Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 10
Descontraindo com Mikaelson




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Elas choravam enquanto se abraçavam a Enzo, eu estava um pouco afastada girando meu pulso dolorido. Olhei para meus amigos e vi Damon e Katerina nos olhando entediados, Bonnie e Rebekah levemente enciumadas, Niklaus claramente se divertia, Elijah estava sério e Stefan tinha uma expressão estranha no rosto.

Tudo havia começado com Caroline irritada na porta da mansão, e pela primeira vez eu vi um vampiro transformado. Quase fiquei com medo já que era bem mais assustador que Klaus.

Olhei para o chão.

~°~ 20 minutos atrás ~°~

– Caroline! - gritei me soltando da mão de Klaus e vendo a loira na entrada da mansão batendo o pé de forma impaciente.

– Sage você enlouqueceu? - olhei para trás vendo os Mikaelson atrás de mim.

Rebekah sorria de forma perversa. Estiquei a perna vendo meu salto preto brilhar no sol, ajeitei meu vestido e passei as mãos no cabelo. Suspirei e comecei a andar irritada em direção a loira, NÃO É MINHA MÃE.

– Não eu não enlouqueci Caroline, fui sensata! - falei de forma cínica tropeçando pela passagem de pedras.

– Sage você é tudo menos sensata! - ela gritava irritada - Damon me contou absolutamente tudo.

Com certeza. Disso eu não tenho dúvidas alguma. Damon tinha ouvidos na parede e parecia saber de tudo antes de todo mundo, era incrível como ele era um fofoqueiro de primeira, se eu perguntasse ele saberia a cor das minhas roupas intimas.

– Mas não me diga que você é que é sensata...? - reclamei irritada.

– Sou.

– Não é... se fosse você não ficaria perto de mim sendo uma vampira, nenhum de vocês ficariam, mas você está aqui me julgado por eu ter feito amigos que são a mesma coisa que você! - enfiei o dedo em seu rosto.

– São Mikaelson's, você não sabem do que são capazes. - empurrou minha mão.

– Nenhum deles me escondeu o que fizeram! - falei irritada evidenciando meu sotaque italiano que eu já achava ter perdido.

– Não seja ingênua.

– Você que está sendo, parece que não me conhece! - abri os braços e Caroline apertou a ponta de seu nariz irritada.

– É justamente pelo fato de te conhecer que eu estou assim! - apontou para si mesma - Eles são vampiros.

– E você é o que? Deixou de ser vampira para se tornar juíza? Você não é melhor do que ninguém Caroline. - resmunguei.

Levei um susto quando senti meu corpo ser agarrado por ela e lançado contra a porta do Salvatores que se abriu batendo contra a parede, senti meu corpo bater no chão e me levantei irritada vendo que estava na sala de estar. Elena estava próxima a mim e tentou me agarrar, mas eu estava tão furiosa que não cheguei a medir minha força e a lancei contra a lareira, ela se levantou rapidamente apagando o fogo que queimava sua calça.

– O que você... - Caroline se jogou contra mim e torceu meu pulso.

Stefan apareceu tentando intervir na briga quando Caroline ficou mais irritada ainda e olhou para a mesa de centro, ela a chutou e Stefan tentou segurar a mesa, mas a força usada por Caroline foi tanta que a mesa se espatifou na cabeça do vampiro. Ele nos olhou desnorteado e Damon tentou se aproximar de mim e parou quando eu quebrei uma garrafa em sua cabeça e ele caiu apagado no chão.

– O que está acontecendo? - Stefan perguntou.

Minha resposta foi um livro grosso sendo acertado no rosto de Caroline, ela caiu para trás e eu joguei dezenas de livros na loira, chutei Stefan para longe e Caroline agarrou meu pescoço me enforcando, Elena se jogou contra ela a jogando para longe, mas a loira só ficou mais irritada ainda e jogou Elena para a parede oposta. Caroline me encarou em fúria e eu tremi dos pés a cabeça, mordi o lábio e então ela veio em minha direção como uma bala - juro que vi em câmera lenta quando ela se aproximou de mim - chutei seu joelho e ela gritou me dando um soco na costela que me deixou sem ar. Cambaleei derrubando todos os vasos que estavam ao meu redor.

