O nascer do sol sobre as formações rochosas de Berk, iluminando a cada vegetação em sua frente principalmente nos arcos de pedra, o céu com alguns tons de alaranjado e roxos dando uma sensação de tranquilidade.

Tinham se passado uma semana desde daquela noite, Rhuan estava admirando o belo nascer do sol, ainda sonolento. Ele e seu pai, Soluço, estavam sentados em um pequeno penhasco a leste do Ponto do Corvo, seus pés pendiam desajeitadamente sobre a borda e com ambas as mãos atrás, o pequeno se inclinou para trás enquanto o seu pai continuou na mesma posição, deixando a luz do sol mergulhar nele.

Com mais dragões desembarcando em Berk todos os dias, as perguntas dos moradores vieram bombardeando o Soluço que agora era pouco visto. Banguela também estava com eles e comia seus “deliciosos” peixes com muita vontade.

Logo depois, Soluço, Rhuan e Banguela estavam no céu. Faziam acrobacias, rodopios e de vez em quando Soluço saltava pelos arcos rochosos, enquanto Banguela controlava sua cauda com um dispositivo que o próprio Soluço fez.

Rhuan sorria, ria e gritava animado, pois o garoto adorava tudo aquilo e gostava ainda mais quando passa o seu tempo com o pai. E o Soluço sorria torto enquanto olhava para o garotinho que estava se divertindo muito com ele. O jovem sabia da história de Rhuan e o mesmo não tinha culpa do que aconteceu no passado de Heather.

E falando da Heather, ela estava na floresta, alimentando o seu dragão Tesoura de Vento. Ela olhava para céu e logo viu um vulto negro passando rápido com um som de risadas e gargalhadas. A mesma sabia o que era e quem era, ela sorrir pois sabia que seu menininho estava muito feliz e adorava ouvir as risadas deles, ela queria contar para o mesmo que era sua mãe.

Porém, Heather tinha medo pois o que ela fez com o pequeno, a mesma acha que não merece perdão. Rhuan não tinha culpa do que aconteceu com ela e a mesma sabia disso, Heather se lembra perfeitamente de seu passado.

Flash Black On.

Estava um dia ensolarado, a brisa fresca atingia calmamente no rosto da jovem que olhava para aldeia pela sua janela. Ela estava com seu cabelo negro solto e sorria até que sua mãe a chame para tomar café, a mesma fez uma trança e logo desce para o café.

— Bom dia, mãe e pai! – disse ela dando um beijo neles antes de sentar.

— Bom dia, Heather! – disseram eles sorrindo.

Depois do café, Heather foi ajudar a sua mãe com alguns suprimentos para sua loja. Seus pais eram comerciantes e ela os ajudava em quase tudo, quando estava preste a pegar uma das caixas, a mesma caiu espalhando os repolhos no chão. Rapidamente, Heather vai juntando um por um e quando ia pegar outro repolho, uma mão surgiu em sua frente.

— Quer uma ajuda? – ela olhou para o rapaz e sorriu.

— Sim, aceito a sua ajuda Dylan – o rapaz sorriu e ajudou a Heather.

Dylan era um dos três filhos dos líderes, ele tem 14 anos e era dois anos mais velho que ela que tinha 12 anos. Dylan gosta muito dela mais do que amigo, ele era muito tímido para dizer isso a ela, porém Dylan estava determinado a falar com ela. Seu cabelo era ruivo e seus olhos era castanho claro quase da cor de mel.

Assim que terminaram de juntar todos os repolhos no chão, Dylan a convidou para dar uma volta com ele pois o mesmo queria se declarar para ela. Heather sorriu e aceitou o convite, ela foi até os pais e os mesmos a deixaram.

Eles saíram da loja e foram passear, durante o caminho, eles conversavam e de vez em quando faziam graça um com outro até chegaram em um penhasco e ficaram ali conversando até que chega a hora do sol se pôr, e também era esse momento que ele se declararia para ela.

— Heather – ele a chama e a mesma o olha – Eu quero dizer algo... – ela assente para que o mesmo continue – Desde que nos conhecemos, eu senti algo por você e não sabia o que era. Mas, com passar dos tempos, senti isso crescer cada vez mais em mim quando estou com você e descobrir o que eu estava sentindo era amor. Eu amo você, Heather! Não existe nada em mim que não seja totalmente apaixonado por você! Eu te amo, Heather!

