Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 29
No caminho errado




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Bocejei encostando a cabeça no ombro de Stefan. Eu estava na mansão Salvatore olhando para o teto, pois era claramente a única coisa que poderíamos fazer de bom. Motivos? Desde que o elo fora feito Klaus não vinha aterrorizando ninguém do grupo, Katerina estava quieta, Caroline não dava mais festas, Damon decidiu parar de provocar a fúria de desconhecidos. E até então para o resto do mundo eles não tinham que se preocupar com uma duplicata aliada a Klaus, pois ainda não sabiam de minha existência.

– Se ela foi queimada... - comecei.

– Histórias. Ela tem uma estaca no peito. - Damon respondeu.

– Mas Bonnie não consegue achar o corpo nem com feitiço usando as coisas dela. E vocês sabem que o corpo de um vampiro morto só não aparece se tiver sido queimado. - eles refletiam, mas então balançaram a cabeça.

– Estaca. Ela está em um caixão. - Stefan passou a mão em meu cabelo.

– Saíram da exposição cedo. Você e Klaus. - Caroline começou maliciosa.

Não tínhamos muito tempo para conversar, mesmo já se passando três dias após o episódio. Eu estivera ocupada demais " amansando" um híbrido selvagem. Entenda como quiser. Reprimi um largo sorriso em resposta.

– Era isso ou a prefeitura toda quebrada. E ninguém, ninguém aqui tem moral para julgar minhas ações. Exceto Bonnie. Estou com Klaus. - soltei de uma vez.

Eles engasgaram, tossiram e riram desacreditados.

– Estar tipo... só de ficar? - Elena perguntou.

– Sou companheira. - dei de ombros.

– Companheira tipo... um sexo casual fixo? – Elena questionou.

Reprimi uma risada. Na realidade tentei por que só comecei a gargalhar antes mesmo de explicar.

– Estamos.... Niklaus Mikaelson o híbrido está namorando.

Eles escancararam a boca e então explodiram em risadas.

– Isso é sério? - Stefan ria com uma mão no peito.

– Então quer dizer que o híbrido ganhou a chave do paraíso e ainda vai morar por lá e colocar a plaquinha com o nome dele? Bem... isso é divertido. - Damon ria do meu lado esquerdo.

– Algo assim. - reprimi outra risada - Mas preferimos dizer que somos companheiros. Me sinto melhor assim, faz parecer menos estranho.

– Não acho. - Elena franziu o cenho.

– Eu acho estranho demais quando Damon diz "minha namorada Elena". Dá vontade de rir, acho que é porque ninguém espera que homens como ele e Klaus namorem. Enzo muito menos. Stefan ainda vai. E tão velho.

– Mas jura... Klaus? Você está... transando com Klaus? - Matt perguntou.

– E você tem moral Matt? Já pegou Nadia, Rebekah. Elena está com Damon que é tão mala quanto Klaus, Caroline já ficou com Tyler, Damon e Klaus! Stefan caiu nas graças de Katerina e Rebekah. Olá... justiça onde está você? - ergui os braços.

– É oque? – Caroline sussurrou – Eu não fiquei sabendo dessa parte não.

Eles bufaram.

– Todo mundo tem ficha suja aqui, então shiu. - olhei o relógio.

Bonnie estava concentrada em ler o libro Apogue, ela o revisava diversas vezes tentando não deixar nada passar despercebido. Estávamos intrigadas que Anellise não fosse Anellise graças a não acharmos o corpo dela com o feitiço de localização. Os outros já achavam normal, acreditavam que não funcionava pois o corpo era muito velho. Entretanto eu, Rebekah, Bonnie e Katerina estávamos com um pé atrás. Algo parecia errado, e se ela fosse mesmo o portal? E o pior... e se eu fosse o portal? Eu lembro de ter lido sobre algo assim em um livro na biblioteca de Stefan, mas eu não fazia ideia de que livro era esse. Eu precisava saber mais sobre Ibis. E não fazia ideia de por onde começar.

Meu celular tocou. Era Klaus.

– Fala amor. - falei irônica.

Achamos mais lobisomens.

– Ótimo. Venha me buscar.

Alguma ação finalmente. Olhei meu grupo de amigos e dei um pequeno sorriso para todos.