E então nós três nos encaramos em fúria, amigas de longa data e eu nem sabia o motivo de Elena ter se metido e o que ela estava tentando fazer. O restante do grupo finalmente desceu as escadas, respirei com dificuldade e então nós três corremos para o centro da sala preparadas para dar socos e chutes, no mesmo instante Enzo surgiu em nossa frente e eu o chutei, Caroline o socou no peito que era onde meu rosto deveria estar e Elena acertou um soco em seu braço - que era onde Caroline estaria - e outro no ar que era onde eu deveria estar se não tivesse sido puxada por Niklaus e colocada atrás dele. Enzo gemeu de dor e então nos três nos encaramos sob o olhar atento do grupo enquanto Damon se levantava resmungando, Elena e Carolie se agarraram a Enzo chorando e eu olhei mortalmente para o Salvatore mais velho.

Senti a mão de Klaus em minha cintura e evitei um gemido de dor quando ele encostou em minha costela quebrada, eu só me ferro.

~°~ atualmente ~°~

– Me desculpe. - pedimos ao mesmo tempo sem nos encarar.

– Me desculpem por te chutar, arranhar, morder, socar e te alisar Enzo. - o moreno imitou uma voz feminina e nós rimos.

Ele foi mordido?

– Se meteu por que quis.

– Me meti porque iriam matar a humana. O pescoço dela ta inchado e roxo, o pulso quebrou, fora o soco na costela que eu do segundo andar ouvi.- estremecemos.

– Tudo bem, não ouvi desculpas para mim. - Damon levantou a mão com o cabelo encharcado de vodca.

– Não foi sem querer. - falei emburrada e Katerina riu.

– Esta ficando mole. Perdeu a moral Damon. - o moreno se irritou mais ainda.

– E melhor você calar a boca Katerina ou eu vou te encher de porrada. - ameacei.

– Me diga como fara isso com um pulso quebrado.- debochou e a olhei mortalmente.

– Não me impede de te dar uma surra. Ainda tenho pernas.

Katerina se calou e eu vi Stefan se remexer inquieto. Ficou na dele provavelmente com medo de recomeçar uma briga que lhe custara artefatos de 100 anos atrás. Alguns muito mais velhos que Klaus. Fora as amigas mortas. Tudo bem que eu sei que sou perigosa, mas não deixava de ser a mais frágil.

– Katerina Petrova levou uma surra? - Kol apareceu rindo.

– Não deveria ter batido nela. É uma humana.

– Viu? humana, está na minha jurisdição! Um vampiro certamente pode bater em um humano né Stefan?

Ele se afastou ao ver que eu estava me descontrolando.

– Só quero dizer que você poderia tê-la matado.

– Era minha intenção! Ela entrou no quarto com uma faca! Se não fosse por Damon eu teria morrido. Olha quer saber? Vá a merda Stefan não vou brigar com você.

Parei, completei com a minha expressão e voz mais fria ignorando tudo que havia acontecido. Ele que enlouqueça sozinho. Fiquei neutra, respirei fundo e comecei a falar com a voz seca. Alguém tinha que ter juízo.

– Será um contrato de sangue. Como vocês sabem eu sou a duplicata da irmã dos Salvatore, e Damon obviamente já abriu essa bocona enorme dele contando tudo - falei alto chamando atenção de todos, fiquei ao lado de Klaus - Nesse contrato Klaus e sua família não podem encostar em nenhum de vocês a menos que seja em sua defesa ou minha. Assim como vocês não podem fazer nada contra os Mikaelson a não ser em sua própria defesa. Ou seja, nada de homicídios. Caso a vida de alguém esteja em perigo e seja relacionado a isso, o resultado será a morte. É uma bruxa poderosa. E tem poder para isso.

Klaus havia entrado em contato com ela durante o trajeto até a casa dos Salvatore, eu sabia que Damon já havia contado boa parte do acordo.

– Se for só isso não vejo problemas. - Elena comentou se sentando - Parece melhor assim. Mas isso não vai sair de graça não é? Afinal... Klaus não concordaria com algo tão fácil assim. Nos deixar em paz, sem mais nem menos. Tudo isso por seu sangue? Eu deveria ter sido mais esperta. - baixou a cabeça.

