Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 14
Fechando negócios




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Eu gritava em fúria, sabia muito bem que os dois sonsos estavam assustados, afinal nunca tinham me visto esboçar muitas reações no últimos 9 anos.

– Eu e Oliver estamos dando duro aqui pra trazer vocês de volta! Eu quase fui morta! E vocês de repente ligam e dizem que não querem voltar?

Sim. É isso mesmo. - garotinha petulante.

– Desde quando ficou tão abusada?

Eu estou me descobrindo. E eu reparei que eu não nasci pra essa vida ai.– olhei para o telefone em choque e gritei.

– Então vai se fuder Jessica. - batei o celular contra a parede e bufei dando as costas para um Oliver que já havia superado as decisões.

– É melhor assim. Você sabe. - me olhou sugestivo - Quanto mais longe melhor será.

– Ela me diminuiu. Eu deveria pegar aquela magrela desbundada e socar ela nos dente daquele loiro abandonador. - me referi a Klaus.

– Ah sim. Se você quer. Eu apoio. - riu e me empurrou para fora da cozinha em direção a sala.

– Klaus? - perguntei surpresa ao ver o loiro no meio da minha sala com uma mala ao seus pés.

Ele usava uma calça preta, uma blusa cinza e uma jaqueta verde escura. Estranhei a combinação, geralmente ele só usava duas cores e nada mais do que isso. Ele sorriu. Dei alguns passinhos e o abracei rapidamente, ele colocou a mão em minha cabeça e se afastou.

– Olá amor. Continua exatamente do jeito que eu deixei. Boca suja e gritando com a própria sombra. E claro, arremessando coisas - o loiro me olhava divertido.

– Não sou boca suja. As coisas ficaram meio sem controle por aqui sem você pra tomar conta. - admiti envergonhada, quem diria que sua presença fazia tanta diferença.

– E vai admitir que a culpa também foi sua Miss Sunshine. - ri.

– Não foi. Fiquei a maior parte do tempo com Kol e Bekah. Eu não conhecia o lado chato da Rebekah. Deu medo. Sério.

– Bom. Feliz em ver que algo te coloca nos eixos.

Gargalhei e me sentei no sofá e começamos a conversar como grandes amigos, peguei um cookie, aqueles de pacotinho mesmo e ofereci para ele.

– Como foi a viagem? - peguei um cookie e ofereci e ele rejeitou - Pegue por favor, siga o script e finja que eu sou gentil, anda Klaus pega a porra do cookie.- perdi a paciência, custa ser gentil?

O loiro bufou e pegou o cookie.

– Tediosa. Achei a bruxa, vamos sair amanhã para resolver esse maldito contrato. E estive fazendo algumas coisas também.

– Que tipo de coisas? - fiquei curiosa.

– Irei revelar alguns dias depois da formatura. - pegou outro cookie, ai já tá abusando né querido.

Dei de ombros.

– O que aconteceu enquanto estive fora? - me olhou.

Era óbvio que ele já sabia, mas queria ouvir de mim.

– Passei um tempo de com Alaric e depois com Elijah. Os dois me ensinaram a lutar sabe, Alaric é muito paciente e Elijah mais provoca do que trabalha, mas enfim... Eu agora enfio metade de uma estaca no peito de um vampiro. - comentei orgulhosa.

– Oh sim. Elijah tem métodos peculiares de ensinar algumas coisas. - abriu um sorriso malicioso.

– Bem. A Bekah ficou um tempo comigo, enchemos o saco de Caroline e Elena um pouco. E do Matt também, mas... tem a pior parte. - sussurrei.

– E qual foi? - questionou curioso.

– Eu briguei com Stefan, joguei o diário dele na cabeça da Katerina, ela jogou uma garrafa em mim, eu joguei um vaso nela e acertei um porta retrato no Stefan. Ele veio me encher o saco, blah, blah, blah e eu bati nele. Quase perdi um braço. Damon me apoiou e Enzo também, mas Alaric agiu como um pai chato, levei um sermão de uma hora. E Stefan ficou chateado depois que mandei ele me deixar em paz e ir ouvir Celine Dion. - dei de ombros - Quem não gosta daquela musica que toca no Titanic?

– E eu achando que você ficaria quieta. O que aconteceu com Rebekah e Kol nesse dia? - perguntou desconfiado.