– Lobisomens. – expliquei – Klaus vai testar mais outra teoria, usar só uma pedra leva tempo demais, ele e a tal da Dianna pensaram em outro método para que não fosse um processo tão demorado. Segundo ela a pedra deve ser fervida em sangue. – fiz careta, deveria ser algo bem nojento.

– Ai. – Caroline fez uma careta – Você vai vir na festa?

– Festa de que Care? – a olhei de lado.

– Só uma festa. – revirei os olhos.

– Depende do meu humor. – me levantei sentindo que Klaus estava perto e corri para fora dando de cara com ele.

~º~

– Podem me explicar o motivo de tantos vocês virem aqui hoje? - perguntei descendo de uma rocha com a ajuda de Kol.

– Um grupo de 32.

Agradeci ter vindo de tênis e uma calça legging. Olhei para o humano hipnotizado que seguia Klaus, essa quantidade de sangue não seria o suficiente. Fora que o tempo que ficaríamos ali seria excessivamente longo até fazermos todos os procedimentos da transformação

– Vamos usar o método de Dianna Sage, não se preocupe com o tempo, provavelmente estaremos em casa ainda hoje. – concordei sonolenta, eu estava cansada de caminhar.

– Quer parar para descansar? – Elijah me avaliou – Você não me parece nada bem Sage, estou sentindo sua pulsação muito lenta.

– Eu estou exausta, mas é melhor não pararmos, quanto mais rápido resolvermos isso, melhor será. – eles concordaram – Quando vou conhecer os outros vampiros? Do reino? – cocei os olhos.

– Espero que logo Sage. –Kol comentou – Alguém ali deve te botar medo.

– Não fique tão confiante rato. Se nem você que é louco me coloca medo imagine um vampirinho que obedece ordens de Niklaus. – ri e o loiro parou se virando para me olhar.

– Sage se controle.

– Você não me intimida. – dei um tapa na cabeça dele que me puxou segurando meu quadril com força enquanto me arrastava pela floresta.

Dei de ombros.

Chegamos ao acampamento e eles nem quiseram conversa, já vieram para cima de nós, fiquei em um cantinho mais distante enquanto eles desmaiavam todos. Eu realmente não estava com forças para uma briga, eu não tinha ânimo algum e fingiria um desmaio para Klaus me carregar volta para o carro.

– Oh céus.

– Perdida boneca? - um dos lobisomens veio para cima de mim.

Eu apenas dei um empurrão em seu peito e o lancei para a área onde os Mikaelsons estavam, me aproximei fazendo a contagem dos corpos, nem dei moral para esse bosta.

– Sage vem aqui. – Klaus esticou meu pulso e o mordeu fazendo com que uma boa quantidade de sangue escorresse para uma vasilha de alumínio.

– O que é isso? – Bekah perguntou quando viu ele colocar a pedra lá dentro.

– Um novo método. – explicou rasgando o próprio pulso e derramando o sangue.

– Essa Dianna é confiável Niklaus? – Elijah o encarou.

– Eu a conheço a anos Elijah, e Dianna não é confiável, mas temos o mesmo propósito. – colocou a vasilha sobre a fogueira.

– Ok, ok. Que lindo, tudo explicado, mas qual o motivo para todo lobisomem viver no mato? Eu queria apenas ficar sentada em um sofá esperando ele se transformar. – resmunguei me sentando no chão – Comendo a comida dele – enfiei e mão no bolso de Klaus pegando seu celular – Dormindo na cama.

– Sage. Foco. – suspirei entediada.

– Elijah você que é um homem sensato, iria me ajudar se eu quisesse um reino independente?

– Eu acho que você consegue isso Sozinha Sage. – arrumou a camisa me olhando.

– Eu já tenho um reino Sage. – Klaus resmungou – É nosso.

– Klaus eu não te perguntei nada. Você vai perder ele e vai ser para mim.

– Qual o motivo para você querer um reino? – Rebekah se sentou em um tronco.

– Por qual motivo seria se não por guerra? – perguntei o obvio, quem quer um reino nunca quer apenas o poder, também quer lutar por ele.

Eu estava louca para caçar vampiros.

– Sage não compre briga quando não pode lidar com ela. – Elijah me repreendeu.

– Não seja louca irmãzinha, eu ainda me pergunto como você ainda está viva com tanta gente te odiando e com tanta coisa que você apronta. Eu não acreditava nisso, mas estou passando a achar que você tem um anjo da guarda que provavelmente te odeia.