– Eu estou aqui amor. Não se esqueça. - falou ameaçador.

– É claro que tem custos. E vou assumir. - abri um sorriso malicioso.

A ideia me divertia muito.

– Tudo isso para criar híbridos? - a voz de Bonnie se elevou - Armas para nos machucar?

– Não exatamente. Ninguém pode hipnotizar uma pessoa de fora do contrato para matar outra. Acarretaria na morte de quem hipnotizou, o mesmo no caso dos híbridos. Exceto se a decisão for tomada pelo próprio híbrido sem a sabedoria do criador. Fora de perigo.

– Mesmo assim... um exercito. - Stefan se pronunciou.

– Vamos precisar. E não precisam se preocupar, Klaus vai entender que por bem ou por mal eles tem direito a vida sem serão comandados o tempo inteiro. Eles não ficaram presos, iram vir até nós quando precisarmos. - soltei de uma vez e vi Klaus ficar tenso - Não estarão sempre por perto, se isso te tranquiliza.

O loiro torceu os lábios em descontentamento. Provavelmente querendo me matar, mas agora eu era a unica. Eles não precisavam saber do meu acordo de "amor" com o híbrido.

– E quem serão os doadores? - Enzo se fez presente.

– Stefan. - Damon decretou e o loiro o olhou surpreso.

– Eu?

– Todos nós. - decretei.

Me senti um verdadeiro general.

– E quando é isso?

– Quando Klaus concordar. - todos olharam para ele.

Klaus acenou com a cabeça, mordeu os lábios e olhou para mim e os Mikaelson. Segurou meu pulso e junto de sua família saímos da mansão.

~°~

Olhei aquela mulher e quase acreditei fielmente que fosse Katerina, eu acreditaria se a mesma não estivesse ao meu lado devorando uma torta.

– Mas eu não vou sair com você mesmo. - peguei um pedaço da torta de Katerina enquanto Elena me olhava.

– Ei garotinha, fique longe da minha torta. - a vadia reclamou arrancando o prato de minhas mãos.

– Não sei o motivo para você recusar sair com sua amiga de infância. - Elena me olhou de maneira debochada.

Até Katerina estava mais agradável.

– Minha amiga de infância está ocupada demais nos últimos dias brincando de vilã. - sorri cínica.

– Bem, então vou ter que procurar alguém da minha altura, como dizem... brinquedos são feitos só para crianças... e eu já sou velha demais para brincar de boneca. - sorriu maldosa virando um copo de suco em minha cabeça.

Levantei chocada tremendo de fúria ouvindo Katerina rir. Peguei um copo para lançar em Elena e quando vi ela não estava mais lá.

~°~

– Já desculpei. - declarei entediada - Tédio. - me joguei na cama e olhei para Kol que estava sentado em um galho em frente a minha janela aberta.

– Eu estou bem aqui. Não usa por que não quer. - bufei revirando os olhos.

– Você seria encantador se fosse humano. - declarei levantando da cama e indo até a janela vendo ele ficar de pé no galho com um desenvoltura invejável.

– Tá de preconceito por que sou vampiro? - o moreno sorriu ao sentir meus dedos passarem pelo seu cabelo.

– Por que você me atacou.

Ele sorriu sem graça e me puxou para fora do quarto me fazendo subir no galho junto com ele. Me sentei com dificuldade.

– Eu juro. Um beijinho e eu não te incomodo mais. - mordi os lábios.

Mentiroso.

– Não. E você não me incomoda mais.

Quem disse que ele me ouve? Será que eu sou como ele?

Os dedos longos dele passaram por minha bochecha que queimou com o contato, ele encostou seus lábios nos meus e como da ultima vez ele agarrou meus cabelos e o puxou para trás me fazendo entreabrir os lábios deixando ele aprofundar o beijo, o empurrei para longe quase caindo e limpei os lábios. Ainda dizem que eu me pareço com esse troço.

– Um ultimo favor. - sussurrou rouco.

