Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 13
Pequena psicopata




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– Treinador? - olhei o filho da puta.

Ridículo de merda, odiava as aulas dele mesmo. Cansei de cair e levar bolado na cara, tenho certeza que era tudo proposital. Uma vez ele quebrou meu nariz durante um treino das líderes de torcida, ele agarrou meu pompom e ficou saltitando no lugar com os braços abertos.

Nem preciso dizer quem ele acertou com aquele bração monstro dele não é?

Vi o louco segurar uma estaca próxima ao peito de Jeremy. Ai meu cristinho. Elena me mata se o irmão dela morrer por minha causa.

– Verona. Estou impressionado. É uma vampira e tanto. - olhou para minhas pernas - Mas não parecem ser muito resistente.

Eu quase chorei pedindo por Klaus, mas ele já havia saído em viagem então seria praticamente impossível ele aparecer ali milagrosamente. Deu um tapa forte em meu rosto quase quebrando o meu pescoço, cuspi sangue e ergui a cabeça dando um sorriso malicioso. Eu vou acabar com a sua vida seu merda.

Empinei o nariz. Quer saber? Não me assusta. Babaca eu vou matar toda a sua família.

– Como? Você é estupido? - questionei e recebi um soco - Que mês interessante eu estou tendo. – ri como uma psicopata.

– Tem certeza que isso é uma vampira? - o treinador jogou a verbena em nós dois que continuamos quietos – Essa vadia não sente nada.

– Eu não disse que era. Eu disse que ela andava com alguns vampiros. - o loiro deu ombros.

– Quem são? - o treinador se abaixou me olhando nos olhos – Quem são esses seus amigos vampiros sua pequena psicótica?

– Mister Drácula, Lestat ou Louis? E se eu não souber quem são? Eu posso muito bem não ter ideia alguma de quem eles são. - falei rindo – Já parou para pensar que talvez eles escondam isso de mim?

Ué. São videntes por acaso?

O cara ficou louco, piradinho. Se virou enfurecido para os dois garotos que tinham nos sequestrado e eu quase chorei de decepção. Eu no mundo sobrenatural, consigo ser sequestrada por um único humano. Bufei.

Que fracasso.

– Incompetentes! - ele jogou a estaca na minha cabeça e Jeremy revirou os olhos enquanto tentava desamarrar as mãos - Estuprem a garota e mate os dois depois.

É O QUE? Joguei a perna direita para cima e meu salto o acertou em cheio na cara. Ele gritou irritado e acertou outro soco em meu rosto me fazendo cuspir mais sangue, ainda bem que não arrancou nenhum dente. Morro de medo de colocar implante.

– Covarde! - Jeremy gritou.

– Vem aqui vem filho da puta. - provoquei me levantando, passei os braços para frente ainda com os pulsos presos - Vem fazer o serviço seu merda. – gritei chutando uma caixa.

Jeremy escancarou a boca e o treinador apenas me ignorou saindo do galpão. Um dos alunos se aproximou me olhando em desafio, PORRA EU SOU UMA FUTURA MIKAELSON. Não sabe o problema em que está se metendo.

Repito.

MIKAELSON.

O garoto veio para cima de mim e ergui minha perna o chutando para longe, usei meu pé esquerdo que ainda estava com salto e pisei no seu pintinho. Ele caiu e o outro veio até mim, passei por debaixo de seu braço erguido e fui para trás dele enroscando seu pescoço com meus pulsos que ainda estavam presos pela corda. Ele se jogou de costas me espremendo contra a parede, mas eu apenas apertei a corda com mais força e logo ele caiu desacordado.

Meu cabelo foi puxado e eu fui jogada no chão, mas antes que o outro pudesse fazer algo contra mim seu corpo caia sobre o meu e a cabeça rolava para os pés de Jeremy. Senti o sangue escorrer pelas minhas costas e fiz uma careta.

– Ola dea. Sentiu saudades?

– Por incrível que pareça sim. - olhei para a cabeça no chão enquanto ele desamarrava Jeremy.

Resmunguei.

– E Bonnie? - o mais novo questionou.

