Depois de um maravilhoso voo matinal, os três (Soluço, Banguela e Rhuan) vão direto para casa do chefe. Soluço ainda continuava morando naquela casa mesmo, pois ele já estava acostumado a morar sozinho ainda mais com o filho, enquanto a sua mãe, Valka, voltou a morar com o marido há poucos dias. Ela certamente estava feliz por estar de volta, Soluço se lembrou da provocação que a mesma submeteu ao grande homem quando descobriu que o mesmo colocou a metade de seu peitoral no capacete dele. O jovem sorriu, eles realmente se amam.

Assim que chegaram na casa do chefe, entraram. Valka estava pondo o café na mesa, ela o olhou e sorriu. O mesmo também sorriu, Rhuan correu até ela e a abraçou, logo aparece a irmã de Soluço que deu um pulo em sua costa quase fazendo ele cair. Stoico apareceu no local, os dois se encararam até que o pai dele dá um abraço do jeito viking no filho e todos foram tomar café.

Pouco tempo depois, Soluço estava no telhado junto com Banguela. Ninguém estava ativamente procurando por ele, uma vez que teria chamado seu nome só quando viam as escamas negras de Banguela, pois os dois raramente eram distantes depois de tudo.

Logo o menino dragão se sentou rapidamente, tinha ouvido um som baixo e ele iria reconhece-lo em qualquer lugar. Um sorriso irrompeu em seu rosto quando ele pulou do telhado e sai correndo, alguns moradores se assustaram com súbito aparecimento do jovem. Já o mesmo não se importou com isso e continuou a correr com um sorriso no rosto, ele nem sequer se preocupou com o capuz por causa dos moradores que ainda não estavam totalmente acostumados com seus olhos.

Astrid estava afiando o machado enquanto conversava com a Heather e a Skyller, quando ouviram os gritos das pessoas e ela viu o Soluço correndo entre elas, sorrindo. O rapaz chamou atenção do Stoico que estava com a Valka e Rhuan, saindo do grande salão. Ele viu seu filho correndo em direção ao precipício só para saltar assim que chegou na beira.

— SOLUÇO! – gritou Astrid antes que Heather coloca a sua mão calmamente no braço da mesma.

Astrid olhou para amiga, a mesma mostrava um rosto calmo. Skyller se perguntava pular de penhasco era aleatoriamente uma coisa comum.

— Ele vai ficar bem – ela disse, logo ouviram um som de asas batendo que chamou a atenção de todos. A mão de Soluço foi em torno da perna de um dragão que batia suas asas para ganhar altitude.

Assim que estavam alto suficientes, ele chutou a sua perna no ar, fazendo o Soluço dar uma cambalhota no céu antes de pousar na parte de trás de outro dragão. Heather sorriu com a visão.

— Eles estão aqui! – fala Rhuan animado.

— Quem são eles? E onde eles vieram? – perguntou o chefe enquanto observava o Soluço que correu para pular nas costas de outro e desliza nas asas indo até o outro dragão.

— O ninho – diz mais uma vez o Rhuan – Eles chegarão!

— Pelo que sei, estes são os dragões que vivem com Soluço. Os dragões que o viram crescer, eles nunca iriam machucá-lo ou deixá-lo cair.

Todos da aldeia estavam olhando para a exibição, era como assistir uma criança a cumprimentar todos os parentes favoritos. Soluço dava boas vindas e acariciava cada um deles, a saudação foi quase como uma dança. De uma forma que era, Soluço foi fazendo o seu caminho cada vez mais alto no ar. Os dragões auxiliavam o seu assentimento, um par de Typhoomerangs* ajudava-o no último caminho antes de Soluço apontasse para baixo e gira seu corpo enquanto descia. Os dragões começaram a fazer o mesmo que ele.

O Typhoomerang interrompeu ao ouvi o som do assobio revelador, Banguela vinha na direção de seu amigo que o mesmo agarrou a sela e assim o dragão negro bati de volta para o céu junto com Soluço, a velocidade do réptil alado não abranda em tudo. Soluço puxou-se para sela durante o voo.

Astrid ainda não tinha sido capaz de vê-los voar como este. Os movimentos de Banguela e Soluço eram misturados à medida que mergulharam e giraram no ar, saudando todos os seus amigos e juntando-se no céu, parecia uma dança.

O sorriso só parecia crescer no rosto de Soluço quando reconheceu os dragões com suas próteses. Alguns deles virou-se para desembarcar na ilha, depois de ter recebido Soluço e Banguela. Bocão já estava olhando sobre o trabalho com um espanto.

