Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 12
Adoro confusão




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Reprimi um gemido de dor quando Stefan mordeu com mais força, ele grunhiu e os olhos ganharam um brilho perverso. Tentei puxar meu braço, mas ele quase o arrancou.

Estripador. Klaus dissera que Stefan era um estripador.

Puxei com mais força ainda e seus caninos terminaram de rasgar meu pulso, pensei rápido e fiz uma careta grudando seus lábios nos meus torcendo para que isso o distraísse o suficiente, eu não conseguiria machucar Stefan, poderia acabar o matando. Gente que horror, parece que beijei meu pai.

Ele retesou e aos poucos relaxou enquanto agarrava minha nuca com brutalidade e aprofundava o beijo, o gosto do meu sangue me deixou levemente enjoada. A respiração de Stefan ficou mais forte e ele me apertava nas costelas de um jeito agressivo tentando controlar a sede. Isso era brutal e doloroso. O loiro me jogou contra a parede me impedindo de fugir, a mão direita foi para meu pescoço e senti a ponta de sua unha o rodear. EU SÓ ME FODO.

– Stefan. - chamei quando ele passou os lábios pelo meu pescoço.

Me surpreendi quando ele se afastou arfando.

– Ah! - o loiro se ajoelhou colocando a mão no peito.

Me recompus e tateei os bolsos dele achando o celular, ajudei ele a se sentar e encostar na parede. Apoiei sua cabeça em meu busto e liguei para Damon.

– Damon! - chamei desesperada quando ele atendeu.

– Stefan, que voz sexy. - ironizou.

Ouvi vozes femininas no fundo e a voz de um híbrido muito irritado. Antes que perguntasse o motivo Stefan gemeu.

– Não acredito que esta transando com meu irmão e me ligando. - gritou e um silencio se fez do outro lado, provavelmente todos os vampiros ouviam a conversa.

– Vem pra minha casa agora! Stefan foi atacado, acertaram madeira perto do coração dele, e eu dei meu sangue. - ouvi barulho em seu quarto - Eu acho que tem alguém aqui ainda no meu quarto. - sussurrei e Stefan afirmou com a cabeça.

– Fique quieta e perto de Stefan... Não, não... corre pra fora! - Damon gritou.

– Stefan vai ficar sozinho. É perigoso! - falei.

– Tenta levar ele para fora. - falou seco.

– Não. Não dá. - olhei o estado do loiro - Talvez eu possa...

– Filho da puta -ouvi Damon praguejar e logo a voz de Klaus soou no celular.

– Saia dai amor. Não faça nada. Chegaremos em breve. - desligou.

Olhei Stefan e o ajudei a se levantar, apoiei ele em meus ombros e o carreguei até o lance de escadas. Respirei fundo e antes que pudéssemos pisar no degrau um empurrão nos derrubou. Senti meu corpo bater contra a madeira fria incontáveis vezes enquanto Stefan caia sobre mim aumentando o impacto das pancadas.

A dor era tão forte que me fez berrar, coisa que eu já não fazia a muito tempo. Tentei me levantar e senti meu cabelo ser puxado me arrastando em direção a sala, antes que eu pudesse reagir um chute atingiu meu rosto com força me desnorteando. Ouvi e senti meu nariz quebrar, mas quando olhei para o lado percebi que Stefan ainda estava pior já que nem se movia. O homem foi em direção a ele preparado para enfiar outra estaca nele, dessa vez no coração.

Ignorei completamente a dor insuportável que me atingiu e fui para cima dele, cravei o punhal em sua panturrilha enquanto desviava de um tapa. O retirei de sua perna e enfiei em suas costas, sua nuca e por fim o empurrei o afastando de Stefan. O corpo dele caiu com um baque e eu me ajoelhei sobre Stefan sentindo minha temperatura cair drasticamente.

– Eu te amo Stefan. Desculpe ter demorado. - ele riu e eu beijei sua nuca.

– Eu também te amo.

– Cara folgado. - o loiro riu e eu mal consegui falar.

Eu estava exausta. Logo ouvi o barulho de freios e os passos apressados andando pela casa. O grupo enorme parou nos olhando. Sangrávamos demais.