– Stefan a achou desmaiada do lado de fora da escola. Parece que bateram nela e a jogaram no mato.

– Oh sim claro. Alias sou eu que tenho cara e modos de vampira. Pelo menos a noite foi boa para alguém. - comentei vendo a mancha de sangue na blusa do homem.

– Claro que sim. Eu estou em uma festa adolescente cheia de bêbados bancando uma babá, correndo de um lado pro outro. Acho que deveria me divertir pelo menos um pouco, ouvir dizer que é uma ótima doadora. -passou os longos dedos pelo meu pescoço pálido.

– Me deixa Enzo. Credo. Eu estou quase morrendo e você acabou de arrancar um pescoço na minha frente.

Elena entrou.

– Acho que a noite ha deu pra todos. Vamos? - me ajudou a me levantar.

~°~

– Damon! chega com essa porra desse carro mais perto! - gritei me virando pra dentro do carro.

– Eu já estou perto o suficiente pra essa merda não nos esmagar!

Damon dirigia em alta velocidade emparelhando o belo carro azul contra o ônibus escolar carregado de jogadores e algumas lideres de torcida. Eu e Enzo tínhamos metade do corpo para fora, eu segurava um enorme rifle e Enzo subia em cima do carro. O moreno saltou parando em cima do ônibus e correu para a frente dele tentando entrar pela janela do motorista o que fez acelerar mais ainda. E era ai que Kol e Elena entravam.

Kol vinha em um carro correndo em alta velocidade, o moreno ultrapassou com facilidade Damon e o ônibus escolar, vi a Mercedes correr em frente ao ônibus e Damon desacelerou ficando a direita do monstro amarelo, olhei para o lado vendo o desfiladeiro que os aguardava.

Me joguei por cima de Damon me ajoelhando em suas coxas e coloquei o tronco para fora. Kol buzinou dando o sinal, Enzo saltou para fora carregando a caixa com as filmagens de dentro do ônibus. Damon freou de uma vez, eu atirei no pneu de trás fazendo o ônibus reduzir a velocidade e oscilar, Enzo jogou uma imensa pedra na roda da frente que estourou. Kol saiu do carro e Elena tomou o seu lugar, então com um único golpe o vampiro original bateu na lateral esquerda do ônibus com força que devido a falta de pneus do lado direito capotou caindo no desfiladeiro.

Saimos dos carros gritando e aplaudindo. Elena agarrou o meu pescoço com força e me abraçou.

– Temos que terminar de eliminar. Alguns ficaram vivos.

Elena me ajudou a descer o desfiladeiro com cuidado, quando chegamos ao ônibus a morena tratou de rodear todo o lugar procurando por alguém que tivesse fugido. Kol me ajudou a descer mais enquanto Enzo e Damon apenas saltaram sobre a lataria.

– Olha que lindo, eu nunca achei que viveria pra ver e fazer algo assim - disse ao ver Brenno me olhar em choque enquanto tentava se livrar das ferragens.

– Vadia.

– Eu vadia? Por me proteger de você? Tem certeza que eu fui o problema? Ou a sua estupidez? - patético.

Kol riu se aproximando.

– É. Fez bem em largar ele, menos uma linhagem feia. - Kol piscou para mim.

Caminhei até a parte de baixo do ônibus que estava tombado de lado. Chamei Damon e ele apenas puxou um cano fazendo com que litros e litros de gasolina começassem a vazar. Peguei minha garrafa e deixei ela encher com o líquido, fiz uma trilha até perto de Brenno e sorri me agachando.

Enzo quebrou a caixa em sua mão e me entrou um pequeno cartão onde ficava armazenado as imagens da câmera interna do ônibus, me passou uma caixinha de fósforos e eu acendi um.

– Eu adorara te matar com minhas próprias mãos. Literalmente. Rápido e pratico, mas fiquei muito chateada quando você pediu ajuda pra me matar. Por isso bem, eu também pedi. E adivinhe, vai demorar e vai causar pânico, mas ele é um bom amigo. E vai fazer o serviço direito.