– Eu... talvez eu tenha fugido, invadido uma casa e me escondido. E sumido por algumas horas.

– Tipo dois dias?

– Me deduraram! Traidores. - não estou surpresa.

– Aham amor. Pro seu desprazer, eu estou me encarregando de ficar de olho em você. Na verdade, eu vim morar aqui. - apontou para as malas na sala - Espero que eu não te incomode. - debochou - Digamos que agora você irá ficar um pouco presa...

– Não acredito! - tapei a boca.

– Acredite. - ele abriu um sorriso muito malicioso - Vim pessoalmente fazer os seus dias um verdadeiro inferno.

Ele acha mesmo que me incomodo? Se puder toma até banho comigo! E o que é isso de inferno? Ele ainda não entendeu que eu não o levo a sério?

– Eu tenho um hibrido! Só pra mim! Na minha casa! - anunciei animada pulando no sofá, o loiro me olhou incrédulo.

Vai dizer que não iria reagir assim também?

– Não acredito!

Pensei em mil formas de escravizar ele, o quão rápido ele limparia o chão e as janelas? Quem sabe ele não limpa o teto também, estou precisando. Será que ele se incomoda em dobrar minhas roupas?

– Não se anime muito amor. Eu já sei tomar banho sozinho. - apertou meu nariz e se levantou pegando as malas. - Onde eu fico?

– No meu quarto! - gritei animada - Vai dormir no chão não tenho espaço pra você.

Tem o sótão ne? Mas eu sou boba?

– É uma cama de casal! Ok little, vou levar minhas malas pra cima ok?

– Leva Klaus. Leva. - falei distraída observando ele ir até as malas - Eu contei pro Oliver.

– O que? - parou.

–Sobre tudo. - admiti envergonhada.

– Ah, isso explica ele ter jogado alho em mim, e eu achando que ele era exceção. - negou com a cabeça seguindo para o quarto.

– Exceção de que? - segui.

– De nada. - entrou no quarto e se sentou na cama e me olhou com um sorriso - Ótimo, tem espaço de sobra para dois.

– De que? - repeti curiosa começando a ficar nervosa - A cama de Stefan é melhor. - comentei.

– Nada. Quando dormiu com Stefan? - me olhou parecendo chateado.

Onde está no contrato que não posso apreciar uma cama boa? Será que ele ficou chateado porque não elogiei a cama do quarto que ele me deu?

– Sim. Durmo sempre que dá. - dei de ombros - A cama é tão boa que até esqueço que Stefan fica perto.

Ele ficou roxo, muito roxo. E eu vi o ciúme nítido em todas as formas. Mas não ousei falar, era comum que amigos tivessem ciúmes um do outro ne? Eu tenho ciúmes dele.

– É? Não gostou da do seu quarto? Eu não sabia que dormia naquele centro de ... inocência e santidade.

– Gostei. Mas a cama dele afunda bastante. Parece uma nuvem. - comentei sonhadora.

– Hum. - Klaus apenas jogou uma mochila vermelha para mim. - Vamos atrás da bruxa.

~°~

– Por que essa maldita bruxa tinha que se esconder na porra da floresta? - gritei me apoiando em Matt que passou a me carregar.

– Desculpe amor, eu realmente não vou pagar aluguel pra uma bruxa só por que você quer ela por perto. - Klaus parou me olhando.

Como pode ser tão gostoso?

– E quem disse que eu quero? Ela podia fazer um esforço e ir até a cidade, não ia matar sabe?

– Amor, só estamos andando a 20 minutos. - disse com sarcasmo.

– Desculpe se não sou uma vampira Klaus, eu não consigo escalar essas coisas, pular rochas e troncos, eu estou cansada e com fome. - reclamei jogando todo o peso em cima de Matt.

– Matthew está te carregando desde que desceu do carro, não vejo ele reclamar de cansaço. - o hibrido pulou algumas poucas rochas e me puxou pelo braço com delicadeza me forçando a andar.

– Já viu o corpo sensual dele? É obvio que não vai cansar. Olha pra mim Klaus, eu sou um saco de ossos, literalmente. - tentei acompanhar o loiro que ainda me arrastava.

Caroline, Damon, Elena e Kol se divertiam as minhas custas. Bufei comecei a correr tentando acompanhar o híbrido, Stefan me olhava divertindo e eu dei o dedo do meio. Que espécie de amigo vampiro não te carrega em uma mata fechada em um calor de 37° C? Só o meu mesmo.