Meu vestido antes branco se tornara completamente vermelho assim como meu rosto, braços e pernas. Stefan estava completamente manchado pelo sangue que saia de meu nariz e do extenso corte em meu busto e abdômen que foram provocados pela minha queda, meu pulso ainda estava aberto. O sangue de Klaus já deveria ter saído de meu organismo.

– Que bagunça é essa? - Damon olhou as paredes e o chão manchado de sangue, o homem no chão.

– De quem é todo esse sangue? - Caroline berrou.

– Tem um pedaço de cada um de nos por ai. Como pode ver eu virei um lindo picolé para vampiros.

Damon tentou me tirar de cima de seu irmão, mas o meu berro ensurdecedor fez ele me soltar imediatamente. Todos me olharam assustados. Também pudera. Eu nunca havia expressador dor, ainda mais de forma tão clara.

Tá doendo para caralho.

Klaus se aproximou e me levantou com muita cautela, uma delicadeza que não era normal vinda nem mesmo de Caroline. Em meio segundo eu estava deitada no sofá da sala assim como Stefan. Reclamei de dor e sem nem mesmo pedir Klaus já enfiava seu pulso sangrento em minha boca, os danos eram tanto que meu corpo demorou uma eternidade para iniciar o processo de cura.

– Entre Elijah. - sussurrei ao ver ele na porta.

Ele entrou e se sentou na poltrona próxima a mim, cruzou os dedos e nos fitou impaciente. Meus olhos pesaram.

– Do começo. - Damon pediu carregando o corpo do homem para o meio da sala.

– Eu cheguei aqui e vi a porta aberta. Eu tinha vindo procurar Sage e ouvi passos no andar de cima, fui em direção ao quarto dela e quando estava próximo um homem saiu de lá com um punhal, ele me viu e eu achei que fosse um assaltante, mas quando baixei a guarda ele enfiou a estaca em mim. Sage chegou logo depois e me deu o sangue dela.

– Quando íamos descer ele nos empurrou e bem, eu lutei com ele. - falei orgulhosa enquanto começava a suar.

– Você bebeu o sangue dela? - Damon perguntou chocado.

– Sim.

– E parou? - Elena questionou.

– Sim.

– Como?

Ele me olhou.

– Eu o beijei. - Caroline se preparou para surtar - Stefan estava praticamente morto. Ele se descontrolou, eu tinha que distrair ele. E não podia ferir ele mais ainda, fora que isso poderia o irritar. Ele foi um bom menino. - ironizei e Damon passou a mão pela minha testa assim como Elena.

A loira se calou.

– Temos que descobrir quem é esse. - Elijah apontou para o garoto.

– É o Brad. - disse - Melhor amigo do meu ex.

– O que ele queria com você? - Klaus questionou.

– Aparentemente me matar, mas também veio preparado pra pegar um vampiro. Não era só uma madeira, era uma estaca. - mostrei segurando o pequeno objeto que eu havia garrado quando ele tentou me acertar.

– Esse Brad...

– É de um tipo de gangue, a mesma do meu ex namorado, os dois participam disso, são vários na verdade. Eu mexi nas coisas do Brad pouco antes de ser chutada e vi umas plantas estranhas, armas, balas de madeira e bestas. Achei que cultivavam drogas e matavam veados.

– Caçadores? - Elijah se questionou- São muitos. Sera que...

– Não. São como eu era antes, caçadores independentes. - a voz de Alaric soou.

Arregalei os olhos, meu professor de história estava esperando na porta de minha sala. Ele esperava ser convidado. Puta merda. Eu só me fodo.

– Oh meu Deus. Eu tenho um professor vampiro que era caçador. Entre senhor Saltzman, quer algo? - o homem entrou - Me desculpe, se eu soubesse que era um vampiro e que sabia o que eu estava fazendo eu nunca teria colado da prova do Stefan. - admiti e Alaric foi abrindo a boca aos poucos

– São independentes. - me olhou estranho.

– E qual motivo teriam pra quererem matar ela e caçarem ela como se fosse vampira? - Elena questionou.