Soltei o palito em cima da gasolina, joguei o cartão e me afastei rapidamente sabendo que levaria segundos para tudo explodir. Damon me pegou no colo e logo estávamos de volta a estrada enquanto ouvíamos os gritos de desespero vindo do ônibus.

~°~

Me sentei entre Elijah e Rebekah enquanto me deliciava com meu sorvete, Kol estava sentado no sofá da frente ouvindo musica e com um sorvete de chocolate nas mãos. Todos nós nos olhávamos sorrindo. Eu sou um gênio, eles tem de agradecer pela nova irmãnzinha.

Detalhe. Eu ainda cheirava a gasolina. Elijah me olhou.

–Niklaus não é burro. - entregou o telefone para mim.

Sem nem colocar o objeto no ouvido eu já podia ouvir Niklaus grunhindo. Ah se ele soubesse que não me assusta.

– Olá. - o cumprimentei.

Olá amor, se divertindo muito matando o time de futebol americano?– falou de forma sarcástica.

– Não sei do que esta falando. - me fiz de desentendida.

Negaria até o quanto pudesse.

Ah não? Não mesmo? Eu me lembro de ter pedido para ficar longe de problemas.– olhei para Elijah em um pedido de socorro mudo.

– Eu fiquei.

Não parece.– resmungou

– E por que não?

Tudo estava normal até eu ver pela televisão que um ônibus escolar com destino a cidade vizinha para um campeonato capotou e explodiu. Sabe o que é mais surpreendente? Que Matt, Stefan e Oliver não estavam no ônibus? Sabe a outra coincidência? Você, Enzo, Kol, Elena e Damon sumiram o dia inteiro.– gritou furioso.

– Nossa, coincidência mesmo! - os Mikaelsons riram da cara de pau.

Não estou brincando.

– Eu também não Klaus, que isso. Não fizemos nada disso. Deixa de ser paranoico.

Ah não? Eu estava aqui com uma amiga bruxa coincidentemente e pude ver pelo feitiço de localização onde minha "sócia" e meu irmão estavam e acredita que coincidentemente estavam próximo do ônibus?– Klaus tentava manter a compostura.

– Kol me sequestrou. - falei de supetão e o moreno pegou o celular.

– Ela me forçou. Não estávamos nos metendo em problemas, mas sim nos livrando deles... Klaus ela foi esperta, eu só ajudei. Deveria se orgulhar pelo seu saco de sangue estar se mostrando útil... Acha mesmo que eu iria deixar minha linda ex namorada que me amou tanto morrer? Ok. Ta.

Ele desligou e eu o olhei emburrada. Nem pra nos ajudar né?

– Está na hora de eu me divertir. - Elijah se levantou me chamando com um aceno.

~°~

Levei outro soco no abdômen e quase morri dessa vez. Elijah já havia se acertado várias vezes e nem estava suando, parecia que ele nem estava se esforçando e eu não duvidava nada. Afinal Kol deu uma porrada em um ônibus e o derrubou de um desfiladeiro.

Voltei minha atenção para Elijah e o chutei em suas costelas. Sério, quase quebrei o pé. Não dei tempo para ele se recuperar, mas mesmo assim ele desviou do meu chute que quase acertou seu rosto, e então ele desviou de outro, outro, outro e outro. Ele esperou para se desviar de outro chute, mas eu mudei na ultima hora e acertei seu rosto com um soco. O moreno paralisou chocado por eu ter finalmente o acertado, chutei sua panturrilha e o empurrei. Antes que ele pudesse tocar o chão ele já estava de pé.

E ele ainda continuava tremendamente elegante e bonito. Seu cabelo estava bagunçado, sua blusa branca estava com as mangas dobradas até os cotovelos, ele usava a calça social preta e os sapatos lustrados inseparáveis. E eu estava aqui toda suada, vermelha, descalça, com um short de lycra branco e uma blusa verde mais suja que o quarto do meu gêmeo.

– Dessas vez fui eu. - levantei o punho e engoli um bocado de cabelo.

– Estou vendo, você até que sabe lutar. Só tem algo errado. - corrigiu.