Levei minha mão até o bolso da calça onde havia um frasquinho com meu sangue dentro. Fui mais esperta claro. Não que agora eu saísse por ai com frascos com meu sangue entregando para todo vampiro que eu via, longe disso. Talvez tenha feito isso umas três vezes... vai sabe, eu não andei contando.

Ele riu e tomou de minhas mãos. Olhei para a janela de meu quarto e levei um susto ao ver Damon nos espionando, arranquei minha bota e joguei em seu rosto. Fiquei de pé no galho tentando entrar em meu quarto pela janela, mas pisei em falso caindo da árvore, puxei Kol e o usei para amortecer minha queda.

Ele soltou o ar dolorosamente e eu ri saindo de cima dele e indo até meu quarto, olhei Damon massagear o rosto e torci para que ele tivesse desnorteado o suficiente, assim eu poderia o congelar e dissecar para estudo sobre vampiros. Sim, eu estou fazendo um estudo, comprei até um diário para anotações futuras.

– Mas que merda! - gritei quando o moreno levantou de uma vez e me empurrou descendo até a cozinha.

– Sage - ouvi Kol gritar da porta.

Ele queria entrar, vai ficar querendo. Aquela criatura jamais pisará em minha residência.

– Você ia mesmo me colocar no freezer? - Damon levantou indo ate o armários de bebida e Kol riu ainda na porta.

Quer dizer que eu disse em voz alto? Suspirei frustada.

– E te dissecar depois. - dei de ombros - Oque veio fazer aqui?

– Dando uma volta.

Vulgo "me livrando de Elena".

– E ainda bem que cheguei. - corei.

– Vamos ao Grill? - perguntei lembrando que Caroline havia me ligado.

– Fazer...

– Encher a cara longe da minha casa. - tomei a garrafa das mãos dele.

– Claro. O pequeno projeto também vai?

– Medo de perder as conquistas da noite Damon?- Kol gritou.

– Assim como sua vida, minha paciência tem limites. - Damon ironizou pegando de volta a garrafa.

Subi correndo e deixei os dois em sua discussão chata. Coloquei um vestido com linhas coloridas na horizontal, um tênis, arrumei o cabelo e desci. E sim eu tomei banho pouco antes de Kol aparecer em minha janela. Achou que eu iria feder perto de um Mikaelson? Por favor né?

– Liguei pra todos pra avisar, Caroline tinha acabado de chegar e Niklaus está lá. Não quer ficar sozinha com ele. Ordens da rainha dourada. - Damon ironizou explicando o motivo pelo qual ele dirigia o carro vagarosamente.

Kol bufou e Damon sorriu pensando no inferno que deveria ser para a maldita Barbie. Sorri para Bekah assim que passei pela porta, ela conversava ou discutia com Matt. Tanto eu quanto Damon ignoramos uma Elena que nos encarava enfurecida e fomos em direção a uma mesa vazia já que Klaus desapareceu.

– Ela esta cada vez mais parecida com Katerina. - falei com repulsa.

– As mesmas manias, quando quer pega o que bem entende, mata as pessoas por coisas fúteis, se veste como Katerina, fala como ela, olha como ela, age como ela e ate sorri como ela. Eu não amo Katerina, eu amo a Elena e a minha Elena esta parecendo e agindo como a mulher que eu odeio. - Damon reclamou.

Olhei de esguelha para Elena e constatei que Damon dizia a verdade. Elena falava de maneira esnobe, sorria esnobe, empinava o nariz e agia com deboche. Fora o fato de que dava descaradamente em cima de Stefan. Balancei a cabeça, ela não feria só a Damon, mas sim a Stefan e todos nós que vimos a dificuldade com que ele tentava se recuperar de quando ela o largou.

– Talvez seja Katerina. - me recusei a acreditar que aquela coisa asquerosa era Elena.

– Não é!

– Eu gostava da Elena antes dessa Elena. Gostava da Elena vampira que não agia como Katerina. Como vadia. O posto de vadia é meu. - falei olhando para a vampira que imediatamente me olhou - É Elena. - me encolhi atras de Kol.

Rebekah riu se aproximando.

– Está vindo pra cá. - Damon avisou.