–Na verdade sim, faz sentido, Brenno estava com raiva de mim por ter o rejeitado e agredido. Fora que no acordo com Klaus eu ganhei esse anel. - mostrei o anel lápis lazuli - Que todos vocês tem. Eles devem ter associado, quando fui na casa de Brenno eu achei muitos desses. Perguntei se podia ficar com alguns e ele disse que sim, então peguei, mas ai Klaus aparece e me da um novo com o brasão de vocês.

Elijah piscou assimilando assim como Klaus.

– Faz sentido.

– Só precisamos saber quem são. Quando repararem que o amigo morreu logo irão se tocar que há algo de estranho. - Alaric pronunciou.

Klaus se levantou e começou a puxar a perna o garoto pela perna em direção a porta. Pude ver que o peito do garoto subia lentamente, ele ainda estava vivo.

– Tenham uma boa noite. - abriu um sorriso malicioso - Eu vou ter uma ótima.

~°~

–Filho da puta. Certeza que foi ele. - falei olhando em direção a Brenno que me encarava mortalmente - Meu dedo médio pra esse arrombado. - ergui o dedo do meio e ele só ficou mais puto.

Eu estava ajudando Caroline com a decoração da festa, estávamos no canto mais afastado do ginásio montando uma mesa redonda enorme brilhante.

– Ele provavelmente deve achar que você é uma vampira. - Caroline passou a encher os balões - O amigo dele vai na sua casa pra assassinar e não volta. - falou com descaso.

– Muito reconfortante Care. - ironizei.

– É a verdade. Tenho que ir pegar mais gás. Está no galpão da escola, vamos? - Caroline chamou.

– E eu vou ficar sozinha aqui com a gangue? Não mesmo. - joguei o pacote na mesa.

Saímos do ginásio e fomos em direção aos fundos do colégio, no meio do caminho trombamos com Jeremy e Bonnie que nos acompanharam até o galpão onde Elena estava mexendo em algumas caixas.

– Definitivamente aquele garotou tem algo haver com isso. - a loira reclamou com o grupo - Ele está vidrado nela. Parece que vai pular no pescoço dela a qualquer instante. - Caroline pegou o gás com facilidade e eu fiquei com inveja enquanto eu mão conseguia erguer o meu.

Jeremy pegou o bujão de minha mão e saiu para fora enquanto eu pegava mais uma caixa com bexigas. Saímos galpão e fomos conversando em direção ao ginásio quando no meio do caminho os sprinklers se ligam jogam água por todo o lugar. Olhei para as duas vampiras em choque vendo elas se queimarem. Puxei Caroline com força até o banheiro, mas ela mal conseguia andar. Usando uma força que eu não tinha a peguei no colo e a carreguei para o banheiro feminino, o único local sem sprinklers da escola.

As colocamos sobre a pia.

– O que foi isso? - gritei vendo a água invadir o chão do banheiro.

– Verbena. - o moreno respondeu.

– Meu celular já era. - avisei mostrando o aparelho molhado - Temos que sair daqui logo. Estão nos guiando.

Vimos atônitos quando começou a entrar uma fumaça pela pequena janela do banheiro, assim que as atingiu as duas vampiras ficaram atordoadas.

Mas o que?

– Sério?

– O que? - perguntei curiosa.

– Pegaram o aparelho de fumaça e misturaram verbena. - Jeremy explicou.

– Cadê a Bonnie? - questionei.

– Foi atrás de alguém. - Jeremy explicou.

– Não acredito que vou fazer isso.

Tirei minha blusa e a coloquei na janela já que haviam quebrado o vidro. Jeremy fez o mesmo com sua blusa e a jaqueta de Caroline diminuindo a quantidade de fumaça que entrava. Peguei uma das portas da cabine e a forcei junto com Jeremy a soltando das divisórias. Coloquei a porta na frente da janela e suspirei enquanto ia para de baixo da pia quebrando um cano de metal, Jeremy quebrou outro.

– Tranquem a porta. - pedi enquanto saiamos.

E cá estou eu. Linda e bela de sutiã no meio de uma escola deserta.