Franzi meu nariz sentindo o cheiro quente de sangue, era terrível. 30 minutos depois ele estava transformado e isso me aliviou, ficaríamos menos tempo que o esperado.

Klaus fez o mesmo com todos os lobisomens e fez o discurso de sempre e dessa vez passou a liderança dos híbridos para mim caso ele não pudesse os liderar em algum momento. Considerei isso um voto de confiança muito grande já que se eu quisesse poderia virar os híbridos contra ele, coisa que eu não faria é claro.

Klaus diferente do que eu imaginava não usou o sangue somente do humano para os alimentar, ele na realidade fez uma mistura dos nossos sangues acreditando que isso tornaria nosso poder sobre os híbridos maior e eles seriam mais leais. Não contrariei, isso me pareceu válido já que vampiros geralmente ficam muito ligados ao seu criador, provavelmente com os híbridos seria o mesmo.

Bocejei os seguindo pela mata me pendurando em Rebekah que praticamente me carregava.

– Acha que é o suficiente? - questionei.

– Não. – Nik respondeu se aproximando de mim

– Então acha que Esther vai vir com um exercito também? Sei que você da conta do seu pai. - sussurrei.

– Acredito que sim. Com originais. Provavelmente irá os criar aqui quando sair, é um hábito muito feio da minha mãe. – explicou com um sorriso malicioso – Não que não seja divertido dar uma surra de vez em quando.

Humildade não é o forte de Niklaus. Dei um aceno com a cabeça.

– E como os matamos? Sei que arrancar o coração... é bem difícil. Pode levar segundos, o que diminui drasticamente nossa ação em campo e eles podem levar vantagem.

– O ideal é a madeira de carvalho branco. Mas não existem mais. - Elijah se pronunciou.

– Tem certeza? Pode haver países com essa madeira, o mundo é bem grande.

– Sage nos rodamos tudo, acredite, se tivéssemos nos acharíamos.

– Entendo. Então esse vai ser o método? Sei que os híbridos são fortes, mas... o suficiente? - os olhei de lado.

– Não se não forem treinados. Podem aprender em pouco tempo, afinal você e Katerina souberam muito bem usar o lado caçador das duplicatas. Ampliando a força e agilidade.

– Klaus... eu vou participar? Da guerra? - ele me olhou como se eu houvesse dito o maior absurdo que ele já ouvira na vida.

– Mas é claro que não. -entrou no carro.

E quem disse que eu estou pedindo permissão?

~º~

– Santa Caroline. – escancarei os lábios – Não é possível.

A mansão Salvatore tinha virado uma casa do horrores e nem era época de dia das bruxas, não estávamos nem perto, mas Caroline parecia estar sem ideias quanto a como fazer uma comemoração. De alguma força ela havia espalhado correias com centenas de morcegos pelo teto da mansão, assim como transformara várias lâmpadas em morcegos, não me questione. Ironicamente havia no hall você passava por dentro da boca de um lobo imenso para entrar na sala, balões pretos e vermelhos, jogos de luzes e fumaça. Isso era tão FODA.

– Sage você veio. – Caroline surgiu vestida de anjo, não era nada parecida com ela.

– Ah não era pra vir? – segurei meu tridente e ela fez uma careta.

– Não sei por qual motivo estou surpresa, era exatamente assim que eu esperava te ver. – me olhava chocada – Mas ficou bem melhor. Um demônio.

– O próprio diabo Caroline. Sou Lúcifer. – ela riu.

– Achei que Lúcifer era um homem.

– E anjos e demônios tem sexo desde quando? Eu sou o que eu disse que eu sou. Acabou aqui. – olhei minhas mãos cobertas pelas luvas vermelhas.

– Se você diz senhorita nervosa. – ergueu as mãos.

Me olhei no espelho. Eu usava um quimono japonês preto e longo e colado com uma calda, a faixa era de um preto profundo com pequenas flores vermelha, no fim do quimono havia uma fenda onde era possível ver minha meia e meu sapato altíssimo. Usava luvas vermelhas e minha tiara de chifres, o cabelo solto com a franja para o alto dando volume e olhos de um tom vinho. Por que? Porque eu quis.

– Klaus não virá? – arqueei uma sobrancelha para Caroline.

– Você acha mesmo que o Mikaelson vai vir em uma festa dessas Caroline?