– Vou virar comida logo hoje. Bekah socorro. - implorei covardemente pela ajuda de minha amiga.

– O que fazem aqui? Por que não estão na mesa com a gente? - Elena se aproximou e eu assumi uma postura séria.

– Katerina esta la. - falei Damon engasgou.

– Como assim? - Elena colocou as mãos no bolso da saia e olhou para mim incomodada - Katerina está em casa. - me olhou confusa.

– Eu estou realmente ofendida que você tenha pegado meu posto de vadia do grupo. Você fazia o papel de heroína e corajosa e eu da boca suja e nojenta. Oi, eu era a Katerina Petrova do grupo e agora você é a Katerina. Só que de um jeito pior. Você se tornou a vadia monstruosa ridícula que me afastou da minha amiga de infância. - praguejei me levantando jogando minha bolsa na mesa que com o impacto foi lançada no rosto de Damon.

Tropecei derrubando ele da cadeira.

– Lá fora. - apontou e eu a segui sentindo o olhar de todos em nossas costas - O que é isso?

Quer agressão? Tudo bem eu aceito, não tenho medo de você. Vampirinha.

– O que é isso digo eu Elena! O que há com você? Eu gosto de te ver abusada, enchendo o saco, mas Katerina não é o melhor exemplo a ser seguido! - esbravejei - Acha que eu meti a mão na cara da vadia só porque ela tentou tirar minha vida? Óbvio que não né Elena? Eu odeio aquela mulher e estou odiando você por ser igual a ela. - fui seca.

– Não há nada de errado comigo. - a morena empinou o nariz e sorriu sarcasticamente.

Ela tratou como se eu estivesse brincando. Ela estava ME PROVOCANDO. E estava conseguindo. Eu me controlei, eu juro por tudo. Mesmo. Eu tentei o máximo que consegui. Mas não deu. Eu peguei a tampa de alumínio da lixeira ao lado e bati com força contra o rosto de Elena que me encarou chocada colocando a mão na bochecha.

– Você me bateu com lixo?

– Eu não estou brincando. Me leve a sério! -bati de novo nela e quando ela veio pra cima de mim Rebekah se colocou entre nós assim como Caroline.

– Vê como está agindo? - apontei para ela - Katerina pode ter sobrevivido e fugido de quem quer que fosse, mas ela não é um exemplo. Elena você tem noção do que faz? Você está matando as pessoas pra conseguir coisas fúteis de uma loja de 1,99. O problema é dinheiro? A gente assalta um banco! - gritei e Caroline nos olhou chocada.

Elena riu e se aproximou, mas eu me afastei mantendo Rebekah na frente. Iria me aproveitar né? A loira serviria de escudo.

– Eu não vou te machucar. - se ofendeu quando eu me mantive longe - Somos amigas.

– Elena. Nós não aguentamos mais. Não enxerga o que está fazendo? - Caroline falou chateada - Nós somos amigas de infância. Ninguém está mais te suportando.

Caroline a abraçou, mas tentou me puxar. Me mantive longe ainda agarrada na loira má.

– Você está afastando todo mundo irmã. - Elena começou a chorar e então eu entendi, ela estava com ciumes do Salvatore que estavam vigiando Kat-kat.

– Ela ficando domável e eu virando uma criadora de encrencas. Ela é horrível. - me mantive longe ainda chateada pelo episódio do suco.

– Você é forte e corajosa. E não é horrível. É por isso que todos a odeiam e nós te amamos, mas eu não vou ficar perto de você enquanto você age como aquela maldita. - falei de longe e Rebekah me puxou para dentro do bar.

A loira sorria abertamente por me ter só para ela. Nos sentamos com os Mikaelson e eles iniciaram uma conversa. Damon ficou do lado de fora com Elena. Dei de ombros e comecei a brincar com minha bebida, suspirei e bebi um pouco. Eu não estava de bom humor.

– Vou para casa. - anunciei, deixei a conta para Klaus pagar e fui embora andando.

Cara que dia chato. Que noite tediosa. Com tanto vampiro louco e assassino para me pegar eu fico aqui de bobeira, sem nem ser sequestrada. Esse mundo sobrenatural já foi muito agitado antigamente, bons tempos.

