Ascendentes escrita por KillerFrost


Capítulo 4
Capítulo 4




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Anna estava em um lugar fechado, porém luminado. Haviam...pássaros voando a procura de uma saída, mas sem encontrar, batendo assim na janela.

– Anna, acorde. Chegamos. Finalmente chegamos.- disse uma voz que Anna teve uma profunda preguiça de procurar reconhecer, apesar de saber que conhecia.

'É um sonho. Quando acordar, vou estar em meu quarto de novo, com Jason puxando meus pés.' pensou Anna.

– Anna, se você não acordar, vou gritar bem alto no seu ouvido.
Anna nem se movera. Mas logo em seguida se arrependeu.
A voz realmente gritou. E foi alto. Houveram minhares de "cala a boca!" pelo ônibus.
Anna acordou assim que ouviu o grito.
– Seu retardado!! Pra que isso?!- disse Anna, dando tapas no ombro de James.
– Para você acordar. E deveria me agradecer. Se eu tivesse saído e te deixado aqui, o motorista teria ido embora com você dormindo.
– Então obrigada por quase ter me deixado surda, bastardo.
Anna sentiu vontade de James levar um bom castigo pelo que fez. Sem saber como, um jato de água caiu na cabeça do garoto, e Anna dera uma risada sarcástica.

Ela se levantou, mas na mesma hora quase sentiu suas pernas cedendo. Ela se apoiou nos ombros de James para não dar de cara no chão.
– Passamos muito tempo sentados. Acredite, minha reação foi a mesma. Pena que eu não tinha nenhum ombro para me apoiar então caí mesmo.- disse James, ajudando Anna a sair do ônibus.
– Acho que nunca fiquei tanto tempo sentada.- comentou Anna.

Os dois andaram com o resto do grupo, e tanto Anna quanto James ficaram surpresos ao ver que haviam mais dois ônibus que haviam chegado.
– Você acha que tem tantos alunos na escola assim?- perguntou Anna.
Um garoto que parecia ter 14 anos loiro de olhos castanho chegou perto do dois e disse:
– Com certeza. A Supreme Academy tem milhões de alunos. Realmente vários. Ela é enorme. Quando chegarmos vocês irão ver.
– Fica muito longe?- perguntou James.
– Fica um pouco. Para os alunos do primeiro ano, o primeiro dia de aula vai ser mais cansativo. Enquanto os dos demais será apenas chegar na escola, jantar, arrumar as coisas, e aí quando terminarmos, poderemos passar pelo pátio como sempre fazemos.
– Como assim, cansativo?- perguntou Anna. Ela não estava com um pingo de sono, mas detestava coisas entediantes, e para ela era isso que cansativo queria dizer.
– Durante o primeiro dia de aula, a área reservada da Supreme fica ocupada por um grupo de pessoas que darão tudo que vamos precisar durante o ano. Os alunos que não estão no primeiro ano apenas pegam o material e os uniformes. Já os demais tiram a foto, fazem a marca, pegam tudo que vão precisar e assinam uma papelada.- disse o garoto. Parecia que tinha engulido um livro e que agora estava o vomitando.
– Nossa, bem cansativo.- disse Anna.
– A vai, não é uma papelada. É um documento. Para de assustá-los!- disse uma menina que aparentava ter a mesma idade do outro.

Eles andaram mais 10 minutos, seguindo o grupo. O lugar que seguiam era um grande matazal, e agora que já era noite, ficava difícil de andar no escuro.

Finalmente, depararam-se com um edifício. Um edifício enorme. Realmente enorme. Enorme ainda era pouco para descrever seu tamanho. Os alunos do primeiro ano agiram como se fosse o maior prédio que já viram.

– MUITO BEM, ALUNOS!! O MEU NOME É SR. HERALDO. ACREDITO QUE A GRANDE MAIORIA DAS PESSOAS QUE ESTÃO PRESENTES ME CONHECEM, MAS OS NOVOS ESTUDANTES DE NOSSA ESCOLA NÃO. EU GOSTARIA DE INFORMAR QUE O GUIA DOS NOVOS ALUNOS SERÁ O SR. TEENER. SIGAM COM ELE EM SILÊNCIO E OUÇAM TUDO QUE ELE TEM PARA FALAR!! ENTENDIDO?- anunciou um senhor mais velho que parecia ser o diretor.
Todos os alunos responderam sim, em únissono.

Todos os novatos seguiram o Sr. Teener, como foram informados. Ele caminhou em direção a escola, e parou em um lugar com vários bancos, onde os alunos se sentaram.
Anna se sentou ao lado de James e deu uma garota de cabelos castanhos claros, quase loiros.
Ao ver que Afrodite, a menina chata do ônibus, estava cursando o primeiro ano, Anna se sentiu completamente desanimada.

– Muito bem. Vocês são muitos. A primeira coisa que farão ao chegarem é a Marca. Essa marca vai ser a prova de que são Ascendentes e de que realmente frequentaram a Supreme Academy. Será como uma tatuagem, porém o processo vai ser diferente. Depois, pegarão os uniformes, os vestirão e vão tirar uma foto. Depois, vão assinar um documento e dar uma amostra de DNA, que será sangue. Logo depois vão pegar seus materiais escolares, e entrarão na escola para jantar e ir dormir.- disse o Sr. Teener.