– E por que eu não viria amor? – senti seus lábios em minha orelha.

– O que quer com um monte de adolescentes? – me virei vendo que ele estava completamente de preto e não estava fantasiado.

– Com eles eu não quero nada. – percebi que ele segurava uma garrafa – Vim te vigiar, aproveite a festa amor. – sumiu entre os adolescentes.

– Vem Sage. – Elena me puxou e eu vi que um monte de bonecos estavam espalhados pelo chão, completamente sujos de tinta vermelha – É... não chega perto daquele, aquilo é realmente um cadáver. – apontou e eu a segui – Você confia que na intuição de Bonnie? –fechou a porta e eu percebi eu a bruxa estava lá.

– Claro que sim. Que Anellise não é Anellise? Sim. – cruzei os braços.

– Sage... eu entendo que você está relutando em trazer ela, mas Damon e Stefan estão um pouco esperançosos em trazer Anellise de volta, para concertar um erro do passado.

– Eu sei Elena, mas não consigo não ficar desconfiada em relação a isso. Não achamos o corpo dela, só precisávamos de algo que foi dela e não achamos nada e você sabe o motivo. Não se dá para achar um corpo se ele está em cinzas. – olhamos para a porta quando ela se abriu.

Demos de ombros quando vimos Klaus entrar e parar ao nosso lado nos olhando curiosamente.

– Niklaus eu acho que não devemos trazer Anellise, eu sei que você é experiente o suficiente para saber o que significa quando não achamos um corpo pela localização, tentei contato com ela e não consegui. Eu sinceramente estou achando que Anellise foi queimada, não podemos fazer nada com cinzas. – Bonnie explicou e ele a olhou atentamente.

– Eu sei o que significa, mas e se você não estiver a achando por não ter força o suficiente? – debochou.

– Niklaus. – briguei com ele – Não fale dessa forma com ela, Bonnie é poderosa. Feitiço de localização pode ser feito até por uma bruxa iniciante.

– Pare de tentar tirar Sage de nós Niklaus, trazer essa Anellise de volta só nos trará problemas.- Bonnie se irritou.

– Bonnie entenda de uma vez por todas meu amor, Sage vai ficar comigo com Anellise ou sem Anellise, nós precisamos dessa garota de volta para descobrir o máximo sobre suas pesquisas. Ela soube por onde começar e provavelmente sabe como acabar com isso. – deu um sorriso duro e começou a andar pelo quarto e então se virou para nós – A Sage está comigo e vai onde eu for queiram ou não. – e então saltou a janela voltando para a festa.

~º~

– E dai Oliver? Não estou nem ai para ele. Dói mais não mata. - Klaus me olhou atravessado.

E dai? Ele vai tentar te matar. Misael está te caçando.

– Deixa ele me caçar. - dei de ombros recebendo mais olhares - O que é Misael perto de híbridos, vampiros, lobos e bruxas?

Você desvia de socos, não de balas.– revirei os olhos.

– Grande merda. - desliguei o celular.

Novamente estávamos na mansão Salvatore, dessa vez estávamos todos lá sentados na sala fazendo teorias. Só faltava Stefan que estava ocupando debaixo da casa criando suas ervas.

– Sage vai lá chamar o Stefan. - Caroline pediu.

– Eu? Você pode ir lá em um segundo e voltar. - reclamei.

– Queremos fofocar sobre você. - revirei os olhos.

Desci as escadas e fui até a área das celas, olhei ao redor e vi uma delas aberta. Vi Stefan plantando suas verbenas dentro de um murinho cheio de terra, me escorei na parede olhando o local com atenção. Pelo que vi haviam algumas celas com essa área com terra, na realidade eram três áreas. Eu havia ajudado Damon a colocar verbena em uma delas e inclusive tinha achado o nome dele em letras pequenas, o moreno apenas mandou ignorar aquele fato pois acreditava que Zack havia escrito seu nome no local por ódio.

– Caroline chamou.

– Ela pode esperar um pouco.

– É assim que se fala garoto. - elogiei e me aproximei olhando melhor o local- A quanto tempo tem essa plantação?

– Não muito. Na realidade a casa já tinha esse espaço em que está a verbena, sempre teve terra aqui. Mas Zack foi quem deu a ideia de plantar verbena.

– E nunca se perguntou o motivo de ter isso ai? - apontei com a cabeça e ele parou.