– Tem alguém aqui perto. - Jeremy avisou ao ouvir os murmúrios - A água diminuiu, mas ainda não dá para retirar elas daqui.

– Seja la quem a Bonnie for chamar, não vai entrar aqui enquanto essa água não parar. E pra piorar, não tem como tirar duas vampiras daqui desse jeito. Vou até o galpão e você fica aqui vigiando. E outra, vamos facilitar.

Abri um sorriso maniaco e estiquei o cano para o alto batendo com força contra o sprinkler o quebrando e fazendo a água cair reta.

– Isso deve dar mais segurança caso fiquem sem saída. Apenas um espaço para lutarem. - expliquei.

Corri até o galpão quebrando alguns sprinklers pelo caminho. Algumas luzes começaram a se apagar, mas ainda estava de cedo então não era problema. Exceto se o mesmo ocorresse no galpão. Abri a porta e a iluminação estava péssima, desci cinco degraus e a água cobriu meus uma boa parte da minha panturrilha já que toda a água da escola vinha direto para o local. Praguejei baixo.

Meu tênis novo. Que merda. Klaus me deve um tênis novo.

Comecei a andar mais lentamente quando vi um dos jogadores do time encostado perto ao registro de água, eu só precisava o desmaiar. Ou matar mesmo. - dei de ombros.

Tentei me aproximar silenciosamente, mas não adiantou. Ele me ouviu e arregalou os olhos e começou a gaguejar.

– O.. oque? Você? O que você é? Vampira. - formulou com dificuldade e eu ri.

– Pra sua sorte não, mas não acho que meu sócio irá gostar da tentativa de homicídio.

– Hein?

Agarrei a barra com força e bati contra a besta que ele segurava a jogando longe. Ele veio para cima de mim e eu dei uma pancada em seu rosto com meu cotovelo, mas ele não se abalou. Eu o soquei e ele me socou de volta e me empurrou na água gelada me fazendo afundar, o rodei com minhas pernas e apertei o joelho com força contra a cintura do ruivo, juntei minhas pernas a frente de seu peito e o empurrei para trás o fazendo soltar meu pescoço, enfiei o cano em seu estômago e ele se ajoelhou enquanto eu me sentava.

Dei um chute em seu rosto e me levantei indo até o registro e o desligando, me virei a tempo de ver um vulto saindo apressado do galpão. Fui atras, vi ele virar o corredor e antes que ele pudesse escapar ele paralisou e eu o acertei com força na cabeça o fazendo desmaiar me dando a visão de um híbrido irritado, uma bruxa e dois lindos Salvatores.

~°~

Bitch... Eu sou uma puta senhora vadia problema

– Finalmente. Achei que teria que cancelar a festa. - Caroline resmungou deitando no chão do ginásio.

Me joguei ao lado dela e a abracei.

Jeremy havia derrubado três garotos, tirou Elena e Caroline do banheiro e as arrastou até o ginásio que estava completamente seco. As duas haviam ficado gravemente feridas, e o agradeceram depois ver uma enorme mangueira em frente a porta do banheiro despejando verbena.

Depois de recuperada Caroline se levantara irritada gritando ordens para todos, até mesmo Klaus ficara encarregado de ajudar a arrumar o ginásio, para agradar a loira ele a ajudara, mesmo sentindo uma enorme irritação.

No final das contas Eu, Bonnie e Jeremy ajudamos a encher os balões e pendurar as faixas, Klaus sumira com os corpos e pendurara o enorme globo espelhado, Stefan, Damon e Elena se encarregaram de secar os corredores e grudaram todas as fitas no teto formando ondas azuladas pelos os corredores enquanto Caroline hipnotizava dezenas de pessoas para arrumarem os estragos no banheiro e no galpão. Tudo ficara arrumado em menos de 3 horas graças aos vampiros.

– Estou cansada. - resmunguei fechando os olhos.

– Já tem ideia de quem são os garotos? - Klaus perguntou se sentando na arquibancada.

– Não. - menti, mas vi que não enganei Damon.

Fofoqueiro, é melhor ele ficar quieto.