– O que? - questionei ofegante.

– A velocidade. Você ganhou por me surpreender.

– Vocês vampiros não tem muita habilidade na luta, só sabem empurrar, quebrar, empurrar, quebrar, empurrar, morder e só. Não tem muito o que fazer. Sendo sincera, acho melhor tentar melhorar meus reflexos. É mais fácil desviar. - ele me olhou com uma cara estranha.

Eu pisquei e Elijah já estava em minha frente colocando um dos meus cachos atrás de minha orelha. Entendi muito bem, nem se eu quisesse conseguiria ver ele. Era rápido demais para os meus olhos, como uma bala. Então o melhor seria eu sempre derrubar o oponente o mais rápido possível, sem nem pensar. Só agir. Eu fazia isso muito bem.

– Eu te derrubei. - dei um sorrisinho.

– Vamos de novo. - prendi o cabelo com mais força dessa vez.

Elijah se fastou e desabotoou um de seus botões da camisa e então ficou completamente imóvel, sem nem piscar.

Corri e me lancei contra ele desferindo socos, chutes, empurrões, joelhadas e tapas. Ele continuou imóvel e eu quase chorei em desagrado. Agora eu entendia o motivo de Klaus ser tão doente de protetor, eu não era comparada a eles. Mas se eles me treinavam era por que acreditavam que um dia eu seria boa o suficiente, eles não iriam apostar em uma coisa que não acreditassem que iria acontecer.

Um grupo de vampiros acreditavam que eu era capaz. E se eles acreditavam, quem eu era para não ser?

Suspirei e ele abriu um sorriso me olhando intensamente.

– Deixe me demonstrar.

Em menos de um milésimo de segundos senti minhas costas bater com força contra a parede da casa, quando senti meu corpo vacilar pronto para cair coloquei meus braços ao redor de seu pescoço, mas ele foi muito mais rápido e ergueu meus dois braços acima da minha cabeça os segurando com uma unica mão.

Ofeguei e deixei minha irritação visível, isso só o fez morder o lábio inferior e me olhar com evidente satisfação.

– Surpresa. - falei lançando minha cabeça em sua direção.

Elijah se afastou e eu aproveitei o momento chutando seu peito com toda minha força vendo com satisfação ele cambalear. Usando a força e rapidez que adquiri como líder de torcida, me lancei contra ele prendendo minhas duas pernas ao redor de sua cintura, lancei meu corpo com força para trás formando um arco com minha coluna. Apoiei as mãos no chão fazendo meu corpo dar uma volta enquanto mantinha o corpo de Elijah ainda preso entre minhas coxas, antes que meu joelhos batessem contra o o chão soltei o corpo de Elijah e joguei a coluna para trás tirando as mãos do chão. O corpo de Elijah bateu contra o chão e meus joelhos logo depois o prendendo entre minhas pernas, toquei seu peito acima do coração.

– Te peguei. - sussurrei lhe lançando um enorme sorrido.

– Estou vendo. Se continuar distribuindo cabeçadas assim vai se livrar de vampiros bem rápido. Não é todo dia que um vampiro leva uma cabeçada de um humano.

E que cabeçada, meu ouvidos zuniam. O que eu tinha para fazer isso?

Elijah respirava muito rápido, e me perguntei se eu o havia assustado com minha técnica incomum.

– Só tem um problema.

– Qual? - o olhei e ele colocou uma estaca em minha mão.

– Matar. Precisa enfiar isso no meu peito. - o olhei.

– Isso vai te matar!

– Não vai. Só vai machucar, isso é uma madeira qualquer. - explicou.

– Ok.

O golpeei no peito, mas a estaca não entrou, tentei de novo e não deu nada. E depois de várias tentativas um pedacinho de nada entrou.

– Só? Anda se alimentando? - me olhou sorridente.

– Claro.