– O que quer dizer? - retirou as luvas.

– Tem o tamanho perfeito para me caber ai. - forcei meus olhos para uma parte do muro - Achamos sua irmã. Que original. – zombei.

Olhei de novo seu nome escrito discretamente. Eu sou um gênio. Anellise, te encontrei.

~º~

Stefan e Damon colocaram o caixão no chão, dava para ver que muitos ali estavam empolgados e preocupados. Olhei Rebekah e Bonnie, ambas desconfiadas tanto quanto eu e Katerina.

Klaus se aproximou e levantou a tampa do caixão e nós vimos o corpo feminino lá dentro, ele tinha coloração azul e veias saltadas. De alguma forma estranha Stefan e Damon a reconheceram imediatamente. Suspirei e me afastei, mas Kol me empurrou de volta quase me fazendo cair dentro do caixão.

– Vamos começar. - Bonnie falou hesitante.

Ignorei minhas pernas trêmulas e me aproximei mais ainda prendendo a respiração. Bonnie sentou ao meu lado no chão e eu a imitei e então ela pegou minha mão e colocou a pedra.

– Perai, o que? - reclamei quando ela pousou minha palma sobre o peito da morta.

– Vamos ter que fazer isso.

Engoli a ânsia que subiu enquanto sentia a pele gélida e enrugada. Bonnie colocou sua mão sobre a minha e me olhou antes de começar a recitar palavras que eu não entendia, suspirei e senti meu olhos pesarem enquanto um vento tomava todo o local. E então eu não estava mais lá.

Abri os olhos e a mão de Bonnie segurava a minha.

– Não me solte. Ou ficara presa aqui. - avisou.

Estranhamente o mundo não era colorido, na realidade era de um tom dourado bem claro, como no fim de uma tarde, a luz fraca entrava pelas janelas cobertas apenas por uma cortina clara que se movia devido ao vento. Começamos a andar pela casa antiga, uma voz ecoava pelos corredores em uma canção suave. Nos olhamos em dúvida e então a seguimos nos deparando com uma figura sentada em uma cama, ela folheava um livro enquanto cantarolava.

A mulher se virou e sorriu para nós de um jeito doce, era extremamente parecida comigo, mas ao mesmo tempo conseguia ser completamente diferente.

– Eu estava esperando vocês. - ela se levantou e então olhei em seus olhos.

Eu tive um pressentimento terrível em relação a ela, uma sensação de medo tomou completamente meu corpo. Entrei em pânico, comecei a ficar desesperada. Aquela energia era extremamente maligna, não havia nada de doce, puro ou apaixonante ali. Senti um medo que não era meu e soube imediatamente que Klaus tentaria nos tirar dali, esperei que ele fosse rápido o suficiente.

Antes que pudéssemos dar se quer um passo ela veio rápido demais e agarrou minha mão com força, senti uma pressão abaixo do peito e logo eu estava sendo puxada de volta ao mundo dos vivos. Fui lançada para trás, mas acabei batendo contra Klaus que amorteceu a pancada que eu levaria se ele não estivesse lá, Bonnie foi segurada por Kol.

– O que foi? O que deu de errado? -Stefan perguntou.

Coloquei as mãos na cabeça enquanto sufocava , tossi.

– Por que entrou em pânico? - Klaus gritava.

Olhei o corpo da vampira ganhar cor e formas normais. A sensação de medo e pânico me tomava mais ainda, me soltei dos braços de Klaus e corri para fora da mansão junto com Bonnie tentando nos livrar da sensação horrível.

– Deu errado. - gritei quando Klaus nos alcançou.

– O que? Sage ela está aqui!

– Aquela não é Anellise Salvatore. - o olhei séria.

Eu definitivamente só faço merda.

~º~

– Então quer dizer que você é minha duplicata? - ela me olhava com interesse.

Dei o meu sorriso mais falso e mostrei a minha expressão mais cínica possível. Eu não fazia questão de ser agradável com ela.

– Nós - frisei - somos a duplicata de Ibis. Eu não sou nada sua. - todos me encaravam em choque.

Ela me deu um sorriso duro enquanto volta a beber da sua bolsa de sangue.

Nos tínhamos traços idênticos, o rosto com os traços de Damon, mas os olhos eram verdes como o de Stefan e o seu cabelo era um pouco mais claro. Ela era infinitamente mais bonita que eu, parecia ser mais doce e se arrumava como uma garotinha enquanto eu mais parecia uma maloqueira.

