Perseu o herdeiro de pã escrita por Thalia Jackson


Capítulo 3
Percy




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Tudo que consegui fazer foi chorar. Chorei pela morte de Astorleu, que por mais que fosse improvável era meu melhor amigo, chorei por ele ter morrido pelas mãos do meu pai, e chorei por Poseidon (ou netuno tanto faz) ter ameaçado me matar.

Mas então me toquei que agora estava sozinho, e chorar não iria adiantar. Ergui-me e me pus a analisar onde estava. Cheguei à conclusão que se tratava do vale das musas próximo ao monte hélicom. Tratei de buscar um local seguro para passar a noite.

Caminhei ate o pé da montanha onde tinha certeza que encontraria uma caverna segura, e estava certo chegando lá logo localizei meu abrigo, uma caverna segura onde poderia passar a noite. Não parecia habitada então tratei de entrar. Estava frio lá fora, por conta disso reuni pedaços de madeira e os trouce para dentro com o objetivo de fazer uma fogueira. Serviço feito, eu sentei-me próximo a ela.

Já era tarde da noite, e eu estava extremamente cansado, mas a cada vez que fechava os olho as imagens do que ocorreu no salão do trono voltavam a minha mente. Lembrando-me d que não tinha mais casa, nem família e de que todos queriam me matar. Minha única saída seria viver nas florestas entre a Grécia e Roma, pelo menos por enquanto ninguém saberia da minha existência.

Quando a lua alcançou seu ponto mais alto no céu meus olhos pesaram e entrei em um sono profundo.

Não conseguia ver nada além de escuridão. Milhares de vozes falavam em minha mente, chegando a me doer a cabeça, tentei tapar os ouvidos mais de nada adiantou. Aos poucos uma se sobrepôs as outras, eu a reconhecia, era a voz de Astorleu.

—Perseu vá ate a floresta sagrada de Tibur, na encosta leste da montanha de Sinatra encontraria uma caverna de iluminação verde sutil. Entenderia do que se tratava quando chegasse lá.

Acordei com os raios de sol dançando em minha face, minhas costas estavam levemente doloridas por dormir no chão e a fogueira já havia se apagado.

Meu próximo objetivo seria a floresta de Tibur, e já que é uma floresta sagrada eu não poderia usar meus poderes para viajar, logo teria de ir a pé. Seriam cerca de dez horas de viajem ate a floresta. Respirei fundo para tomar coragem e iniciei uma caminhada que prometia mudar minha vida.

Já era por volta das 16:oo HS quando reencontrei o mar, aquela imensidão azul que um dia fora minha casa, me doía o peito olha-la pois me lembrava de tudo oque aconteceu. Lagrimas rolaram pelo meu rosto quando me lembrei da imagem de meu antigo instrutor inerte.

—vão pagar Astorleu. Eu juro que vão pagar pelo que nos fizeram—eu murmurei limpando minhas lagrimas.

Virei o rosto e caminhei pela praia indo em direção ao cabo oeste da baia de Aquiles. O passei com facilidade e me surpreendi ao encontrar uma das mais belas paisagens que já vi ou poderia imaginar ver.

Podia-se facilmente ver que estava na primavera, pois a floresta temperada erguia-se majestosa com suas cores vibrantes e aromas suaves. Dava para sentir em cada musculo do meu corpo que aquele era o único lugar que encontraria paz em meio a tanta turbulência. Paz esta que se apossou de mim assim que pus os meus pés lá.

Podia-se ouvir os pássaros cantando ao longe e o leve som do gorgolejar nascente de água cristalina onde pequenos animais se hidratavam e corriam ate sumir em meio a vegetação colorida da estação.

Fiquei em êxtase por algum tempo, fascinado com tamanha beleza e suavidade, ate que passos apreçados me tiram do trance.

Em meio às árvores surgiu uma garota pequena e delicada que aparentava ter entre quatorze e quinze anos. Sua cor era branca levemente esverdeada, uma ninfa, seus cabelos eram castanhos e cacheados, suas feições eram suaves mais possuíam uma expressão de urgência e voracidade.

—Perseu?—ela recitou em duvida, apenas assenti surpreso por ela saber meu nome—me chamo Achila. Devido às circunstancias ouve uma mudança de planos, eu irei acompanha-lo ate a caverna.

Apenas assenti e Achila se virou, ainda que eu estivesse curioso, ela parecia preocupada demais para responder perguntas. A ninfa meguiou em direção ao monte Sinatra e eu a acompanhei deslumbrado com tamanha beleza dos locais onde passávamos. Ora clareiras floridas com arvores coloridas as rodeando, ora riachos rasos onde pequenos animais silvestres caminhavam e deliciavam com tal frescor.

O sol já estava se pondo quando chegamos à base da montanha. Passamos mais 10 minutos escalando ate alcançarmos a caverna. por um curto minuto me virei e tive a mais bela visão do pôr-do-sol que já encontrei em toda minha vida. Mas fui atraído para dentro da caverna.

Como nas instruções de meu sonho a caverna possuia iluminação verde sutil, esta que vinha de um ponto mais adentro. Havia também tentáculos verdes que se olhasse atentamente podia notar que eram na verdade cipós que se moviam como um canal, um fluxo constate de vitalidade.

No centro da caverna havia uma cama de folhas e flores entrançadas onde um velho sátiro descansava.

—Perseu—ele disse com sua voz fraca e cansada—aguardei durante muito tempo sua chegada.

—Quem e você?—perguntei deslumbrado com toda magia e encanto existentes naquele local.

—eu sou Pã, o senhor da natureza.


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Notas finais do capítulo

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