Choraminguei baixinho.

– Espera Klaus. Rápido demais pra ela. - Elijah interviu fazendo ele reduzir a velocidade sem soltar meu pulso.

– Tudo bem. - bufou.

O grupo nos seguia. Bonnie se concentrava na força poderosa que dominava o local, Elena e Caroline conversavam entre si assim como Jeremy, Damon e Stefan, Rebekah e Matt, Elijah e Kol.

– Onde está Lorenzo? - o loiro me questionou.

– E eu sei da vida daquele lá? - resmunguei ofegando.

– Deveria. É seu amigo.

– É um problema. Isso sim. - abanei a mão.

– Bom saber o quanto você me aprecia Déa.- Enzo estava na nossa frente e me entregou uma garrafa térmica.

Quase me culpei por tratar ele mal.

– Vai demorar muito Nik? - perguntei.

– Sim. Já que você não quer ninguém te carregando, Jeremy e Matt muito menos. Vamos caminhar por pelo menos um dia amor.

– Tá me zoando? -gritei o olhando - Ok pode me carregar.

Nem fudendo que vou andar dois dias. Eu? Never. Never.

– Agora que eu estou me divertindo? Não mesmo, que tal você sofrer pela língua descontrolada? - ele provocou me largando e andando na frente.

Não gostei.

– Híbrido inútil. - resmunguei - Pelo menos leva minha mochila, você colocou um corpo aqui? - ele tirou a mochila das minhas costas.

– Foi você que arrumou sua mochila. Não sou tão controlador assim. Embora eu tenha verificado e colocado o que você propositalmente esqueceu, na minha mochila. - e nem é controlador ne? - Agora me explique o motivo de você não trazer o canivete que eu te dei e no lugar dele trazer uma revista de fofoca.

Emburrei. Todo mundo ria da minha cara.

– Me fode menos Niklaus, bem menos. - resmunguei baixo ultrapassando o loiro.

Todos passaram a conversar animadamente, é claro que a família Mikaelson era ignorada pelo restante assim como eles os ignoravam. Exceto por Rebekah e Matt.

Eu estava caminhando por muito mais tempo do que aguentava, ao invés de reclamar ou me jogar em cima de alguém eu apenas respirava fundo e aumentava o ritmo dos passos. Reprimi um gemido vendo o enorme riacho a nossa frente, eu estava cansada e atrasando o grupo. Já estávamos caminhando a 8 horas e nem Matt ou Jeremy davam sinais de cansaço, provavelmente por causa dos treinos intensivos do time de futebol americano. Mas mesmo assim, Bonnie apenas respirava um pouco forte. Eu sou muito mole? Ou eles é que são resistentes? Para todos os efeitos, eu não chegava aos pés deles.

Olhei o riacho e ele era grande demais para nós darmos a volta. Enzo, Elena, Damon, Alaric, Stefan, Caroline, Rebekah, Kol, e Elijah pularam por entre as árvores, observei deslumbrada quando todos eles ficaram sobre alguns galhos e saltaram atravessando o riacho parando bem na ponta dele. Klaus pegou nossas mochilas e começou a joga-las para os vampiros que pegavam do outro lado, bufei.

– Os vampiros tem problemas para atravessar água corrente. Diminui um pouco a força. Tem quase o mesmo efeito que tem sobre os humanos. - Jeremy explicou.

Tirei as botas e fui atravessando o riacho de uma vez. A água gelada me fez tremer e minha temperatura baixou rapidamente, avancei quase correndo e cheguei em um ponto mais fundo afundando até a cintura. A água era gélida demais, até mesmo para o dia quente. Fiquei toda dormente, avancei mais e Stefan resolveu enlouquecer..

– Pare ai agora! - Stefan gritou e Klaus estava ao meu lado em meio segundo.

– Qual o problema Salvatore? Medo de água? - o hibrido provocou.

– A sua bolsa de sangue não sabe nadar. E nem boia. - Damon avisou e Klaus suspirou.

– Não é fundo. É só me seguir e não vai pisar no lugar errado.

Os olhos de Klaus se tornaram levemente azulados, o loiro sorriu e se aproximou mais ainda de mim, os lábios entreabriram e ele respirou com força.

– É só confiar em mim amor. - suspirei e agarrei o casaco dele.