Todos estavam surpresos pela minha hostilidade com ela. Mesmo que nenhum deles jamais tivesse me conhecido de forma simpática, era mais do que visível que eu não gostava nenhum pouco dessa biscate.

– Legal esse seu bracelete. Acho que era meu. - olhou para meu pulso.

– Se eu soubesse que era seu eu não teria aceitado. - retirei e joguei em direção a ela – Perdeu o valor pra mim.

Tomara que perfure o crânio da maldita. Aquele ali era só uma réplica do bracelete que Stefan me deu, o verdadeiro estava em minha casa bem escondido. O porque? Eu achei que tinha perdido, então comprei outro e admito que paguei caro para o fazer ficar idêntico ao que eu tinha ganhado. Mas achei o verdadeiro, no fim tive apenas um gasto desnecessário.

A maldita o segurou a tempo.

– Sage não precisa ter ciúmes. - Damon tentou passar o braço pelo meu ombro.

Segurei seu braço com força e torci quebrando seu pulso.

– Some daqui encosto.

– Calma. - se afastou me olhando surpreso.

Olhei a vadia de novo.

Ela usava uma saia rosa de Caroline, uma bata branca e um salto nude. Dei uma olhada discreta para mim e vi meu coturno sujo, short rasgado e folgado e uma blusa enorme que dava a impressão de que eu estava sem nenhuma peça por baixo. O cabelinho ferscurento dela estava preso em um coque, percebi que Klaus revezava os olhares entre mim e ela vendo claramente a diferença entre nós. Dei um olhar duro sabendo de Klaus gostava de mulheres Barbies e ele pareceu saber o que eu estava pensando pois abriu um sorriso malicioso e decidiu por fim que iria me encarar, ele sabia que eu não estava muito animada com a presença dela e tive impressão que ele iria começar com um de seus joguinhos.

Bufei e olhei as janelas. Faça o que quiser.

– Vamos Bonnie. - chamei e Elena me olhou interrogativa - Vai vigiar meus passos agora?

– Vão fazer o que? - Caroline saltou puxando a nova amiga junto.

– Eu. Bonnie. Rebekah e Katerina. O clube das vadias irá a um local proibido para Barbie’s.

– Ótimo. Estou afim de conhecer a cidade. - a vozinha fofa dela me enojava.

– Não te convidei. - fui grossa e todos bufaram.

– Sage. - Stefan repreendeu – Não seja tão dura com a minha irmã. – até horas atrás eu não era a irmã dele?

– Não vou ser babá de uma vampira. Tá achando o que Stefan? Que tem essa moral toda? – briguei o olhando irritada – Por favor eu tenho um rebelião para liderar.

– Por que está tão agressiva? - Caroline ficou na defensiva.

– E quando eu não sou? - perguntei seca - Eu estou claramente com um péssimo humor. É melhor vocês interrogarem essa criatura antes que eu faça. - ameacei erguendo o punho na frente do rosto.

Sai da casa sendo acompanhada pelo meu pequeno grupo. Voltei pra dentro da casa e arranquei a chave das mãos de Kol e entrei no carro dele sendo acompanhada pelas colegas.

– Onde vamos? - Rebekah perguntou.

– Para onde seja difícil de nos ouvirem.

O bar estava cheio como previsto, eu havia colocado uma blusa mais curta e colada já que sabia que o local era quente. Passamos pelos bêbados barra pesada e fomos em direção ao balcão, peguei as cervejas e fomos para um canto. Todas as mesas estavam lotadas pelos motoqueiros, o único jeito era ficar de pé por ali mesmo.

– E então...

– Tenho certeza que não é ela. E se for... está aprontando alguma coisa. - cruzei os braços.

– Realmente tem algo errado. Assim que a vimos ela veio para cima de nós, não sei se ela sabia o que estava acontecendo ali, mas achei muito estranho. Ela ficou com receio de irmos embora assim que percebeu que faríamos isso. - Bonnie explicou – Alguém normal ficaria desacreditado com isso.

– Algo não me cheira bem nessa história. Eu conheci a Anellise muito bem, quando ela tinha uns 15 anos. Não se parece em nada com ela, ela era uma princesinha. Hoje é algo diferente. Não sei. - Katerina já começava a encher a cara.