Ele me olhou de cima a baixo minuciosamente. Eu estava pouca coisa mais alta, ganhei mais curvas, meu corpo se tornou mais volumoso, estava levemente bronzeada, meus cabelos que antes eram de um castanho escuro agora tinha pontas de um castanho claro. Eu tinha que admitir, Klaus e Oliver estavam me fazendo bem. Eu engordei até uns quilinhos com o híbrido me enfiando comida sempre que possível, ele sempre dizia que isso me tornaria mais forte.

Elijah me ajudou a me levantar e ficou estático quando ouviu minha lombar estalar com tanta força que até um humano a cinco metros ouviria. Quase cai para trás com a dor, minha visão ficou turva e respirei com dificuldade.

– Já deu por hoje. - avisou me carregando até a cozinha e me sentando na cadeira alta.

Elijah esticou o pulso e eu neguei com a cabeça.

– Ainda tenho o sangue de Klaus. - expliquei, eu já havia perdido as contas de quantas vezes tinha bebido o sangue dele - Lijah.

Me olhou estranhando.

– Me dá aquele bolo de chocolate que ninguém come. - pedi e ele riu indo pegar o bolo.

Eu amo essa família.

Kol me assustou quando entrou na cozinha, eu ainda devorava um terceiro pedaço de bolo e Elijah me contava sobre as desventuras de Klaus que só me fizeram ficar mais encantada ainda, porquê só eu não conhecia o Klaus louco?

– O bolota. - o olhei atravessado - Hora de ir para casa. Ordens de Klaus. Teremos visitas hoje que já estão para chegar, não vai ser bom se te virem por aqui.

Concordei com a cabeça e me despedi de Elijah. Segui Kol pela enorme mansão que parecia um labirinto e fomos até a entrada da casa. Olhei meu carro novo, um 4x4 que brilhava tanto quanto ouro, novo em folha, direto da fábrica. Blindado. Preciso dizer quem foi? E preciso dizer que esse carro não foi pago com o dinheiro do bolsinho dele? Pois é. Ainda vem com motorista.

Eu quase discuti com ele, mas o carro foi de graça. E um alvo de vampiro, lobisomem e bruxas não podia ficar andando por ai de táxi não é? Na realidade caminhando a pé mesmo, já que só tinha dois táxis na cidade que viviam ocupados, era um milagre divino conseguir um.

Kol foi para o lado do motorista e eu fui para o do carona.

– O que ganha ajudando Niklaus? -perguntei.

– Como? - ligou o carro e parou para me olhar.

– Qual a vantagem nisso tudo? Tudo bem que é certo que o que você mais quer na vida é uma boa briga.

O moreno riu e o coçou a cabeça.

– É por isso que estou ajudando. Eu quero uma guerra, nada melhor que Niklaus pra conseguir isso. Não que eu precisasse de híbridos pra fazer o que eu quero fazer. - sorriu - Eu quero ser livre irmãzinha, sabe. De tudo isso, eu quero ter um império. Eu odeio admitir isso, mas existem pessoas mais fortes que nós por ai que não vão nos deixar ter isso. E com razão.

– Essas criaturas seriam as bruxas? Os caçadores e lobisomens? - perguntei confusa.

– E outros vampiros. - incrementou vendo eu lhe lançar um olhar curioso.

– Então a confusão toda não é só por solidão? Mas sim por poder?

– Todas as guerras começam por poder. - olhou para mim.

– Certo.- concordei olhando para a rua a frente - Onde estamos indo? - perguntei ao moreno.

– Para sua casa. Não reconhece nem mais o caminho hein.

– Você pegou um atalho tentando me apavorar. - dei de ombros - Ei. Quando vamos andar naquela sua Mercedes? Eu quero muito dirigir aquela coisa.

Me imaginei acelerando por ai. Dava para cruzar o país enquanto tempo?

– Nem pensar. Você é nosso brinquedinho. Já me basta os problemas que se mete. - Kol sendo sensato?

O ignorei e desci do carro.

– Amanhã eu dirijo. É serio, não quero nem você, nem Rebekah na porta de minha casa amanhã.

– Ok madame. Como quiser. - saiu do carro e se despediu acenando e desaparecendo em seguida.