— Quem fez tudo isso? – ele perguntou olhando para uma asa de um pesadelo monstruoso.

— Meu pai – diz Rhuan que estava com seu pequeno dragão no ombro – Ele me contou quando tinha dez anos, ele descobriu um navio mercante que estava em terra. Tinha vários materiais para uma forja, ele decidiu que iria aprender o oficio e, em seguida, ele começou a fazer isso.

— Ajudar os dragões dessa idade... – disse Astrid sorrindo. O machado que o Soluço tinha feito, nunca deixou do seu lado, na verdade, foi amarrado em suas costas.

— Pois é... – Valka olhou para Astrid – Acredito que você tenha o visto trabalhar em algo uma vez, né?

O rosto da jovem guerreira ficou escarlate, Heather e Skyller a olharam curiosas.

— Ahn... – ela estava tentando lembrar, mas a única imagem que veio em sua mente foi Soluço se virar e vê-lo sem camisa – Não... havia apenas outras coisas muito mais interessantes para olhar...

Heather e Skyller se entreolharam e logo dão um sorriso maroto para jovem guerreira.

— Se fosse uma forja como o meu eu duvido disso – fala Bocão.

Cabeça Quente chegou perto da loira guerreira, sorrindo e a cutucou com o cotovelo.

— Você estava distraída por um homem selvagem com olhos de dragão? – ela perguntou – Ele parece muito magro para um viking e...

— Ele tem musculo! – Astrid a segurou pelo casaco – Não tem nenhuma gordura nele para esconder sua força! – ela cobriu a boca percebendo o que tinha acabado de dizer.

— Sabia! – diz a Cabeça Quente – Você o viu sem camisa e, provavelmente, todo suado né? Eu o ouvi falar com Bocão sobre Ferro Gronkle e aposto que isso exigir uma temperatura muito mais muito quente, ou seja....

Astrid olhou para o lado, querendo encara alguma coisa. Mas o Banguela desembarcou no mesmo local que ela olhava e Soluço pulou fazendo o seu caminho em direção a jovem guerreira, com um sorriso ainda estampado em seu rosto.

— Venha voar comigo! – ele segura a mão dela sem dá tempo para mesma responder.

— Astrid lembre-se da profecia, é melhor você conquistá-lo antes que alguém o faça! – Cabeça Quente chamou atenção da jovem, assim que ela subiu atrás de Soluço e colocou os braços ao redor da cintura dele. Soluço claramente não ouviu a Quente, pois ele estava muito animado e começou a pontar os diferentes dragões para Astrid.

O jovem se lembrava de alguns nomes, Astrid sorriu olhando para os diferentes répteis alados. Sua excitação era contagiante, ela ainda estendeu a mão para um Transformasa que estava nas proximidades e logo o mesmo ronronar com carinho dado. Uma risada escapou dela quando a mesma olhou para cima, os dragões estavam voando em círculo preguiçoso sobre a vila que se estendia sobre o mar. Astrid olhou para o mar e viu dragões saltando da água e espirravam de volta para baixo.

Eles ficaram um pouco mais no céu antes de voltarem para o penhasco novamente, Soluço desmontou e o seu filho correu até ele que o mesmo pegou no colo.

— Nuvem! – fala o garotinho assim que o dragão pousou perto da Valka, dando-lhe uma cabeçada amigável nela.

Soluço estava perto do dragão e o cumprimentou, Rhuan fez a mesma coisa só que um pouco diferente, pois ele o abraçou na pata do dragão.

Stoico olhou para o dragão com cuidado, este era o mesmo dragão que levou Soluço há doze anos atrás. O dragão parecia amigável com seu filho enquanto o mesmo deu uma tapinha carinhosa.

— Esse foi o dragão que levou você – o chefe se lembrou.

— Ele poderia trazer-me de volta se eu pedisse – fala Soluço.

— Então, por que não voltou?

— Eu temia a reação que o senhor teria de mim e também achei melhor não voltar para Berk, pois... – ele rir nervoso e logo sorrir triste – E como poderia o Stoico, o Imenso, maior de todos os vikings aceitar seu filho com os braços abertos, quando esse filho tem os olhos de um dragão?

— Ele aprende a benção que o filho dele realmente é – Stoico respondeu olhando para o Pula-Nuvem novamente – Nós vamos precisar de uma casa maior, não é?

Valka riu antes de olhar para o céu. Os dragões estavam se tornando mais organizado em seu voo, o olhar de Soluço e de Astrid foi para o mar, que em seguida, ouviram o som de algo grande. O som chamou atenção dos moradores que logo olharam para a exibição deslumbrante acima de suas cabeças.