A garota ao lado de Anna estremeceu ao ouvir a palavra 'sangue'.
– Tudo bem?- perguntou Anna. Mesmo tendo James, queria fazer mais uma nova amiga.
– Mais ou menos. Morro de medo de agulhas.- disse a menina, se levantando.
– Mas vai ser só uma gotinha. Eu já me furei com agulhas várias vezes de propósito.
– Ai! Qual é o seu nome?
– Annabella Hardlick. Mas me chame da Anna.
– Sou Melissa Roth.
– Posso te chamar de Mel?
– Não. Ou de Melissa, ou de Lissa.
– Tá bem, Melissa. Como ia dizendo, é só uma picadinha.
– Mais a picadinha doí.
– Não dói. Fica tranquila.- disse Anna, tentando acalmá-la.

– Atenção! Eu quero fila única! O processo para fazer a Marca não vai durar mais que 5 minutos.

Anna, Melissa e James estavam no final da fila, com só 5 pessoas atrás deles. A cada 5 minutos, a fila andava. As vezes 3, e em algums casos apenas 2.

– James, está é Melissa. Melissa, este é James.- disse Anna fazendo os dois apertarem as mãos.
– Em que ônibus você estava?-James, com os cabelos já secos da 'vingança' de Anna, perguntou.
– Três. E vocês?- Melissa respondeu.
– Anna, em que ônibus estavamos?- disse James, virando a cabeça para Anna
– Sei lá, não olhei.
James olhou para Melissa novamente e respondeu a mesma coisa que Anna.
Eles doram conversando sobre algumas das coisas que viram no ônibus. Mas Anna foi deixando seus pensamentos a distanciarem da conversa de seus dois amigos.
Ela observou o prédio. Para falar a verdade, os prédios. Haviam dois.
– Por que há dois prédios tão grandes?- perguntou Anna, baixinho, sem esperar que alguém a respondesse.
– Um é o dormitório dos alunos. O outro é onde tem as aulas.- respondeu Melissa.
– Como sabe disso tudo?- James pergunto.
– Sentei com uma menina do quarto ano no ônibus, ela me contou.
A vez de Anna chegou.
– Boa sorte.- desejaram James e Melissa.

Anna se sentou em uma cadeira e uma moça com algo que parecia ser um carimbo em sua mão se aproximou.

– Onde vai querer?- ela perguntou, brava.
– Quê?
– A marca. Onde vai querer?
– Ahh, acho que...na mão.
– Tem certeza?
– Qual o melhor lugar?
– Em qualquer lugar.
– Tá. Mas qual?
– Menina, eu não tenho o dia todo! Decida-se!
Anna pensou com rapidez.
– No pescoço.- falou decidida.
– Okay. Tire o cabelo e incline a cabeça para a direita.
Anna fez isso, e a mulher colocou o aparelho na lateral de seu pescoço. Não ficou muito tempo. No máximo 5 segundos. Ela retirou o aparelho, e Anna sentiu o lugar em que foi feito queimar.
– Isso é normal. Pegue os uniformes e vista-os. Qual é seu manequim?
– M.
– Calça?
– 38.
A mulher entregou-a um pacote com roupas pretas e brancas.
– O vestiário fica por ali.- disse a mulher, apontando para a direita.

Anna seguiu e foi para o vestiário feminino, que também era bem grande.
Haviam, por mais que fossem apenas duas cores, várias opções de peças. Saias, vestidos, calças, camiseta, shorts, casacos e até sobretudos. Apenas Afrodite para reclamar.
Anna escolheu uma blusa básica branca e uma calça preta jeans. Também um casaco preto, pois estava frio lá fora e Anna ainda não sabia como se esquentar com o o poder de fogo.

Obviamente, Afrodite reclamava sem parar das roupas.

– Preto e branco! Isso não é nada estiloso! Aposto que essas pessoas adoraram! Se soubessem ao menos o quanto são ridículas!

Se Anna já não ia com a cara da menina pelo que ouviu no ônibus, agora já a detestava. Sua vontade era de chamar a garota de ridícula, pois era isso que ela era.
Uma bomba de terra explodiu na cabeça de Afrodite, a sujando inteira.
Algumas meninas riram, outras foram ajudar Afrodite a se limpar.
De alguma forma, Anna sabia que a bomba não viera apenas dela. Afrodite reclamara tão alto, com um tom de nojo e superioridade, que Anna poderia apostar que mais alguém teve a mesma vontade.

Anna saiu junto com Melissa, rindo.
– Bem que ela mereceu, não é?- perguntou Anna.
– Sim. Aquela garota é insuportável! Ela foi andando comigo até o lugar onde paramos. Só reclamava!
– Então, onde fica sua Marca?- perguntou Anna.
– Na mão.- disse Melissa, mostrando.
Era um simbolo parecido com o infinito, mas eram dois losângulos.
– Onde fica a sua?
– No pescoço.- respondeu Anna, mostrando.

