosse um humano que não estava esperando uma guerra contra seres sobrenaturais estourar. Niklaus estava muito calmo e isso era motivo para alarde.

Eles riram.

– Parece que ele perdeu mesmo a moral pra você Sage. – Jeremy comentou ainda rindo.

Eu estava batendo a mistura quando um clarão surgiu na cozinha cozinha me assustando, saltei para trás e com o susto a batedeira jogou mistura para todo lado, ergui os olhos e vi meu fogão pegar fogo junto com uma garrafa que estourou lançando vidro para todos os lados, as chamas aumentaram e Enzo correu para o fogão escorregando no óleo. Ouvi Klaus gritar da sala me distraindo, Katherine tentou salvar outra panela e acabou a jogando no balcão onde eu estava. Agradeci pela panela estar com tampa já que ela bateu com tudo contra o meu rosto derrubando uma penca de copos e pratos pelo caminho, meu corpo quase foi queimado pelo óleo quente, mas Alaric fora bem mais rápido segurando a panela de óleo. Olhei para Bonnie quando o fogo apagou por completo. Nos olhamos e suspiramos nos aproximando da única panela salva, tiramos a tampa.

– É. -resmunguei – O almoço hoje vai ser Bacon.

Enzo riu vendo todo mundo sujo da mistura de chocolate e de óleo, o moreno se virou rindo saindo da cozinha.

– Vou trazer comida e bebida. – avisou.

~º~

– Sai daqui sua piranha. – ameacei esmurrar a cara da mulher enquanto ela puxava o ultimo pacote de doces.

– Sai você sua pirralha, eu peguei antes. – olhei para a adolescente do lado dela que me encarava irritada.

– Tomara que morram com esse doce vencido suas piranhas. – desejei, mas não larguei o pacote.

A mulher gritou assustada quando Katherine apareceu no meio do mercado lançando spray de pimenta no rosto das duas, ela me puxou e nós saímos do local após pagar a compra. Colocamos o óculos escuros e nos misturamos entre a multidão seguindo Anellise que andava distraidamente pela rua.

– Eu espero que ela não perceba que sou eu.

– Oh claro. Obviamente ela não irá perceber a copia dela usando peruca loira enquanto a segue no meio da rua. – debochou arranco minha peruca e a jogando no lixo – Mostra pra ela que tá de olho e que não vai deixar ela ter paz Sage. – resmungou pegando um doce.

– Estou te ouvindo.

– Seja presente. Terror psicológico é tudo. – sorri maliciosa, isso parecia muito divertido.

Comecei a andar mais rápido pisando duro no chão fazendo questão de que meus passos fossem ouvidos por todos da rua. A perua entrou em uma rua praticamente vazia, havia apenas um caminhão de lixo, me aproximei dela sorrindo e pensei em assustar ela um pouco. Bater e fingir que só queria pular nas costas dela, quem nunca? Corri e dei um empurrão nela e saltei para trás quando o caminhão de lixo passou com tudo a atropelando e passando por cima.

– Sage sua maluca! – Katherine gritou.

– Será que alguém viu? – perguntei quando Katherine começou a arrastar o corpo dela para um beco.

– Se você considerar o motorista do caminhão um ser humano.... é claro que viu sua maluca, ele parou.

Ajudei ela a carregar o corpo para trás de uma lixeira, olhamos a vadia jogada no chão toda estraçalhada e rimos. O corpo dela começou a fazer estalos altos e logo ela abriu os olhos e nos encarou confusa.

– O que aconteceu?

– Acidentalmente você parou de baixo de um caminhão de lixo.

– Mais acidentes como esse podem acontecer. – olhei para Kath sorrindo maliciosa e ela retribuiu.

– Sage qual é o seu problema comigo?

– Todos os possíveis, todos que existem. – resmunguei me levantando do chão.

– Eu já disse que não estou aqui para te causa nada.

– Você ainda não entendeu... que eu te quero morta? – falei de forma sombria.

– Eu... Stefan! – ela gritou olhando ao redor e eu lhe dei um dos meus olhares mortais.

Em poucos segundos Damon e Stefan estavam ao lado dela e nos olhavam desconfiados.

– Stefan por que a Anellise não está em casa trancada? Ela quase atacou uma criança, eu me lembro de ter te avisado que ela oferece um risco a todos nós.

– Anellise estava cansada de ficar em casa Sage, achamos bom que ela saísse um pouco.

– Pois ela vai definhar de tédio em casa, o que seria da sua irmã com sua bondade enjoativa se ela matasse uma pobre criança? Que só saiu viva por que eu e Katherine intervimos a tempo? – briguei com ele utilizando minha farsa, notei que os olhos dela brilhavam de ódio, mas ela ainda mantinha a pose de boa moça – Eu acredito que Anellise ficará de acordo e não pedirá para sai da mansão até termos certeza que ela está completamente controlada em relação aos humanos. – olhei os dois eu se encaravam – Ela não vai se importar com isso não é Anellise, afinal você é boazinha demais como sempre caiu em meus ouvidos, tenho certeza que não se incomoda em ficar alguns meses presa pelo bem da população.

Ela me olhou e eu retirei meu óculos de sol mandando um dos meus piores olhares, era bom ela ter medo de mim.

– Outra coisa sobre a qual estou curiosa e tenho certeza que ninguém se preocupou em perguntar é... como você foi transformada? Pois chegou aos meus ouvidos que não foi Damon e nem Stefan. – todos paramos para ouvir sua resposta.

– Tinha um empregado na mansão – falou de forma vacilante – Nos apaixonamos, e depois disso você sabe... fomos todos caçados. – deu de ombros.

– Hum. – resmunguei – Como você fez muitas pesquisas acho que sabe sobre a capacidade das duplicatas e se não sabe eu tenho certeza que te contaram. Eu protejo essa cidade e se algum vampiro se descontrolar e começar a matar a minha população eu o mato, tudo bem pra você? – tombei a cabeça para o lado esperando sua resposta.

Eu jogava a população na boca dos vampiros e nem me importava muito com isso, mas eu havia sido sincera em uma parte. Ninguém de fora entraria para se alimentar em Mystic, se eu tivesse que matar centenas de vampiros para me dar crédito nessas falas eu mataria, Anellise tinha que ver que eu cumpria com a minha palavra. Ela tinha que me ver como uma grande ameaça e precisava saber que eu estaria sempre a vigiando.

– Eu entendi. – eles nos deram as costas se afastando.

– Terror psicológico deveria ser seu nome, sobrenome e codinome. – Katherine fingiu um calafrio – Vamos vadia, eu vi uma loira nojenta com um salto fabuloso. Vamos pegar.


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