Klaus se movia com rapidez e andava de forma estável, a água subindo cada vez mais. Ao perceber que mais atrapalhava do que ajudava dando passos em falso, ergui as pernas e deixou ele me puxar até o outro lado do riacho mesmo que a correnteza nos empurrasse para baixo.

– Nik. - reclamei quando passamos por uma parte muito funda e minha cabeça afundou.

O loiro passou os braços ao redor da minha cintura e me puxou para seu peito me mantendo um pouco mais acima de seu queixo que tocava a superfície. Elijah o ajudou a me tirar da água e sem dizer nada continuei a trilha sozinha seguindo as fitinhas azuis penduradas nas árvores.

– Vamos acampar. - Klaus segurou meu braço e eu quase chorei de alegria.

Deixei eles montando as barracas e peguei minha mochila, carreguei para trás de uma árvore e peguei uma calça preta de lycra, coloquei meias secas, peguei uma camiseta cinza escura e minha blusa de frio preta. Pro meu azar a blusa era fina demais e não me esquentaria muito. Suspirei e retirei a roupa molhada, quando estava prestes a me vestri ouvi um galho quebrar.

Só pode ser um caralho de um URSO. Com tanto bicho para me matar, vou morrer para um urso.

Eu estava errada. Era pior.

Gritei fazendo toda a fauna sair agitada. Estapeei Enzo com força que começou a rir, chutei sua canela maldita e usei um sutiã rosa pra enforcar ele.

– O que... - Stefan parou de falar nos olhando.

– Sai daqui! - gritei para ele.

– Que escândalo. Só vim vigiar nossa pequena, vai que um urso aparece. - Enzo continuou rindo enquanto o enforcava.

– Maldito. - resmunguei dando um soco em sua cabeça.

– Mas... - Klaus olhou para nós três.

Usei o corpo de Enzo para cobrir meu corpo, já que eu estava de lingerie.

– Ai meu deusinho. - resmunguei.

– Stefan. Caroline está te procurando. - Klaus falou.

– Ai meu deusinho. - resmunguei de novo - Me leva logo. Humilhação demais.

– E eu vou ficar com isso. - Enzo se desvencilhou, balançou meu sutiã na frente do meu rosto.

Klaus pegou a peça e bateu com força na cara do moreno que saiu resmungando. Ao invés de me devolver ele ficou analisando a peça.

– Rosa? Eu juro que quando mexi na sua mochila era vermelho. - olhou a peça - Uma pena eu ter deixado minha mochila no acampamento.

Fiquei mil tons de rosa. Puto.

E por incrível que pareça ele não olhou um único segundo na direção do meu corpo. Ou talvez tenha olhado rápido demais para mim.

– Vou esperar aqui atrás. - foi para trás da arvore.

Me vesti e quando terminei ele estava lá me esperando, entreguei minha mochila e fui em direção ao acampamento me encolhendo de frio. Klaus havia mesmo mexido em minha mochila e decidiu colocar um casaco extra em sua própria mochila ao ver que eu só levava peças de roupas para o calor, vesti e me sentei ao lado de Stefan apoiando minha cabeça em seu ombro, ele passou seu braço em volta de minha cintura me esquentando mais ainda enquanto Elijah acendia a fogueira.

Bebi o chocolate quente que Enzo me estendeu e passei a observar meus amigos. Por incrível que pareça todos estavam entretidos ouvido uma das histórias de Niklaus. Todos riam das aventuras e maldades que ele provocava. Klaus parecia um menino. Sorri pensando nisso e me desencostei de Stefan quando me aqueci o suficiente, logo a atenção se voltou para Alaric.

Kol começou a esbanjar insultos e Rebekah iniciou uma troca de farpas com Caroline.

– Acha que demora muito? - me aproximei de Elijah que estava encostado em um árvore enquanto olhava o grupo - Não acredito que está de terno na floresta Elijah.

– Estou aquecido. - falou olhando para meus lábios.

Fumacinha.

– Estamos perto, provavelmente mais umas 6 horas de caminhada.

Gemi, que ótimo. Eu mal sentia meus pés.

–Vou pegar carona nas suas costas, sério. - anunciei.

– Tudo bem. - olhou para o céu e sorriu - Hoje não é um dia ruim.