Uma buzina soou ao meu lado e entrei no carro sem nem ver quem era, Klaus abriu um sorriso e iniciou uma conversa "amigável" ao seu ver. Trocamos insultos discretamente.

– Olha só... - apontou para um quadro quando chegamos em sua casa.

– Que coisa é essa? - ele me olhou ofendido.

– Sou eu amor. - virei o rosto envergonhada.

– Desculpe. - dei uma risada nervosa - Por onde você andou Niklaus? - olhei as pinturas de vários locais turísticos.

– Por todo o mundo. - falou orgulhoso.

– Gostou de algum lugar em especial? - sentei ao seu lado olhando alguns de seus desenhos.

– New Orleans. Pretendo voltar e me estabelecer por lá. - bebeu o vinho de sempre.

– Daqui cem anos? - o olhei, só poderia ser.

– Não tanto assim, as pessoas vão reparar que eu não envelheço. - enrolou uma mecha de meu cabelo.

– Hum. - resmunguei tomando o sorvete que eu havia o forçado a comprar no caminho - Você é bonitão... - o olhei de lado.

– Muito obrigado. - sorriu malicioso.

– Sempre foi assim? Na idade da pedra era todo mundo bonito também? - ele riu achando que eu estava brincando.

– Não. - optou por levar na brincadeira, ainda bem, se não eu morreria.

Ele novamente roubou meu sorvete dessa vez e eu desviei os olhos para seu pescoço, ele cheirava muito bem, deveria ser alguma parada vampira que me atraia para ele. Afinal diziam que os vampiros naturalmente puxavam suas presas mesmo que não intencionalmente, gente que pescoço.

Eu me senti completamente fora de mim quando aproximei meu rosto, senti Niklaus retesar imediatamente quando encostei meu nariz em seu pescoço quente, a pele era bem fina, talvez mais que o normal e eu associei isso como um ponto fraco vampírico. Pensei que ele me afastaria imediatamente, mas ele apenas ficou quieto e eu encostei meus lábios em seu pescoço enquanto sentia seu sangue correr formigando meus lábios, o pescoço era realmente um ponto fraco.

– Parada vampira? - sussurrei vendo sua pele arrepiar.

Sorri maliciosa, mas controlada. Que dor de cabeça.

– Sim. - sussurrou e virou o rosto para me encarar.

Os lábios de Niklaus estavam próximos aos meus, senti ele os encostar levemente e então fui para trás quando ouvi um barulho, estiquei as pernas e olhei Elijah entrar no ateliê enquanto nos olhava atentamente. Ele ajeitou a gravata e se sentou na poltrona de frente para mim enquanto me encarava atentamente, queria me dizer algo, mas o olhar que Klaus lhe dava parecia ser o suficiente para o fazer ficar quieto. Doce engano. Elijah não se intimidou, na realidade isso só o estimulou.

– Olá Sage. - sorriu - O que acha de dar uma volta?

Ergui os olhos na hora enquanto abria um sorriso.

– É claro. - me levantei - Vamos?

– Roubando minha amiga Elijah? - sua voz saiu dura e arrastada.

– Sage é minha amiga também. - abriu um sorriso malicioso - Deixarei ela em casa em segurança.

– Ela precisa trabalhar amanhã. - Niklaus olhou seu relógio - São 3:40 da manhã, onde irá a essa hora?

Poupei Elijah.

– Motel Niklaus. - resmunguei puxando Elijah - Ele é sempre possessivo assim com todo mundo? - perguntei quando entramos no carro.

– Sim, principalmente com você que é amiga dele por vontade própria. - começou a dirigir para fora da cidade.

– Qual o motivo para uma viagem dessas a essa hora?

– Vi o que iria acontecer, não vou impedir se você quiser, mas talvez seja melhor você manter a cabeça no lugar por enquanto. Uma hora ou outra ele fará você sofrer, acredite... ele é mais perigoso com as pessoas que ele gosta. Ele sempre machuca quem é mais próximo.

– Menos Caroline.

– Isso é porque ele não a tem de verdade. - me olhou atentamente e estacionou o carro.

– Nem a mim. - dei de ombros.