Entrei em casa suspirando. Finalmente algo nessa vida desgracenta estava dando certo. Assim que cheguei na sala Oliver me encarou, ele segurava o telefone irritado.

– O que houve? - jogou o aparelho no sofá.

– Você acredita que depois do trabalhão que tivemos, dos riscos que corremos, dos problemas que enfrentamos, do esforço que nós fizemos, os nossos irmãos resolveram se unir contra nós?

– Como assim?

– Eles abaram de nos ligar dizendo que não iram retornar pra casa pois gostaram da Inglaterra. Gostaram de morar em uma mansão cercada de insetos enormes, gostaram de serem ricos.

O loiro gritou jogando o aparelho contra a parede fazendo o se transformar em milhares de pedaços.

– O quê? - perguntei ainda chocada.

– Eles não iram voltar. Somos só nós dois de agora em diante. - ele me lançou um olhar de pena.

FILHOS DA PUTA. Eu quase morri para deixar aqueles monstrinhos vivos e eles fazem isso? Dei de ombros, deixaria para enlouquecer outra hora.

– Ei, tá afim de uma brincadeira perigosa hoje? – sorri para meu gêmeo que me olhou interessado.

– Estou. O que faremos?

– Uma merda muito grande.- o puxei correndo para for a de casa.

– Alguém vai morrer? - abriu um sorriso malicioso.

– Não. – ri – Talvez. Só se for de susto.

– Por favor, que aquele seu amigo maluco não venha atrás de mim depois disso, ele me dá arrepios. - negou com a cabeça me acompanhando.

– Fala de Stefan?

– Niklaus. – dei de ombros.

Corremos até a casa dos Salvatores e eu fui para o quarto de Damon, vi que o moreno não estava lá e peguei a chave de seu carro dando uma risada maléfica, corri para o de Stefan e fiz a mesma coisa, quando estava quase saindo esbarrei em Katerina e soube que eu tinha muito pouco tempo até que ela começasse suas fofocas. Corri para a garagem e entreguei a chave do carro de Sefan para Oliver e fiquei com a de Damon, entramos nos carros e aceleramos.

Liguei a rádio e passei a acompanhar a música berrando dentro do carro e mexendo a cabeça me sentindo em um vídeo clipe enquanto o vento entrava pelas janelas, com sorte Damon só me mataria. Acelerei o carro ultrapassando Oliver e gritei empolgada ao ver que o carro de Damon era bem potente apesar de o de Stefan ser mais, abri um sorriso para meu gêmeo e olhei as luzes da cidade que sumiam pelo retrovisor.

~°~

– Sage você tem ideia do que fez? – olhei para o médico com a cara séria.

– Eu cai ué, acontece com todo mundo. – dei de ombros.

– Você vem sofrendo maus tratos? Já é a terceira vez na semana que vem ao hospital. – ele me olhou sério enquanto mexia em meu braço engessado.

– Não doutor. Nada disso. Eu juro que isso foi uma queda. Eu roubei o carro do meu melhor amigo enquanto meu guarda costas está em outra cidade, então eu fui para a cidade vizinha por causa do evento, como eu ia saber que não podia entrar naquela área? O segurança me barrou na hora. – expliquei e Oliver riu.

– Tinha uma placa de dois metros bem destacada dizendo somente pessoal autorizado. – o segurança me olhou cético.

– Se Klaus estivesse aqui eu mandava ele te matar. – sussurrei.

– O que? – perguntou confuso.

– Nada. – resmunguei mordendo meu lábio com força - Pedi desculpas.

– Seus amigos vieram te buscar.

Que seja Kol. Que seja Kol. Gelei.

– Então você rouba meu carro na cara dura e ainda tem coragem de me ligar para vir te buscar no hospital? – Damon cruzou os braços.

– Não roubei seu carro… eu estava ouvindo musica na garagem então um cara chegou… E foi o hospital que ligou.

– Sage nem tenta. – me encarou irritado, me virei para o médico.

– Doutor eu venho mesmo sofrendo violência, quero fazer uma denúncia. – Damon engasgou e o médico riu.

– Não vem não.