– Hoje não parece ruim, porque amanhã vai ser o pior. Niklaus está armando algo. - olhamos para o hibrido que nos encarava com um sorriso presunçoso - Elijah eu decidi que eu quero um namoradinho. - avisei.

– Qual o motivo? - ele riu.

– Você sabe... sexo. - ele engasgou me olhando constrangido quando eu falei alto demais chamando a atenção de todo mundo para nós.

– Sage... está tudo bem? - coloquei as mãos dentro do casaco.

– Está ué. Curiosidade. - olhei para o céu.

– E precisa ser um namorado?

– Alguém que eu confie e que eu saiba que não vai me passar nenhuma doença de sacanagem, tem gente que faz isso... - o olhei de lado - Você quer ser meu namorado?

– Sage! - Caroline gritou de longe me repreendendo.

Ué? O que eu fiz? Não disse mentiras. Revirei os olhos e dei as costas para eles indo para minha barraca que era mais afastada.

– Se continuar provocando, vai se arrepender. - Klaus sussurrou me empurrando contra uma árvore.

– Não me arrependeria disso. - provoquei.

– Sage. - reprendeu enquanto seus olhos fixavam em meus lábios.

– Sim Nik? - minha voz saiu rouca.

– Eu estou prestes a fazer algo que um de nós vai se arrepender. Eu aposto em mim.

– Também aposto em você.- ele fechou os olhos com força e respirou fundo.

Quem quer paz? Eu sei que ele vai fugir de mim depois, e eu vou agir como se nada tivesse acontecido. Como sempre.

Niklaus se baixou o rosto em minha direção e eu senti que a merda iria vir com força. Ok, eu não estava pensando bem. Quem vai se dar mal depois sou eu. Afinal ele é o híbrido insensível e eu sou uma humana boba, que apesar de fria pode ter um coração partido.

Ok. Concordo com a sanidade. Eu preciso fazer ele ficar loucamente apaixonado por mim. Sorri com o pensamento e antes que seus lábios tocassem os meus, eu dei um beijo em sua bochecha.

– Você vai precisar de muito mais do que isso para me fazer ir mais longe. Afinal, você ainda é meu amigo. Um amigo que não vou perder apenas por desejo. - acenei e corri de volta para o acampamento, mas ouvi seu comentário.

– É bom que me evite. Serei o único que vai ocupar sua mente.

Revirei os olhos sorrindo internamente.

~°~

Eu remexia os contratos, lendo e relendo procurando por qualquer mudança, mas não havia nada de diferente do que havíamos combinando. Me levantei e todos os papeis caíram, minha garrafa de coca caiu e eu bebi o chocolate quente queimando os lábios.

Olhei para o lado e vi Klaus se espreguiçar e se sentar em uma rocha, ele ficou me avaliando por alguns segundos antes de se levantar e me ajudar a recolher os papéis que eu não parava de deixar cair.

– Deixe que eu ajudo. - ele se aproximou de mim e eu o estapeei.

– Calma Klaus, se acalma ok? Está tudo bem, fica calmo.

Que cara impaciente. O loiro se sentou na rocha e me olhou.

– Eu estou calmo little. É você que esta desesperada. Vem aqui. - ele me puxou para perto enfiando meu rosto em seu pescoço.

Senti o seu cheiro doce e suave e relaxei imediatamente.

– É coisa de vampiro?

– Sim.

– Que bom, achei que estava apaixonada. - o loiro apenas riu.

– Pra sua sorte é melhor não estar.

Me afastei e peguei os papéis com mais calma, o híbrido pegou as duas mochilas e eu o olhei cerrando os olhos.

– Seu cabelo está lambido, o que foi isso?

– Ele só esta grande.

– Não estava ontem. - que cabelinho fofo gente.

Evitei o provocar. O loiro passou as mãos no cabelo jogando os fios para trás os levantando.

– Satisfeita?

– Hum, com o outro você parece um homem gentil, mas agora você parece um homem sexy.

– Vou me lembrar de manter a minha aparência de homem mal. - me empurrou.

Dei de ombros pegando minha mochila.

~°~

– Mas você viu esse corpo Care? Nossa. - comentei mostrando a foto na revista.

– Sim.

– Essa tatuagem é muito sexy. - apontei para o dragão no braço direito.

– Dizem que ele é namorado da Naomi. - abanou a mão tomando a revista de mim.