Uma música alta começou a tocar abafando nossas vozes.

– Sei que todo mundo sentiu algo estranho quando ela voltou. - Rebekah ajeitou o cabelo.

– Eu vou mandar ela de volta. Mas antes vou descobrir quem é essa coisa. Ainda não acredito que seja irmã deles, eu vi a fotografia. E eu sei que é estranho, mas essas duas são pessoas completamente diferentes. Precisamos saber o que a trouce de volta para cá. – bati com a garrafa na mesa e ela quebrou em minha mão.

– Concordo. - Bonnie acenou.

– Então porque fingiria ser irmã deles? – Rebekah fez uma careta.

– Ela deve estar querendo algo... os Salvatores tinham muito acesso a bruxas. - Katerina começou - Uma infinidade de pesquisas de séculos feita por eles.

– Klaus falou sobre uma pesquisa sobre o portal dos mortos. - avisei.

– Não é coisa boa. Não acredito que ela queria selar quando estava tudo bem e sem ameaças. Na época em que ela morreu estava tudo maravilhoso. Quem morria ficava por lá mesmo, as bruxas não estavam preocupadas com nada disso. - Rebekah nos informou.

– Bem... uma investigação de vadias? - perguntei.

– Sim.

Olhei a parede ainda irritada com Klaus. Ele iria atrás daquela coisinha, provavelmente tentaria descobrir coisas sobre elas e perceberia que além de ser mais bonita era "doce".

– Não encha sua cabeça de besteiras. - Bonnie avisou.

– Ok. - ergui as mãos.

– Dança? - Bekah sorriu maliciosa.

Começamos a dançar no meio do bar, os motoqueiros estavam animados dançando também mesmo que não parecesse em nada o tipo de musica que eles curtiam. Nos nem vimos quando começou a confusão, em um momento eu estava dançando e no outro eu tinha uma cadeira batendo em minha cabeça com força.

Me ajoelhei com a dor na cabeça e quase perdi os sentidos, senti cheiro de sangue e me virei extremamente irritada vendo pela primeira vez que o grupo de motoqueiros havia sumido e agora havia um novo grupo. Entendi imediatamente que eram vampiros, um grupo nada grande. Suspirei irritada.

– O que querem em Mystic? - perguntei cruzando os braços ignorando o sangue que escorria de minha cabeça.

– Soubemos que a pedra de Ibis estava por aqui. - um loirinho tomou a frente.

– Pois não está. - Rebekah falou.

A olhei indignada tramando um plano maligno.

– Está sim. Está com uma vampira. É só ir lá e matar ela. - elas me olharam incrédulas.

– Está mentindo. -o loirinho falou cruzando os braços – Estamos procurando essa pedra a tempos e queremos sair daqui o mais rápido possível antes eu o original chegue. Não queremos mais atrasos.

– Fique a vontade para descobrir, tem até nome... - Rebekah tapou minha boca.

– Olá cavalheiros. Podemos ser úteis? Eu espero que tenha um motivo muito bom para quebrarem uma cadeira na cabeça de uma dama. - Elijah ajeitou o terno.

Olhei para a entrada vendo Elijah, Klaus, Care, Stefan e aquela vadia.

– Estamos procurando algo. Mas acho que já temos o suficiente, na realidade meu foco mudou um pouco. Eu quero saber o que é essa coisinha. - me olhou de cima a baixo.

Segurei a garrafa de cerveja com força.

– Uma energia tão forte. - ele falou suspirando - Me deixe te tocar.

– O que? - perguntei incrédula.

– Não seja má.

Olhei para o lado pedindo ajuda. Klaus conversava de forma descontraída com a vadia, já Elijah olhava extremamente sério para os novos vampiros.

– Nem fodendo. Nem te conheço. – bebi a cerveja fazendo careta.

– O que você é? - ele estava se irritando.

– Humana.

– Venha logo. – ordenou.

– Não.

– Peguem ela. - ele ordenou.

Olhei para Klaus e ele apenas me olhava enquanto conversava com a biscate, ele parecia estar disposto a ver até onde eu iria e eu sabia eu ele estava se divertindo com o meu leve ciúmes, é melhor eu mostrar o que vai acontecer com ele se continuar a me provocar. Respirei fundo e vi vermelho quando encarei meu novo inimigo, meus olhos estavam lacrimejando de raiva. Abracei o ódio, o alimentei e intensifiquei.