As meninas se encontraram com James, que vestia uma camiseta branca e uma calça preta.
– E aí, como vão?- perguntou James.
– Bem. A minha fica no pescoço. A de Melissa na mão. E a sua?
– Ombro.

Eles andaram um pouco até chegarem um uma fila igualmente grande a outra. Mas dessa vez, eram os primeiros. Melissa foi a primeira. Ela sentou, sorriu e bateram a foto. Ela assinou um papel, e a moça que estava monitorando a fila pegou uma agulha.
– Não vai doer. É uma picadinha.- disse ela, espetando a agulha no dedo de Melissa, que parecia que ia chorar.
Melissa colocou o dedo do lado de sua assinatura, e a moça deu a ela um algodão para limpar o sangue.
Chegou a vez de Anna.
Ela sentou, sorriu e bateram a foto.
– Assine.- disse a moça.
Anna assinou, e a moça pegou a agulha. Ela espetou no dedo de Anna, que colocou o dedo do lado a assinatura, deixando uma marca de sangue. Ela pegou um algodão para limpar o dedo.
– Onde eu pego o material?
– Ao entrar na escola, prédio dos dormitórios, uma professora vai lhe entregar.
– Okay.

Anna seguiu com Melissa, que estava mais calma do que antes.
– Doeu?
– Não.

Elas foram até o prédio dos dormitórios, onde o térreo era o refeitório da escola. Era como o refeitório da escola de Anna, com várias pequenas mesas e as comidas eram self-service.
Em uma mesa com uma pilha de sacolas com livros, se encontrava uma mulher os distribuindo. A essa altura, as garotas já estavam acompanhadas de James, que segurava um pedaço de algodão em seu dedo.

– Aqui está.- disse a mulher, dando uma mala pesada para Anna carregar. - Tenha um bom ano letivo.
– Obrigada, senhora.
– Tome. A chave de seu dormitório.- disse ela, entregando a Anna uma chave com o número 89.
– Obrigada novamente.
– Agora eu vou ao dormitório, ou vou jantar?
– Jantar. Pode pegar sua comida.

Anna foi a bancada, pegou uma bandeja, e serviu-se de carne e arroz, com um suco de mirtilo.

Ela sentou em uma mesa e chamou Melissa e James.
Eles se sentaram, e começaram a comer.
Ao dar a primeira garfada, Anna sentiu que havia provado a melhor comida de todas.
– Nossa! É deliciosa!- exclamou, e James e Melissa assentiram.
Não falaram absolutamente nada enquanto comiam, pois queriam saborear a comida.
Ao terminar, Anna perguntou aos dois amigos:
– É para ir de escada, ou elevador?
– Elevador. Esse prédio tem não sei quantos andares.- respondeu Melissa.
Ela se levantou com a amiga, enquanto James ainda comia.
– Tá muito boa, né?- disse Melissa.
– Sim.- disse James.
– Anna, acho que vou pegar uma sobremesa. Quer?- perguntou Melissa.
– Não, valeu. O dia foi realmente cansativo. É melhor eu ir dormir.
– Anna, você dormiu durante a viagem de ônibus.- disse James.
– É, eu sei. Mas é para começar o próximo dia bem disposta, não? E se eu não conseguir dormir, posso dar uma olhada nos livros.
– Tá bem. Boa noite.- disse Melissa, seguindo para a bancada, pegando a sobremesa.
– Boa noite, Anna.- disse James.
– Noite.- respondeu.

Ela pegou a chave e foi até o elevador, apertando o número 8.
Depois de 3 minutos, a porta abriu e ela foi até a porta em que estava escrito: 89. Ela colocou a chave na porta, mas se surpreendeu ao ver que já estava aberta.
Uma menina abriu a porta para Anna.
– Oi! Sou Eve! Tudo bem, colega de quarto?- disse a menina, estendendo a mão.
– Sim.- respondeu Anna, sem graça retribuindo o aperto.
– Eu decidi deixar você escolher com qual cama que ficar.
– Obrigada.
O quarto era menor do que Anna imaginava. Tinham duas camas de solteiro, um banheiro, e duas penteadeiras. As coisas de Eve estavam no chão, como se esperasse Anna chegar para escolher a cama.
– Pode ser qualquer uma.- disse Anna.
– Tá bem.
Eve estendeu a mão e levitou suas coisas para uma das camas.
– Em que ano está?- perguntou Anna.
– Ultímo. Tenho 17 anos.
Ela parecia ter 15.
– Legal.- disse Anna, pondo suas coisas em cima da cama.
Ela arrumou suas coisas, pondo os livros na penteadeira e as roupas no guarda-roupa.
Colocou o pijama, escovou os dentes e deitou na cama.
Mesmo pensando que não iria dormir, foi apenas fechar os olhos que o sono veio.


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Notas finais do capítulo

Bem, este capítulo ficou maior do que os outros, simplesmente porquê tinha mais coisa para contar. E desculpe se ficou enrolado.



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