– Aquela nojenta? Eu sou muito mais bonita que ela. E tenho muito mais caráter também.

– Eu não acho que esse britânico super famoso e gostoso saiba quem nós somos. Infelizmente. - balancei a cabeça inconformada.

– O mundo é muito injusto mesmo. Não acredito. Eu te venderia para ficar com um homem desses. - brinquei.

O vulto loiro passou pelo meio nos empurrando e levando a revista junto. Babaca. Híbrido inútil.

Já estava prestes a xingar ele quando uma pequena casinha de madeira surgiu, suspirei e corri louca para acabar com essa viagem cheia de chupadores de sangue. Me refiro aos mosquitos. Todos hesitaram e eu bufei passando na frente e abrindo a porta, joguei a mochila em um sofá todo esburaco e comecei a percorrer a casa.

– Oi. Ei moça. Chegamos, humana passando e te procurando. - avisei até porque, vai que da merda.

Voltei para a sala chateada.

– Não é a casa dela. - Stefan anunciou a passar calmamente pela porta.

– É claro que não. Acha que uma bruxa iria nos deixar tranquilamente na casa dela? - Kol entrou.

– Não eu não iria. - quase morri de susto.

Gelei. Minha nossa, gelei muito. Minhas pernas bambearam com o susto e eu praticamente galopei até Elijah me virando para a bruxa.

– Dá pra ser rápido? O dia tá lindo, eu estou com fome. - toquei minha barriga - Eles estão com sede. Eu sou o único lanche disponível. Eu e dois. - mexi os dedos e ela me olhou divertida.

– Claro. Nunca achei que veria Niklaus Mikaelson assinando um contrato de paz. - ironizou.

– Momento de necessidade. - o loiro respondeu com aquele sorrisinho perverso.

– Estamos todos em um momento de necessidade. Não é só os vampiros que estão tendo problemas

Todos ficamos confusos.

– Mais problemas? - perguntei.

– Sim. Tem nome, forma. Esther. - escancaramos a boca - Esther tem muitos aliados, está tentando voltar de novo e sei que sabem disso, mas ela é um problema não só para vocês e sim para todos nós. Não vai ser bom para ninguém se ela e Mikael estiverem no poder. Se ela vier, fara de tudo para abrir o portal dos mortos e deixar que pessoas que nunca deveriam ter existido atravessem. Será um massacre.

– Bem então vamos logo. - apressei.

– O que irão assinar é um contrato muito sério. Não deve ser rompido em hipótese alguma - nos olhou com cuidado - Caso alguém mate outro mesmo que seja devido a uma provocação, será morto. Só devem entrar em lutas corporais graves entre si para sobreviverem. Um exemplo seria que Kol não poderia matar Niklaus sem ser punido. Mesmo que ele hipnotize outra pessoa para fazer isso. Outro exemplo? Bem, Caroline poderia provocar Damon para uma briga, mas se ela se defendesse o agredindo até o deixar inconsciente não seria problema. A menos que isso provocasse ferimentos graves, impossíveis de serem curados. - explicou calma pegando uma tigela - Niklaus tem direito a todo o sangue da garota. Em troca disso não fara nada que provoque desavenças entre a família dele e o restante de vocês.

– E se descumprirmos? - Damon questionou.

– Aquele que quebrar o contrato queimará até a morte. - a bruxa sorriu pegando os papéis que Klaus esticou.

– Eu não quero ser cortada. - sussurrei para Damon.

Klaus cortou o pulso e deixou o sangue escorrer, Damon mordeu meu pulso e o apertou fazendo o sangue escorrer para a tigela. Os vampiros rasgaram os pulsos com os próprios dentes e os humanos cortaram com a faca, olhei agoniada.

Me deu vertigem.

A bruxa sentou no chão e acendeu varias velas ao redor, nos aproximamos formando um circulo ao redor dela que começou a falar umas bruxarias muito estranhas. Temi que ela estivesse fazendo outra coisa, mas depois eu não consegui pensar em mais nada. Uma dor forte em meu peito me desligou do mundo e vi que todos colocaram a mão sobre o coração. Do mesmo jeito que a dor surgiu ela desapareceu, e então a bruxa se levantou passando por cada um de nós nos entregando o contrato para assinarmos, assinamos com nosso sangue é claro. E então assim que ela terminou de recolher as assinaturas ela pegou o papel e o mergulhou em nosso sangue, enfiou a mão na tigela e vi que o contrato havia virado uma bola sangrenta. Ela olhou em minha direção.