Eu sabia muito bem quem eram, tinha até a foto deles. Eram da equipe de futebol e das líderes de torcidas juntas. Todos faziam parte do grupo de caçadores exceto Matt, Stefan, Oliver e outros dois garotos. Eu tinha o plano perfeito para acabar com tudo sem suspeitas.

~°~

Acordei de repente assustando Caroline que terminava de secar meus cabelos. Passei as mãos pelo cabelo sentindo um aperto no peito, Bonnie e Elena estavam pintando as unhas em cima de minha cama.

– O que foi? - Caroline perguntou.

– Algo errado. - falei seca - Uma sensação de que algo está errado.

– Vamos ficar de olho em você. Nada vai acontecer. Até o Klaus vai estar lá. - Elena falou de longe levantando-se.

– Essas pessoas não me assustam. É um pressentimento. Como quando minha mãe morreu, ou quando Misael me atacou e Kol. Algo vai acontecer Elena! - avisei e vi Bonnie andar em nossa direçao - E Klaus lá deveria me confortar ou me assustar?

– Ficaremos de olho. Acha que podem tentar algo? Prefere ficar em casa? - Bonnie interviu - Ele não é seu amigo? - riu.

– Algo me diz pra não ficar lá. Não depois dos últimos eventos. Oliver...

– Damon falou com ele hoje. Oliver vai a uma outra festa, não sei bem onde. Pediu uma carona e já saiu.

Respirei fundo e ajeitei a franja.

– Quem é meu par? - questionei Caroline.

– Eu tinha pensado no Matt, mas Rebekah já deve ter fisgado ele. Stefan vai comigo, Damon com Elena, Bonnie com Jeremy. Hum... seu par é o Enzo. - Caroline puxou o ar com força.

– Não podia ser uma festa normal Caroline? Sem essa coisa de acompanhante? Não é nem traje de gala.

– Tem que ter.

Fiquei calada. Coloquei o colar que Stefan me deu e passei os dedos pelos meus cabelos cacheados e bem bagunçados, bem... eu não estava disposta a arrumar e Caroline já estava me irritando puxando meu cabelo. Me levantei descendo as escadas e deixando uma loira irritada para trás.

Minutos depois estávamos em frente ao colégio, agarrei o braço de Enzo com força e estalei os lábios. Bobagem essa merda todo, pra que acompanhante? Eu estava atordoada sem nem saber para onde ir.

– Algum problema? - mordi os lábios.

– Eu quero ir pra casa. - falei e ele me analisou.

– Não esta gostando da companhia querida? - preocupado.

– Não estou em condições de gostar de nada Enzo, estou com... receio. - admiti em voz baixa.

– De?

– É um pressentimento.

– Ainda bem que alguém é pessimista aqui, o seu híbrido está se achando o deus da Terra e do universo e está esperando o inimigo agir pra ir resolver o problema. Coitado. O moleque nem sabe quem é ele, como vai temer ele? - o moreno resmungou.

Assim que passamos pela porta Damon tratou de me puxar dos braços de Enzo e me carregou até um canto distante dançando no ritmo da música, o acompanhei já prevendo suas intenções. A musica era muito alta, mas eu não duvidava nada que os vampiros pudessem nos ouvir.

– Mentiu para nós. Você sabe quem são os caçadores. - acusou.

– É eu sei. E menti pois eu vou resolver isso sozinha. - avisei e ele se aproximou falando mais baixo.

– Quem disse que vou ficar fora da diversão?

– Não vai me impedir Damon.

– E quem disse que vou tentar? - abriu um sorriso malicioso.

– Ótimo. Eu precisava mesmo de um motorista. - concordei.

– Perfeito. Quem são?

– Amigos dele. Do Brenno, eu os conheci. Como disse, eu achava até que era uma gangue. Mas acho que errei. São muitos, muitos mesmo. Nos encontrávamos com todos nos finais de semana. - dei de ombros.

– E por que ele te levava pra isso? - perguntou confuso.

– Acho que queria que eu fizesse parte, tem as namoradas também, mas acho que a maioria não participava disso. Ele até veio com umas histórias estranhas, cortei ele na hora, queria me levar pro meio do mato carregando armas e umas plantas que eu joguei no lixo assim que ele me deu. Eu disse a ele o que quer que fosse aquilo, eu não iria participar.