— Stoico, este é o dragão que verdadeiramente salvou Soluço – diz Valka – O dragão cujo o seu sangue corre nas veias. A Besta Implacável.

Os gritos dos aldeões soaram quando olharam para o dragão gigante. Soluço apenas se ajoelhou, inclinando a cabeça. Os dragões seguiram o exemplo, Stoico olhava como todos os dragões em Berk parecia mostrar respeito ao grande dragão.

— Ele é o rei de todos os dragões – explicou Valka.

O Rei branco olhou para Soluço e riu.

— “É bom ver você de novo”— ele soprar um ar gelado sobre o menino.

Soluço ficou rindo enquanto tirava a neve de si mesmo.

— “Bem-vindo à Berk”— diz ele apontando para aldeia – “Onde eu nasci e aquele é o Stoico que está do lado da minha mãe”.

A Besta Implacável olhou para Stoico e inclinou a cabeça em saudação. Valka cutucou o marido.

— Bem, vá dizer Olá – ela pediu.

O chefe de Berk avançou com cuidado.

— A Besta Implacável né? – ele perguntou chegando a ficar ao lado de Soluço. Ele olhou para o filho que se encontrava relaxado e até mesmo radiante de felicidade – Eu sou capaz de ver meu filho de novo graças a você – Stoico estendeu a mão e colocou-o em uma das presas brancas – Obrigado.

O Rei branco sorriu antes de enviar outro sopro de ar gelado para os dois.

— Eu acho que ele gosta de você – Soluço disse enquanto tirava neve de si mesmo.

Stoico piscou antes de deixar escapar uma risada.

— Então ele é bem-vindo para visitar a qualquer hora ou até se ele quiser – chefe fala – Embora não sei onde ele poderia ir na ilha.... ela é quase tão grande quanto ele.

— Eu conheço um lugar! – Soluço monta em Banguela – Estaremos de volta em breve.

Logo depois, os dragões foram desembarcando na ilha e começaram a procurar um local para descansar. Soluço começou a andar entre eles à procura de qualquer coisa que possa necessitar de ser corrigido.

Brisa de Verão desembarcou no espaço livre. Ela olhou para Astrid cuidadosamente antes de sair para encontrar um local ensolarado, a multidão se afasta para deixa-la passar confortavelmente. Todos eles olharam para a perna de metal que ela usava. Skyller ia se aproxima, mas a Astrid impediu.

— Ela não gosta de pessoas.

— Se ela não gosta de pessoas como ela conseguiu que a perna? – Perna de Peixe perguntou.

— Soluço é a única exceção – diz a jovem loira – Embora eu nunca o vi montar nela. Eu não acho que ela iria deixar qualquer um montá-la.

— Acha que alguém cortou a perna? – Skyller perguntou – E Soluço fez um novo?

— Sim – fala Astrid – Na verdade a perna foi a primeira coisa que Soluço fez. Pelo que ele me disse estava sendo difícil para o dragão pousar ou mesmo se mover no chão.

— Pobre dragão – diz Perna de Peixe.

Soluço se aproximou do grupo.

— Está quase tudo terminado só falta algumas coisas.

— Podemos ajudar? – Astrid perguntou.

— Certo – disse Soluço – Certifique-se de obter as articulações, que são os mais importantes.

*De noite*

Na enseada, Soluço e Heather estavam treinando enquanto Rhuan brincava com os dragões.

— Vamos Heather, não consegue me acompanhar? – ele rir enquanto se desviava de um golpe dela.

— Está achando engraçado, né? – ela dá um golpe nele, rasgando a camisa dele – Ops...

— Ah, qual é?! – Heather rir.

Pouco tempo depois, eles estavam sentados na grama, conversando e tomando rum que é uma bebida alcoólica. Rhuan estava dormindo junto com Banguela e Tesoura de Vento.

— Faz tempo que eu não tomo isso – falou Soluço enquanto tomava mais um. Heather riu.

— Não, só faz alguns meses – ela olha para Rhuan – Soluço, eu pensei muito no que você disse e...

Soluço olhou para morena esperando que ela terminasse a frase.

— Quero concertar o meu erro – ela fitou o chão – Quero conta a verdade para Rhuan.

— Tem certeza? – perguntou ele, sério.

— Quero fazer o certo e sei que isso não será fácil.

— Tudo bem, eu vou te ajudar – Soluço sorriu – Você... sabe o que eu sinto por você?

— A mesma coisa que sinto por você – eles riram e logo se levantam. Soluço pega o Rhuan e acorda o Banguela – Boa noite, Soluço.

— Boa noite, Heather!