Um dos vampiros veio para cima de mim, lancei a garrafa em seu rosto com força o suficiente para lançar seu corpo para trás fazendo seu corpo bater contra o imenso bar derrubando todas as bebidas, vi que o vampiro ficou levemente surpreso com o meu ato e eu sorri. Eu me sentia tão sombria.

– Eu vou sozinha. - Elijah me olhou incrédulo.

O silêncio se tornou absoluto quando eu avancei pelo local indo até ele, parei em sua frente e ele segurou meu pulso com força e o cheirou antes de cravar as presas.

– É assim que você descobre o que as pessoas são? – fiz careta, que cara estranho.

Me lembro de Stefan comentar que alguns vampiros tinham certas habilidades, nada como ler pensamentos, mandar pro inferno, tacar fogo ou esse tipo de coisa. Eles possuíam apenas habilidades sutis, as vezes mais sensíveis, com visão melhor, olfato ou audição melhores. Era relativo.

– Uma habilidade. - limpou os lábios - Uma duplicata. Jurava que era uma vampira, talvez uma original. Nunca vi um antes.

– Aproveite. Tem três deles aqui. - Rebekah falou e ele ficou tenso.

– Eu só preciso da garota.

– Não estou a venda. - sorri cínica.

– Não vou comprar, eu estou a pegando para mim.

Ele fez um barulho de estalo e um dos seus homens veio pra cima, enfiei a mão em seu peito e puxei o coração para fora. Larguei o corpo e o olhei, eu estava com tanto ódio que não senti absolutamente nada.

– Lento. – zombei.

Outros vieram para cima, mas Elijah e Rebekah os pararam. Me concentrei no alvo a frente, o tal líder me encarava com ódio. Acha que me assusta? Eu estou deixando fluir as minhas piores emoções que eu reprimi por tanto tempo, todos os sentimentos que eu escondi.

– Vadia, sabe quanto tempo levei pra me aliar a eles?

– Eu deveria me importar? - dei um sorriso duro.

Enfiei minha mão com força em seu peito, ele tossiu sangue enquanto eu agarrava seu coração, girei a mão e ele gritou. Eu estava muito irritada, perigosamente em meu limite. Niklaus quer brincar com a minha paciência? Essa vadia quer me testar? Ótimo, vamos ver o quanto eles irão aguentar.

– Peça desculpas. Não admito que me você me chame de vadia. – fingi um ar inocente.

Eu estava brincando com ele, o mataria mesmo se implorasse de joelhos. Eu tinha que descontar meu ódio em alguém.

– Não sua louca. Vai se foder.

– Game over. – ouvi a voz irônica de Katerina.

Cravei minhas unhas em seu coração, mas não o puxei. Ele ficou confuso quando o soltei, mas não dei tempo para ele pensar. Eu seria pior que Klaus. Agarrei sua cabeça e puxei para meu peito, passei um braço pela frente de seu pescoço e usei minha outra mão para puxar seu queixo. Eu estava com muita raiva.

Bonnie soltou um som horrorizado quando a pele do pescoço do vampiro começou a se rasgar, ele gritava tentando se livrar do meu aperto. E então eu dei um puxão forte e sua cabeça rolou pelo bar, eu esperei que aquilo fosse o suficiente para aplacar meu ódio, mas ele só aumentou mais ainda.

Arrumei a blusa e tombei a cabeça para o lado observando a minha arte nojenta, comecei a cantarolar uma música enquanto pegava a chave do carro de Kol e ia para fora. Katerina me seguiu rindo em silêncio enquanto Bonnie e Rebekah ficaram para trás.

– Sabe Kat. - dei a partida no carro –Você pode se considerar minha grande amiga. A sua presença é contagiante. Eu estou adorando te ter como minha aliada.

– Em que eu posso te ajudar minha amiga? – deu um sorriso sombrio.

– Nós minha cara amiga vadia... Iremos acabar com Anellise Salvatore.


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Notas finais do capítulo

Oi, Oi! Viram que mudei a capa não é? Foi um presente de uma leitora/autora da The Queen Sweet Natty, essa será a nova capa e será fixa, ok? E eu ameeeeei ela!
Tudo bem com vocês? Anellise mal chegou e Sage já odiou ela sem nem ter precisado abrir a boca, e finalmente Katherine e Sage se tornam aliadas.



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