– Violência psicológica é violência do mesmo jeito.

Damon bufou e assinou os papeis me ajudando a sair da cama do hospital, agarrei seu braço e ele me levou até seu carro. Sentei no banco do passageiro e encarei o nada enquanto ele dirigia para minha casa.

– Não é tão terrível te ter como amiga. – ele sorriu olhando para Oliver pelo retrovisor – Dá para rir.

O olhei ofendida. Maldito.

~°~

Corri pela casa derrubando tudo que aparecia na frente, meu perseguidor vinha de forma incansável em minha direção enquanto eu jogava tudo pelo chão da casa tentando o acertar, mas era muito difícil fazer isso quando quase não conseguia ver ele, cai sobre uma mesinha e gritei apavorada quando o senti em meu pé, chutei para longe e voltei a correr. Céus… Kol sabe apavorar quando quer.

Já estávamos a quinze minutos com aquela brincadeira maldita de pique esconde. Sim. Pique esconde. E eu não poderia estar mais apavorada, ele conseguia ser assustador quando queria e isso me deixou uma pilha de nervos, parecia um filme de terror. Estávamos na mansão Mikaelson e a energia havia acabado, a chuva era intensa e os raios caiam com um estrondo. A cada 6 segundos a voz de Kol soava de algum canto perto de mim, até mesmo do teto e isso me deixava em pânico total. Eu mal conseguia o ver, as vezes via apenas um vulto ou sentia um vento gelado passar por mim e então ele sussurrava em meu ouvido.

– Alô. – atendi ofegante enquanto corria pelo corredor escuro.

Oi Sage. É Klaus. – reconheci o sotaque que amo.

– Ei Nik. – sussurrei e Kol sussurrou meu nome em meu ouvindo direito – Para com isso. – choraminguei – Não quero mais.

Me virei esperando ver ele, mas encontrei o nada.

O que? – Niklaus perguntou confuso – O que está fazendo?

– Brincando de pique esconde. – chorei agarrada ao telefone enquanto ria de nervoso.

É um código? – sua voz subiu – Onde está Elijah? Onde você está?

– No inferno. – senti o vento frio e então o dedo frio de Kol tocou minhas costas – Para de me tocar.

Sage o que está acontecendo?

– Eu já disse que estou brincando. Para com isso Kol! – gritei conseguindo acertar um tapa nele que gemeu devido ao susto.

O que Kol fez? – perguntou desconfiado.

– Estamos brincando. Estávamos. – segurei ele pela blusa o impedindo de sumir de novo – Terror.

Não quero nem saber.

– Ligou pra que? – me joguei em cima do moreno.

Dizer que vou demorar mais alguns dias para voltar. E para dizer para você não se meter em encrencas, soube o que aprontou.

Gemi de desgosto. Fofoca é sobrenome daquele Salvatore maldito.

– Sem broncas Nik. Vou sair com o Kol agora. - encerrei a chamada e agarrei o vampiro pelo cabelo o puxando para o meu quarto - Me ajuda a escolher uma roupa, quero sair.

– E onde vamos?

– Ai você decide.

– Não vai chamar a corja? -me virei.

– Claro. Rebekah vamos sair. - gritei e a loira apareceu no meu quarto.

– Festa? - acenei em afirmação - Aquela no clube?

– Eu tinha esquecido dessa. Essa mesmo. - acenei afirmando.

Peguei o vestido branco e o biquíni azul e corri para o banheiro, tomei um banho rápido e seguimos em direção ao carro de Kol e só então me toquei que ainda chovia, dei de ombros... era uma festa adolescente. Aconteceria mesmo de baixo de uma chuva de pedras.

– Uau. - Rebekah olhou para a imensa tenda branca que protegia o clube - Vocês desse século sempre pensam nas tragédias primeiro.

– Fazer o que? Tem que estar preparado. - olhei Kol e arranquei sua jaqueta de couro - Vamos babás?