– Até quando? - não respondi, apenas me agarrei em seu braço quando sai do carro.

Elijah ficou em silêncio olhando para cima, acompanhei seu olhar vendo o céu brilhante lotado de estrelas em uma quantidade que eu nunca havia visto antes, deitei no capô do carro olhando o céu quando de repente vi um meteoro cortar o céu. Me sentei surpreendida, eu nunca havia visto isso. Acho que nunca nem olhei para o céu durante a noite.

– Obrigada. - sussurrei e o puxei para minha frente apoiando meu queixo em seu ombro.

Elijah segurou minha mão suavemente e eu senti o quanto sua pele era macia, ele suspirou e continuou com os olhos no céu enquanto víamos uma intensa chuva de meteoros se inciar.

– Não sabia se iria gostar.

– Nunca tive ânimo para olhar o céu. Acho que nunca nem olhei para ele durante a noite, não me parecia interessante. - tentei me manter longe de seu pescoço, mas... droga de vampiro.

– Bom saber que tive sucesso na sua primeira vez. - notei o tom malicioso e reprimi um sorriso.

– Obrigada por me livrar de problemas. - Elijah suspirou e eu pude perceber que ele sorria.

– Sempre que precisar.

– Mantenha seu pescoço longe dos meus lábios. - murmurei encantada e ele riu se virando para mim com um sorriso enorme.

– Sage você é muito estranha. - riu e nós voltamos a olhar para o céu.

~°~

– Não senhora, tira a mão caralho. - briguei empurrando a mulher para longe.

– Me devolve! - ela tentou pegar o último pacote de balas da minha mão.

– Mas não vai mesmo. Niklaus! - olhei para ele que me encarava entediado encostado no carrinho.

– O que posso fazer? - resmungou olhando a prateleira ao seu lado com uma careta.

– Mata ela. - falei o óbvio e a mulher me olhou com uma careta.

– Sage será... - o interrompi.

Inútil. Me seguiu até o mercado para me vigiar e não se disponibiliza nem para pegar um simples pacote de balas?

Chutei a mulher para longe que bateu em uma prateleira a derrubando, fiz uma careta e agarrei a mão de Niklaus o puxando para longe enquanto corria para a sessão de bebidas, peguei um refrigerante e seguimos para o caixa. Paguei tudo e corremos para fora do mercado enquanto alguns seguranças entravam correndo no mesmo.

Me joguei em seu sofá assim que entramos na casa, derrubei as sacolas e peguei o pacote de balas jogando para longe, eu nem gosto disso.

– Quando vai aceitar o contrato hein? Eu venci! - ergui o punho e ele se jogou na poltrona me encarando.

– Tenho assuntos para resolver antes querida. Não seja apressada, já está querendo fazer os híbridos logo para se livrar de mim?

– Algo assim né? - olhei o quadro medonho dele - Tira aquela coisa. - apontei.

– Sage você não manda aqui. - riu com diversão.

– Eu vou destruir o quadro e ai vamos ver se eu não mando mesmo. - o olhei em desafio e em meio segundo Klaus estava inclinado sobre mim no sofá apoiando uma mão no apoio e outra ao lado de minha cabeça.

– Você não fará isso. Minha casa... minhas regras. - mordi os lábios abrindo um sorriso malicioso enquanto ele me forçava a deitar.

– A casa deixou de ser sua no momento em que eu pisei aqui. - passei a mão em seu cabelo loiro - Nik... para um híbrido milenar... você é muito ingênuo! - mordi o seu pescoço suavemente e ele suspirou e então gritou de susto quando eu o mordi com força arrancando uma boa quantidade de sangue.

Soltei seu pescoço e ele se afastou me olhando completamente chocado, ri enquanto lambia os lábios limpando o seu sangue e ao invés de me matar ele apenas abriu um sorriso malicioso parecendo aprovar minha atitude semi-canibal.

– Foi um prazer te conhecer. - sorriu indo tirar o maldito quadro da parede.

Sim, eu domino esse Mikaelson.