Ai não acredito. Ela vai me fazer comer? Se eu soubesse eu nunca teria concordado. Fiquei quieta.

Ela fez um símbolo na minha testa e então desceu para meu peito. Bem no meio acima dos meus seios ela abriu a mão e encostou a bola de papel sangrenta bem ali. Vi com certa admiração que onde ela havia tocado aparecera um símbolo. Na realidade era como se uma tatuagem se formasse em minha pele.

A figura de um tigre apareceu abaixo de minha clavícula, asas surgiram no corpo da figura, eram grandes o suficiente para cobrir meu busto. Franzi o cenho.

Se toda tatuagem fosse fácil assim...

Assim que a figura se formou ela retirou a mão, era uma figura bem bonita e não era muito grande. Olhei para a bruxa com curiosidade.

– Isso os representa. São 14 penas, 7 de cada lado. O número de pessoas que se formou nesse elo hoje é 14.

Balancei a cabeça em compreensão e quando olhei para o lado todos estavam desacordados.

– Tenho uma pergunta.

– Eu imaginei que tivesse. - apontou para os corpos.

– Não se referiu a mim quando citou sobre a paz e que Klaus e meus amigos não se machucariam direto e indiretamente.

Ela piscou e pensou por um breve segundo.

– Você é o elo. O que os une. Todo o sofrimento naturalmente irá se desviar para você. Você pode ser morta por eles, sem graves consequências para eles. Você é a única do elo que pode ser morta sem que alguém seja punido.

– Quer dizer que...

– Em algum momento, toda a dor que você guardou em anos vai cair sobre você, se você não sofreu com aquilo, sofrerá depois. As forças irão fazer de tudo para acabar com esse elo. O elo é uma pessoa que liga um conjunto de pessoas mesmo após a morte. Eles se gostando ou não. E isso é valioso. Por isso uma hora coisas ruins iram acontecer com você, psicologicamente. Não é todo mundo que faz um contrato tão perigoso com um homem tão mal, só pelos amigos.

– Não sei se pensei muito neles. Eu só fiz. Eu amo cada um deles. - olhei até para Kol.

– Eu sei.

– Como se chama?

– Diana - olhei seus cachos ruivos e desci meus olhos até seu busto onde havia a mesma figura que a minha.

E então ela encostou em minha testa por breves segundos me dando um sorriso triste e eu apaguei.

Quando acordei eu já estava no carro sentada no banco do passageiro enquanto Klaus cantava uma musica que tocava na radio.

– Eu dormi tanto assim? - questionei

– Só duas horas. - choquei e ele voltou a cantar.

– Esta dizendo que poderíamos ter chegado em duas horas se você me carregasse?

– Sim. Eu ofereci. - ergueu as mãos.

Culpa minha. Ok.

Me sentei adequadamente percebendo que eu estava presa pelo cinto de segurança. Olhei o retrovisor vendo o carro de Damon vindo atrás, o de Kol ultrapassou o meu.

– É tão vergonhoso ser humana. Não consigo acreditar que vocês estão acordados a mais tempo que eu.

– É vergonhoso chegar ao final do dia tendo lutado por sua sobrevivência contra vampiros, bruxas, lobisomens e assassinos ainda sendo humana? - questionou divertido.

– Pensando assim... eu sou ótima. - ergui o polegar e ele acelerou o carro ultrapassando Kol.- Vai com calma. Não estamos em um carro esporte. Eu não reclamaria de ter um. - sugeri.

– Ser humanos nos dias de hoje, é ser um sobrevivente e tanto. Sem carro esporte para a humana. Você acha que é muito leve? - me questionou do nada.

– Hein? mentiroso! Eu nem peso nada pra quem levanta um carro só com uma mão. - o estapeei enquanto ele desviava rindo.

Klaus tem um sorriso tão lindo.

– Espere. Se levou apenas 2 horas pra você subir e mais 2 horas pra voltar, 3 horas de carro até aqui e mais 3 até Mystic Falls, por que levou uma semana pra voltar? - perguntei curiosa - Tenho certeza que você faz tudo isso em um dia.

– Eu dei uma passada rápida em New Orleans. E estava garantindo sua passagem de ida pra ir comigo para lá.