– Entendo. Bem, isso sim que é problema. Já sabe o que vai fazer?

– Sim. - sorri maliciosamente - E vamos precisar de uma pequena ajuda.

Nos calamos e passamos a vasculhas o local, nossos olhos pararam nas duas figuras loiras que nos encaravam desconfiadas. Klaus parecia exausto e Caroline segurava um corpo descartável nos olhando entretida, mandei um beijo para Care que retribuiu.

– Plano. Vamos. - Damon me puxou em direção ao banheiro, Elena apareceu pelo caminho assim como Enzo e nós os levamos também nos trancando.

– Então...

Era óbvio que o bocudo tinha contado para mais gente. Revirei os olhos.

– Bem. Vamos precisar de Kol, na realidade do carro dele. Não quero que Klaus se meta, ele vai deixar provas demais.

– Concordo. - Elena sorriu - Afinal são muitos corpos, não precisamos de uma xerife irritada por ai.

– Então um acidente? - Enzo ironizou.

– Sim. E vai ser amanhã mesmo. - anunciei.

– Mas Kol?

– Não o Kol. Mas sim o carro. E obviamente ele não vai me entregar sua Mercedes assim, sem problemas. Só tragam armas, e mais um carro. E eu resolvo o resto. - avisei.

– Ótimo. - uma batida na porta me fez saltar.

– Sage? Sei que está ai. - revirei os olhos e Damon quase abriu a bocona.

– Ocupada Klaus. - baguncei os cabelos e ergui um pouco o vestido, fiz o mesmo com Elena.

– Fazendo... - insistente.

Sem esperar autorização para tal eu gemi. Sim. Gemi bem alto e audível e dei um leve chute na porta. Todos me olharam chocados e logo Enzo sorriu, Damon engoliu uma gargalhada e Elena entrou no jogo. Senti meu rosto queimar, não precisavam saber do clube da fofoca Klaus estranharia Damon e Enzo no banheiro feminino fazendo fuxico então qual o motivo para não fazer parecer que estávamos em ação?

– Klaus? Ela ainda está ai? - ouvi a voz de Caroline.

– Damon... - Elena gemeu reprimindo um riso.

– Elena quietinha. - pediu baixo entrando na brincadeira.

– Lena? - Caroline sussurrou.

Senti que o ar do outro lado da porta mudou. Deus, o inferno iria abrir.

– Enzo... não... - sussurrei gemendo e uma nova pancada na porta foi ouvida, dessa vez do lado de fora.

– O que? - Caroline gritou.

Engolimos a risada sentindo a treta e eu peguei o copo que estava na mão de Enzo, bebi um pouco e senti minhas bochechas corarem, arranquei a jaqueta dele e entortei sua blusa assim como a de Damon. Outra pancada.

– Saiam já. - Klaus berrou e nós abrimos a porta - Eu já estou perdendo a paciência.

– Noite nada divertida hoje. - comentei saindo do banheiro como se nada tivesse acontecido. O que não é mentira.

– Nem me diga. - Enzo falou sentindo ainda o pequeno desconforto.

– E qual é o próximo evento? - Elena perguntou ignorando os dois loiros.

– Formatura. - Damon respondeu risonho e voltamos para a festa deixando as duas estátuas para trás.

Eu não fiquei livre como achei que ficaria, Klaus me puxou rápido demais para longe deles quando a música lenta começou. Ele estava muito tenso provavelmente pensando que eu ainda estava distribuindo sangue grátis.

– Enzo. Mesmo? - perguntou.

– É. Nada demais.

– Nada demais. Nada demais. - repetiu - Me conte mais sobre esse nada demais.

– Eu nunca tive ninguém Klaus. Enzo é... desafiante.

– E eu não? Achei que estava comprando uma guerra comigo. - manteve a voz neutra.

– Sim. Você é. Foi coisa do momento. Não me lembro de ter prometido ser intocada.

– Não abordou no nosso contrato. Posso rever isso.