Entramos no local que estava super lotado, haviam algumas pessoas na piscina mais rasa e na funda haviam apenas alguns poucos que estavam mais sóbrios. Esbarrei em um bocado de gente e olhei animada para um pequeno palco improvisado, agarrei a mão de Kol e avançamos entre a multidão. O soltei e comecei a dançar com o moreno enquanto roubava uma garrafa de licor de um garoto e bebia, pulei agitada sabendo que não estava nem perto de ficar bêbada e essa não era minha intenção de forma alguma.

– Estamos sendo vigiados por um grupo de vampiros. - sussurrou em meu ouvido e sorriu malicioso - Quer ver uma briga?

Olhei desconfiada, Klaus me disse para ficar longe de problemas... então sim.

– Quero ver.

Ele agarrou minha mão e me carregou até um deposito ao lado, acendeu as luzes e chutou algumas dezenas de caixas, me puxou pela cintura e me colocou sentada em uma estrutura de metal acima do depósito me dando uma visão privilegiada, olhei meu tênis preto e prendi o cabelo enquanto ficava de pé na estrutura. Não queria um pé puxado.

Saltei quando a porta foi aberta com um estrondo quase colocando todo o lugar abaixo, um grupo grande entrou no depósito e eu me agarrei com força a um outro pedaço da estrutura.

– Olha só... estávamos observando vocês a um tempo. Achei que Klaus não iria sair da cidade. - um homem ruivo se aproximou de Kol o olhando atentamente - Vocês são amigos afinal... é um dos caras do exercito dele? Um híbrido?

Contei a pessoas que entraram e vi no total de quinze vampiros, eles se aproximavam com malícia e eu quis ver a surra que levariam. Kol riu com sarcasmo e ajeitou seu cabelo de garotinho, colocou o celular e o fone de ouvido em uma caixa mais distante e ajeitou a camisa.

– Não sou amigo de Klaus. Vai dizer que não me conhece? - abriu os braços - Bem... uma falta de educação da minha parte - reapareceu em frente a porta colocando um metal nos dois cabos e retorcendo impedindo alguém de sair - Sou Kol Mikaelson.

Vi os vampiros tremerem horrorizados, parece que Kol é tão assustador quanto Klaus. Talvez toda a familia seja tão assustadora quanto Niklaus, mas os únicos que mostram abertamente isso é o próprio híbrido e seu irmão louco que parece não saber o significado da palavra limites.

– Não queremos problemas com um Mikaelson.

– Mas eu quero problemas com você sem me importar com quem sejam. - ele agarrou um vampiro e enfiou a mão no peito arrancando o coração.

Fiquei surpresa.

Kol não deu mais tempo para ninguém falar, ele simplesmente quebrou pescoços, arrancou membros e fincou os dentes em tudo que conseguia. Olhei para frente e levei um susto ao ver que havia um vampiro a minha frente me olhando, ele estava em cima de uma estrutura assim como eu. Ele sorriu malicioso e então saltou em minha direção, desviei para o lado e o chutei com força quando ele parou na mesma estrutura que eu.

Droga, droga, meu primeiro vampiro.

Ele cambaleou e me olhou assustado e então avançou de novo em minha direção, soquei seu rosto, segurei seu braço e o torci e ele se moveu para o lado nos derrubando. Gritei de susto e senti uma dor tremenda ao bater as costas em uma caixa que parecia estar cheia de ferros, o vampiro parou de pé a minha frente e esticou o braço em minha direção e então levei um susto quando um fio branco se enroscou em seu pescoço, o fio apertou com tanta força que o pescoço pendeu para frente e então caiu, olhei Kol e ele me olhava decepcionado.

– Esse fone era novo. - mostrou o fio arrebentado.

– Te dou outro.

Ele abriu um sorrisinho e me olhou mostrando os corpos.

– Você pode chegar a esse nível... só precisa praticar mais.

Sorriu mostrando os lábios sujos de sangue enquanto abria os braços.

Eu não poderia ter caído em uma família de vampiros mais normal?


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Notas finais do capítulo

Oi, oi gente! Tudo bem com vocês?
Nik viajando não é? Azar do Elijah que ficou de babá da Sage, os outros já estão acostumados com a loucura dessa diva psicopata



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