– Que seria?

– Depois da sua formatura. - bufei.

– Sabe. Eu estive pensando... - me calei.

Eu não podia contar isso para ele ne? Ou eu deveria? O olhei de esguelha e ele me encarava irritado.

– Que?

– Nada. Esqueci.

– Não minta. - suspirei.

Como eu iria dizer para ele que na semana em que ele esteve fora eu me banhei em meu próprio sangue e me lancei sobre Damon esperando ser mordida? Só para testar a teoria de que duplicatas são imperceptíveis? E que testei o mesmo com Stefan? E que agora iria fazer isso com ele usando o sangue de Katerina para testar minha teoria de que o sangue dela prestava para o que ele queria? Ela ficaria assustada não é?

– É que eu te amo muito. Você é bom amigo. E uma ótima babá. - o desviei do assunto, mas não menti. Eu realmente o amo e considero um amiguinho.

Ele apenas sorriu e iniciou uma longa conversa sobre técnicas de pintura.

Desci do carro e me virei para ele. Eu quase me esqueci que ele agora morava em minha casa, por que eu não estava na mansão Mikaelson? Era simples, além de todos os lobisomens e bruxas saberem onde era, tinha o fato de que todos lá estavam mortos, ou seja, qualquer vampiro poderia entrar sem precisar de autorização.

Klaus tapou minha boca e tomou a frente indo em direção a porta me mantendo atrás dele e os olhos atentos ao redor. Ele franziu o nariz e eu vi o carro de Caroline parar do outro lado da rua, a loira saia transformada e eu logo entendi o por que, a casa estava com um cheiro horrível de sangue. Comecei a ouvir risadinhas femininas e chutei Klaus e a porta entrando possessa em casa.

– O que eu disse sobre vadias na minha casa! - gritei assustando todo mundo.

Oliver estava caído no chão, a cabeça sangrava assim como cada pedaço do seu corpo. Varias garotas estavam na sala, o irmão de Brenno e o treinador que eu jurava estar morto também estavam lá segurando facas.

Elena e Caroline entraram na casa. Klaus se colocou em nossa frente.

– Brenno era meu filho. -o treinador começou.

– Foda-se o seu filho. - cruzei os braços.

– Eu havia ido de carro naquele dia antes dele. Dois jogadores do meu time sumiram e bem... eu descobri que você não estava morta como eu havia ordenado. - Klaus grunhiu. Eu não havia contado isso para ele. - E aqui estou eu, com um monte de namoradas furiosas e irmãs é claro. - abriu os braços mostrando o grupo que empunhavam bestas com estacas de madeira.

– Claro. Um monte de adolescente furiosas. Assustador. - Klaus provocou.

Eu sentia cada fibra do meu ser se contorcer de raiva.

– Ora. Vampiros? Eu sabia que tinha uma ligação om eles, mas não imaginava que minhas duas alunas preferidas eram. - Caroline e Elena o olharam e ele ergueu uma das bestas para Klaus - Mas eles não parecem representar uma ameaça.

– Não acho que isso vá adiantar. - me movi pegando um cd na mesa de centro enquanto sorria.

– E por que não? - o homem riu.

– Ele não é um vampiro - meu sorriso se alargou - E nem humano.

O homem atirou uma contra Klaus, a estaca cravou no ombro do hibrido que calmamente retirou a retirou do local com um suspiro. Me aproximei mais ainda com os olhos fixos no grupo. Assumi uma expressão fria, mesmo fervilhando de raiva.

– Klaus? - passei o pequeno cd para ele.

– Sim amor? - a voz do vampiro saiu rouca e levemente maliciosa.

– Mate todos.

O hibrido sorriu pegando o cd. E eu tive certeza, um cd pode sim fazer cabeças rolarem.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Primeiramente quero agradecer por todos os comentários! Mesmo! Vocês são demais e estou muito feliz que a fic tenha sido recebida de braços abertos, acho que eu nunca tive uma estória tão bem recebida quanto essa ( sim, eu não sou inciante no Nyah!).
Um obrigada especial para a GabrielaEsher com sua recomendação maravilhosa!
Estou muito feliz mesmo com todo o apoio de vocês e fantasminhas deem um olá, eu não mordo, só se pedir :)
E estou surpresa que tenham gostado tanto da Sage!
Beijos da tia (não tão tia) Candy!



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