– Hum... não. Seria horrível você poder estar com mil mulheres e eu nenhum homem.

– Não ficaria com mil mulheres. E você poderia sim ter. - hã? - Sou extremamente possessivo com a minha família, e com você principalmente. Minha única amiga. - segurou meu queixo.

Eu tinha certeza que Klaus amava Caroline, então jamais poderia ser o que eu estava pensando.

– E o contrato? - mudei de assunto.

– Era exatamente sobre isso que eu iria falar. Alaric, Elijah e Bekah ficarão por perto essa semana. Vou procurar a maldita da bruxa. Se Bonnie fosse um pouquinho mais esforçada não teríamos todo esse trabalho. - bufou.

– Ela faz o que pode. - defendi e ele me olhou com uma careta.

– Talvez. Voltarei o mais rápido possível. Quanto a isso, fique longe de encrencas. Seja lá oque estiver aprontando com Damon. Desista.

– Não corta meu barato Klaus. Estraguei a minha chapinha, levei um tombo feio, carreguei uma vampira, quase morri afogada, quase fui drenada, esfaqueada, assassinada, tô com dor nas costas, tem um monte de gente querendo me matar e você acha mesmo que está em condições de me pedir pra ficar quieta? -o questionei Klaus passou do semblante calmo para irritado.

– Nem pense em me aparecer morta, se algo assim acontecer eu virei e matarei todos os seus amigos. - ele me olhou com intensidade.

– Não vou morrer. - dei um beijo em sua bochecha e o soltei.

Fui para o banheiro e chutei a porta com violência fazendo o casal se soltar, molhei o rosto e voltei para a festa. Me sentei com Enzo e Stefan que estava levemente bêbado, Damon e Elena haviam sumido, Klaus e Caroline estavam dançando assim como Bonnie, Jeremy e Matt.

– Dea você está deliciosa hoje. - suspirei e ele abriu um sorriso malicioso - Que tal aprofundarmos a brincadeira que fizemos no banheiro?

– Enzo, para com isso. - pedi pegando seu copo e bebi o líquido doce cheio de álcool.

– Falo a verdade, tenho certeza que sem isso tudo você estaria nesse exato momento cedendo esse pescocinho lindo pra mim - sorriu.

– Não vou te alimentar no meio de uma festa. - se era só isso ué, poderia ter pedido.

– Ótimo. Irei cobrar a doação depois. - passou a mão nos lábios.

– Tudo pra você me deixar.

Olhamos para Stefan e ele olhava o casal de loiros irritado, ele bebeu mais um pouco de sua bebida e olhou para o teto, deu uma risadinha e nós o ignoramos. Stefan estava estranho demais.

– Então... como é ser humana e cercada de vampiros? - perguntou curioso.

– Interessante. Ainda não vi nada demais. Levei uma mordida e quase fui assassinada duas vezes. Faz parte da minha rotina. - dei de ombros e ele riu.

– Rotina. Curioso delicia. Não foi apresentada a parte boa? Não tem quem não goste. - piscou risonho vidrando os olhos em um grupo de garotas.

– Qual? - perguntei confusa temendo a resposta.

– Sexo vampiro. - abriu um sorriso torto e eu mordi os lábios.

– Talvez eu tenha tido um teste breve, mas seu eu for fazer a prova final, não será com você. - eu não tive o maldito teste. Decepção.

– Ui - fez uma careta voltando a sorrir - Eu não teria tanta certeza assim, eu costumo ser muita persistente. E não é só sobre isso que eu estou me referindo. - o moreno encostou os lábios no meu pescoço - É só dizer sim e eu farei você esquecer que existe um mundo te esperando. E você só vai conseguir pensar em uma unica coisa. - ele se afastou me olhando.

– Você só poderá ser considerado uma verdadeira pedição pra mim, quando eu não me lembrar que preciso respirar, e comer para sobreviver. O que eu acho bem difícil senhor britânico delicia.

– Eu quero provar. - falou de repente me assustando.

– O que?

– Seu sangue. E depois vou te mostrar como é delicioso ser amada. Você sabia que quando um vampiro te beija, você sente tudo o que ele sente? E que quando o deseja tudo é mais intenso? - seus lábios brilhavam na fraca luz enquanto ele falava.