Heather estava emocionada, pois ela também sentia a mesma coisa por ele, mas achava que ele a considerava como uma amiga. Agora, ela sabia que estava enganada.

— Dylan, desde que nos conhecemos também senti algo e quando descobri já era tarde demais, pois estava apaixonada por você e eu te amo – ele sorrir e aproxima o seu rosto do dela.

Quando estava preste a se beijaram, houve uma explosão e gritos de pessoas desesperadas. Heather e Dylan olharam em direção a aldeia e arregalaram os olhos, estava tendo uma invasão surpresa. Homens e mulheres estavam na batalha, a cada parte da aldeia estava em chamas. Os dois correram para lá, Heather estava chocada para poder falar ou comentar a situação, preocupada com seus pais adotivos. Sim, ela sabia que era adotada, mas ela os amava.

Inúmeros navios desconhecidos circulavam toda a ilha. Os invasores lançaram uma chuva de flechas com fogo nas pontas em direção as casas, nos navios e atingindo alguns vikings de sua aldeia. Heather corria e procurava os seus pais até que os achas, mas não pode fazer nada a tempo pois viu um dos invasores enfiando a espada na barriga de sua mãe e logo um machado separando a cabeça de seu pai do corpo.

A jovem gritava horrorizada com aquilo, Dylan tinha se separado dela para procura os seus pais que também estavam na batalha até que ele ouviu a voz da Heather, o jovem a procurou com os olhos. Heather estava de joelho no chão, perto de seus pais e chorava muito com a morte deles, a jovem olhou para espada de seu pai e a pegou. Correu em direção de uns invasores, fúria e com muito ódio, querendo se vingar da morte deles. Porém, Dylan a impediu.

— Heather, tem que sair daqui!

— EU NÃO VOU SAIR DAQUI, SEM ME VINGAR DELES! ELES MATARAM OS MEUS PAIS! – grita ela furiosa.

— A ALDEIA ESTÁ PERDIDA! TEMOS QUE SAIR DAQUI E NÃO QUERO TE PERDE! – gritou Dylan, olhando para muitos edifícios queimados e as dezenas de navios causavam lançavam bolas de fogo, causando o caos e desastre. Heather tentava não chorava e a mesma coisa estava acontecendo para Dylan.

Logo os dois correram para floresta, mas sem perceberem eles estavam sendo seguidos por um grupo de invasores. Heather não queria olhar para trás até que ouviu Dylan gritar, ela o olhou e viu que ele tinha sido atingindo por uma flecha em sua costa.

— Dylan! – ela se aproximou dele, mas algo a segurou e a puxou para si.

— Ora, ora, que bela moça você é – o homem acaricia o rosto dela e quando passa o dedo na boca da jovem, a mesma tentou morde-lo – Pelo visto é perigosa, eu gosto disso – ele sorrir maléfico e a mesma fica apavorada.

— Solta ela! Agora! – disse Dylan tentando se levantar, mas logo levar um chute na barriga e mais um chute, mais outro.

— Parem! – Heather gritou, mas eles não se importaram – Parem, por favor!

— Acabem com ele enquanto eu vou diverti com essa jovenzinha aqui! – fala o homem. Heather tentou se solta, ela estava com medo, muito medo. O homem a levou mais afastado da floresta.

Ele a jogou no chão e logo ficou em cima dela.

— Agora, vamos brincar – ele sorrir malicioso e ao mesmo tempo maligno.

— Não! Não, por favor! NÃO!

Pouco depois, Heather estava chorando silenciosamente, ela tinha perdido tudo naquele dia, seus pais, sua aldeia, seu amor e sua dignidade. Tudo.

Flash Black Of.

Heather estava arrependida, ela culpou a criança que não tinha nada haver, mas a mesma não tinha se importado e quando ele nasceu não quis olhar para o mesmo, logo depois o abandonou em uma floresta de uma outra vila e foi embora sem olhar para trás. Com esses pensamentos, ela começa a chorar e seu dragão fêmea percebe.

— Por que fiz isso? Por que? – perguntou ela ainda chorando. Tesoura de Vento se aproximou de sua amiga, tentando consola-la.