~°~

Chutei Oliver para fora do sofá e voltei a arrumar a bagunça que estava na casa. Recolhi as garrafas e joguei no lixo, aspirei o pó e limpei o chão em seguida. Casa horrorosa, já estava mais do que na hora de reformar.

– Bom dia. - gritei lançando uma almofada em sua direção - Cata tudo que nós vamos vender todos esses móveis. - anunciei.

Na realidade eu já havia vendido, só faltava os compradores pegarem.

– Anda Oliver. - briguei o chutando de novo e voltando a pegar tudo.

– Já vou. - resmungou se levantando e vindo me ajudar.

– Alias sua amiga Rebekah ligou. Quer fazer compras. - sério que ele só me avisa agora?

Não me dei nem ao trabalho de ir trocar de roupa, apenas fui até o vizinho e peguei uma carona para a mansão Mikaelson e de lá fui com Rebekah até uma boutique. Fiquei ouvindo ela contar suas histórias enquanto me provocava, fiz careta e senti a impaciência me dominar.

– Você está me irritando! - gritei e Rebekah sorriu.

– Sério mesmo? Você está um saco hoje.

– Olha quem fala. - ela se virou irritada - O que Kol te fez?

–Nada. - resmunguei pegando uma blusa.

– Ta explicado. - a loira apenas recebeu um grosso cabide de metal no rosto - Ai que mania de arremessar coisa.

– Você ê uma vampira. Acha que eu sou louca o bastante pra chegar perto e te dar um tapa? Eu tenho um limite e minha loucura também. Sinto te desapontar.

– Um péssimo dia pra ficar perto da humana. - resmungou olhando para o enorme espelho na loja - O que você tem? E um vampiro nunca foi problema pra você. - lembrou-se de minha briga com Caroline.

– Mal humor. - falei fria vendo a loira erguer as mãos.

– Ok. Vadia e problemática. - bufei segurando as sacolas - Sabe de uma coisa? Depois que você chegou o Nik está mais manso... Ansioso por desvendar a sua mente louca, e se tornou a sua obsessão. Sabia que ele passa noites em claro lendo e relendo livros de psicologia? - a garota riu.

Meu celular tocou

– Vadia problemática falando. - ignorei a dor de cabeça.

Oi amor.– a voz de Klaus soou - Que história é essa?

– Rebekah. O que quer? - perguntei ácida e o hibrido riu suavemente.

Estamos selvagens hoje? Eu quero reaver alguns detalhes do nosso acordo.

– Vai aceitar? - apertei o celular.

Não, não ainda.

– Então o que quer?

Calma.– o loiro riu - faremos negócios?

– Sim.

Então me espere em sua casa amanhã, farei uma visita.– senti o tom malicioso e encerrei a chamada sem me despedir.

Bem... parece que agora é que os problemas irão começar.


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Notas finais do capítulo

Geente! Muito obrigada mesmo pelos comentários, a participação de vocês está sendo incrível! Já no próximo episódio as coisas irão deixar de serem tão "pacíficas" e os problemas já estão batendo na porta. Como Sage irá se comportar? Da pior maneira possível eu espero!
Esse foi um episódio mais descontraído para terem uma ideia de como funciona o relacionamento com a família e como eles estão aprendendo a lidar com a personagem, o Klau definitivamente está um pouco mais manso... mas isso é bem temporário mesmo, o mesmo para o Kol. Logo as coisas começam a esquentar e os ânimos irão mudar.
Em relação as postagens eu tentarei postar todos os dias, mas nem sempre será possível, então tentarei cumprir o prazo de dois dias para as postagens. Relembrando que a fanfic tem quatro temporadas e pooor enquanto a previsão e de cerca de 75 capítulos ao todo. Ou seja, com todas as temporadas. Creio que eu já tenha 60 capítulos prontos, não sei ao certo. Então vai demorar pouco mais que dois meses para finalizar ela. Coisa que eu já deveria ter avisado a vocês a um bom tempo!
E estou sinceramente pensando em iniciar outra fanfic para controlar a ansiedade, essa seria postada com menos frequência por ser menor, mesma categoria, mas com uma história super diferente. Veremos, pois quero ter certeza que uma fanfic nova não irá atrapalhar o desenvolvimento dessa.
Beeeijos!



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