O ginásio estava muito escuro, eu quase não enxergava e duvido que tivesse muita gente melhor do que eu. Baixei o tecido que estava em meu ombro e inclinei a cabeça para o lado direito afastando meu cabelo, senti seus lábios frios tocarem meu pescoço e os caninos encostarem em minha pele provocando uma onda de arrepios, mas fui desperta pelas vozes de Klaus e Caroline. Eu me sentia em um torpor tão grande que imaginei que era assim que se sentia alguém quando estava sob hipnose, droga... deve ser a bebida que Stefan me deu.

– Nem pense nisso. - os dois gritaram e em um piscar de olhos eu já estava em pé ao lado de Klaus.

– Larga de ser chato Klaus. Credo. - bufei e ele me olhou irritado - Não estávamos fazendo nada demais, e de todos os vampiros que estão aqui, Enzo é o que menos representa uma ameaça pro meu sangue. Tenho certeza que ele é bem controlado. - eu estava fora de mim.

– Então você quer ser mordida? - o loiro me puxou para longe do ginásio - Eu te morderei se é isso que você quer querida. Esse acordo te faz minha. - Klaus gritou entrando no escritório do diretor o trancando e me sentando na mesa - Você é minha, seu sangue é meu, a sua lealdade, amizade, a sua vida é minha.

Klaus é tão possessivo assim com todos?

Klaus se enfiou no meio de minhas pernas colando seu corpo ao meu e colocou o rosto em meu cabelo volumoso, respirou fundo e baixou a cabeça para meu pescoço que eu estiquei para trás. O loiro beijou meu pescoço e eu o senti queimar enquanto todo o meu corpo tremia e se arrepiava, suas mãos passaram pela minha cintura e ele cravou as presas em meu pescoço e gemeu assim que sentiu meu sangue encostar em sua língua, isso só me fez com que eu me arrepiasse mais ainda. Ele me apertou mais ainda e então se afastou rapidamente me deixando corada, ofegante, dolorida e querendo mais. Isso fora infinitamente melhor do que eu achava que poderia ser, não havia sido terrivelmente dolorido como minhas outras experiências.

– Kol tinha razão. - ele me olhou de esguelha abrindo o maior sorriso que eu já vi - Seu sangue é magnifico. Único. E todo meu.

~°~

– Klaus já foi? - Stefan me perguntou quando me sentei ao seu lado, ele passou o braço pelos meus ombros.

– Já sim. - Caroline me olhava com uma expressão estranha, vi que seus olhos estavam estáticos no braço que Stefan usava para me manter perto.

O mesmo veio e enfiou o copo entre meus lábios me forçando a beber sua bebida, qual o problema dele?

– Alguém viu o Damon ou a Elena? - Caroline perguntou e Stefan apontou para o canto do ginásio.

– Ah, ok. - ficamos nos olhando.

– Jeremy sumiu. - Bonnie apareceu de repente assustando o grupo e Stefan levantou imediatamente.

– Como assim?

– Ele disse que ia no banheiro, e não voltou. Procurei em todos e não o achei em lugar nenhum. Nem Rebekah e Matt o acharam. - a morena gritou desesperada.

– Não deve ter saído da escola. Não é possível.

Nos separamos e começamos a vagar pela escola, Bonnie vinha comigo. Olhamos as salas de aula, e já estávamos sem esperanças. Quero mijar.

– Bonnie vou aqui. - apontei para o banheiro e ela concordou entrando comigo.

Entrei em uma das cabines e a morena ficou se olhando no espelho. Que chão imundo. Ouvi um baque dentro do banheiro e ignorei, apertei a descarga e sai da cabine.

Assim que abri a portinha vi as pernas de Bonnie, não tive nem tempo de reagir. Quando vi o vulto pelo espelho minha nuca já estava sendo apertada e meu rosto ia em direção a pia, senti o impacto na testa e minha vista ficou turva.

Não pude nem lavar as mãos. QUE NOJO.


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Notas finais do capítulo

Sage querida Sage



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